Capítulo 35

Assim como Evelyn, Mitchel também foi encaminhado para o Hospital Santo Amaro para receber cuidados médicos. Ele mais o detetive Sanchez esperavam encontra-la e prende-la. Infelizmente para a surpresa e decepção deles, quando perguntaram na recepção se alguma Evelyn West deu entrada no local, a resposta foi negativa.

_ E Evelyn Monteiro? Alguém deu entrada com este nome? _ Perguntou o detetive esperançoso, mas também não obteve resposta.

_ Ou ela passou um outro nome falso ou nenhum. Ela foi encontrada no mar sem identificação. Pergunta se alguma garota que se afogou na praia do Pernambuco veio para cá. _ comentou Mitchel.

Receberam uma boa e uma má noticia. A boa é que realmente uma moça de belos olhos verdes, vitima de afogamento chegou ao hospital e foi encaminhada para a enfermaria...

A má noticia é que quando chegaram lá, não a encontraram. Perguntaram para os enfermeiros, médicos, seguranças e até mesmo para o pessoal da limpeza se a viram, mas ninguém soube os informar. Foi como se nunca estivesse ali.

_ Que beleza! Mais uma vez, aquela cientista louca conseguiu escapar. E agora, para onde ela pode ter ido? _ O detetive Sanchez perguntou muito puto da vida.

_ Ou foi para São Vicente ou voltou para São Paulo. Fora estas duas opções, aí eu já não sei...

***

Como sempre, Mitchel estava certo. Depois de conseguir fugir do hospital, Evelyn viajou até a cidade de São Vicente, conhecida por ser a primeira vila do Brasil.

Como ela conseguiu? Com a ajuda do seu "namoradinho" Afonso. Bem como o jornalista falou que aquele trouxa iria atrás dela.

_ Obrigada querido por vir de tão longe para me salvar daqueles caras maus. _ Ronronou assim que entrou no carro que com muito custo ele alugou para "salva-la", que alias, se ele não tivesse insistido para vê-la, não a teria salvo.

Em alguma região perdida de São Paulo, quando buscavam pelo seu primo Greg, ele realmente mandava mensagens para ela, avisando sobre um jornalista e um detetive estarem atrás dela. E quando houve aquela confusão causada pela Teke Teke (irmã de Julia, Natália) onde todos ali se separaram, aproveitou para fugir. Para a sua sorte, aquele monstro não correu atrás dele e ainda bem que foi atropelado. Viu tudo de longe.

Mas em compensação, teve de esperar pelas primeiras horas do dia escondido em algum beco para poder ir para casa. Só conseguiu voltar lá por volta do meio-dia, cansado, suado e faminto. 

E somente quando finalmente estava na segurança de seu lar, ele chorou pela morte do primo. Chegou a pensar que se não tivesse contado ao Greg sobre o Re-Animator, talvez ainda estivesse vivo... ou se ele tivesse mesmo esquecido a ex-namorada, tanto ele quanto ela poderiam ainda estar vivos...

Estava meio que perdido em seus pensamentos, quando o seu celular tocou: era a sua Evelyn.

Pela primeira vez desde que a conheceu, Afonso não sentiu a minima vontade de atende-la. Por causa daquele maldito soro, Greg está morto. Está certo que o culpado foi ele... e também sua. Mas não estava disposto a lidar com ela naquele momento. Quem sabe se deixar no silencioso, ela desiste e o deixa em paz.

Ledo engano. Ela continuava a ligar até a hora em que ele não aguentou e a atendeu com uma aspereza que ambos se surpreenderam:

_ Que é?

Pelo tom da voz dele, Evelyn percebeu que ele deveria estar chateado com alguma coisa. Para ganhar novamente a sua confiança, jogou todo o seu charme... o que desta vez foi muito difícil. Realmente Afonso estava puto com ela.

_ Bom dia meu amor. _ Ela falou com aquela voz melodiosa, como quem quer alguma coisa: _ Como nós estamos?

_ Não sei quanto a você, mas eu estou péssimo. Acabei de perder meu primo Greg.

_ O que trabalha com você no IML?

_ Esse mesmo. Aquela morta-viva da ex dele o matou, fora que também matou duas pessoas, uma delas era o nosso chefe, o Sr. Antonio.

_ Nossa... sinto muito por ele e pelo seu chefe. Mas a menina está bem, eu espero.

_ Claro que não. Depois de ter sido cortada ao meio, ficou perambulando por aí apenas com a metade do corpo... só morreu mesmo porque foi atropelada.

Ao ouvir que a zumbi foi eliminada, Evelyn sorriu triunfante. Lamentou pelas duas vítimas, mas não podia fazer nada... quanto ao Greg, ela achou que foi muito bem-feito para ele. Ninguém o mandou pegar o seu reagente. Culpado também foi o Afonso que não tinha de contar ao primo bocó sobre as probabilidades do seu Re-Animator.

_ Alô Evelyn, ainda está aí?

_ Oh estou sim, querido! Mas e quanto ao restante? Você disse que havia dois homens atrás de mim... sabe o nome deles?

_ Ah sim, um deles é policial. Detetive Sanchez... e o outro é jornalista investigativo. Se não me engano, o nome dele é Mitchel Junqueira.

Aqueles nomes não lhe eram estranhos... de acordo com a sua memória, é o mesmo detetive que investigava o desaparecimento de sua ex assistente Anne Morita. Já o jornalista é o mesmo que veio daquela cidadezinha no interior, a mesma do dono da fazenda e onde trabalhou o seu amigo veterinário e a procurou no centro, com uma conversa de entrevista para o jornal.

_ Amor, pode me fazer um favorzinho... pode dar uma sondada nestes dois, principalmente no tal jornalista?

_ Nem vem Evelyn, eu não sou nenhum assassino. E outra, aposto que o detetive colocou toda a policia de São Paulo atrás de mim.

_ Eu não disse que é para matar ninguém. _ "Se bem que seria uma boa ideia." Pensou: _ É só para ficar de olho. Mas se você quiser dar uns sopapos nele por mim, eu agradeço.

_ Não é melhor eu ir até o Guarujá e ficar com você? Sabe, para te proteger. Eles sabem que está aí podem descer a serra para ir atrás de você. _ Foi o pretexto dele para se encontrar com ela e também para sair da Cidade.

_ Você me protege ficando aí mesmo. E se estiverem te vigiando, só esperando a gente se ver? _ Foi a desculpa que ela usou para ele não ir ao seu encontro. Mas como ele estava decidido, ela concordou sob a condição de ele ir até o jornal onde o jornalista trabalha... e também porque precisa dele.

Afonso foi até a redação, porém não o viu entrar e nem sair de lá. Perguntou na recepção e lhe passaram as mais variadas informações sobre o seu paradeiro... uns falaram que ele estava em reunião, outros disseram que deu uma saída e voltava logo, que está viajando a trabalho ou está de férias, entre muitas outras. Era um truque de Mitchel para enganar os inimigos.

Porém quando comentaram sobre viagem, não acreditou, uma vez que o viu na noite passada. Suspeitou que poderia estar a caminho do litoral, tratou de ir também, já que não podia ficar na capital.

Não foi fácil pedir carona até a rodoviária e de lá, pegar uma lotação até Guarujá, mas era menos arriscado do que ir de ônibus.

***

_ E agora, para onde nós vamos? _ Perguntou na esperança de ter um momento a sós com ela. Realmente ele não tem vergonha na cara.

_ Para São Vicente. _ Ela respondeu meio que de má vontade.

_ Ué, vai fazer o que lá?

_ Tenho alguns negócios pendentes lá para resolver...

_ Você não me falou nada que tinha negócios em São Vicente!

Ela fez que não ouviu e continuou: _ São coisas minhas. Mas posso deixar para resolver amanhã. Hoje quero resolver uma outra coisa... com você. _ Passou a mão na coxa dele. 

Ele olhou para a mão dela, depois a olhou e viu que ela sorria maliciosamente para ele. Ficou deslumbrado com aqueles olhos verdes o desejando e saiu desesperadamente em busca de um motel.

Coitado. Mal sabe que todo aquele jogo de sedução não passa de uma mera encenação apenas para a Doutora Re-Animator mante-lo na palma da sua mão.

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