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19 de fevereiro – Terça-feira.
Assunto: Se prepare! Temos planos para o final de semana.
Querido Matthew,
Já passaram vários dias desde o último e-mail que te mandei. Peço desculpa pela ausência, mas eu estava ocupado tentando entender muitas coisas que aconteceram nos últimos dias. Estou preocupado e muito triste por saber que, por algum motivo que ainda desconheço, você não está respondendo meus e-mails. Tentei falar com minha mãe, com meu pai e até ligar para os seus pais há uma semana, mas não obtive respostas. Parece que ninguém quer que conversemos... O que está acontecendo?
Comecei a me preocupar ainda mais com sua ausência das redes sociais depois de uma conversa com o Arthur. Ele preparou um café da manhã no parque atrás do colégio como costumava fazer. Comentei que ainda te escrevo, mas que não tive respostas nos últimos meses.
— Seus pais não falaram nada a respeito? — perguntou ele, deitado a meu lado sobre a toalha que estendemos na grama.
— Falaram para eu ter paciência e esperar até o próximo verão, pois vamos visitá-lo.
— Você não lembra de mais nada do que aconteceu no dia do acidente?
— Só que ele estava comigo quando o ônibus perdeu o controle. Não lembro como ele chegou lá ou o que o fez estar no mesmo ônibus que eu, pois ele estava na lista de outro professor para aquela excursão.
Arthur tem me apoiado bastante. Desde o baile de inverno, quando nos acertamos e voltamos a namorar, ele tem me acompanhado a todas as terapias em grupo. O pai dele está mais maleável em relação ao seu castigo e, quando percebeu nossa reaproximação, decidiu liberá-lo mais vezes, desde que ele ficasse a meu lado. Claro que o Sr. Arthit não desconfia e nem pode saber que Arthur e eu estamos namorando, pois esse seria o fim do mundo para a família Arthit.
— É notável sua melhora nas últimas semanas, amor. Você se tornou tão forte e tão diferente do garoto assustado que eu via nos corredores do colégio — disse meu namorado, passando a mão em meu rosto antes de me beijar carinhosamente.
— Eu parecia assustado? — murmurei no curto espaço de tempo em que meus lábios se separaram dos dele.
— Muito! Fico feliz que você tenha melhorado tanto.
Arthur e eu somos um casal de verdade agora. Não tivemos muito tempo a sós por causa do castigo, mas sempre que temos uma oportunidade de ficarmos sozinhos, não conseguimos parar de nos beijar e trocar carinhos.
— Preciso saber mais sobre o Matthew — afirmei, pensativo.
— Se isso é tão importante para você, podemos ir vê-lo no final de semana.
— Ver o Matthew no final de semana? Como faríamos isso?
— Onde é sua cidade natal? Quanto tempo leva para chegarmos lá de carro?
— Levaria seis horas de carro daqui até lá, eu acho.
— Se eu falar com o Zach para nos levar no carro dele e convencer o meu pai de que é algo para o colégio, podemos ir até lá neste sábado!
A ideia parecia absurda e arriscada, pois se meus pais ou os pais do Arthur descobrissem essa loucura, provavelmente ficaríamos de castigo pelo resto de nossas vidas. Zach é maior de idade, mas eu completarei dezoito anos somente daqui a cinco meses... Se alguém nos pegar, estaremos muito encrencados. Não tínhamos autorização para viajar.
— Seriam doze horas de viagem! — exclamei, sem esperança.
— Teríamos que sair muito cedo para voltarmos o mais rápido possível — disse Arthur, roçando os lábios em meu pescoço.
Não vou mentir e dizer que não gosto do fato dele ser muito carinhoso e querer me beijar a todo momento. O que mais me preocupa referente aos carinhos dele é conseguir me controlar.
— A qualquer momento os alunos vão começar a chegar, Arth.
— Acho que temos tempo para matar a saudade.
— Alguém pode ver...
— Ninguém vem aqui, esqueceu? Você disse que faríamos de novo... Estou esperando o dia que vamos ficar a sós.
— É mais fácil ficarmos a sós na sua casa.
— Quer ir hoje?
— Hoje?! — perguntei, surpreso.
— Você não está com vontade?
Para me provocar, Arthur continuou beijando meu pescoço e forçando o corpo contra o meu. Ele conhecia meus pontos fracos e os explorava quando queria alguma coisa.
— Sempre tenho vontade de ficar com você, Arth.
— Você quis dizer que sempre tem vontade de transar comigo, não é?
— Você entendeu!
Tivemos que sair do parque alguns minutos depois. Nossos amigos e colegas estavam chegando e precisávamos arrumar tudo para as aulas do dia.
Sim, Matthew... Depois que Arthur e eu nos reconciliamos, tivemos nossa primeira vez. Uma primeira vez com direito a começo, meio e fim. Foi especial, apesar de eu estar muito nervoso no dia. Basicamente passei o dia todo em minha casa me preparando para ir à casa dele. Tomei banho, limpei minhas partes íntimas como nunca tinha feito antes, e tentei relaxar ao máximo para não fazer nenhuma besteira. No final não foi tão assustador quanto eu imaginava. Arthur foi muito paciente comigo e fez de tudo para não ser uma primeira vez dolorosa e traumatizante. O que posso dizer é que foi muito bom. Para ele também foi algo novo, pois era a primeira vez que tinha relações sexuais com alguém do mesmo sexo. Isso limitou um pouco nossas atividades sexuais, mas compreendo que ele precise de tempo para se acostumar.
Sim, Matthew... Ele foi e sempre prefere ser o ativo! Sei que é basicamente isso que você quer saber. O resto pode ficar na sua imaginação!
Matt, este e-mail é para avisar que existe a possibilidade de eu ir te visitar este final de semana. Arthur e eu estamos pensando em um plano para sairmos da cidade e voltarmos sem que nossos pais percebam. Desculpe não ter te escrito contando o que aconteceu nos dias depois do baile. Agora que estou melhor, a vontade de te reencontrar e saber o que aconteceu com a gente naquele dia está me matando.
Um grande abraço do seu eterno melhor amigo.
Alec Stevens.
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