CAPÍTULO TRÊS: Lee Jihoon Só (Não) Queria Pousar.

Foi meio estranho quando Mingyu o parou do nada no meio do corredor, bem quando estava indo ao banheiro, apenas para fazer a seguinte proposta: Ajudá-lo a fazer o último trabalho do ano, que era nada menos do que fotografar algo ou alguém. Era um trabalho livre, sem muitas instruções, apenas passar o que aprendeu no semestre através das fotografias e no primeiro momento Jihoon não entendeu muito bem como ajudaria Mingyu, até ele dizer com todas as letras que gostaria que Jihoon fosse seu modelo.

Ora! Ji quase lhe bateu ali mesmo, onde já se viu, querendo brincar consigo uma horas dessas? Estava pronto para o encher de desaforo quando o Kim deixou claro – estava tão sério e atraente que Woozi sentiu suas pernas bambearem – que não era brincadeira e que, realmente, precisava de sua ajuda. Bom, o Lee não era do tipo que cedia rápido e quando o assunto tinha a ver com Kim Mingu, vivia na defensiva, por isso não deixou de se perguntar (porque estava curioso e queria parecer duração) o porquê do estudante de fotografia não escolher outro alguém para o ajudar, mas se surpreendeu com a resposta desse: “Porque você se encaixa perfeitamente com o quê eu tenho em mente e porque você é lindo, será um ótimo modelo”. Óbvio que Jihoon não esperava por esta resposta. Por Deus, ficou mais vermelho do que uma pimenta malagueta.

Sentiu que não teria muita escolha a não ser aceitar a proposta, até porque, mesmo que Kim fosse como uma muralha de tão alto, era meio desumano negar algo para aqueles olhinhos fofos. Com um suspiro, respondeu que só o ajudaria se recebesse algo em troca, claro que irei dizer que gostaria que o jovem o ajudasse também em uma pesquisa que estava fazendo sobre o risco da Inteligência Artificial na vida dos profissionais de audiovisuais, mas o outro foi mais rápido em dizer que não se importaria em o levar para sair.

No final, novamente, não conseguiu negar (dessa vez porque o rapaz já estava longe demais para ouvir); por isso que estava vestindo um suéter quentinho e calça folgadas, além disso, tinha duas mudas de roupas dentro de uma sacola, como estavam no inverno, estava levando apenas roupas quentes, confortáveis e bonitas, Min deixou claro que tanto o lugar quantos as fotos eram pra serem "confortáveis", não precisava se importar de sair de sua zona de conforto.

Outro ponto importante era que tinha passado seu número para o grandão e às vezes trocavam mensagens, nem sempre o Lee respondia, porque era um homem muito ocupado e porque no tempo livre passava dormindo – Isso não tem nada a ver com o fato de que muita vezes não sabia o que falar com o rapaz, afinal, era um anti social nato. –, mas sempre dava um jeito de respondê-lo, mesmo que com atraso. Além disso, agora Gyu sabia onde era seu apartamento, só porque iria o buscar.

Exatamente isso.

Assim que ouviu a campainha tocar, sobressaltou sob o sofá e, após analisar bem o cômodo onde passou a manhã toda limpando porque passaria a tarde fora e não porque podia ter a chance do Kim notar a bagunça, abriu a porta, dando de cara com o grandão, tal esse que chamava de idiota.

Hum, oi… – Cumprimentou, meio sem jeito, olhando nos olhos alheios.

– Oi, Hyung…! – Sorriu pequeno. Os olhos ainda estavam conectados nos do universitário.

Hoon pigarreou fraco, quebrando o contato visual e fechou a porta do apartamento atrás de si.

– Então, você não me contou onde seria a tal sessão e fotos.

– Ah, vai ser em um parque aberto, aquele que fica perto da nossa universidade, sabe?! – Woozi concordou com um resmungo. – Então, será lá. Eu imagino algo simples, por isso disse para usar roupas de frio e confortáveis, até porque estamos no inverno e eu não deixaria você usar roupas expostas ou algo do tipo, não quero que fique doente.

O Lee concordou com a cabeça, encostando em uma das paredes do elevador e preferindo manter os olhos em seu sapato, porque por algum motivo as palavras do Kim o deixaram mais quente do que suas próprias  roupas.

📷

– Seguinte, Hoon. Eu só preciso que você relaxe e faça poses espontâneas, não precisa se preocupar, é só… ser você mesmo.

– Eu não consigo, Mingyu, eu tô nervoso, tem um monte de gente que passa olhando. Eu não sou você que gosta de ser o centro das atenções. – Revirou os olhos.

– Olha – Caminhou até o garoto que estava sentado no chão parcialmente coberto de neve, agachando na sua frente. –, esquece as pessoas, foca só na câmera. Foca em mim, tá bem?! Sou só eu, Mingyu, o cara que você gosta de chamar de idiota e brutamontes. – Sorriu fraco e voltou a posição onde estava, sentado no chão também, com a câmera em mãos.

– Olhando para você que eu fico mais nervoso ainda. – Desviou o olhar rapidamente. Soltou um suspiro audível, voltando olhar para a câmera. – Certo, vamos com isso logo, minha bunda tá congelando aqui.

E, para melhorar a situação, começou a nevar de repente, o bastante para acumular um pouco em suas vestes e cabelos.

– Concentração agora, Ji, vou tirar as fotos rapidinho… – Jihoon concordou com um resmungo, procurando uma boa pose para as fotos. Esperava mesmo que o Kim fosse rápido porque a neve estava começando a ficar mais espessa. – E… é isso! Acabamos. Agora vamos antes que você fique resfriado.

Ele levantou rapidamente, pendurando a câmera no pescoço e caminhou até o colega de universidade, ajudando-o a levantar. Gyu, sem pensar muito e com pressa, tirou seu casaco grande, usando-o como proteção para a neve e agarrou no Lee, correndo com ele até seu carro; durante o processo, Jihoon precisou abraçar a cintura alheia, caso contrário os dois poderiam cair durante a corridinha até o carro, e, bem, era comum seu coração acelerar por conta da adrenalina e frio, certo?!

– Sério, não precisava usar seu casaco como guarda-chuva, agora ele tá todo molhado porque a neve derreteu e você vai congelar já, já com essa camisa fina que você tá usando. – Disse Woozi, no banco do passageiro, observando Min dirigir pelas ruas de Daegu.

– Não, tá tudo bem. Eu sempre deixo um moletom reserva no carro, ele tá aí no banco de trás, você pode pegar ele pra mim, por favor?!

O Lee esticou o corpo até os bancos do fundo, pegando um moletom bege e colocando no colo alheio. Assim que pararam no sinal vermelho, o futuro fotógrafo aproveitou para vesti-lo  o mais rápido possível, a missão foi bem sucedida, no entanto, seu cabelo estava uma bagunça depois daquilo.

Woozi soltou um risinho, achando engraçado os fios do outro estarem completamente para cada lado.

– Do quê está rindo? – Perguntou confuso, franzindo levemente o cenho.

– Seus cabelos. – Apontou. – Está todo bagunçado. – Levantou a mão, inconsciente, levando-as até os cabelos do grandão e penteando os fios com os dedos da melhor maneira.

No momento, não pensou muito bem antes de agir, apenas agiu, porém, assim que olhou nos olhos de Mingyu, ficou um pouco constrangido com sua impulsividade. Nem mesmo pôde falar algo – E era até melhor assim. Até porque, o que iria falar? Não tinha nenhuma desculpa para os seus atos. – já que uma buzina alta os tirou do transe. O sinal já estava aberto novamente.

– Então – Pigarreou. –, Mesmo que a nossa troca mútua de favores não seja exatamente o que eu propus, o que você acha da gente passar em um restaurante antes de eu te deixar em casa? Não precisa se preocupar, eu pago tudo.

E, novamente, mais uma vez, Lee Jihoon se viu em uma posição vulnerável onde não conseguia negar nada a Kim Mingyu.

[...]

Assim que conseguiu deitar suas costas em seu colchão macio, ele relembrou a sua tarde e pensou que talvez Mingyu não fosse tão idiota e babaca como achava, estava começando a achá-lo legal até. Aquilo foi um grande progresso e o começo de algo. Algo que estava deixando Hoon confuso e com medo.

🤍

Só queria deixar essa ilustração simples que eu fiz desses dois fofos tirando foto e como eu imaginei a seguinte cena.

Mas, me digam, o que estão achando? Eu, particularmente, gosto muuuito desse capítulo.

Abraços! <3

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