Christian sorriu depois de falar outra abobrinha e Jos ficou com muita raiva; raiva dele, de Meghan, daquele restaurante caro, mas principalmente raiva de si mesma. Jurou nunca mais cair na conversa idiota de Meghan, com seus encontros idiotas e caras idiotas.

Ela só pensava em chegar em casa, trocar aquele vestido apertado por um pijama e afundar nos lençóis da própria cama.

Olhou sobre os ombros de Christian, que falava a respeito da textura do filé, e viu Arthur apontar para Christian com a cabeça e fazer uma careta entediada. Jos riu e assentiu, mirando o garçom e o Sr. Perfeição alternadamente. As caretas de Arthur continuaram, e numa delas Jos não se segurou e quase soltou uma gargalhada.

— Eu disse alguma piada? — perguntou ele, rindo com uma expressão confusa.

— Não, eu só... só me lembrei de algo — mentiu ela, voltando a olhar para o balcão de bebidas. — Aí vem a sobremesa.

Arthur serviu uma pequena vasilha recheada de mousse de chocolate, coroada com raspas de hortelã. Em menos de dois minutos ela acabou com o mousse. Christian, que comia em pequenas colheradas, riu e limpou o canto dos lábios no guardanapo.

— Vejo que é fã de doces, como eu. — Ele tentou segurar a mão de Jos, mas ela desviou antes que Christian conseguisse tocá-la. Ele sorriu. — Há uma história interessante sobre...

— Deve ser realmente muito interessante — interrompeu ela, bebendo mais um gole de vinho. Jos ergueu-se. Christian fez o mesmo, alisando a gravata. Ela franziu o cenho. Até a etiqueta excessiva dele era irritante. — Se me dá licença, vou ao... ao toalete.

Jos não esperou a resposta dele para se afastar o mais rápido que pôde, apertando a pequena bolsa entre os dedos.

Hora de fazer uma retirada estratégica.