05 | Jackson Wang é uma farsa, sim ou claro?
Capítulo 5: Jackson Wang é uma farsa, sim ou claro?
Seus olhos passaram pela pista de dança, mergulhando em uma loira que era semelhante à Sana. Tzuyu suspirou, dando um gole em sua vodka - agora sua bebida favorita - enquanto tentava procurar ainda mais semelhanças físicas na garota. Quando finalmente ela virou, Chou viu que Sana que era a própria garota. Olhou para Jackson, que continuava falando de futebol americano e de como Tzuyu era preciosa para os amigos, Kang Daniel também estava lá.
- Vou ao banheiro. - Se livrou do aperto de Jackson em sua cintura. Ele hesitou, mas logo a soltou, continuando a conversa entediante.
Ao sair, Tzuyu desviou o caminho, segurando o pulso de Sana, que não hesitou em segui-la. Provavelmente estava bêbada ou chapada demais para identificar quem estava a puxando. Fácil de sequestrar essa. Chou parou em um lugar mais privado, talvez seja o quarto do dono da festa, mas foda-se.
- O que cê tá fazendo aqui? - Não hesitou em perguntar, fazendo Sana rir enquanto bebia seu querido whisky como água. O cheiro de maconha e, ainda por cima, de álcool estava impregnado em suas vestes, Tzuyu cruzou os braços, buscando respostas.
- A mesma coisa que você. - Ela diz, com um sorriso sacana. A jaqueta de Jackson não era lá as melhores opções para se oferecer, já que Sana o odiava profundamente, mas era a melhor opção quando a loira estava quase se despindo na sua frente por seu vestido ser desconfortável. Tzuyu que a empurrou para o banheiro, até porque ela iria ficar nua na sua frente e, para a sorte dela, Tzuyu era uma pessoa boa!
Após sair do banheiro, vestida com a enorme jaqueta de Jackson para cobrir as suas roupas íntimas, Sana se sentou perto de Tzuyu, cruzando os braços e com um biquinho adorável em seus lábios. Chou revirou os olhos, arqueando a sobrancelha, silenciosamente a perguntando o que havia acontecido.
- Por que me tirou de lá? Tava legal. - Tzuyu sequer esperou ela terminar de falar, já havia revirado os olhos há muito tempo. Será que se ela pegasse alguma coisa do dono emprestada seria um problema? Provavelmente, mas ela não ligou muito quando pegou uma das grandes camisas do rapaz. Ajudou Sana a se vestir, tirando a jaqueta de couro e colocando uma enorme camisa preta. E, olha que legal, ele era fã da Taylor.
Será que ele está solteiro?
Brincadeira, gente.
O seu tipo ideal era a própria Taylor, ainda aguardava ansiosamente para que ela casasse consigo.
- Porque se eu não te tirasse de lá, você e aquele completo desconhecido estariam se pegando no meio daquela gente! - A loira riu, se deitando na cama e fazendo Tzuyu desviar rapidamente o olhar de suas pernas, ainda mais visíveis do que quando ela vestia a saia do colégio.
Poxa, que pensamentos são esses?
- Ué, me deixa. Não é minha babá e, ainda por cima, é mais nova que eu. - A voz embriagada de Sana lhe apontou, fazendo Tzuyu revirar os olhos mais uma vez. O que aquilo tinha a ver com aquela conversa? Argumento nada válido, Sana.
- Vai se foder, sinceramente. - Colocou as mãos no rosto.
- Eu ia, mas você fez questão de me tirar de perto do bonitão! - Tzuyu fez uma careta.
- Pensei que gostasse somente de mulheres... - Pressionou os olhos.
- Tá, eu tô muito chapada nesse momento, então, qualquer um serve pra tirar esse mal-humor, sabe? - Arrumou a gola da camisa, coçando os olhos vermelhos.
Um silêncio desconfortável se instalou entre as duas.
- Sana, não quer ir pra casa? - Como sempre, levou para o lado malicioso. Os olhos, igualmente ao sorriso, eram sugestivos, fazendo Tzuyu cruzar os braços enquanto a olhava com um rosto que silenciosamente lhe falava "poxa, é sério isso?", o que fez Sana rir.
- Nem uma janta primeiro, Tzuyu?
- A janta vai ser você. - Sana arregalou os olhos. - Não nesse sentido, idiota.
- Que sentido? Cê nem disfarça que quer me comer, cara. - Foi a voz de Sana cruzar os braços.
- Canibalismo, louca.
- Louca é você, quer me comer no sentido canibal! - Apontou para Tzuyu, que segurou seu pulso, tentando não machucá-la com suas unhas.
- Era brincadeira, cacete! - A loira fez, mais uma vez, aquele maldito beicinho. Tzuyu se segurou para não roubá-la um selar.
E, porra, estavam aviadando seus pensamentos.
- Puta que pariu, Chou Tzuyu, nunca pensei que meu fim seria ser sopa! - Dramática e chapada, ela fingiu estar chorando, limpando as lágrimas imaginárias com a manga da camisa.
- Deus, me dê paciência, porque se dar forças... Eu juro que dou um soco nessa menina. - Tzuyu murmurou, cerrando os punhos.
- Eu ouvi, tá?
- Era pra ouvir mesmo, já fica avisada.
- Mi, mi, mi... Vou voltar lá pra baixo, tchau. - Ao tentar sair do quarto, foi puxada por Tzuyu, que não a deixou ir.
- Nada disso. Cê tá só com uma camisa, tá louca? As chances de você sofrer a mesma coisa que a Nayeon são altíssimas aqui.
- Admite que tá com ciúmes de eu ficar com outra pessoa. - Sana andou até Tzuyu, tirando as mechas da frente de seus olhos. - Eu sou só sua, não se preocupe.
Deu um selar na ponta do seu nariz, dando uma piscadela e saindo do quarto. Tzuyu grunhiu, cerrando os punhos e abrindo a porta com força. Ao ver Sana no meio dos degraus, não hesitou em puxá-la pelo pulso, mais uma vez.
- Não, Sana. Eu... Eu só tô preocupada com você. Sabe-se lá se criminosos não estão escondidos por essa multidão de adolescentes chapados! - Dessa vez, Sana ficou em seu colo, centímetros longe de seu rosto. Um sorriso largo surgiu nos lábios da Paris Hilton, que logo entrelaçou seus braços no pescoço de Tzuyu.
- Tá tudo bem, Tzuyu. Não é como se eu fosse me ferrar depois da festa... - Chou se encontrava ofegante, suas mãos subiram lentamente até a cintura de Sana. - Sua mãe realmente deixou você sair com aquele cara? Ninguém confia nesse saruê, Tzuyu.
Ignorando completamente a pergunta de um nível completamente idiota de Sana, Chou desceu o olhar até os lábios de Sana.
- Quantas pessoas você beijou hoje? - A voz insegura, talvez por ainda estar confusa se deveria ou não declarar-se para a loira, soou rouca e perto do ouvido da japonesa.
- Nenhuma. - Respondeu, ficando ainda mais perto de Tzuyu. Estavam quase, quase se beijando.
- E por que me beijou nas últimas vezes? Não tem interesse em mim, não é?
- Talvez... - Um sorriso sacana curvou-se em seus lábios. - Mas hoje eu não quis beijar ninguém.
- Por quê?
- É um motivo meio idiota. - Sana esperou que Tzuyu desistisse, mas não foi como o esperado. Ela suspirou.
- Porque eu só queria beijar você.
Tzuyu corou, totalmente surpresa com a fala inusitada. Esperava qualquer coisa, menos isso.
- Eu?
- É, você. Pensei que eu deixava bem claro que queria namorar contigo. - Sorriu, encostando o seu nariz no pescoço de Tzuyu, que logo se arrepiou e segurou a cintura de Minatozaki com firmeza.
- É, você deixa bem claro. - Tzuyu subiu seu rosto, deixando seus rostos bem próximos. Um empurrãozinho de Sana - que aproximou-se rapidamente e atacou seus lábios.
Suas mãos agarravam a cintura de Sana fortemente, enquanto a Minatozaki tinha seus braços entrelaçados em seu pescoço. Inverteu rapidamente as posições e lá estava, beijando o pescoço da cópia da Paris Hilton enquanto ela arfava. Suas mãos foram até as de Sana, parando de fazer a ação e buscando acariciá-la.
- Tudo bem? - Perguntou, preocupada. A loira assentiu, subindo suas mãos até o seu rosto, os seus polegares acariciavam levemente as suas bochechas. Um outro beijo, mas lento e intenso, as mãos de Minatozaki seguiam acariciando seu rosto, parando por alguns minutos para respirar fundo.
Até que Chou queria contá-la a verdade, mas algo lhe dizia que não era necessário dar satisfações de sua vida, muito menos a amorosa. Mas, poxa, nem gráficos eram o suficiente para representar o quão apaixonada estava por Sana.
- Obrigada por me ajudar a completar minha missão. - Brincou, saboreando o sabor amargo de vodka que, agora, estava em sua boca. - Missão Fiel à Chou Tzuyu concluída com sucesso!
- E não fica chamando o Jackson assim, Sana. - Ela ergueu a sobrancelha, em completa confusão. - Você sabe... Saruê e essas coisas. E ele também não é um dos homens mais idiotas do planeta. - Sana revirou os olhos. Tzuyu, suada e vermelha, estava envergonhada por ter beijado Sana tão intensamente. Os polegares de Sana faziam leves cócegas em sua bochecha.
Nem acreditava que estava defendendo Jackson Wang após beijar a sua rival que o odeia desde sempre.
- É, sim. E você deveria terminar com ele logo. - A encarou seriamente. - Acho que, nessa altura, ele já deve estar transando com alguma menina por aí. - Tzuyu desviou o olhar para o movimento de Sana, que dedilhava sua roupa enquanto, lentamente, continuava.
Umedecendo os lábios, Tzuyu pensava em suas palavras.
- Mas, não se preocupa, o chifre não dói de verdade e é só uma brincadeira quando falamos de dipirona! - Sana não perdeu a oportunidade de brincar, embora estivesse ao lado de Tzuyu após um beijo intenso que a deixou totalmente ofegante.
- Vai se lascar, Minatozaki Sana. - Um sorriso sacana substituiu aquele rosto sério que fora visto alguns segundo atrás. Tzuyu achou que seria o final da linha, ela estava no caminho da insanidade.
- Você fica tão sexy falando meu nome todo... Certeza que não gosta de meninas? Eu juro que ficaria com você, Tzuyu. - E foi aí que o pânico bateu e Chou corou, causando uma risada escandalosa em Sana. - Mas, não se esqueça, somos só rivais, apesar das hashtags dizerem totalmente o contrário.
- Eu tenho certeza que não gosto de meninas, Sana. - Ao perceber a posição que se encontrava, uma contradição à sua fala, Tzuyu deitou o seu corpo no colchão, ao lado de Sana. Apesar da fala de Tzuyu, Minatozaki sabia que sim, Chou gostava de meninas. - E, sim, somos somente rivais.
- Que pena... Você é meu tipo.
- Linda, swiftie, hétero e sua rival?
- Acertou, rata de biblioteca! Mas não concordo com o hétero. Você não é hétero, meu bem. - Sorriu, engatinhando até o travesseiro e se aninhando ali. Tzuyu quis deixar o orgulho - e a heterossexualidade compulsória - de lado e simplesmente se aconchegar junto à Sana, fazer um delicioso cafuné e só. Mas não moveu um músculo, até Sana ser uma completa demônia e abraçar sua cintura.
Oi, Deus. Sou eu de novo.
- Não, não. - Apressou-se a dizer quando Sana lhe chamou para abraçá-la. - A cama não é nossa, não podemos simplesmente dormir aqui. E, bom, tu não é lá as coisas mais leves do universo, então é quase impossível eu, Chou Tzuyu, te levar pra casa.
- Não precisa ser na tua casa. A Jeongyeon me dá um abrigo. - um ponto de interrogação formou-se em sua cabeça. - Sabe como é, a velha é insuportável. Aí eu dei uma fuga dela e tô dormindo na Jeong.
A Minatozaki não tinha um bom relacionamento com a mãe? Tá, apenas ignora.
- Tá, só me diz que a casa dela é perto. Não sei se consigo te carregar até lá.
- Que nada, é perto.
- Então vá andando, ué.
- Eu tô fraca, Tzuyu. - A garota mais alta fitou-lhe imediatamente. - Olha, eu tô chapada e bêbada pra caralho, não consigo andar, sabe?
- Tu é insuportável.
- Tu me ama que eu sei. Até me deu um beijo! - Tzuyu quis rir, mas também se bater.
- Isso não é um argumento válido, eu também tô bêbada!
- Mas tá menos que eu! - Rebateu Sana.
Em alguns minutos, estavam no meio daquelas pessoas novamente. Os saltos de Sana foram retirados e ela estava descalça enquanto, na calçada, tentava subir nas costas de Tzuyu.
Ao finalmente conseguir, após trinta longos minutos, Chou se arrependeu amargamente daquela ideia.
Que menina pesada do caralho.
Andando pela calçada, Sana só resmungava enquanto Tzuyu reviravolta os olhos, caminhando lentamente para não derrubar a loira, que estava metida à faraó e jurava que Chou era um de seus escravos.
- Puta que pariu. Será que dá pra você calar a porra da boca por alguns segundos? - Tzuyu a fez descer por alguns minutos, descansar era essencial. Não deveria ter acreditado em Sana ao dizer que era perto. Perto só se for do inferno, pois nunca chegavam lá.
- Ai, tu é tão chata. - Sana revirou os olhos, cruzando os braços enquanto coçava os olhos, sonolenta.
Em alguns segundos, já estavam na mesma posição de antes, as luzes amareladas deram o sinal que Jeongyeon estava acordada, embora sejam duas horas da madrugada.
Finalmente chegaram. Sana foi colocada no chão, Tzuyu estava ofegante com as mãos no joelhos enquanto esperava Jeongyeon atender a porta. Bateu e bateu, nada de Yoo e, quando finalmente abriram, a casa não era de Yoo Jeongyeon.
Parabéns, Sana.
- Cê tá brincando com a minha cara? - Tzuyu a indagou, incrédula que, mesmo que tivesse andado até tão longe, erraram o endereço da casa. E, olha que máximo, o número estava trocado. Sana somente seu de ombros.
- Tzuyu, na verdade, o endereço também tá trocado. É 354, e não 543. Tô vendo que a Sana tá mais que chapada. - A voz de Yoo ressoou assim que atendeu a ligação, Tzuyu assentiu e olhou para Sana, que quase cochilava na calçada alheia.
- Obrigada, Jeongyeon. Sem você, eu e a Sana estávamos fodidas.
- De nada, Tzuyu. Obrigada você por cuidar dessa sem futuro! - Ambas riram. - Se quiser dormir aqui, eu faço questão de deixá-las dormirem aqui em casa. Não acho que as mães de vocês vão deixar vocês pisarem em casa nesse estado.
- Muito obrigada, Jeongyeon. Te amo.
- Ei, aí também não, Tzuyu. Já é demais! - A voz de Nayeon apareceu de fundo, fazendo Tzuyu e Jeongyeon rirem no mesmo momento.
Parecia estar bem ao lado de suas amigas após o ocorrido que Tzuyu odiava lembrar, embora não tivesse acontecido com ela. Tá, podia não parecer, mas Chou era muito empática. Pelo menos com outras pessoas.
- Desculpa, senhorita Im! - Desculpou-se em brincadeira, se despedindo de Jeongyeon e desligando a chamada.
Olhou para Sana, totalmente adormecida enquanto continuava sentada e apoiada na porta do rapaz que atendeu a porta. Suspirou e deu uma risada baixinha, cutucou seu ombro, mas nada em resposta, nem mesmo um resmungo.
Eita, porra. A gay morreu.
Ainda bem que gay é crime e homofobia é livre, se não Tzuyu já estava presa depois de matar uma gay.
- Cacete, Minatozaki. Tinha que dormir logo aqui? Tenho cara do príncipe da Branca de Neve ou da Bela Adormecida, porra? - Reclamou. Tentava não a derrubar enquanto, lentamente, a colocava em suas costas. Sana resmungava palavras em japonês, causando uma careta na taiwanesa.
Que porra ela tá falando?
. . .
- Obrigada por me abrigar aqui e não me deixar levar uma vassourada da minha mãe, Jeongyeon. A Minatozaki quase saiu pelada, praticamente, do quarto que estávamos.
- Ué, pensei que só tinham se beijado até então. Que safadas vocês... Porra. - Nayeon brincou, fazendo Momo rir e Tzuyu ficar meio sem graça. Ninguém cansava de brincar com as duas.
- Vocês e as fanfics. - Revirou os olhos.
- E só avisando, vocês vão dormir juntas. Eu que não vou dormir com essa doida aí. - Tzuyu viu que estava fodida. Sana bêbada e Tzuyu. Não daria certo nem aqui e nem em outro lugar.
Nayeon e Momo, discretamente, comemoraram, já que o plano estava sendo colocado em prática.
- Da última vez que dormi com ela... Misericórdia, essa menina se mexe pra caralho. E, bom, minha gatinha tá vindo e eu vou dormir com ela no quarto de hospedes. - Momo comentou, mandando mensagem para Dahyun enquanto Tzuyu secava os cabelos após um belo de um banho no banheiro chiquérrimo do quarto de hospedes, onde Nayeon, ela e Momo estavam conversando.
- A Dahyun? O que tem nesse chá? Não é possível que ela acorde só pra vir dormir com você. - Tzuyu a perguntou, sendo respondida apenas por batidas na porta.
- Esqueci de avisar, chamei a Chaeyoung e a Jihyo. - Nayeon adicionou. - Pensei que ficariam sozinhas, até porque o Kang tá na festa e deixou a Park sozinha em casa assistindo dorama. Chaeyoung, bom, eu só chamei ela porque eu não queria ter que dormir com a Jeongyeon, sabe? Ela ronca.
- Ah... Nem fodendo que você teve a audácia de falar isso, Im Nayeon. - Jeongyeon surgiu de repente na porta do quarto. - É mentira, Tzuyu. Essa velha que fica roncando que nem um trator.
E uma briga começou, fazendo Tzuyu soltar belas de gargalhadas enquanto as duas faziam o melhor exposed do planeta.
Sana resmungou com o barulho, afinal estava dormindo serenamente do lado direito da cama, coberta pelo cobertor branco e, agora, vestida com um dos suéteres de Jeongyeon.
A briga para colocar aquilo em Sana foi insana.
Mas, pensando bem, até que elas eram um grupinho legal.
. . .
Na sala, todas estavam sentadas, menos Sana, que dormia como um bebê na cama no quarto de hospedes.
Nayeon e Jihyo se matavam no UNO enquanto as outras assistiam; Momo e Dahyun estavam no próprio mundinho enquanto trocavam selares e davam risadas pelos gritos de Jihyo e Nayeon. Tzuyu era a mais calma dali, até agora.
- Compra mais quatro, Park. - Nayeon ordenou com um sorriso vitorioso em seus lábios, fazendo Jihyo abrir sua boca em um perfeito "O" e começar a colocar defeitos no jogo.
- Ela tá trapaceando! Levanta essa bunda daí, Nayeon. Deixa eu ver se não tem nenhuma carta aí. - Jihyo tentou, mas comprou mais quatro cartas na força do ódio. Ela fuzilava Nayeon com olhar enquanto as outras sentiam o clima pesado.
- Escolho amarelo. - Chaeyoung diz, fazendo Nayeon ficar levemente irritada.
- Tu quer me ferrar, Chaeyoung? Porra, logo a cor que eu não tenho... - Nayeon colocou as mãos no rosto, fazendo Jihyo rir de sua decepção enquanto ela se via frustada.
A tatuada deu de ombros, apenas estava seguindo as regras do jogo enquanto as duas ali estavam se matando e trapaceando na cara dura.
- Uno. - Jeongyeon disse, simplesmente. Levantou as mãos para o alto, fazendo Jihyo jogar as cartas no centro e grunhir enquanto demonstrava-se totalmente incrédula com o resultado final.
- Nem fodendo! - Nayeon, como sempre, gritou em indignação. Tzuyu segurou a risada, pois se tornaria a próxima a enfrentar as duas ambiciosas.
- Aceita que perdeu, amor. - Jeongyeon a disse, irônica.
Nayeon e Jihyo se expulsaram do jogo, Jihyo ficou emburrada no canto contrário do casalzinho meloso e rolando as redes sociais, Nayeon, por sua vez, foi para a cozinha e ficou xingando até a nona geração de Jeongyeon.
- Seria pedir muito que vocês calassem a boca? Puta que pariu. - A voz sonolenta veio da escada, fazendo todas colocarem a mão no peito após o susto coletivo.
Sana estava parecendo a loira do banheiro naquele momento, Chaeyoung até tentou fazer uma cruz com os dedos, mas estava tão assustada que nem isso conseguiu fazer.
- Vai assustar o cão, vagabunda! - Momo brincou, fazendo Sana lhe mandar o dedo do meio enquanto arrumava os cabelos loiros.
- Só pra você saber, Minatozaki... - Dahyun, abraçada com Momo, ligou o celular e verificou as horas. - São três horas da manhã, então faz sentido você ficado metida à Satanás.
- Vão tomar no cu, sinceramente.
- Três horas da manhã? - Chaeyoung perguntou, fazendo Dahyun assentir. - Puta que pariu. Vou dormir, não quero que o diabo, vulgo Jackson Chifrudo, apareça aqui de repente.
Son subiu as escadas na correria, fazendo todas, menos Tzuyu e a loira do banheiro, rirem em uníssono.
- Amor, me espera! - Nayeon logo a seguiu. Dahyun, Momo e Jihyo trocaram rostos sugestivos.
Nayeon sequer tentava esconder.
- Myoui Mina não vai ficar nada feliz ao ver essas duas. - Jihyo comentou, continuando a rolar o celular.
- Essa aí deve tá ocupada demais jogando League of Legends com os amigos virtuais. - Jeongyeon respondeu, fazendo Jihyo concordar no mesmo momento.
- Ela não tava namorando o Jaehyun?
- Cacete, Dahyun... Pensei que era menos burra, hein. - Jihyo revirou os olhos - Ela não é assumida pros pais, que são velhos homofóbicos ricos, e namora o Jaehyun só por causa desse negócio de esconder a sexualidade.
Tzuyu engoliu em seco. Porra, nem disfarçar ela conseguia.
- Me lembra certas pessoas. - Sana deu a indireta, que ninguém pegou, somente Tzuyu. Regina sentou ao seu lado, se aconchegando nos próprios braços enquanto se apoiava na poltrona perto do sofá.
- Gente... Vocês nem acreditam! - Jihyo se levantou do sofá de repente, causando susto em todas. Incrédula enquanto olhava para o celular, Park se sentou novamente, cruzando as pernas e com a mão na boca.
- Começou agora fala! - Jeongyeon cruzou os braços.
- Pegaram o safado!
- Que safado? - Tzuyu perguntou, confusa.
- O cara que compartilhou as fotos da Nayeon. Ele tava em uma Ian House, acredita?
- Fala baixo, Jihyo. A Nayeon não quer falar sobre isso... Ficou o dia todo evitando falar sobre o ocorrido e eu também nem tentei. Acho que isso afetou ela de um jeito inexplicável. - Jeongyeon comentou, com a voz baixa e reunindo todas para mais perto.
- E aí? - Momo perguntou para Jihyo, curiosa.
- Ele vai ser preso por compartilhar fotos íntimas sem o consentimento da vítima. Vai ter o julgamento também, mas ainda não tem data. - Todas estavam incrédulas.
- Deveríamos falar pra Nayeon?
- Não, não. Nem pensar. - Jeongyeon rapidamente se levantou. - Ela ainda não superou o que aquele canalha fez com ela. Não quero que ela chore nos meus braços de novo.
- É, verdade. - Sana que disse, se levantando e arrumando o largo suéter de Jeongyeon. - Vou dormir. Vamos, Tzuyu.
- Agora? Só porque as coisas estavam ficando boas? - Indignada, Tzuyu a perguntou, com um beicinho enquanto tentava convencê-la a ficar.
- Bora. Levanta essa bunda daí.
- Só vou dar um aviso pra geral: não transem. Esse aviso é para a Dahyun e a Momo, principalmente. - Jeongyeon olhou para cada uma, parando o olhar nas citadas. - Eu quero dormir em paz.
- Ai... Fala isso pra Tzuyu e a Sana também. - Momo, falsamente emburrada, cruzou os braços, sendo abraçada fortemente por Dahyun e ganhando selares em seu rosto inteiro.
- Eu não garanto nada... - Sana provocou, puxando Tzuyu para se levantar. - Tchau, gente. Até amanhã e lembrem-se: sem sexo.
- Falando assim parece até um reality show, misericórdia. - Momo falou com a voz abafada, estava quase virando uma só com Dahyun enquanto estava com o rosto enterrado no pescoço da baixinha.
- Pois falhou miseravelmente. Só as fogosas aqui. - Jihyo comentou, fazendo todas rirem, exceto Dahyun.
- Eu não, eu sou uma mulher de Deus!
- E ele sabe disso? - Jeongyeon não perdeu tempo, e, aproveitando a distração, Tzuyu e Sana sumiram pela escuridão.
No corredor, Sana segurava a mão de Tzuyu fortemente enquanto a levava para o quarto. Porém, ao sentar-se na cama, Minatozaki cruzou seus braços e ficou encostada na porta. Chou inclinou a cabeça, confusa, mas nenhuma resposta foi recebida.
- Tzuyu, me diz que você não me trouxe aqui nas suas costas. - Ao falar isso, logo a citada desviou o olhar. A resposta foi mais que direta e aquilo fez Sana grunhir enquanto se jogava no lado de Chou, que corou assim que percebeu seus rostos tão próximos quanto antes.
- Cacete, hein. Vai quebrar as costas assim. - Tzuyu riu, vendo o rosto emburrado de Sana levemente rosado poucos centímetros longe.
- Tá preocupada? - Perguntou, provocando o juízo de Sana. - Tá tudo bem, Paris Hilton. Quer dizer, foi difícil? Foi, obviamente. Mas deu tudo certo, isso que importa.
- Você é irritante. - Sana nem tentou não revirar os olhos, descendo lentamente o olhar até os lábios de Tzuyu, um movimento que não passou despercebido.
- Você também é. - Tzuyu respondeu com um sorriso brincalhão, se sentando e vendo Sana grunhir enquanto se espreguiçava.
A Minatozaki se sentou, umedecendo os lábios enquanto não tirava os olhos de Tzuyu, que tentava não fazer tanto contato visual. Ainda lembrava das três vezes que elas se beijaram - se é que as outras duas poderiam ser consideradas beijos - e, bom, não queria aceitar os fatos, aqueles fatos específicos, sabe?
Sana gostar de sua pessoa era meio inusitado.
- Sana, aquilo que você disse... Quer dizer, não sei se você lembra, mas me disse que você gostava de mim. Tipo, gostar romanticamente falando. - Gesticulou. - É verdade?
Sana gelou, não sabia o que dizer. Ela já planejava se declarar, mas não sabia qual o próximo passo, apesar de já ter tido muitos relacionamentos.
Com Tzuyu era diferente, óbvio, até porque ela era única. A loira olhou para o colo, sentindo suas bochechas queimarem enquanto pensava no que falar ou, simplesmente, dar-lhe um beijo e sair correndo.
Dormir com Jeongyeon e Jihyo não deveria ser tão ruim, não é?
- Não, claro que não. Eu só tava... Magoada, é, magoada pela Nayeon. - Sorriu, nervosa. - Não leva a sério o que eu digo.
Tá, não era isso que planejou, mas o bom é que se livrou daquela cena vergonhosa.
- Sana, se quiser me falar alguma coisa, pode me falar. - Tzuyu, em um movimento arriscado e temendo ser mordida por Minatozaki, segurou suas mãos quentinhas, fazendo a japonesa lhe olhar com aqueles olhos grandes e adoráveis.
- Sabe girl in red? Ouve aquela música, i wanna be your girlfriend, e vê se me esquece pelo resto da semana. - Mandou a indireta e, simplesmente, se cobriu inteiramente dos pés até a cabeça. Tzuyu sentiu suas bochechas corarem, assim como Sana.
Vermelhas e aviadadas.
- Ei... Sei que não é só isso que quer me falar e, na verdade, não estava pedindo recomendações de música, senhorita Sana. - Brincou, se deitando perto de Minatozaki, que tentava fugir daquela conversa o quanto antes.
- É só isso, sim. Vai dormir. - Nada disso adiantou, pois, ao virar bruscamente para o lado de Tzuyu, Sana se viu milímetros longe de Chou. As duas ficaram extremamente vermelhas, mas não se viraram.
- Eu... Tava no meu quarto uns dias atrás - Tzuyu começou, meio tímida pelo fato que estava milímetros até beijar Sana. - e eu estive pesquisando se tinha alguma possibilidade de eu ser...
- Ser? - Sana, com um sorriso vitorioso, levou sua mão até a bochecha de Tzuyu.
- Da comunidade. - Sana quis gritar de alegria, finalmente os seus desejos se cumpririam depois de anos esperando por este momento? Mas, logo um pensamento veio-lhe a cabeça: Jackson Wang.
- E?
- E eu acho que eu tenho uma coisa entre bissexual e pansexual, Sana. - Quando a loira iria falar alguma coisa, o dedo indicador de Tzuyu a cortou rapidamente. - E eu sei que eles são completamente diferentes.
- Ainda bem, tava pensando em fazer uma palestra só pra te explicar a diferença entre os dois. - Sana a encarou fixamente em seus olhos castanhos, Tzuyu jurou ver sua alma sair pelo corpo e falar "se fodeu, otária". Porra, o que faria agora?
Beijar garotas não era uma coisa que ela sabia fazer muito bem. Muito menos quando Sana era a garota. Jackson era fácil, ele se excitava em um simplesmente selar. Mas Sana? Sana parecia ser muito difícil de agradar.
E se ela não gostar?
- Sabe a Regina George?
- Você é sempre assim mesmo quando tá nervosa? Perguntando coisas aleatórias? - Sana a perguntou em um tom irônico, fazendo Tzuyu rir.
- Eu confesso que eu já tive uma quedinha por ela.
- Quem nunca, né? - As duas riram. - E, enfim, vai falar que se apaixonou pela cópia dela?
- Ei, não. Eu não gosto de você.
- E já me beijou umas três vezes, Tzuyu. Qualquer coisa vai avisando.
- Olha nas três você que me beijou! - Gesticulou. - E, porra, eu não sei, tá?
Tentou se explicar, se virando e ficando de barriga para cima enquanto olhava para o teto. Sana grunhiu baixinho, estava quase a beijando, mas não teve iniciativa e realmente confiou que ela faria aquilo.
- É confuso. Eu gosto ou não de mulheres?
- Só vai saber se beijar uma.
- Para com esses joguinhos... Eu sei que, aí dentro, tá me zoando. - Revirou os olhos, sentindo Sana recolher suas mãos rapidamente e ficar na mesma posição.
Caralho, Tzuyu. Deixa de ser otária e me beija logo, filha da puta!
- Eu poderia ter te mordido. Me arrependo. - Sana comentou com um falso tom triste, fazendo Tzuyu rir, fazendo um rosto falsamente assustado.
- É? - Dessa vez, ficou de bruços. - Morde agora, aproveita que eu estou dando a permissão.
- Tem certeza? Eu deixei roxo da vez passada. - Tzuyu logo recolheu seu braço, que anteriormente estava sendo oferecido para Sana, claramente no tom de brincadeira.
- Deixa quieto. Não quero aquela marca de mordida no meu braço de novo. Minha mãe ficou louca, pensou que o cachorro da vizinha tinha pirado de novo.
- Vamos relembrar os velhos tempos, Zu.
- Sai fora. - Deu um leve empurrão, vendo Sana fazer um drama e ir até a beira da cama.
Não demorou muito e Minatozaki já estava perto de Tzuyu novamente, a taiwanesa mexia em seus cabelos enquanto tinha seus olhos fechados, elas tentavam não levar tanto a sério após a conversa anterior.
Os lábios entreabertos e a respiração lenta fez Chou pensar que Sana havia dormido, até porque aquele maravilhoso cafuné era delicioso.
- Sana? - Chamou, mas nada. - Apagou.
As pontas de seus dedos tiraram as mechas dos olhos, e, em um movimento rápido, Sana estava grudada em seu corpo.
Tzuyu gelou, não sabia o que fazer, mas confirmava: Sana realmente se mexia muito enquanto dormia. Ela se virou umas dez vezes em três minutos deitada.
Tzuyu umedeceu os lábios, descendo o olhar até os lábios entreabertos e apertando os próprios anos enquanto pensava se deveria ou não fazê-lo.
Essa é hora do período fértil atacar?
Franga como sempre, Tzuyu ignorou o fato de Sana estar em seus braços, com seu perfume suave invadindo suas narinas e as bochechas amassadas pressionadas perto de sua clavícula.
Tentando não se mexer tanto, ela rapidamente pegou o seu celular e abriu o aplicativo de conversas.
Por que não uma sessão de terapia com Dahyun ás plenas quatro horas da manhã?
Bocejou enquanto digitava o que acabava de acontecer para Kim, que parecia incrédula e feliz.
Tzuyu
amiga, socorro |
a Minatozaki está >> GRUDADA << |
em mim, minha amiga |
Terapeuta 💔
| e o foda-se?
| eu estava quase cochilando
| nos braços fortes da minha mulher
| e você me mandando mensagem
| logo em uma situação sagrada!
Tzuyu
desculpa, mas eu acho que a |
medrosa da Chae já deve tá |
dormindo agarrada com a crush |
e eu precisava desabafar! |
Terapeuta 💔
| desembucha
Tzuyu
eu acho que eu gosto da Sana |
Terapeuta 💔
| e a novidade? Cadê?
| todo mundo já sabia
Tzuyu
ué, gente |
tmnc vocês também |
Terapeuta 💔
| enfim, tenta se declarar pra ela
| sem pressão ou nervosismo
| seja objetiva, leve e confiante
| temos certeza que ela vai aceitar
| namorar contigo
Tzuyu
tá, eu vou tentar |
assim que ela acordar, óbvio |
Terapeuta 💔
| tá, se precisar de mim, tenta não
| precisar e não me manda
| mensagem
Tzuyu
certo, chata |
vai ser gay com a sua ficante ent |
Terapeuta chata 💔
| acertou na ferida, sua
| gay homofóbica!
Tzuyu
se fode, tbm |
Terapeuta chata 💔
| vai dormir, peste ruim
Tzuyu riu, fazendo-se como ordenado por Dahyun. Colocou o celular na pequena mesa ao seu lado esquerdo lentamente, temendo acordar a onça, cujo lhe morderia caso lhe acordasse.
E lá estava Sana, os cabelos loiros bagunçados, rosto amassado e lábios entreabertos.
Lábios entreabertos.
- Ah... Não, não. - Tzuyu balançou rapidamente a cabeça para os lados, suspirando baixinho ao sentir Sana se virar para o lado contrário. Por um momento, jurou que a cópia da Cher Horowitz acordaria e seria o fim de sua jornada.
- Demônia.
- Tá, uma demônia realmente linda. - Recusou-se a mentir, virando para o lado contrário de Minatozaki. Já havia tido muitos gay panics por causa dessa...
Xingamentos não se passam pela sua cabeça naquele momento.
Bocejou e finalmente fechou seus olhos.
Meia hora se passou, Tzuyu não conseguia dormir. Virou-se para um lado, para o outro, mas nada. Sana se moveu umas cem vezes enquanto esses trinta minutos se passaram.
Chutou suas costas e Tzuyu não hesitou em devolver, junto àquele palavrão de lei. Naquele momento, Tzuyu estava em uma situação constrangedora:
Sana estava abraçada com sua cintura enquanto seu rosto estava em seu pescoço. Pior, sua respiração lhe fazia cócegas.
Era uma tortura.
Temeu olhar para baixo, apertando os olhos enquanto tentava empurrá-la e não acordá-la.
- Filha da puta... Sua desgraçada do caralho. - Gemeu de dor ao sentir o pé de Sana chutar rapidamente sua perna enquanto ficava de bruços.
Esfregou onde havia sido machucado, xingando até a décima geração da Regina George.
A japonesa lhe deu uma resposta em japonês, meio desconexa, mas Tzuyu jurou ser um xingamento pelo tom. Vai ver estava xingando o seu namorado babaca de novo...
Até dormindo? Sério?
- Bem que a Nayeon disse dessa filha da puta... Por que eu não fui dormir com a Chae? - Lamentou, fingindo chutar Sana, que praticamente babava enquanto contava carneirinhos.
- Me pergunto a mesma coisa. - A Minatozaki, puta da vida, coçou os olhos enquanto se sentava na cama. Tzuyu a empurrou de leve, com a mão no peito pelo susto.
- Porra... Vai matar outro, puta merda. - Colocou as mãos no rosto, vendo Sana lhe encarar seriamente enquanto se cobria até a cintura pelo cobertor branco.
- Você fica falando direto, como não vou acordar, linda?
- Nem vem, você que tava me chutando.
- Eu tava dormindo, tudo bem? — Tzuyu revirou os olhos.
- Aproveita e volta a dormir, peste bubônica.
- Tua mãe.
- Vai se foder. - Tzuyu rebateu, se virando pro lado contrário de Sana.
A loira a viu virar com um semblante cansado, a vendo totalmente descoberta. Óbvio que, no auge do romantismo, Sana a cobriu, embora esteja aparentemente desinteressada.
- Tá muito frio, não fica descoberta. Vai pegar resfriado. - Tzuyu não segurou a risada, vendo Sana fingir estar totalmente entediada com a ideia de estar cuidando da Chou, deitando-se ao seu lado, consideravelmente longe.
- Sana? - Chamou, virando para o lado da japonesa. Apesar de não parecer, Tzuyu havia saboreado algumas bebidas que os pais de Jeongyeon durante àquela terceira guerra mundial, cujo também era chamado de UNO.
A garota respondeu com um resmungo.
- Você lembra do... Beijo?
- Beijo? - Perguntou tanto para si mesma. - Que beijo, Tzuyu?
- O nosso, ué. Lá na casa do amigo só Jackson, na festa, no quarto dele. - Sana corou, alguns relances vieram na sua mente.
- É... - Pensou em alguma coisa. - Não, não. Vai dormir, amanhã tem que ir cedo para casa, sua mãe tá preocupada.
- Vai me deixar amanhã?
- Vou sim, tô te devendo uma depois de me carregar nas costas.
- Não foi nada... - Riu, vendo Sana virar e parando na sua frente. - Eu gostei de passar o tempo com você. Eu juro que essa rivalidade não é por mal, eu só quero te proteger igual você.
- Não fala merda. - Tentou a silenciar, sabia que estava bêbada somente por causa do jeito que falava, embora pouco. - Volta a dormir, amanhã a gente fala disso.
- Chata. - Murmurou, voltando a fechar os olhos e se agarrando ao sono.
Tzuyu era completamente diferente de Sana, ficaria ali, na mesma posição a noite toda.
. . .
- Você foi na casa do Jongdae?! - Mark saltou com a revelação de Jaebeom, que olhava para Nayeon treinar com as outras líderes.
O jogador de futebol cruzou os braços, assentindo e acenando para Nayeon, sorrindo largamente para a garota. Ela se sentia mais segura com o Do preso, esperando o julgamento, e com seu irmão vigiando tudo.
Não contou nada sobre Jongdae e o grupo, mas conseguiu arrancar umas informações dele.
- Você é louco? O cara vai falar pra polícia, irmão! - Mark, desesperado, segurou firmemente a jaqueta de Jaebeom.
- Não, não vai. - O de cabelos escuros deu um gole em sua garrafa de água. - E eu descobri sobre uma gangue, sabe? É daqui, mas são bem discretos.
- Quem participa?
- Os três lá... - Pensou. - Lee Taemin, Choi Minho e uma outra pessoa que segue sendo um mistério. O Jongdae até me avisou que não era pra me meter nisso, mas eu não ligo, sinceramente. Eu só quero que ele pague por cada foto que mandou Kyungsoo compartilhar.
- Já pensou se ele foi ameaçado e foi obrigado a fazer isso?
- Eu não ligo, já disse. Ele compartilhou de qualquer jeito, Mark. - Jaebeom diz, saindo da arquibancada e tirando a sua jaqueta.
Esticou a jaqueta com o seu nome atrás para a irmã mais nova, que a vestiu rapidamente, dando-lhe um sorriso gentil.
- Não se mete nisso, porra. - Mark murmurou, pensando nas consequências.
Olhou para Jackson, que entrava no ginásio com um sorriso triunfante. Saiu da arquibancada e o puxou pelo blazer até estarem escondidos em um lugar mais privado, não era confiável conversar abertamente.
- O que é? - Jackson logo o questionou, vendo Tuan ofegante.
- O Jaebeom, ele... - Recuperou o ar que precisava. - Ele foi até o Jongdae ontem, Jackson. Você entende o quão perigoso é se envolver com aqueles idiotas?
- Cacete. - Coçou a nuca. - E ele vai procurar a gangue? Porra, ele vai se meter em uma furada que eu nem quero imaginar.
- Ele vai morrer desse jeito.
- Ele só pode querer acabar que nem o Jinyoung, não é possível.
- Cala a boca, Wang. Você sabe bem que ninguém quis matar ele. - Mark estava raivoso de repente, segurando a gola da camisa social de Jackson e falando entre dentes. O loiro soltou uma risada sem graça e irônica.
- É, você só empurrou ele de cima do terraço. - Revirou os olhos, grunhindo de dor depois de Tuan lhe empurrar contra a parede novamente, ele tinha o seu braço pressionado em seu pescoço, lhe sufocando.
- Não o empurrei, Jackson. Puta merda, quando vai entender que o cara se matou? - Wang sorriu, como um sádico.
- Se matou? Sério? - Riu. - Ninguém acredita nessa porra, Mark. Nem mesmo eu acredito nessa mentira que eu mesmo inventei na época. Acredita que foi a primeira vez que eu havia feito isso? Os pais do pirralho foram na minha casa esses dias, eu tive que fingir chorar e estar de luto por aquele merda.
Jackson sentiu uma leve falta de ar quando Mark empurrou seu braço fortemente contra seu pescoço mais uma vez. Sabia que Tuan nunca quis fazer aquilo, mas apenas o fez porque ele havia ordenado e havia o ameaçado que ele seria o próximo.
Jackson era sujo.
- Olha aqui: não deixa o Jaebeom chegar no Suho, fechou? - Jogou o braço de Tuan agressivamente. - Se acalma, Mark. Ninguém vai saber que você empurrou o Jinyoung, eu lhe garanto que é inocente e que foi um suicídio. Somente.
- Você é um merda.
- É? - Sorriu, rindo do rosto raivoso de Tuan. - Você acha que eu me importo com o que você me chama, Tuan? Eu tenho coisas melhores pra fazer, tipo levar Chou Tzuyu pra cama.
Mark apertou os lábios.
- Não vai fazer a mesma coisa que o Do fez com a Nayeon, não é? - Jackson sorriu, confirmando automaticamente.
- Talvez. Quem sabe.
- Você é um nojento, puta merda... - Mark não pode hesitar em segurar firmemente a gravata de Wang, afrouxando e não tirando os olhos daquele grande estúpido.
- Sou? - Riu, fingido como sempre. Aquela máscara de coitado, surpreso pelo fato de Nayeon ter suas fotos compartilhadas, tudo era ensaiado.
- Desculpa, Mark, mas eu sou um Wang, eu sou o menino perfeito que, felizmente, não comete crimes.
- Você faz os outros cometerem por você.
- É, acertou. - Cruzou os braços. - Eu nunca sujaria minhas mãos. Mas, convenhamos, aquelas fotos foram incríveis. Tenho que pagar para liberar o Kyungsoo logo, coitado.
Um silêncio desconfortável instalou-se entre os dois rapazes.
- Licença, eu tenho uma namorada gostosa pra me satisfazer agora. - Tocou seu ombro, passando pelo mais velho com um sorriso irônico e ao mesmo tempo malicioso. Se aproximou lentamente da orelha de Tuan.
- Lembra, né? Se contar uma coisinha do que aconteceu naquele dia, eu juro que te mato, Mark.
- Você é um filho da puta, Jackson. Como pôde ser tão sujo? - Empurrou os ombros do mais novo, que continuava com aquele sorriso nojento em seus lábios.
- É mal de família, sabe? - Sorriu ainda mais largo, se é que possível. Assim que piscou, Mark lhe deu um soco certeiro na maçã direita de seu rosto, lhe fazendo soltar uma gargalhada.
Um outro na barriga e Wang se via cuspindo sangue e, apesar de estar em uma posição pouco superior naquele momento, ele ainda tinha aquele sorriso sugestivo curvado em seus lábios.
- Você não merece viver, Jackson. Eu te empurraria invés do Jinyoung... - Mordeu o próprio lábio inferior. - Ele era meu amigo, seu merda!
Ao decorrer que falava, Jackson sentia seu rosto doer com os socos que o Tuan, já sem controle, lhe dava em uma sequência dolorosa.
- Sua irmã vai ser a próxima se você não ficar calado, idiota. - Jackson ameaça, limpando o sangue que escorria de seus lábios no próprio pulso.
Mark, com os olhos marejados, cerrou os punhos, doloridos por tantos socos fortes em Wang.
- Eu faço questão de te colocar na cadeia, seu sádico imundo. - Ao ver Jackson sair com um sorriso, Mark deslizou as costas na parede até estar em uma posição deplorável.
Abraçou as próprias pernas, sentindo seus punhos arderem, igualmente aos seus olhos, lágrimas escorriam por suas bochechas enquanto Tuan se agredia tanto mentalmente quanto fisicamente.
. . .
- O quê?! - Jaebeom gritou, incrédulo com as palavras de Mark. Eles estavam no vestiário masculino, onde não tinha muitas pessoas por estarem no intervalo.
- É, o Jinyoung, a Nayeon... Foi tudo o Jackson, porra! - Naquele momento, Mark não estava nem aí se iria morrer depois de contar aquilo.
- Jackson? - Jaebeom cerrou os punhos, contaminado com a raiva que habitava em seu corpo.
Ainda lembrava do choro de Nayeon, dos seus pais gritando com ela, da página do twitter sendo dirigido para somente aquela matéria.
As fotos, aquelas fotos eram as piores coisas que já havia visto em toda a sua vida. Sua irmã, nua, com as marcas que aquele desgraçado havia feito em seu corpo...
Jackson pagaria caro.
- Onde ele tá? - O Im perguntou, rangendo o maxilar. Tuan umedeceu os lábios, seria o fim da linha. Amanhã estaria morto, logo no chão depois de "cair" do terraço. Seria considerado suicídio também? Igual Jinyoung?
- Deve estar no refeitório. - Antes de Jaebeom ir, Mark segurou seu pulso. - Ele quer fazer a mesma coisa com a Tzuyu, aquela menina do terceiro ano B. Por favor, não deixa ele fazer nada com ela, eu imploro para que acabe com a raça daquele desgraçado.
- Eu vou fazê-lo pagar por causar caos nessa escola desde o começo. - Engoliu em seco ao pensar no que ele poderia ter feito além dessas coisas. - Eu vou ter garantia que ele não fará mais isso. Ele estará atrás das grades, Tuan, não se preocupe.
- Obrigado, Beom. - Se curvou, recebendo um abraço de Im, que logo saiu.
No refeitório, Jaebeom, com seus cabelos longos amarrados em um coque, aproximou-se do loiro. Ele sorriu ao ver Im, já sabendo o que viria depois e ele acertou. Um soco em seu rosto foi doloroso até para quem estava na posição de espectador, então, Jackson se levantou, vendo Tzuyu lhe olhar após o susto.
- Você que mandou compartilharem aquelas fotos, seu filho da puta?! - Segurou a gola de Jackson, se agachando enquanto esperava uma resposta de Wang, que continuava sorrindo enquanto seu olho estava roxo.
- Não sei do que está falando, Beom.
- Sabe, você sabe. - Rangeu os dentes, dando mais um soco. Naquela hora, ninguém perderia o seu tempo para ir para a diretoria e chamar o diretor quando poderiam somente estarem vendo aquela briga épica entre dois amigos e, melhor, envolvendo Nayeon e as fotos no meio.
- Que porra você tá falando?
- O Mark me contou, seu merda. Como pôde fazer isso? Você sabe que ela é importante pra mim, puta merda! - Mais um soco, mas sem respostas.
- Eu só queria ver como é, sabe? Ter uma irmã tão gostosa assim é um desperdício, Jaebeom. - Sorriu, sugestivo. Um outro soco, fazendo o Im olhar para a irmã mais nova, que estava horrorizada com as palavras de Wang.
- Você é um lixo, cara. - Cada palavra era um soco, Jackson estava dolorido.
- Sou? - Riu. - Sua irmã não disse isso quando tava de joelhos...
Mais um soco.
- Cala a boca. Puta merda! - Gritou. Tzuyu não sabia o que pensar. Estava sentada na mesa do refeitório e, de repente, estava observando uma briga e, pior, Jackson deixou cair a máscara de bonzinho.
Esse relacionamento terminaria ali.
- Nayeon... - Jackson a chamou. - Sinto muito. Eu deveria ter postado mas redes sociais. Pena que eu fui tão bonzinho e foi para meus amigos, sabe?
- Cala a boca, Jackson. Puta merda. - Tzuyu que disse, indo até Nayeon e a tirando daquele lugar, já que estava com os olhos marejados e estaria chorando compulsivamente depois daquelas falas nojentas.
- Tá vendo? Me fez perder a minha namorada gostosa, seu filho da puta! - Jackson gritou, devolvendo os socos de Jaebeom. E logo o Im estava em uma posição inferior ao outro.
- Eu nem acredito que fui seu amigo. - Jaebeom sorriu ao ser tirado pelos outros atletas.
- Quer saber? - Riu, sarcástico. - Eu só tava sendo seu amigo por dois motivos: primeiro, sua irmã. Segundo, você poderia ser o culpado pelas fotos.
Jaebeom tentou atacar novamente, mas os atletas não deixaram.
- Você matou o Jinyoung, seu porra! - Gritou, e, bom, aquilo chegou aos ouvidos de Sana, que até parou de comer para ouvir. - Sabe o quão machucado eu fiquei depois de saber da morte dele? O quão machucada a Sana ficou? Você estragou tudo, seu merda.
- O quê? - Mais uma vez, aquele riso sarcástico que lhe dava nervos. - Desculpa por terminar o seu relacionamento com a Sana e matar o idiota do Park. Mas, e se eu te contar que o Mark fez isso, hein?
- Você o ameaçou, é totalmente diferente!
- Mas ele empurrou do mesmo jeito.
Cerrou os punhos, correndo até Jackson e socando a sua bochecha mais uma vez.
Sana, ao ouvir aquilo, parecia cabisbaixa. Tudo aquilo aconteceu por causa deles. Correu para fora do refeitório, indo até o banheiro feminino, onde encontrou Nayeon chorando e Tzuyu a consolando. Jogou água em seu rosto, tentando disfarçar os olhos marejados.
- E-Eles mataram o Jinyoung, Nayeon. - Murmurou, com a voz trêmula. Tzuyu não entendia, óbvio que sabia do caso de suicídio que ocorreu três anos atrás, onde um rapaz caiu do terraço. Mas não sabia que haviam o incentivado a cair ou empurrado o garoto do terraço.
- Tá vendo porque eu queria eu te proteger dele? - Sana dirigiu aquelas palavras para Tzuyu, que ficou cabisbaixa.
- Eu não sabia que ele tinha empurrado ou matado seu amigo, Sana. Porra, como eu ia saber? Isso aconteceu há três anos atrás!
- Mas parece ontem! - Ela soltou. Tzuyu cerrou os punhos.
- Por que tá gritando comigo? Eu não sabia que o Jackson e eles haviam empurrado o seu amigo, puta merda! - Sana apertou as suas mãos na pia, mordendo o lábio inferior enquanto segurava o choro.
- Porque eu amava ele, Tzuyu... - Apertou os olhos, sentindo as lágrimas salgadas escorrendo por suas bochechas. - Você sequer perdeu alguém importante na sua vida para saber o que é essa dor?
Nayeon já havia parado de chorar, apenas fungava nos braços de Tzuyu. Chaeyoung apareceu, de repente, tirando Nayeon de lá e se desculpando por ter atrapalhado a conversa séria. Por alguns minutos, Chou pensou na pergunta de Sana.
Perder alguém.
- É, você tem razão. Eu, felizmente, não perdi ninguém importante. Eu, realmente, não entendo sobre perder alguém. - Se levantou, ficando perto de Sana, que a olhou. A diferença de altura era realmente cômica. Tzuyu se inclinou um pouco e a abraçou, simplesmente, a abraçou.
Então, os soluços começaram. Sana apertou a jaqueta de Jackson que Tzuyu ainda usava, a molhando com suas lágrimas. A Chou abraçava a sua cintura, quase a levantando, já que estava na ponta dos pés. Um beijo inocente foi deixado na bochecha rosada da loira.
- Meus pêsames, Sana. - Murmurou perto da orelha. - Eu acho que o Jinyoung era uma boa pessoa.
- Ele era, sim. - Sorriu ao lembrar dos momentos felizes que passou com Park. Porém, logo esse sorriso morreu ao lembrar de três anos atrás. Dos seus soluços, do corpo de Jinyoung jogado no chão, dos livros de romance perto do corpo e, em suas mãos, Romeu e Julieta, o livro que o devolveria.
Ao tentar se desfazer do abraço, Sana sentiu Tzuyu a puxar de volta.
- Vamos ficar assim só mais uns cinco minutinhos, por favor. - Pediu, aproximando-se mais. Sana sorriu, ainda fungando enquanto sentia o rosto de Tzuyu em seu ombro, inalando seu perfume.
- Tá, pode ser. - Em um murmúrio, Sana a disse, abraçando seu pescoço igualmente como ela abraçava sua cintura.
____
Oito mil palavras, me empolguei.
Viram como o Jackson é cuzão? Ainda tem mais brigas no próximo capítulo, lindos.
Até a próxima att! (Em 2026)
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top