Quem sou eu? Um homem sofrendo a dois anos, por uma única mulher, que casou com outro e já teve uma filha.

Minha vida era de casa pro trabalho, arrumei um emprego no bar, onde sempre vejo a Fernanda e seu irmão Temer.

Me casei com uma mulher e hoje temos um filho, Logan, herdeiro de toda a fortuna da família Mendes, e ele nem ao menos sabe disso.

Ele tem dois anos, a mesma idade da filha de Emilly e Rafael, que eu não sei o nome, eu consigo informações todos os dias delas, pois Annabelle ainda permanece trabalhando lá, mas eu sei que ela não conta tudo.

Hoje irei a festa de confraternização na empresa de Rafael, eu sou um de seus sócios, anônimos claro, e ele nem mesmo sabe, meu pai acordou do coma poucos dias antes de Emilly se casar e correu para a festa de  casamento, tentou parar com aquela loucura, enquanto os homens de Rafael me davam uma surra no beco, onde eu e Emilly tínhamos nos visto pela última vez, mas meu pai e Martin não conseguiram nada. Hoje eles tem que fingir não me conhecer, nos encontramos escondidos para administrar nossa emprega, para ninguém descobrir que moro no fundo de um bar, trabalhando de barman.

- olá senhor.

Falou um garoto de terno e gravata na frente da empresa, onde seria a festa, resolvi ir sozinho e não levar minha mulher, já que a mesma anda muito estranha.

- boa noite!

Falei passando por ele. Tinham combinado de todos irem de máscara, ideia minha, claro, me comunico por email com Rafael e ele sempre concorda com tudo que falo.

Para ele sou Dylan, moro em Lisboa e sou solteiro.

- senhor Dylan?

Chamou uma voz familiar, ao olhar vi Rafael, que tinha tirado a máscara para falar comigo.

Ele estava sozinho, parecia ter acabado de brigar, pois estava tenso.

- Sr. Rafael?

Falei forçando a voz e apertando a mão dele.

- é bom lhe ver aqui!

Falou e vi que ele estava com um corte próximo ao rosto, parecia unhas de mulher.

- o que ouve com seu rosto?

Perguntei e ele deu um sorriso de lado e falou :

- coisas com minha mulher... Se é que me entende.

Claro que Emilly dormia com ele, eu estava querendo o que? Que ela morasse com ele, tivesse uma filha e mesmo assim ainda me amasse? Não era pra mim ter desistido por dois anos assim.

- sim, sei como é.

Falei entrando em seu jogo e rindo.

- vou cumprimentar os outros convidados, fique a vontade.

Rafael saiu, indo até uma mesa cheia de mulheres e beijou uma. Será Emilly? Todos estavam de máscara e eu sabia que quando encontrasse ela seria diferente.

- vodka, por favor.

Ouvi uma garota falar ao meu lado, com o barman.

- sim senhora!

Falou o garoto que atendia, preparando sua bebida.

- uma garota tão linda bebendo? Com certeza problemas com o namorado, acertei?

Ela não me olhava, apenas encarava o balcão.

- não é da sua conta, vê se não enche o saco.

Ela se virou, ficando de costas.

- aqui sua bebida.

O barman disse dando a bebida daquela moça, tão linda, mas ao mesmo tempo mau educada e grosseira... Gostei dela.

- me traga a mesma bebida da moça!

Falei um pouco alto, para ela escutar também.

- sim senhor!

O garoto disse.

- trabalha na empresa?

Perguntei me aproximando.

- digamos que sim, mas o que você tem a ver com isso?

Eu sorri de seu jeito e ela permaneceu esperando a resposta.

- só acabei de me encantar por uma bela moça, que aparentemente está sofrendo.

Passei a mão por seus cabelos, que estavam soltos e eram muito familiares.

- eu posso cuidar de você, fazer esse sofrimento passar agora mesmo.

Falei passando a mão até tocar sua bunda e apertar, vendo ela fechar os olhos.

- sua bebida senhor!

O garoto disse e rapidamente tirei a mão do corpo dela, que voltou a beber.

- o que me diz? Sou muito insistente, posso esperar até amanhã.

Falei perto de seu ouvido e ela sussurrou :

- eu quero...

- não ouvi, fala mais alto!

Falei apertando sua coxa.

- eu preciso...

Ela disse e eu sorri satisfeito, meus métodos de conquistas são infalíveis, como sempre.

Peguei sua mão e levei ela para fora daquela festa. Na porta dei uma olhada em toda a festa, para ver se alguém nos observava.

De longe vi Rafael com uma ruiva, não era Emilly, vi Martin e meu pai.

Porque eles estão aqui?

Me perguntei, mas foquei minha atenção na garota de corpo escultural do meu lado.

- vem comigo!

Vi que ela já tinha bebido bem mais do que eu. Levei ela até meu carro, que meu pai havia alugado por hoje, pra mim vir aqui.

Sim, eu estava com esperanças de encontrar Emilly, mas parece que ela ainda não chegou ou não vai vir.

Tentei tirar a máscara dela, mas a mesma colocou a mão nos meus braços, impedindo que eu fizesse.

- vamos deixar nossas identidades em segredo.

Eu concordei, seria até melhor, pois ela trabalha na empresa e ninguém podia saber que sou Derek Mendes, o gostosão.

- como quiser princesa.

Falei e comecei a beijá-la.

Pela noite foram diversas vezes, várias posições e beijos em todo o corpo.

Ela se derretia toda em meus braços e eu fazia cada vez mais forte e gostoso, isso sim era foder, a sensação era de que eu estava com Emilly. Minha mulher nunca foi tão gostosa assim.

Depois de muito sexo, voltamos para dentro da festa.

- dança comigo, princesa?

Falei e ela não falou nada, apenas segurou minha mão e começamos a dançar, em poucos minutos fomos encostando nossos corpos, até estarmos bem juntos e a música era lenta.

- vamos nos encontrar de novo?

Perguntei e, próximo ao meu ombro, ela disse :

- não sei...

Preferi curtir o momento e esquecer que seria apenas por hoje, aquela dança não sairia da minha cabeça.

- senhorita? Melissa... Ela...

Uma mulher falou chegando perto de minha parceira.

- fale logo, o que ouve com ela?

A mascarada falou se soltando de mim e eu deveria sair dali, pois via o tumulto que já estava se formando ao redor.

- ela desmaiou... Está no hospital e eu vim avisá-la.

Falou a mulher, que aparentava ter seus 40 anos, cabelo grisalho, rosto com rugas e olhos arregalados.

- fez bem, vamos...

Ela saiu rápido e eu tentei segurar seu braço, mas a mesma tentou se soltar e acabou deixando a máscara cair. Ela estava de costas e não consegui ver seu rosto, soltei seu braço, peguei a máscara, mas já era tarde, apenas ouvi um carro sair em disparada dali.

Tam, Tam, Tam, Tam, quem será? Será Fernanda? Annabelle? Ou até a mulher dele, que vocês vão conhecer logo.