Capítulo 3


Tom pensou que voltar para casa, onde viveu com sua mãe, seu pai ia dar mais atenção que nem em Londres, mas realmente isso não aconteceu. Depois do grande baile, viu seu pai sempre sair às 9h e voltar perto do almoço, ficava no escritório fazendo poemas e só o via na hora de dormir.

Não gostava de ficar com aquela senhora chamada Tina, a senhora tinha um cheiro estranho e um olhar distante. Quando a viu de manhã de novo numa quarta-feira, nosso menino simplesmente saiu do quarto apressado atrás do seu pai, que quase saiu pela porta, o parando e puxando a calça.

- Tom? E aí, garoto, cuidado. – Fazendo carinho em seus cabelos loiros.

- Por que está fugindo de mim? – O menino puxou o pai desesperado. – Disse que ia ficar mais comigo, mas está sempre fugindo de mim. – As lágrimas já começaram a corromper os olhos, descendo.

- Ah, filho, - Eric sentiu seu coração se despedaçar. – Não estou fugindo de você. – Beijando com carinho suas bochechas manchadas de lágrimas. – Estou trabalhando numa coisa muito importante que vai fazer parte de nossas vidas. – Simplesmente o levou até o relógio no corredor principal. – Voltarei mais cedo hoje para compensar. – Eric não queria perder horas com Annelise, sua mãe era um pouco controladora com a filha, o que o deixava irritado, mas realmente tinha que lembrar que tinha um filho que merecia sua atenção.

- Iremos acampar? – Ele parecia um pouco mais animado e menos choroso.

- No quintal, - no meio das flores para deixar o jardineiro irritado. – Iremos nos aventurar no meio das flores como conquistadores. – A alegria do menino será a tristeza do trabalhador, o fazendo rir baixo.

- No que está trabalhando? – Pensou que ia fugir daquela pergunta, mas não poderia realmente fugir para sempre. Annelise, depois do casamento, iria morar com eles.

- Irá ver na festa do chá de sua tia. – Murmuro cansado, vendo o relógio, pondera o avisando que estava 5 min atrasado. – Voltarei, agora vai lá destruir a mentalidade de Tina.

Tom correu alegre para cima.

...

Annelise encarou o relógio um pouco nervosa, ele nunca se atrasou tanto. Sua mãe e ele estavam realmente animados para uma grande festa de casamento, não queria tanta festa, não ia conseguir aproveitar. O problema de sua perna a deixou debilitada em alguns momentos.

Tê-lo dando atenção já era algo incrível, ele a olhou com um olhar tão normal, não ligando para seu problema, a deixando aliviada, mas sabia que isso vinha com um peso. Sua mãe e todos que quiseram falar algo sabiam que ela seria a nova mãe do menino de 7 anos, Tomiam Artois, o futuro conde das terras de Burford. O casamento foi completamente pensado nesse trabalho para a vida toda, mas tentava a todo custo acreditar que Eric gostava dela pelo menos um pouquinho, mas realmente não sabia se isso era sua mente cobrando alucinações e ilusões que nunca aconteceria. Já sabia desde que tinha compreensão que sua vida nunca seria fácil e com amor.

Talvez devesse ficar mais aliviada, além do mais, seria mãe de um menino e viveria em alguma casa no campo, deixando-a um pouco mais à vontade.

- Cheguei. – Eric veio como uma tempestade, trazendo alegria e calor. Annelise largou o livro que tentava ler a todo custo, "eu morreria por você", e finalmente deu ao seu cavaleiro toda a sua atenção.

- Estou honrada com sua presença. – Murmuro num sussurro baixo, mas audível, ao mesmo tempo que sorri gentilmente, mas parecia que algo o incomodava. – Aconteceu algo?

- Como sabe que aconteceu algo? – Ele parecia um pouco surpreso com o acerto em cheio, fazendo Annelise o olhar mais de perto.

- Talvez porque, quando está preocupado ou apreensivo, sua testa fica franzida. – Annelise já tinha pegado os detalhes do homem à sua frente, desde o momento em que o viu partir de Londres, os olhos azuis e os cabelos loiros davam um ar jovial ao futuro conde, sem contar sua boniteza que a deixava sem fôlego.

O comentário o fez rir baixo.

- Estou certa então? – Continuou servindo seu preferido chá com leite e um biscoito ao lado, enquanto voltava para si com um pouco de chá de camomila.

- Sim, esta, - Eric voltou a mesma pensativo. – Terei que sair mais cedo hoje, preciso dar um pouco de atenção ao meu filho, acredito que ando o negligenciando. – Tentou ver alguma indignação vindo de Annelise, mas seus olhos pareciam normais enquanto bebia o líquido quente, mas Eric conseguiu ver uma pequena tensão o fazendo sentir-se dividido.

- Bom, filhos vêm sempre em primeiro lugar. – O sorriso foi gentil, mas os olhos demonstravam tristeza, Eric já iria comentar algo quando viu Lilica aparecer entre as portas decoradas.

- Veja só quem chegou. – A sra. Cora chegou sorridente. – Espero que fique bastante tempo para conversarmos sobre a festa, já que Annelise não me ajuda muito. – O desconforto a fez voltar para longe, deixando Eric um pouco irritado.

- Poderei comentar isso depois, acho que agora quero passar um pouco mais de tempo com minha noiva, acredito que isso me deixaria mais feliz agora. – Sra. Cora, com um sorriso amarelo, voltou de onde veio com rapidez.

- Só você para fazer recuar. – Ela murmura tranquilamente. – Mas acho que não fugirei muito da festa. – Annelise não parecia muito animada, fazendo Eric ficar um pouco confuso.

- Não gosta da festa? – Os olhos gentis foram para pânicos bem rápido, fazendo Eric rever o que falou, procurando algum problema.

- Acredito que...

- Lembre-se de que quero que seja sincera com seus sentimentos. – Ele sempre tem que lembrar algo, tocando de leve sua mão. O sorriso alegre e com as bochechas queimadas pelo vermelho o fez sentir um calor pecaminoso, o fazendo tentar se conter. – Agora me fale, quer uma festa?

- Não tão grande, gosto realmente de algo mais familiar. – Annelise voltou a Eric buscando alguma reprovação, mas tinha um olhar apreensivo, o deixando tranquilo. – Acho que assim será melhor. – Para Annelise, segundos casamentos não deveriam ter grandes festas.

- Entendo. – Ele teria que cancelar algumas coisas, mas realmente viu um certo nervosismo nela, notando os olhos dos pais e irmãos à sua volta. Sabia que teria mais intimidade quando tivesse ela só para si. - De qualquer forma, irá à festa da sra. Madumi?

- Senhorita Lidya? - Annelise encarou pensativa Eric. – Acredito que sim, Erika foi convidada por sua mãe. – Ela alisou o vestido, Erika tinha contado o que sua futura sogra queria fazer em tentar salvar o filho de algum golpe, o que a deixou apreensiva.

- Que bom, espero você lá, acho que podemos realmente já nos apresentar a Tom. – Eric realmente estava nervoso, ele não queria desistir de Annelise porque Tom não gosta de Annelise.

- Acha que será bom apresentar uma pessoa diferente num ambiente cheio? – Annelise não sabia o que esperar na verdade, tinha dons com crianças, mas Tom poderia ser um menino ressentido que não vai gostar muito dela, ninguém gosta de substituir a mãe.

- Lidya é minha irmã, acredito que um ambiente familiar facilitará as coisas. – Eric já tinha deixado claro que se Tom não gostasse dela possivelmente o casamento seria cancelado, mas naquela hora não estava tão apaixonado pela dama à sua frente, o deixando pensativo e nervoso.

- Hm. – Foi tudo que Annelise soltou, deixando um clima meio pesado. Só de pensar em tudo, a fez querer chorar. Esperava que teria algum tempo a mais para virar mãe e agora seria jogada aos lobos, sem contar que teria mais família a conhecer, senhora. Artois a achava uma golpista manca e o sr. Artois a encarava com desgosto, fazendo-a sentir uma fraqueza.

- Acalme-se – Eric tentou tocá-la, mas ela recuou um pouco. – Dará tudo certo. – De novo, ele realmente não entendia esses nervosismos, muitas damas iam gostar disso tudo, mas Annelise parecia quase surta com classe, talvez só não o deixou na sala de descanso porque ele iria atrás ou até mesmo sua mãe. – Só seja você mesma. - Ele sorriu, tranquilizando-a.

- Se você diz. - A voz nem saiu, voltando ao chá, tremendo um pouco.

- Pois deve confiar mais em mim, além do mais, é isso que esposas fazem. – Ele tentou voltar com aquele sorriso que ama, mas tudo que recebeu foi um singelo, o deixando um pouco pensativo.

- Falando desse jeito, até parece que...

Antes de ela completar, veio o aviso de 12h, fazendo-a recuar um pouco e Eric resmungar baixo. Sem se atrasar, ao ver Fabio entrando na casa, Eric viu seu futuro sogro cumprimentar os filhos em ordem de nascimento até chegar nas meninas e o ver marchando até a sala de estar, diferente da sra. Lilica, que tinha um certo ressentimento pela menina, viu o carinho paterno bem ali.

- Bom dia, minha flor. – Beijando sua cabeça, fazendo Annelise sorrir como uma criança, deixando Eric com certa inveja do sogro. – E senhor Artois, acredito que já esteja na hora de acabar com essa corte por hoje. – Resmungo irritado.

Causando risadas a Annelise.

- Papai, - foi só uma chamada. – Ele já está indo. – Por fim, se levantou com leveza, o andar foi tranquilo. – Obrigada por ter vindo hoje, Eric. – Ela sorriu e a mão foi puxada por um beijo e o pequeno mordomo o levou à porta. – Nós veremos na festa. – Murmuro um pouco mais alto, o vendo partir com um sorriso.

Com a porta fechada, se sentou de novo no sofá.

- E aí? – Fabio conhecia a angústia na menina.

- Eu realmente gosto dele. - Sua voz foi banhada com lágrimas.

- E qual é o problema? – Fabio voltou-se para a filha pensativo.

- Disse que se o filho não gostar de mim, o casamento seria desfeito, meu destino está preso na mão de uma criança. – Ela se agarrou ao pai em prantos, deixando Fabio um pouco desconcertado. – Às vezes acho que ele até pode gostar de mim... – Ela acabou se recompondo quando viu a mãe sumindo antes que Lilica pudesse colocar a mão na filha.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top