Capítulo 13


Tom tinha 12 anos.

Eva chegou aos seus 4 anos de pura saúde.

E bom, Annelise, no meio de tanta alegria, recebeu uma carta junto com Eric falando que Tom está aprontando na escola, fazendo os dois saírem do palacete para ir na escola dos cavaleiros, a fazendo já pensar no que seria esse problema.

- Será que alguém bateu nele? – Annelise parecia um pouco paranoica, lembrando de seus próprios problemas, enquanto Eric tudo que fez foi a consolar.

- Acho que pode ser o contrário. – Eric nunca viu seu menino apanhar, mas já viu ele batendo e normalmente os resultados eram horríveis.

Adentrar a escola foi um show para Annelise, ir até a Irlanda, um daqueles castelos maravilhosos, a deixando um tempo admirando a belezura do lugar. Ficou imaginando se nesse prédio teve um rei e uma rainha, aqueles romances proibidos dos livros que lia , fazendo-a sorrir para os jardins e aquela neblina misteriosa em cima das árvores moldadas para figuras enormes.

- Nossa, que linda. – Eric parou de andar para ver jovens adolescentes olhando sua esposa, o fazendo sentir um sentimento de orgulho por ter Annelise ao seu lado, mas por ter um ciúme o deixando meio pensativo. – Tom tinha razão, a madrasta dele é linda. – Murmurou o loiro passando para longe.

- Annelise? – O chamado fez sua querida esposa voltar a ele sorrindo em seu vestido rosa padrão, caminhando com delicadeza para seu lado. – Gosto de algo? – Resmungou baixo enquanto voltaram à caminhada.

- Será que podemos ver o castelo depois? – Volto para Eric timidamente, ela não conversava muito em público e sempre tentava manter a mangueira disfarçada, o que a fazia cansar às vezes, deixando-o sempre com certas preocupações.

- Só eu e você? - Ele sabia que menos pessoas em volta era melhor.

- Se não for pedir muito. – Ela sorriu, ajeitando o chapéu, voltando para frente, dando de cara com um Tom com o nariz sangrando, fazendo Annelise quase desmaiar. E Eric, quando encarou o que fez a mulher quase cair, deu de cara com o filho.

- Por que trouxe ela? – Tom parecia envergonhado enquanto tentava conduzir a mãe para o banquinho.

- Para ela ver que o afilhado é um sem-vergonha, - Eric estava irado. – O que se apronto? – Annelise voltou encarando Tom chocada enquanto o menino voltou ao pai bufando irritado.

Era para ter vindo sozinho, - Annelise tocou de leve no rosto machucado, buscando mais estrago, vendo meio a contragosto ceder ao toque carinhoso. – Eu estou bem!

- Ah, Tom. – Ela parecia melancólica e destruída pelo que aconteceu.

- Sr. Artois. - O coordenador apareceu depois da sair da porta e o menino que sofreu agressão saiu com o pai do suposto, bom o menino parecia destruído, Annelise encarou o rosto do mesmo destruído voltando para Tom que fugiu dos olhos de Annelise, mas Eric simplesmente sentiu orgulho e horror ao mesmo tempo.

- Sr. Colte. – Cumprimento de leve entrando para dentro da sala. – Fique com ele aí. – Foi seco para Annelise que simplesmente assentiu e a porta de madeira fechou atrás dos dois.

- O que aconteceu? - Ela volta a Tom mais concentrada enquanto tirava um paninho de sua leve bolsa, fazendo-o procurar algum lugar com água, sentindo-o atrás dela.

- Mãe? Para eu estou bem. – Tom a segurou de leve, vendo-a suspirar enquanto limpava os machucados com o pano seco mesmo. – Foi uma briga boba.

- Sim, aquele que perdeu ficou sem rosto. – Ela acabou rindo junto com Tom. - Foi só uma briga ou teve algo mais? – Annelise encarou os olhos azuis de Tom.

- Ele estava intimidando alguém e eu mostrei que tem gente mais forte no dormitório. – Mostrando as mãos machucadas fazendo Annelise suspira de aborrecimento. – Mas tudo é um exagero, nenhum outro pai vem aqui quando tem briga. – Empurro a mão o cuidado.

- Bom, seu pai realmente se importa com você, - Ela rasgou o paninho, amarrando nas mãos dele, deixando Tom com uma cara mais amigável, do jeito que ela gosta. – E ele quer que você seja um homem bom, que nem ele. – Fazendo um carinho em seus cabelos loiros, o deixando bem arrumado. Os meninos que acompanharam de longe ficaram com inveja de Tom, e o mesmo notou, deixando as bochechas em vermelho de vergonha. – Mas se a briga foi algo de boas intenções, acho que posso conversar com seu pai. – Ela sorriu ao menino.

- Duvido que ele te ouse. – Tom sabia que o pai bravo poderia ser cruel.

- Vale tentar, né? – Sua coragem o impressionava às vezes.

- É. – Ele aceitou, mas quando a porta foi aberta saiu um Eric muito sério, deixando Tom apavorado, enquanto Annelise ficou o analisando de longe.

- Vamos indo! – Eric inclinou-se para a saída e Tom seguiu de peito erguido. Annelise levantou-se com delicadeza, andando um pouco mais distante que os dois que iam à frente de igual.

A sabia que em casa seria um grande problema.

Enquanto andava sentiu uma tontura estranha a fazendo para um pouco, quando volto a enxergar normalmente tinha muitos meninos a sua volta, além do Tom e Eric a encarando. – Está tudo bem! – ela realmente abanou de leve seguindo em frente ignorando os murmúrios.

A carruagem nunca foi tão aconchegante, mas ao mesmo tempo sufocante, fazendo-a procurar um pouco de ar.

- Annelise, está tudo bem? – Eric entrou logo depois de Tom, vendo a mesma se abanando com força sobre o leque.

- Sim. - Resmungo pensativa, fazia tempos que não passava mal, a fazendo buscar o que lhe fez passar tão mal. – Podem conversar, estou bem.

- Não é o que parece, quase desmaio ali atrás. – Tom encarou Annelise preocupado. Já tinha perdido uma mãe, não queria perder outra.

- Está tudo bem. – Ela garantiu enquanto ficava do lado da janela, sentindo-se melhor, o vento gelado batendo a fez ficar mais leve.

- Precisamos discutir sobre o castigo do menino - Eric a encarou, voltando ao Tom. – Ele quebrou um nariz e tirou dois dentes do outro.

Tom voltou a Annelise esperando alguma ajuda, mas vendo a madrasta branca o fez repensar se ele mesmo não conversaria.

- Acho que ele fez um coisa ruim, mas o motivo não foi cruel. – Tom desistiu, a mãe dele estava doente mais ia falar o fazendo voltar ao pai que parecia quieto. – Você sabe por que ele bateu no outro menino?

- Sei, mas achei que conversa ia ser melhor do que agressão. – Eric voltou ao filho pensando no que ele falou para Annelise para o proteger agora.

- Sim, quando tem gente sofrendo alguma agressão, vamos conversar porque os superiores vão entender. – Tinha desdém e Tom, pela primeira vez, se sentiu um merda, seus pais nunca brigaram e olharam feio um ao outro.

- Acho que não deve se meter nesses assuntos...

- Como assim não devo me meter? – Annelise o encarou feio.

- Não deve se meter, porque Tom não é seu filho! - Eric declarou por fim, deixando um clima tenso dentro daquela carruagem. Não houve gritos, mas corações estavam quebrados e machucados. Tom viu sua madrasta simplesmente voltar o rosto para a janela.

- Está bem. – Foi tudo que ela soltou.

Deixando os dois homens quietos.

...

Chegar no palacete foi um clima de velório. Annelise estava machucada. Como ele solta uma coisa dessa? Depois de tantos anos? Ela não chora naquela carruagem porque a vergonha a pegava mais. Quando saiu da carruagem, pegou Eva e Alfredo e foi para o seu quarto, e se trancou lá.Finalmente, pôde chorar e sua menina ficou confusa e assustada.

Já Alfredo ficou lambendo suas mãos.

- Annelise?! – Eric realmente a chamou, mas houve um silêncio do outro lado do portão, fazendo-o bufar. Ele falou besteira, besteira era pouco, ele só queria que ela o apoiasse como sempre fez, mas ela simplesmente o protegeu, deixando-o com um pressentimento ruim. – Ótimo! – Bufando para o vazio do palacete.

Ele estava sozinho, Tom tinha se fechado em seu quarto também, quem deveria tomar um castigo era Tom e não ele. Ficou parado na porta do quarto dela, quando viu a mancha simplesmente correu para dentro, pegou a Eva e o cachorro e sumiu para dentro do quarto.

- Vamos conversar. – Ele chora na porta.

- Você já me conta como se sente. – Ela resmungou com uma voz chorosa, o fazendo se sentir péssimo.

- Eu não devia ter falado isso, fiquei bravo, Annelise. – Sua voz foi algo para passar pela porta de madeira branca.

- Por que você ficou? Você nem ao menos quis me ouvir... – Eric nunca pensou que iria discutir por uma porta, mas logo ele ouviu um baque no chão, o fazendo ficar preocupado.

- Annelise? – Pergunto, meio alarmado.

- Papai, a mamãe caiu no chão. – Eva parecia meio receosa, deixando Eric com o coração saindo pela boca.

- Como assim, querida? – Ele tentou não surtar em pânico, mas conseguiu fazer a filha tentar abrir a porta. O ataque à porta branca é aberto , fazendo-o ver uma Eva completamente em lágrimas e uma Annelise no chão, branca, e um cachorro rosnando sobre as costas dela. – TOM! – Foi tão urgente que o menino surgiu em poucos minutos.

- O que está acontecendo? – Tudo que Eric fez foi pegar Eva e dar a ele. – Pai?

- Fica com ela, por favor! – Voltando-se para Annelise, devia saber que algo estava errado. O caminho de ida estava com sinais de enjoo, agora, bom, ela estava com seu rosto no chão e conseguiu notar sangue? Mas viu que veio de seu querido nariz, puxando seu corpo frágil, procurando alguma coisa que não queria, como falta de coração, mas ela respirava e o mesmo ajeitou seu corpo contra o dele, a ouvindo resmungar.

- Eric? – Ela murmura baixo. – O que está acontecendo? – Sua voz tinha jeito meio grogue, o fazendo agradecer a todos os anjos e deuses que estavam em volta daquela bagunça.

- Estamos discutindo. – Ele pondera enquanto tentava levantar-se, seguindo para o quarto deles. Alfredo veio andando atrás. – Vou chamar o médico. – A colocando na cama, mais uma mão o segurou. – Querida?

- Não me deixa. – Foi tudo que ela solto e o mesmo ficou parado.

- Como vou chamar o médico? – Ele murmura, pensativo.

- Não chame, fique comigo, estou com medo. - Eric ficou ao lado dela por todo o tempo.

- Desculpa pelo que falei na carruagem. – Sentou-se ao seu lado, segurando sua mão na cama. – Estava irritado porque sempre concorda comigo e naquele momento você não fez isso, me questionou na frente dele. – O motivo era ruim, mas é a verdade.

- Ia falar para não pegar pesado com ele, porque se eu tivesse uma pessoa que me defendesse na escola, talvez eu não ia ser tão tímida na rua. – Veio num sussurro tão baixo que Eric entendeu quase metade do que a dama falou. – Mas realmente me machucou o que falou, parece que não me valoriza criando-o. – Seus olhos foram longe.

- Acho que não tem como corrigir, né? – Eric nunca viu uma crise de casamento aparecer tão rápido.

- Claro que tem, mas por hora acho que só estou chateada - Annelise ponderou, fraca. – Acho que só preciso de tempo, além do mais, nunca tivemos uma grande briga, mas meus sentimentos foram feridos. - Ponderou, pensativa.

- Talvez converse sobre isso? – Eric nunca comparou muito a relação que ele tem com Annelise sobre Lilian, mas as formas de como nunca teve grandes brigas fazia a relação com Annelise ser mais madura? Parecia que sim.

- Sim, mas agora meu rosto dói, o que aconteceu?

- Sua filha abriu a porta porque você foi de cara ao chão. – Eric chamou os empregados.

- Senhor? - Uma das companheiras das crianças apareceu com um rosto compreensivo.

- Chame o médico, pegue um pano e água gelada, por favor. - Com um aceno, Eric voltou para Annelise, vendo-a vermelha. – O que foi? – Já imaginando alguma febre.

- Fiquei com vergonha, ela me olha preocupada. – O fazendo relaxar. Se está se sentindo envergonhada, Annelise, está normal. O fazendo relaxar um pouco.

- Que bom, certo? – Eric ainda não entendia como essa vergonha tornava os assuntos tão calmos e bobos. – Quando nossos empregados se preocupam conosco, principalmente aquela que ganhou um cisne para comer no inverno? – Annelise foi a condessa mais bondosa de todas, pelo menos foi o que a governanta especulou em sua reunião, disse que aquelas serventes que iam passar fome no inverno ganharam um cisne de Natal, dos grandões, deixando uma das empregadas muito grata depois que o marido morreu e ficou com nove filhos.

- Já passei por situação parecida. – Annelise murmurou pensativa. – Não sei nem como nos conhecemos ainda? Você foi o anjo em minha vida! – Annelise esticou os cabelos delicados de Eric.

- Eu amo você. – Fez um carinho no rosto dela.

- Relaxe, ninguém nunca falou que casamento é fácil. – Annelise o tranquilizou, os dois brigaram, mas isso não ia os separar.

- Eu sei...

- Senhor? – Ambos olharam para cima, vendo a jovem mulher com um pano e panos limpos. – Está aqui a água, o doutor logo chega e suas crianças estão bem alimentadas. – Com aceno, ela fez a referência.

- Obrigado... – Não lembro do nome.

- Madilda, o nome dela é Madilda. – Eric viu os olhos brilhantes da jovem, o fazendo guardar o riso e voltar a Madilda.

- Obrigado, querida. - Beijo de leve seus dedos pálidos. – Obrigado, Madilda, perdoe-me, não lembro seu nome. – Com aceno rápido, a mulher saiu. – Madilda? O nome correto não é Matilde? – volto a Annelise, pegando o pano e mergulhando na água fria.

- Ela faz parte da vida de outra gêmea, aí a mãe dela chamou uma de Madilda e a outra, que é casada com o cocheiro, é Matilda. – Annelise acabou rindo baixo da cara de Eric. – Achei falta de criatividade, porque tive uma tia que chamou seus filhos trocando a ordem de seus nomes. – Ponderou enquanto estremecia com o pano úmido.

- Gêmeos são bem complicados, não? – Um bebê já tinha risco da mulher morrer, imagine dois? Eric nunca entendeu por que meninas queriam ter gêmeos, realmente Annelise tinha esse sonho, mas ele realmente não queria isso, não queria parte dela.

- Acho que onde passa uma, passa mais uma. – A fazendo rir da cara dele. – Ria, é uma piada. – Ela segurou a mão dele. – Gosto de sua risada.

- Por que, quando você está adoentada, você chega a ser mais carinhosa? – Eric a beijou de leve nos lábios cerejas, vendo a cor voltar aos poucos.

- Acho que é porque estou sem aquela vergonha estranha. – Sempre acanhando que ele não ia gostar de suas investidas, Eric sabia quando ia acontecer porque, em vez de ser aleatório, Eric sabia de seu preparo, o fazendo sempre dar toda a sua atenção. Annelise tinha melhorado muito em seus 5 anos de casado com ele.

- Oh, médico, chego! – Um berro lá embaixo fez os dois se entreolharem e rirem, porque o clima doce e calmo foi interrompido.

...

- Bom, senhora. Artois. – O homem mais velho com aparência exótica terminou de a examinar, limpando as mãos enquanto Annelise segurava a mão de seu marido. – Meus parabéns, está grávida!

- Grávida? – Eric parecia surpreso.

- Sim, cálculo pelos sinais de pelo menos 2 meses. – Murmuro o senhor guardando suas coisas na maleta.

- Como? – Annelise voltou ao Eric em choque, bem que depois que Eva dormiu sozinha no quarto dela, eles brincaram bastante.

- Ela realmente não sabe? – A voz dura do mais velho fez ambos olharem para o doutor. – Sinto falta das mulheres de antigamente, essas daí parecem ser mais burras conforme o tempo passa, sinto pena do senhor! - Com um aceno, saiu e Eric quase foi atrás se Annelise não o segurasse.

- Como ele ousa falar algo assim? – Rosnou com atrocidade.

- Deixe, deixe pra lá. – Annelise estava feliz e mais calma.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top