capítulo 8
capítulo 8
Back estava terminando de apagar a fogueira mais ele olha em direção ao campo e vê alguém entrando no celeiro
Beck caminha devagar até o celeiro, guiado pela curiosidade e pela estranha sensação de que alguém havia entrado ali. Ele abre a porta, e o cheiro o atinge de imediato - uma mistura de palha úmida, madeira mofada e o odor penetrante de fezes de rato, acumuladas pelos cantos. Equipamentos de trilha e remo estão espalhados, há pilhas de palha que parecem quase fossilizadas pelo tempo, e o lugar tem um ar pesado, de abandono.
Ele chama, a voz ecoando pelo espaço vazio:
- Olá? Quem está aí?
Nenhuma resposta. Apenas o silêncio... e então um ruído vindo do segundo andar, algo como um passo leve ou um arranhão. Beck sente um arrepio na espinha, mas tenta brincar com a tensão crescente.
- Edward, se for você... é melhor não pular em cima de mim pra me assustar!
Ele avança até a escada de madeira velha que leva ao andar superior. As tábuas rangem sob seus pés, e Beck percebe que a estrutura está frágil, com algumas tábuas parcialmente podres. Entre os degraus, um prego grande e enferrujado se projeta perigosamente, mas ele, sem perceber, sobe com cuidado, mantendo-se seguro.
Chegando ao segundo andar, ele observa a escuridão empoeirada. O lugar está quase deserto, exceto por mais palha amontoada e o som do vento entrando pelas frestas. Quando ele começa a explorar, algo o surpreende: um rato despenca do teto e aterrissa diretamente em seu ombro, mordendo sua orelha com rapidez. O susto o faz recuar, e seu pé desce pesado sobre o prego à mostra. Ele solta um grito abafado, sentindo a dor perfurante atravessar sua bota, enquanto tenta se equilibrar para não cair pelas escadas abaixo.
Beck perde o equilíbrio ao pisar no prego e desaba escada abaixo, rolando dolorosamente por cada degrau. Seu grito de dor ecoa pelo celeiro, e o impacto constante contra a madeira apenas intensifica o ferimento em seu pé, agora sangrando abundantemente. Ele se contorce de dor no chão, tentando recuperar o fôlego, mas sua visão é subitamente preenchida por uma figura sombria que sai das sombras: alguém mascarado, segurando um forcado enferrujado.
Antes que Beck consiga gritar por ajuda, o assassino finca o forcado em seu abdômen, atravessando seu corpo. Ele tenta gritar, mas apenas sangue escorre de sua boca, sufocando qualquer som que tente emitir. Em um movimento brutal, o assassino arranca o forcado de sua barriga e o enfia em seu rosto com toda a força, desfigurando-o instantaneamente. O rosto de Beck é transformado em uma massa de carne ensanguentada e irreconhecível, seus olhos agora vidrados e imóveis.
Com uma calma assustadora, o assassino puxa o forcado, e o sangue de Beck espirra sobre a máscara, criando manchas escuras. O assassino joga o forcado ao chão e se retira, deixando o corpo sem vida ali.
Pouco depois, atraídos pelo cheiro de sangue, alguns ratos surgem e se aproximam do corpo de Beck. Eles começam a roer sua pele, mordiscando pedaços de carne com dentes afiados, enquanto outros se enroscam ao redor da poça de sangue. Em minutos, os roedores cobrem o corpo, devorando pedaço por pedaço em um banquete grotesco e silencioso, deixando o celeiro tomado pelo som dos dentes mordendo a carne e ossos.
Tessa acorda com um sobressalto ao som de um trovão que ecoa pelo dormitório, iluminando tudo ao redor por uma fração de segundo. Ofegante, ela se senta na cama, ainda atordoada, até que percebe algo aterrorizante: Isobel está ali, ao seu lado, usando um sobretudo preto e segurando um facão reluzente. Com um olhar insano e um grito cortante, Isobel avança sobre ela, jogando Tessa na cama e esfaqueando-a repetidamente.
O horror do momento é tão real que Tessa sente cada golpe, o calor do sangue, a dor intensa, até que - de repente - desperta gritando. Ela está suada, ofegante, com o coração disparado, enquanto o eco do grito desperta Caroline e Jesse, que caem da cama assustados.
Tessa olha ao redor, percebendo que foi apenas um pesadelo. Ela respira fundo, tentando controlar o pânico. - Desculpa, foi só um sonho", sussurra para os amigos, tentando não parecer tão assustada, mas seu rosto pálido entrega o impacto do sonho.
Ainda assim, o peso do olhar deles a deixa desconfortável, e ela decide se levantar, deixando o dormitório em silêncio. Procurar os outros parece melhor do que ficar ali, envergonhada e exposta, com o sonho ainda fresco em sua mente.
A noite estava quente e clara, o céu repleto de estrelas cintilantes que pareciam quase brilhar mais intensamente do que o normal. Tessa caminhava em direção ao escritório, ainda com a imagem do pesadelo fresca em sua mente, pensando que talvez Edward pudesse estar lá. Ao entrar, ela acendeu as luzes, mas o escritório estava vazio, com o silêncio preenchendo cada canto do espaço.
Quando ela estava prestes a sair, o telefone ao seu lado tocou repentinamente, fazendo-a pular. Tessa pegou o aparelho e respondeu, tentando manter a calma: - Oi, é do acampamento Sol Nascente, como posso ajudar?" Mas do outro lado da linha, tudo o que ouviu foi uma respiração pesada, o que a deixou em alerta. O silêncio tenso se prolongou, até que, nervosa, Tessa desligou o telefone, segurando as mãos sobre a boca para abafar seu próprio pânico.
De repente, um som fraco veio de uma pequena porta no canto do escritório. Sentindo o coração disparar, ela olhou em volta desesperadamente e, sem encontrar outra opção, pegou um abajur, quebrando-o para improvisar uma arma. Com passos lentos e cautelosos, ela se aproximou do armário. - Tem alguém aí?", sussurrou, sem obter resposta. Quando começou a abrir a porta, algo pesado caiu sobre ela, jogando-a ao chão.
Ao se recuperar do choque, Tessa olhou para o que havia caído: o corpo ensanguentado de Kevin Hardbeck. A garganta dele estava brutalmente cortada, com o sangue seco manchando a pele e a roupa em tons escuros e grotescos. O cheiro metálico do sangue invadiu suas narinas, e seu grito de horror ecoou pelo escritório.
Tessa cambaleou para trás, tropeçando enquanto se levantava rapidamente, completamente suja de sangue. Em pânico, ela correu de volta ao dormitório. Ao entrar, trancou a porta atrás de si e arrastou uma cama para servir de barreira. Caroline e Jesse olharam para ela horrorizados.
Tessa estava ofegante, suada, com o rosto pálido e as mãos tremendo. Sua regata branca agora estava completamente encharcada de sangue, assim como seus braços e shorts. Era como se ela tivesse saído de um pesadelo vivo. Caroline gritou, horrorizada, - O que aconteceu? De quem é esse sangue?"
Tessa mal conseguia encontrar palavras para explicar, o medo estampado em cada expressão e seu corpo ainda tremendo pelo choque.
Tessa respirou fundo, tentando acalmar a voz trêmula, e disse: - O senhor Kevin está morto. Eu... eu encontrei ele no escritório." Caroline olhou para ela incrédula, quase irritada, e disse: - Isso é alguma brincadeira? Porque, se for, não tem graça nenhuma." Tessa balançou a cabeça, segurando as lágrimas. - Não é brincadeira, Caroline. Ele está morto de verdade."
Jesse franziu o cenho, a confusão e o medo começando a surgir em seu rosto. - Como assim morto? Quem... quem fez isso com ele?" Tessa olhou para o chão, a cena horrível ainda gravada em sua mente. - Eu não sei... não vi ninguém. Só encontrei ele lá."
Caroline, ainda em choque, sugeriu desesperada: - Então temos que chamar a polícia!" Jesse balançou a cabeça, frustrado. - Não temos sinal de celular, e nem internet aqui no acampamento. Isso vai complicar." Tessa lembrou-se do telefone do escritório e apontou. -Podemos usar o telefone de lá. Ele só faz ligação para o guarda florestal, mas talvez sirva pra alguma coisa."
Jesse, tentando acalmar a situação, falou decidido: - Eu vou até lá. Alguém precisa ir." Caroline o segurou, preocupada. -Não, Jesse! Você não vai a lugar nenhum. É perigoso!" Jesse sorriu, tentando parecer tranquilo, mas era visível que ele também estava assustado. -Precisamos de ajuda. Relaxa, eu vou estar bem. Prometo que já volto."
Caroline soltou uma risada nervosa. - Não diga 'eu já volto'. Os personagens de filmes de terror sempre falam isso... e nunca voltam." Jesse riu, tentando quebrar a tensão, e beijou Caroline antes de olhar ao redor, buscando algo para se defender. Ele encontrou um taco de beisebol, segurando-o com firmeza.
Tessa, ainda nervosa, afastou a cama da porta para deixar que ele saísse, e então assistiu enquanto Jesse, com o rosto tenso, desaparecia na escuridão.
Edward recolhia os últimos cacos de vidro do chão do banheiro, com foco total na tarefa, quando, ao se levantar e virar-se, deu um salto ao ver Stefan parado atrás dele. -Que susto, cara!" Edward disse, soltando uma risada nervosa. Stefan ergueu as mãos em um gesto de desculpa. -Desculpa, não quis te assustar. Só vim ver se precisava de ajuda."
Edward balançou a cabeça. -Não, já estou quase terminando. Mas, obrigado." Ele pausou por um instante, mudando o foco. -Então... a Tessa já foi dormir?"
Stefan assentiu. -Sim, levei ela até a cama. Acho que vai dormir um pouco agora." Edward suspirou, aliviado. -Ótimo. Ela precisa descansar."
Stefan olhou para ele com curiosidade. -Esses... ataques da Tessa acontecem com frequência?" Edward negou, franzindo o cenho. -Não. Ela nunca teve ataques assim, só umas noites de insônia de vez em quando."
-Será?" Stefan questionou, cruzando os braços. -Às vezes, a gente pode não perceber o que está acontecendo com as pessoas ao nosso redor. Depois de tudo que passamos... você acha que ela já procurou ajuda psicológica?"
Edward hesitou, desconfortável com o rumo da conversa. -Acho que não. Quer dizer, nunca ouvi ela mencionar nada assim. E, pra ser honesto, sempre achei que ela estava bem."
Stefan deu um meio sorriso, mas havia algo de sombrio em seu olhar. -A gente sempre acha que está bem. Mas, às vezes, fazemos coisas e nem lembramos... Conheci uma menina no hospício que, antes de ir para a escola, matava os animais da vizinhança. Mas, assim que chegava na escola, era como se ela esquecesse tudo, como uma espécie de amnésia. Quem sabe a Tessa não tenha algo assim?"
A insinuação fez Edward sentir um arrepio. Pela primeira vez, notava algo ameaçador na postura de Stefan, um olhar que o deixava desconfortável. Tentando encerrar a conversa, Edward murmurou: -Vou conversar com ela amanhã, só pra garantir que ela está bem." Ele virou-se rapidamente, voltando sua atenção para os cacos de vidro, mas o sentimento de estranheza continuava, fazendo-o questionar se realmente conhecia Stefan tão bem quanto pensava.
Stefan observou Edward com um olhar curioso, mas um tanto sombrio, e perguntou: -E você? Como lidou com tudo isso? Quer dizer, você quase morreu."
Edward respirou fundo, olhando para o vazio enquanto tentava organizar seus pensamentos. - Bom, eu tentei ver como um renascimento," ele começou, sua voz baixa e carregada de sentimentos que pareciam ainda vivos. -Graças a Deus, não ficaram cicatrizes físicas. Mas, depois do ataque... eu tive que buscar ajuda psicológica para lidar com a raiva. Mesmo depois que Isobel morreu, eu não consegui sentir nada além de raiva. Era como se todo aquele ódio não tivesse para onde ir."
Ele fez uma pausa, seu olhar agora perdido em lembranças que claramente o incomodavam. -Toda noite, eu saía de casa e ia até algum bar. Eu provocava brigas, buscava uma desculpa para liberar a minha fúria em qualquer um que cruzasse meu caminho. Acabei sendo expulso de quase todos os bares gays da região... e, olha, isso não me fazia bem, mas me dava um alívio temporário. Por algumas horas, era como se a raiva estivesse sob controle."
Edward deu um meio sorriso, um pouco amargo. -A única coisa que me impediu de afundar no álcool foi a minha mãe. Ela é alcoólatra... e eu não quero ser igual a ela. Eu quase morri, e mesmo assim meu pai nunca esteve por perto. Ele sempre está viajando, sempre longe." Ele suspirou, sentindo o peso das próprias palavras, talvez dizendo algumas delas em voz alta pela primeira vez.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top