4. Quatro taças de champagne

eu tava insegura com essa fic mas cada vez mais gosto mais dela, espero q estejam gostando tbm 🫶

Boa leitura!

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Jimin tentou, mas não conseguiu segurar a lágrima solitária que escapou de seu olho quando viu o carro luxuoso de Jungkook se afastar rapidamente da confeitaria.

Um imprinting era algo tão natural e espontâneo para os lupinos, que o ômega nunca sequer cogitou ser rejeitado por sua alma gêmea, mas agora se encontrava nessa situação quase impossível e doía demais.

Quando acordou naquela manhã tinha o objetivo de testar novas receitas ou aprimorar as antigas, mas depois da visita surpresa do alfa e de ter sido rejeitado pela segunda vez por ele, seu lobo se encontrava muito tristonho e Jimin havia perdido toda aquela animação de mais cedo, então não se arriscou em descer para a cozinha pois tinha certeza que solaria todos os bolos que tentasse fazer.

O que conseguiu fazer foi deitar-se no sofá macio de seu escritório e se empanturrar das surpresas de uva (sem caroço) que tinha passado a madrugada fazendo por não estar com sono.

O objetivo do ômega para aquele resto de tarde era afogar sua melancolia nos docinhos e curtir o cheiro de Jungkook que havia ficado impregnado em todos os espaços daquele cômodo (maldito feromônio forte de lupús!), mas foi atrapalhado por Min Yoongi que entrou com tudo e sem cerimônias na sala portando um olhar desconfiado tirando Jimin de seu sossego.

— Chaeryeong acabou de me dizer que o "alfa bonitão do outdoor" acabou de sair daqui com uma amostra de cada um dos doces do nosso cardápio. — O ruivo cruzou os braços e fitou a imagem do melhor amigo jogado no sofazinho com uma caixa personalizada da Choco&Menta quase vazia sob a barriga. — E da última vez que chequei, o tal alfa era o seu, então isso quer dizer que Jeon Jungkook estava aqui ou que ela voltou a cheirar açúcar refinado. Não sei qual das duas opções me deixa mais zangado!

Com um suspiro, Jimin levantou-se e cantou os papéis das surpresas de uva que havia jogado sob a mesinha de centro.

— Por que você não xinga como as pessoas normais fazem?

— Você sabe que eu não gosto de palavrões e não tente desconversar, Park Jimin!

— O que quer que eu fale, hyung? — O ômega mais novo resmungou jogando os papeizinhos no lixo.

— Sei lá, vocês se acertaram? — Yoongi deu de ombros e se sentou na poltrona mais próxima para ouvir sobre a provável conversa entre Jimin e seu príncipe-que-não-é-mais-principe.

— Você acha que estaríamos conversando se isso tivesse acontecido? — Voltou a se jogar desleixadamente no sofá, mas dessa vez de um jeito que desse para ver o amigo.— Se eu e Jungkook tivéssemos resolvidos nossos impasses, no mínimo eu esperaria estar pelado agora.

— Chega, agora você tá querendo me dizer coisas demais.

— Foi você que pediu. — Jimin respondeu emburrado e inconscientemente fazendo um biquinho.

— Quero saber saber o que ele veio fazer aqui, mais especificamente o que vocês conversaram, e não os pensamentos sórdidos da sua mente devassa.

Naquele momento, o loiro voltou a ficar triste ao lembrar da conversa que teve com Jungkook mais cedo.

— Não, ele não veio a Choco&Menta atrás de mim, provavelmente nem sabia que eu era o dono. — A voz embargada do ômega era de quebrar qualquer coração de pedra, principalmente quando se era íntimo dele o suficiente para saber o quanto aquela situação com sua alma gêmea o magoava. Solidário com a dor do amigo, Yoongi segurou a mão gordinha dele e a acariciou carinhosamente para que ele se sentisse mais acolhido.— De acordo com Soobin, Jungkook veio encomendar uma torta de maracujá.

— Espere, ele veio dos Estados Unidos até a Coreia por uma torta? — O avermelhado fez careta, aquilo parecia um pouco drástico.

Jimin negou com a cabeça.

— Li em uma fanbase dele que o contrato que ele tinha com a Versace acabou e ele decidiu tirar um tempo de férias em casa. — As bochechas do ômega coraram, ele literalmente assumiu que vigiava o que o modelo fazia pelas páginas de fãs, mas em nenhum momento Yoongi o olhou com julgamento ou reprovação, afinal ele sabia que não adiantava pedir que um lobo esquecesse de sua outra metade e parasse de procurar sobre ela.

— Jungkook estava a três anos na américa, como será que ele ficou sabendo da sua torta de maracujá?

— Isso eu não sei. — Jimin soltou uma risada amarga a lembrar o sentimento bobo que tomou conta de si quando viu o alfa lupús ali, naquela sala, depois de três anos.— Acredita que por alguns minutos eu realmente achei que ele tinha vindo atrás de mim? Mas logo ele abriu a boca e puf acordei do sonho.

— Ta bom, me conta tintin por tintin dessa conversa de vocês. — Yoongi se arrumou melhor na poltrona, com sua atenção toda virada para o confeiteiro.

Jimin começou contando sobre quando ele viu o outdoor e também de quanto perguntou como foram os últimos anos de Jungkook.

— Te juro, hyung, prometi para mim mesmo que iria devagar para não assustá-lo como da ultima vez, mas quando dei por mim já estava encurralando ele igual a um desesperado. E naquele momento eu realmente era um. — O ômega resmungou insatisfeito consigo mesmo.— Não consigo pensar direito com Jungkook tão perto e o meu lobo também não ajuda, a todo momento ficava uivando felizinho na minha cabeça por termos nos reencontrado, mas eu o entendo, estamos muito carentes pela atenção do nosso alfa e não consegui levar o plano de "ir devagar" adiante. Quando eu percebi já estava com a língua dentro da boca dele.

— Santo Lobo, Jimin! — Yoongi segurou a risada em respeito ao amigo, não queria rir dele, mas as situações que o loiro se metia eram tão cômicas que era impossível não achar um pingo de graça.

— Não ri, hyung! Eu queria muito beijá-lo e fiz, na hora meu lobo concordou que era uma ótima ideia para fazê-lo me desejar, mas só piorei tudo. — Jimin voltou a fazer bico, mas junto do bico também voltou a voz embargada.— Dessa vez eu realmente acredito que estraguei tudo.

Yoongi se levantou rapidamente e se jogou por cima do outro ômega o encurralando em um abraço apertado, como um bom amigo que era sabia que era disso que Jimin precisava naquele momento: colo.

E como o avermelhado já desconfiava que aconteceria, os primeiros soluços escaparam do confeiteiro.

— Ele não te merece, minha estrelinha, não merece. — O Min sussurrou no ouvido alheio.— Jungkook ainda vai se arrepender por ter te perdido, o hyung promete.

— Ele não me perdeu, a-ainda não.

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Após controlar sua crise de choro, Yoongi o aconselhou que tirasse o restante do dia de folga e assegurou que ele fecharia a confeitaria como um um bom gerente e melhor amigo que era.

Era Jimin quem sempre fechava a loja, mesmo tendo funcionários e Yoongi para fazer isso por isso, pois sentia uma grande satisfação por ter concluído mais um dia de trabalhado assim que passava a chave na Choco&Menta, mas naquele dia o ômega cedeu e deixou essa tarefa para o amigo.

Pensou em visitar suas mães, porém descartou imediatamente a ideia, não era a melhor escolha ir passar um tempo com o casal que tanto influenciou esse seu desejo de ser amado por sua alma gêmea logo após o dito cujo o jogar para escanteio pela segunda vez.

Ao contrário de muitos filhos, Jimin achava lindo os paparicos e beijos trocados entre suas progenitoras, porém se permitiria odiar casais felizes por alguns dias.

Antes que entrasse no carro para ir embora, o ômega ouviu Hoseok gritar por si e parou esperando que o alfa dissesse o que queria.

— Vim pedir uma folga amanhã para mim e o moranguinho.

— Oh, está bem, sabe que vocês não precisam pedir. — Disse gentilmente, rezando para que o alfa não notasse sua cara inchada e o fizesse perguntas.—  mas por que Yoongi não me avisou? Ele estava comigo no escritório agora há pouco.

— Bom, é que ele ainda não sabe que vai precisar de folga amanhã. — Hobi diz sugestivo arrancando uma gargalhada do ômega.

— Não é uma boa ideia dizer ao seu chefe que vai faltar no trabalho para transar, hobi.

— Mas eu posso dizer ao meu chefe que vou faltar porque pedirei o melhor amigo dele em casamento e pretendo passar o dia curtindo meu futuro noivo?

Jimin arregalou os olhos com a fala cheia de ansiedade e animação do alfa, queria poder gritar mas com certeza Yoongi ouviria e viria até eles perguntar o que tinha acontecido, e como o ômega de cabelos vermelhos é um detector de mentiras ambulante, o confeiteiro não queria arriscar de ter que mentir para ele.

A reação positiva de Jimin foi a deixa perfeita para Hoseok tirar a caixinha do bolso e mostrar o anel que tinha comprado especialmente para seu ômega.

— Tive que economizar bastante e ele bem é simples. — O alfa dizia com muito orgulho, deixando Jimin emocionado.— Mas pelo menos vou realizar o sonho do meu moranguinho e dá-lo o anel de rubi que ele tanto sonhou.

— Oh, Hobi! Yoongi vai amar, tenho certeza!

— Espero que sim, bom, não vou tomar mais seu tempo porque vi você estava de saída. — Hoseok guardou com segurança o anel, não era nem louco perder-lo.— Até mais, futuro padrinho!

— Até mais, futuro noivo! — Jimin se despediu com um sorriso largo e entrou no carro.

Aquela notícia tinha mesmo alegrado seu dia.

Yoongi e Hoseok namoravam desde o ensino médio, Jimin era a vela oficial deles e esteve em todos os altos e baixos do relacionamento deles, e podia dizer com confiança que eles nasceram um para o outro mesmo que não fossem almas gêmeas.

O ômega amava muito os dois e se sentia muito grato por ver mais uma fase da vida deles se iniciando, eles mereciam demais serem felizes, e não deixaria a inveja que mordia sua orelha ultrapassar a felicidade que sentia pelos amigos.

Imediatamente Jimin pensou na combinação de cheiro dos dois, morango do Yoongi e champagne do Hoseok, e uma ideia louca passou pela sua cabeça.

— Bom, se der certo já tenho o meu presente de casamento para eles. — Disse retomando sua animosidade e dirigindo até o mercado mais próximo.

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Admitia ter tomando uma ou duas taças de champagne, mas em sua defesa não precisaria da taça toda para sua nova receita, afinal ainda estava na fase de testes.

Sob o fogão Jimin mexia com maestria a panela com os morangos e outros ingredientes para fazer a geleia, a bebida só iria depois de finalizado pois não poderia ser acrescentada no calor ou perderia o teor alcoólico.

Lá fora a chuva estava forte e a noite já dominava todo o céu, mas o Ômega só percebeu isso quando um raio clareou toda a cozinha.

Já com a geleia pronta, a colocou sob a mesa e correu para fechar as janelas e as persianas para a chuva não molhar dentro de casa.

Voltando ao doce, Jimin acrescentou duas taças de champagne na geleia e misturou até ficar no ponto que imaginou, mas antes que pudesse provar se realmente ficou bom tal combinação a campainha tocou.

O ômega estranhou. Jin estava de plantão, suas mães uma hora daquelas deveriam estar dormindo, e o casal Yoongi e Hoseok estariam festejando o noivado e não batendo em sua porta. Quem poderia ser?

Parou atrás da porta, vendo se ouviria algo lá fora ou se a pessoa fosse voltar a tocar a campainha, entretanto o que ouviu durante longos minutos foi apenas o barulho da chuva.

Jimin suspirou aliviado e se virou para voltar para a cozinha, mas um rosnado vindo de trás da porta o impediu.

A respiração do ômega falhou e um arrepio subiu por sua coluna, estava com medo de quem quer que esteja parado em sua calçada.

Em busca de algo para se proteger do estranho se ele tentasse entrar na casa, Jimin só encontrou seu celular sob a mesinha de canto que colocou ao lado da porta para por chaves. Poderia ligar para a polícia, e se desse sorte eles chegariam antes que o desconhecido o matasse.

Era isso que faria, se não fosse a voz grossa e dominante o fazendo congelar.

Abra a porta, ômega, sei que está aí, estou sentindo o seu cheiro.

Jimin reconhecia essa voz mesmo no meio de milhares de outras.

— J-Jungkook?

Um rosnado satisfeito foi dado pelo alfa atrás da porta ao ouvir o ômega dizer seu nome.

Meu Jimin, abra a porta para o seu alfa, sim?

Desacreditado no que seus ouvidos ouviam e querendo comprovar se estava maluco ou não, Jimin destrancou a porta.

Não precisou abrir entretanto, pois assim que a fechadura rodou, Jungkook mesmo que abriu e adentrou a casa do loiro, ensopando o tapete da entrada.

O ômega olhou o alfa de cima a baixo, ainda desacreditado que o modelo realmente estava ali em sua casa todo encharcado da chuva.

Iria questioná-lo sobre o que ele estava fazendo ali uma hora daquelas e debaixo de uma tempestade, mas os olhos azuis cristalinos que Jungkook direcionou a Jimin lhe tirou as palavras.

O alfa estava sendo dominado pelo lobo, mas ele disse que não tinha contato com sua parte animal, então ele mentiu?

Eu não vou mais deixá-lo nos separar, ômega. — O lobo de Jungkook afirmou com a voz animalesca.

Seu próprio lobo rodopiou feliz tanto pelas palavras ditas pelo animal interior de Jungkook, quanto pela presença do alfa ali na casa de Jimin.

"Leve ele para o nosso ninho, precisamos do cheiro dele lá!" O lobo de Jimin repetia na cabeça dele, deixando-o mais tonto, se é que isso era possível.

Quando pensou em perguntar a parte animal de Jungkook o que estava acontecendo, ele fechou os olhos e tropeçou para dentro da casa demonstrando fraqueza, o ômega rapidamente o segurou para que o alfa não desse com a cara no chão e se machucasse.

— Jungkook? Jungkook, você está bem? — Jimin perguntou preocupado ainda mantendo o corpo grande e pesado em seus braços.

Lentamente, Jeon levantou a cabeça dando visão de seus olhos já sem a presença do lobo para o ômega.

Jungkook piscava lentamente, como se lutasse para ficar acordado, o que deixou Jimin ainda mais preocupado.

Os olhos do alfa focaram na figura que o segurava e logo seu semblante se tornou confuso, mesmo que tivesse que se esforçar contra a escuridão que queria lhe deixar inconsciente.

Fazendo um esforço, Jungkook conseguiu enxergar de quem era aquele abraço tão aconchegante que o ninava cheio de preocupação e se tornou ainda mais confuso. Seus olhos estavam o enganando? Aquele vulto dourado não podia ser quem ele pensava que era, não é?

— Jimin?

Foi a última coisa que o alfa disse antes de deixar a escuridão vencer.





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Até mais, filhotes!

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