Capítulo 5
5 anos se passaram.
Lancelot podia dizer que, depois de tanto tempo, começou a se sentir frustrado.
Um homem não pode viver só de amor e agora ele tinha três lindas meninas para cuidar. Além de Leopoldina, Amelia, Ember e a mais nova Tulipa, suas meninas tinham etiquetas para serem apresentadas e claro, por toda a reza que Leopoldina, as meninas nasceram "saudáveis." Sem tiques ou tremedeiras com a mesma, o que Lancelot não ligou muito na época, mas vendo agora, vendo como um certo tempo pegou sua esposa, agradeceu também.
Leopoldina não saía mais de casa, o máximo que ia era para a casa da praia onde eles aproveitavam o verão. Sua mulher tinha vergonha de suas tremedeiras constantes e Lancelot até preferia o mundo. Não estava fácil e bem, mesmo amando as esposas e as filhas, chegou num momento em que a vida familiar parecia esta cansativa.
Sempre ele tinha que voltar para casa e ouvir as mesmas histórias sobre aulas e crescimento das meninas. O sexo com Leopoldina ficou monótono porque a mesma sofreu algumas coisas enquanto dava à luz aos seus anjinhos e suas partes ficaram sensíveis, o deixando meio inseguro de deitar com ela.
Parecia que eles tinham se afastado fisicamente, o que o deixava mais fraco para tentações como escapadas à cidade e claro casos com outras damas. Nesse momento, ele pegava casadas porque, pelo menos se engravidasse, ele não teria que ver o olhar quebrado de Leopoldina sobre a nova amante.
Foi nesse momento que ele estava num baile no meio de seus amigos quando viu a doce e delicada Madeleine, uma prima dele em questão que vivia nas partes mais frias desse longo Brasil. A jovem dama recém-casada com um soldado que foi para a guerra parecia viver momentos solitários longe dos braços do marido.
Deixando uma oportunidade perfeita para Lancelot, que queria momentos rápidos de puro prazer.
- Uma hora essas suas aventuras vão acabar com sua vida. – Ele toma um susto vendo senhor Paulo bem ali, um amigo antigo de seu liceu.
- Vire essa boca para lá. – Bateu de leve na cadeira para não chamar atenção. Voltando para a jovem que, diferente de sua esposa, tinha uma pele mais bronzeada, mais vida e seus olhos tinham um brilho pecaminoso. – É só uma prima.
- E eu sei voar. – Paulo volto a beber. – Só tente disfarçar um pouco melhor, - resmungo de certa forma irritado. – Todos aqui sabem o que você quer fazer com a jovem, - Lancelot revirou os olhos. – Acho que até sua própria família.
- Dormi com alguém quando viro um pecado? – Sussurro irritado ao amigo. Lancelot não entendia, Paulo tinha amantes mais que os filhos que tinha em casa e está tentando dar uma de bom moço?
- Não viro pecado, - Paulo o olho nos olhos, o fazendo congelar. – Só estou falando para disfarçar, Leopoldina já não sai de casa e, quando sair, vai ser ridicularizada, pois o marido está tão sedento que nem ao mesmo se segura com outra mulher. – O nome de Leopoldina o fez parar um pouco com seu fogo, sentiu um certo aperto do peito e seu palito ficou pesado, pois carregava a aliança. – Já está mostrando a mensagem para todos, quando entra aqui sem aliança. – Volto a beber, deixando Lancelot pensativo.
Lancelot decidiu que não iria mais investir naquele momento.
Parecia envergonhado para sua própria conta.
Voltando para o apartamento, Lancelot tentou realmente pensar em alguma coisa para o manter longe dos olhos ardentes de Madeleine, mas a jovem prima parecia o enfeitiçar, não romanticamente como Leopoldina, mas queria ver o corpo da mulher nas posições mais comprometedoras possíveis, tirando aquele sorriso preguiçoso que a jovem tem, ou melhor.
- Lancelot? – Aquela voz o fez parar, virando nas ruas escuras, dando de cara com Madeleine com sua tia e claro que com seu tio. – Seu apartamento fica por aqui? – Lancelot confirmou.
- Sim, fica no prédio acinzentado do lado da praça. – Tinha comprado aquele apartamento para quando as meninas viessem para a cidade, mas aprendeu bem rápido que elas eram mais felizes com a mãe no campo. – É uma boa vista para as manhãs. – Murmuro distraidamente, enquanto via seu tio distante João ficar ao seu lado enquanto as damas andavam juntas. – Mas o que fazem por cá? A essa hora? – Murmuro distraidamente.
- Aproveitamos tanto a festa. – Sua tia Thalia sorriu. – Me senti uma jovem dama de novo, recém-casada e feliz...
- Ah, que inveja, mamãe, queria sentir isso. – As duas entram numa conversa amigável e Lancelot volta ao tio enquanto caminhava.
- Fazia tempo que não sabia notícias de você. – Murmuro distraidamente. – Ah, última vez que ouvi, tinha casado com a irmã de Poppy, aquela menina problemática. – Normalmente, quando falavam de Leopoldina, Lancelot a defendia, mas naquele momento ela simplesmente ficou quieta, assentindo, o deixando confuso.
- E me casei. – Seu tom não foi animador como antigamente tinha, normalmente mostrava amor e alegria, mas ali até mesmo Lancelot notou seu cansaço.
- Fez um ato nobre. – Seu tio confirmo junto com a esposa. – Mesmo que seria melhor ter a deixado em algum lugar. – Lancelot contínuo quieto com tudo, ultimamente ser diferente é motivo para ser colocado num asilo para doidos. Leopoldina tinha mostrado atrasos de aprendizagens, uma depressão antiga e até mesmo ataques de pânicos, o deixando preocupado, porque sabia que suas paranoias poderiam ser perigosas, mas ela simplesmente agia normal, então Lancelot nunca se preocupo com nada. – Fez um ato nobre.
- Mesmo que isso te segurar para o resto da vida. – Sua tia Thalia parecia distante. – Acredito que até as pessoas mais nobres precisam de um final feliz, sabe? – Aquilo começou a ficar estranho e Lancelot ficou confuso: o que diabos está acontecendo?
- O que está tentando falar? – Tentou parecer neutro, mas suas defesas foram abaixadas quando Madeleine se aproximou e se engraçou ao seu lado, enrolando sua mão sobre seu braço com Leopoldina, fazendo em seus dias mais cansados o fazendo parar de andar.
- Meus pais sempre com ideias tão tortas, - Madeleine sorriu de leve. – Esqueça-os , - O tom doce e diabólico mexeu em seu corpo de uma forma estranha. – Bom, de qualquer forma, íamos fazer um pedido para você, mas saiu tão rápido daquele baile que nem podemos continuar...
- E que pedido seria esse? – Um sentimento ruim passou em seu estômago, parecia um aviso para algo que poderia acontecer. Só acreditava nesse frio no estômago porque mostro a ele que Leopoldina corria perigo em seus partos e agora parecia que algo indicava em sua mente: "fuga disso, fuga para bem longe."
- Bom, amanhã papai receberá um grande comprador de artes. - Madeleine volto ao pai com alegria de uma jovem menina, lembrando de suas próprias filhas. – Íamos perguntar se não quer participar. – O pedido foi bem singelo, não tinha muita coisa no meio de suas linhas.
- Minha presença? – Aquilo o fez repensar em alto som, normalmente ele não gostava muito de ir nesses eventos, suas artes tinham uma única musa e bem os homens não pareciam entender como seu coração artístico sempre foi fiel à Leopoldina, tinha seus olhos e o jeito como a mulher via o mundo, então além de campos verdes lindos, havia coisas assustadoras.
- Sim, será uma grande oportunidade para voltar a uma sociedade respeitável, talvez até mesmo repensar sobre algumas coisas em sua vida. – Madeleine parecia animada e gentil ao mesmo.
- Pensarei a respeito disso. – Não foi uma mentira, mas o sentimento foi estranho, dizia que algo estava errado. Com um aceno, todos seguiram, a família estava feliz enquanto ele tinha um sentimento de culpa. E por que culpa?
Leopoldina volta em sua mente até ele chegar em seu apartamento.
Entrando, acabou vendo que sobre a bandeja de correio tinha cartas de suas meninas com letras horríveis. No meio de tanta alegria vinha uma carta de Melissa, o fazendo congelar no meio do corredor. O escuro do apartamento fez sua vista falhar na carta de Melissa, o fazendo procurar uma vela qualquer coisa. Ele tinha um sentimento horrível tomando conta depois que encontrou aquela família.
- Cadê a merda da vela? – puxando uma das gavetas de seu escritório, finalmente uma vela. – Finalmente...
Pegando a carta de novo, viu realmente o nome de Melissa.
Abrindo de forma apressada.
"Querido amo,
Tenho que lhe afirmar que o tempo frio está tomando o pior de Leopoldina, a mesma está muito mal, não sei mais o que fazer! Médicos vieram, mas não acharam nada, mas realmente sua gripe está piorando, acredito que podemos enfrentar uma pneumonia e..."
Lancelot para no escuro, já imaginando Leopoldina sobre uma cama e suas meninas sem supervisão. No meio da preocupação, volto para as obras ainda paradas sobre uma parte de sua estante. Sentindo um pouco dentro de si um pouco de raiva porque amanhã ele poderia realmente vender as obras. Já tinha pegado no meio de seus papéis vendo que Peter estaria na cidade e com certeza seria aquele que Madeleine queria apresentar. O homem já tinha se encontrado com ele dizendo que suas obras tinham mais emoção do que deveria, parecia que na sua mente brigava uma luta de sentimentos.
Ele já ia jogar a carta sobre a mesa atrás de um pouco de conhaque e uma cama para dormir quando sentiu o cheiro de Leopoldina, fazendo ver que dentro do envelope tinha uma pequena carta de seu anjo.
"Querido,
Melissa sempre aumenta as coisas, relaxe.
Estou com gripe sim, mas nada que um bom banho não resolva, aproveite seus compromissos!
Com amor, Leopoldina.
Lancelot, tudo que fez foi lacrimejar.
Sentia um nervoso em seu interior.
Ele estava sobrecarregado, sobrecarregado de manter tudo em ordem, de viver uma vida diferente com o que ele estava preso no campo e agora, no meio de sua raiva, seu anjo vem e fala para ele aproveitar seus momentos porque mesmo ela estando gripada, tudo chega a ser cômico, e ele sentia perdido.
Aquele sentimento de perdido.
Seguro o papel de sua mulher, indo para a cama.
...
Lancelot realmente não viu quando apagou.
Mas logo acordo com sons de grito.
O fazendo levantar da cama, dando de cara com o campo de casa, aquele campo cheio de dentes de leão completamente amarelos, o melhor momento para fazer piqueniques, como dizia Amelia, e no meio do campo, enquanto chegava perto, tinha uma área coberta enfeitada com cadeiras e um pequeno altar de casamento? Chegando mais perto, viu Madeleine junto com todos os seus conhecidos e familiares. Madeleine estava de branco junto com suas meninas como dama de honra.
- Finalmente chegou, marido. – Ela sorriu docemente de forma diabólica enquanto Lancelot travou.
- Sim, papai! – fazendo voltar a Amelia. – Finalmente veio ver nossa nova mamãe!
- Nova mamãe? – O fazendo ouvir sons de corrente, virando com força, vendo bem ali no final do tapete que cobria o campo verde Leopoldina acorrentada, o fazendo entrar em desespero e correr em direção a ela.
Mas antes mesmo de chegar em seu corpo frágil e delicado, sentiu uma mão a segurar.
- Onde vai, marido? – Voltando a Madeleine. – Ah, ainda não vieram dar fim nesse ser? – Seu desprezo fez Lancelot voltar a Madeleine com raiva. – Não se preocupe, sabe que papai pode fazer esse encosto sumir! – E com um estralar de dedos, Lancelot viu seu querido anjo ser arrastado por agentes do reino.
O fazendo ver armas surgindo, ela ia ser fuzilada em sua frente?
E a cena que seguiu foi exatamente isso, antes dos tiros virem em seu corpo frágil coberto pelo vestido azul que ele tinha comprado no último inverno, seus olhos azuis o olharam com amor e carinho. E na mente de Lancelot ouviu um "eu te amo", foi assim que o som de tiros anunciou a morte de Leopoldina.
E tudo que Lancelot teve foi a visão.
...
O solavanco da cama o fez procurar a sala do lavatório, tirando toda a comida que tinha comido no baile. Se sua mente estava lhe mandando uma mensagem, ele entendeu bem claro: não deixe Madeleine chegar perto de Leopoldina, ou melhor, cuide do que tem, porque pessoas querem tomar seus bens mais preciosos.
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