Capítulo 1


Bom, depois de um casamento correndo e uma casa comprada no meio do nada, Leopoldina poderia dizer que tirou a sorte grande, o que tinha à frente seria um pesadelo para qualquer dama, mas para aqueles dois foi algo mais interessante.

- Acho que em dois meses conseguimos nossa casa. – Resmungo Lancelot com ferramentas.

- Fico com a sala e a cozinha! – Pulou animada com as latas de tinta.

- Ok, ok, - Lancelot segurou a mesma pela cintura. – Só tome cuidado, ok? – Seus olhos buscavam uma confirmação. – O chão não está firme! – ela acenou e, quando a soltou, Lancelot a viu sumir pela porta, o fazendo rir. – Vou ter mais trabalho em manter inteira do que construir a casa. – Lancelot entrou com as ferramentas e torceu para que a noite a encontrasse viva.

Lancelot, pelos quartos, viu aquele esqueleto velho tomar forma.

Ficou pensando em seus filhos correndo por ali, o fazendo pensar que sua decisão foi a melhor coisa nesse momento. Seu pai o deserdou e agora tanto ele quanto Leopoldina usam o nome Pereira Pinheiro. Tudo que tinham agora era o dinheiro de seus quadros luxuosos, uma mulher que ele realmente ama, seu anjo da guarda e uma casa que seu avô tinha dado antes de morrer.

Poderia realmente fazer algo com isso.

Poderia construir um império, e poderia dar uma vida à Leopoldina que sempre quis, a mesma precisava de algo para ser chamado de seu, mesmo que tudo à sua volta até agora mostre que ela não pertencia a esse mundo.

Só de pensar que seu pai queria o controlar para não se casar com ela o fez rir. Seus irmãos nunca entenderam seu amor, nunca realmente entenderam esse fascínio que ele tinha por ela. Mas sabia em seu interior que Leopoldina é sua alma gêmea.

Demorou um pouco para ele pegar o jeito de reformar um cômodo, mas aquele quarto estava uma belezura para uma formalidade de um leigo. A pintura ele deixaria para Leopoldina fazer seus toques, deixando o teto para ele. Sempre pensou em fazer algo envolvendo as estrelas para sempre ver a lua e suas amigas. Aquilo o fez sorrir, nem sentindo a mesma o abraçando por trás, o fazendo até tomar um pequeno susto quando sentiu seus dedinhos brincando com os dele.

- Você está pensando no quê? – O tom o fez já pensar nas paranoias da mesma.

- Em como vamos lotar essa casa com criança. – Murmuro gentilmente sobre a cabeça dela.

- Hm, está muito apresado. – Sorriu para o quarto. – Está fazendo um bom trabalho. – Murmuro pensativa.

- Que bom, demorei muito para aparecer? – Puxando o rosto da mesma a um beijo.

- Na verdade, acabei meu trabalho, - Sorriu orgulhosa de si mesma. – Queria ver no que poderia te ajudar. – Pulou para longe dos braços dele de forma infantil, o fazendo sorrir de leve com sua alegria.

- Hm, que menina eficiente essa. – Bagunçou os cabelos loiros, vendo-a fechar a cara. – Acho que por hoje acabou, vou acabar o chão aqui e logo iremos desfrutar dessa casa. – Volto para Leopoldina, que parecia meio longe dele de novo. – Ei? O que está pensando, lembra de nossa conversa? De contar o que está pensando?

- Estou só pensando se foi isso que imaginou na sua vida? – Leopoldina tinha seus olhos azuis voltados a ele, o tirando do folego. – Consertando uma casa comigo. – Pondero para o mesmo.

- Se fala da vida mais feliz e tranquila que vou ter com você, então sim. – Lancelot a seguro pela mão. – Foi isso que eu pensei.

- Sabe que, se você se casar, não ficarei brava com você, né? – O rosto tranquilo o assustava de uma forma que nem ele entendia.

- Nunca vou me cansar de você. – Aquilo a marca e, por hora, o assunto tenso foi esquecido, já que Leopoldina voltou para o trabalho de Lancelot. Ficou um tempo a olhando, pensando nos machucados mentais com que teria que lidar, já que anos de alguns traumas são difíceis de ser mexidos.

...

2 meses depois.

A casa estava pronta e os frutos começaram a ser gerados.

Lancelot tinha visto que Leopoldina poderia ser muito melhor do que os outros falavam, tinha feio das terras de Caconde bem férteis para dinheiro, dedicando-se à criação dos animais aquáticos, cisnes, as aves que sempre adornaram suas pesas de roupas e até mesmo o quarto deles.

Claro que, no meio de tempos enjoados e a falta de períodos, Lancelot descobriu que tinha acertado na loteria. Leopoldina, além de trazer um pouco de sustento à casa através de suas pinturas e plantações de café, tinha lhe dado um presente ainda mais precioso: um herdeiro. Aquilo o fez sorrir quando soube da notícia, já pensando nos nomes que poderiam vir.

Enquanto ela, tudo que tinha comentado com ele era que desejava que a criança não nascesse como ela, o deixando um pouco chateado. Seus pequenos tiques nervosos não tinham nada de mais. Lancelot parecia que não conseguia mostrar a ela seu lado mais belo.

Claro que, para acabar aquele momento belo, num jantar em que comiam frango e arroz negros, o querido mordomo chegou com uma carta na mão.

- O que é isso? – Quase a vi se pendurar em seus braços.

- Uma proposta de negócios. – Fechou a cara. Como iria para São Paulo e deixaria a mesma sozinha?

- Isso é bom, não é? – Seus olhos azuis bateram no dele, o deixando desconfortável.

- Não sei, como vai ficar sozinha aqui na casa? – Lancelot segurou sua mão com certa urgência.

- Eu não vou ficar sozinha, - Leopoldina sorriu como se a preocupação dele fosse boba. – Eu tenho da dona Melissa comigo. – A governanta foi um achado, além de ser bem cuidadosa com a casa. Bom, a mulher tinha uma paciência com Leopoldina, o deixando um pouco menos calmo, mesmo assim tinha um certo medo, ela estava grávida e vai que acontece algo?

- Acho melhor eu ficar de qualquer forma, e se acontecer algo? – O sorriso brincalhão o deixou calmo.

- Eu chamo o médico e mandou uma carta, acho que já conversamos sobre isso. – Leopoldina o tranquilizou melhor do que ele realmente acha que aconteceria. – Sem contar que é uma oportunidade de negócio, não acho que deva perder, temos que pôr comida na mesa para mais alguém. – Ela passa a mão em sua barriga, o fazendo quase se bater por esquecer na responsabilidade.

- Eu irei, se me prometer que, se qualquer coisa acontecer, irá me chamar imediatamente. – Ela garantiu com um sorriso e Lancelot ficou mais calmo.

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