Capítulo 41🦋
Jhonatan Fernandez...
É muito frustante você planejar mil coisas com alguém e sempre ter algo no caminho para atrapalhar todos os planos. As vezes coisas que fazemos, as vezes coisas que dissemos ou não, as vezes coisas que o destino nos reserva e isso é muito cansativo!
Não sou o tipo de cara que insiste em algo que sabe que não vai pra frente. E por ter a certeza do que eu quero, aquilo que vejo que irá me atrapalhar, eu deixo de lado. Sempre foi assim! No colégio eu sempre fui focado no que queria e se algo ou alguém tirasse meu foco, eu me afastava.
Mas com a Alícia eu simplesmente não consigo deixar para lá. Estou sempre querendo acabar com aquilo que separa a gente. Sempre me desdobrando o máximo para me aproximar dela, perguntando, questionando, investigando, enfim, fazendo o que posso e o que não posso para estar mais próximo do coração dela!
Quando ouvi o tal do Nathan cuspir as informações, que eu deveria saber, na minha cara, como se ele a conhecesse mais do que eu, foi a gota d'água para mim! Eu a conheço há muito tempo e demorei a conseguir que ela se abrisse e confiasse em mim! Eles se conheceram há poucos meses e... Ah! Estou realmente cansado disso!
Entramos na casa do pai dela junto com a madrasta e fomos direto para a sala de estar. Um homem que acredito ser Fred estava sentado no sofá e falava ao telefone, assim que nos viu ele desligou o telefone e veio nos cumprimentar.
— Olá, Juliana! Quanto tempo não nos falamos! — Ele se aproximou de nós e minha irmã o abraçou em cumprimento.
— Oi Tio Fred! É verdade, já tem um tempinho mesmo. Esse aqui é meu irmão, Jhonatan! — Ela nos apresentou oficialmente e apertamos as mãos. Me senti nervoso com aquilo.
— Então você é o rapaz que me ligou pedindo explicações há alguns meses? — Ele falou enquanto apertava minha mão e abriu um sorriso que me lembrou bastante o sorriso da Ali — Um prazer finalmente te conhecer!
— O prazer é todo meu senhor! — Respondi meio sem jeito.
— Sem formalidades, por favor. Acho que vocês vieram para saber da Alícia, certo? — Concordamos com a cabeça e ele prosseguiu — Vamos nos sentar, pois ela está descansando finalmente.
— Vou preparar um chá para vocês, enquanto conversam! — A madrasta dela saiu em direção a cozinha que conseguimos ver do sofá.
— Eu esperava por ela lá em casa hoje, tio Fred. Passei o dia tentando falar com ela, mas o celular só caia na caixa postal — Juliana falou assumindo para ela tudo que eu tinha feito — Fomos até o shopping e o ateliê estava fechado, então recorri até aqui, pois a Ali tinha me dito que a mãe dela estaria trabalhando hoje o dia todo — Eu permaneci calado. Não conseguia tirar meus pensamentos das palavras daquele mané! Ainda bem que a Ju estava comigo.
— Alícia passou a noite trancafiada em seu próprio quarto. Um castigo da Lavínia por ela ter falado comigo — Fred soltou um suspiro cansado — Ela não comeu, não tomou banho quando chegou do ateliê. O dinheiro que ganhou trabalhando, a Lavínia pegou. Foi coisa de maluco mesmo.
— Como ela está agora? Ela está ferida? — As palavras saíram desesperadas da minha boca. Meu coração parecia querer pular para fora do peito.
— Ela está muito abalada emocionalmente. Depois que tomou banho e comeu ela pediu para dormir um pouco e foi para o quarto dela — A mulher voltou da cozinha com uma bandeja nas mãos e a colocou na mesa de centro distribuindo o chá para nós.
— Eu quero muito vê-la! Acho que posso ajudar ela a se acalmar mais! — Falei finalmente, assumindo o que quero desde a hora que toquei a campainha.
— Mas ela está descansando, Jhonan! Não seja inconveniente! — Juliana falou me repreendendo com o olhar.
— Acho que você pode ajudar, filho! — Fred disse olhando em meus olhos — Mas deixe a porta aberta! Estou de olhos e ouvidos abertos!
— Sim, senhor! Pode ficar tranquilo. Qual é o quarto dela?
— Segunda porta à direita. É só subir a escada! — A mulher de Fred sorriu para mim, indicando o caminho.
Me levantei rapidamente do sofá de tom bege e me direcionei até seu quarto. A porta estava entreaberta e a vi deitada com os cabelos soltos, usando um conjunto de um tecido fino e brilhante, fazendo sua pele morena parecer mais sedosa. Ao lado da cama de casal, um móvel de madeira clara e o celular conectado ao carregador e desligado. Algumas bolsas e malas espalhadas pelo quarto ainda sem nenhuma arrumação. Por incrível que pareça seu perfume cítrico já exalava pelo quarto. Andei até a cama e me ajoelhei de modo que ficasse com o rosto próximo ao seu.
— Jhonan? — Levei um susto, assim que me aproximei de seu rosto para lhe dar um beijo, ela abriu os olhos e gritou meu nome.
— Oi morena! Que susto! — Falei me colocando de pé e me sentando ao seu lado na cama.
— Não acredito que está aqui! — Ela pulou em meus braços e me apertou forte!
— Você não me atendia. Já estava ficando agoniado de tanto esperar!
— Me perdoa, por não ter avisado. Mas eu...
— Não tem que me pedir desculpas — A interrompi — Estou sabendo de tudo, seu pai já me contou.
— Obrigada por vir! — E foi nessa hora que ela começou a chorar.
Alícia colocou a cabeça na curva do meu pescoço e ali na cama sentados e abraçados, ficamos em silêncio, apenas com o som de seu pranto. Senti seu corpo sacudir e tremer aos soluços que ela dá ao chorar tão desesperadamente. Comecei a acariciar seus cabelos na tentativa de acalmá-la
— Calma, morena. O pior já passou! Estou aqui pra você! — Ela não conseguia dizer nada e continuei a acariciar seus cabelos e suas costas também.
Uns minutos depois ela tirou a cabeça do meu ombro e olhou em meus olhos. Limpei as lágrimas que ainda caiam e beijei seu rosto. Um beijo em cada bochecha, um na ponta do nariz, um na testa e finalmente um na boca. Ela retribui o beijo que devido a tantas lágrimas derramadas, estava um pouco salgado, o que a fez sorrir enquanto nos beijávamos.
— Obrigada por vir! — Ela disse novamente ao se afastar.
— Eu estava muito preocupado, Morena! Você não respondeu nenhuma mensagem e fiquei sem saber o que tinha acontecido.
— Lavínia pegou meu celular assim que cheguei em casa e me trancou no meu próprio quarto! Não pude falar com ninguém, não deu tempo. Acho que foi uma das noites mais longas que já tive. Não sei porque ela faz essas coisas, Nego. Poxa, ela é minha mãe!
— Ela tem o dinheiro como prioridade e você é quem pode dar o que ela quer Ali. Sinto muito por você ter passado por isso. Devia ter levado você pra minha casa como eu queria! — Acariciei sua bochecha enquanto falava.
— Pode até ser, mas talvez fosse pior quando eu voltasse pra casa e provavelmente não estaria na casa do Fred agora! — Seus olhos pareciam vazios e ela abaixou a cabeça olhando atentamente para seus dedos das mãos que não paravam de se mexer, demonstrando seu nervosismo.
— Você está feliz de estar aqui? Se sente bem?
— Ainda não estou cem por cento — Confessou olhando pra mim agora — Mas acho que é questão de tempo até eu me acostumar com tudo isso.
— Sua madrasta parece ser gente boa! — Esbocei um sorriso.
— Deise é mesmo, um amor! Espero conseguir retribuir o carinho que ela tem por mim! — Alícia deitou a cabeça no meu colo e eu apoiei meu corpo na cama firmando os braços no colchão atrás do meu corpo. Ficamos em silêncio, mas logo tratei de quebrá-lo.
— Preciso te perguntar uma coisa — Disse olhando para o teto, preciso falar antes que minha mente me domine — E se eu não disser vou enlouquecer!
— Então pergunta, nego! O que houve? — Ela se senta de frente para mim, cruzando as pernas em posição de borboleta.
— O que aconteceu entre você e aquele cara? Foi só um beijo mesmo?
— De quem... Ah! Nathan é um idiota, mas é um idiota tentando melhorar!
— Então vocês são... — Fiquei incomodado com os pensamentos que me vinham, me remexi trocando a posição dos braços, pigarreei e continuei — São amigos?
— Somos colegas, mas nada além disso! — Seus olhos me mostravam a veracidade de suas palavras e meu coração se acalmou — Por que tá querendo saber isso?
— Antes de vir pra cá, Juliana e eu fomos no shopping, lá onde você trabalha, mas estava fechado. Aí ela foi perguntar a ele se tinha te visto no trabalho. E ele nos contou tudo!
— Nossa! Estou surpresa. Mas sinto que não foi só isso que aconteceu — Me encarou sabendo que eu tinha algo a mais para dizer — O que tá pegando?
— Morena, não vou negar que fiquei curioso e intrigado também — Soltei um suspiro pesado — como ele sabia tanta coisa sobre você? E por que ele sabe de tudo e eu não fazia idéia do que estava acontecendo?
— Jhonan, Nathan entrou na minha vida por causa da minha mãe. Ela meio que pagou para ele me "conquistar" e fazer a gente se afastar!
— O que? — Meus sentimentos ficaram confusos com sua revelação — Não é possível, mas que canalha!
— Pois é, eu acho isso também! Ontem ele apareceu perto da janela do meu quarto. Por causa do meu sono leve, ouvi as coisas que ele jogava no vidro da janela e foi ai que ele me ajudou pela primeira vez. Lavínia e nem meu pai sabem que foi ele.
— Hum! Não confio nele! Não sei como você ainda é amiga desse idiota? Ele não vale nada!
— Ele não vale nada, mas se ele não tivesse aparecido lá ontem, possivelmente eu ainda estaria lá!
— Sei! Tudo bem então! Pelo jeito vão continuar amigos né!
— Não somos tão próximos como você está pensando, mas sim, não vou ser rude com ele depois do que fez!
— Ta! — Respirei fundo não me conformando com aquilo, mas sem muito o que fazer.
— Para! Você está com ciúmes? — Ela sorri pra mim e meu coração acelera as batidas.
— Não é isso, só... — passei as mãos nos meus cabelos os jogando para trás e suspirei — só não esconde mais as coisas de mim, Morena! Eu quase enlouqueço com isso!
— Não vou esconder nada, prometo!
— Sabe, se algo te acontecesse, eu não me perdoaria nunca! — Falei me aproximando dela. Coloquei seu cabelo para trás o tirando do rosto e olhei em seus olhos,
— Por que está dizendo isso? — Ela deitou seu rosto na palma da minha mão e fechou os olhos
— Me sentiria mal, se você estivesse ferida e eu em casa de braços cruzados sem saber de nada — Ela levantou a cabeça e me encarou.
— Você não tinha como saber, Nego! Ninguém tinha como saber!
— Ainda assim não me perdoaria! Não consigo me imaginar sem você por perto, Morena.
— Eu também não!
Me aproximei mais de seu rosto e tomei seus lábios para mim. Ela correspondeu o beijo rapidamente. Minha língua avançou por sua boca lentamente e saboreei cada pedacinho de seus lábios. Meu coração disparava com a sensação de paz que aquele beijo me transmitia. Minhas mãos desceram rapidamente até sua cintura, abrimos os olhos e nos encaramos rapidamente e ela sentou em meu colo passando as pernas pela minha cintura. Suas mãos passaram por meus cabelos e as minhas mãos entraram por dentro de sua camiseta e senti a renda de seu sutiã em meus dedos, agarrei seu seio esquerdo apertando delicadamente. Alícia arqueou as costas com meu toque e jogou a cabeça para trás. Lambi seu pescoço à mostra, desci com beijos e mordidas chegando no ponto entre um seio e outro. Uma alça de sua blusa fina caiu e ela se afastou.
— Jhonan, vamos com calma! — Ela sussurra em meio aos beijos que me dá no pescoço e na boca — Acho que a porta está aberta!
— Eu sei! — Respondi ofegante — Mas você me enlouquece desse jeito!
— Você me tira o juízo garoto! — Ela riu e nos beijamos mais uma vez. Agora com mais voracidade. Nos afastamos e vi seus lábios ficarem um pouco inchados, me dando mais vontade de beijá-la novamente.
— Quer descer pra gente conversar com seu pai? Minha irmã está lá embaixo também!
— Vamos. Deixa só eu fazer um xixi rapidinho!
Alícia se levantou e entrou na porta ao lado do guarda-roupa. Ela já parecia melhor do que quando cheguei aqui. Meu coração também estava mais aliviado depois de ouvir suas palavras e desfazer todo mal entendido. Me levanto e me posiciono em frente a janela que tem a vista para o quintal da casa. Tenho certeza que aqui ela está melhor do que onde estava. Que seja um novo ciclo para ela e para nós!
— Vamos, nego! Já estou começando a sentir fome!
— Quero uma coisa antes! — Me aproximei dela e a puxei pela cintura que sorriu assim que nos aproximamos.
— Peça qualquer coisa! — Ela disse com os lábios próximos aos meus e soltei um suspiro cheio de desejo!
— Só mais um beijo!
Ela sorriu, do jeito que eu gosto e ficou ainda mais perfeita com o brilho dele. Minha mão subiu acariciando seu braço direito e chegou até sua nuca, embolando meus dedos em seus cachos. Precionei minha boca a sua e ela cruzou os braços atrás do meu pescoço e acariciou minha nuca e meus cabelos. Minha lingua invadiu sua boca sem pedir permissão e já senti o seu gosto adocicado. Ela deslizou a língua em meu lábio superior e eu estremeci sentindo a excitação daquele movimento. Apertei seu bumbum e ela sorriu ainda com a boca grudada a minha. Para o meu desespero o ar faltou e fomos obrigados a nos afastar. Deixei seu corpo preso ao meu ao manter firme meus braços em volta de seu corpo. Desci os beijos até o seu pescoço e senti ela sorrir.
— Agora vamos descer! Estou realmente com fome! — Ela falou sorrindo.
— Agora quem precisa ir ao banheiro sou eu! Deixa eu jogar uma água no rosto!
— Você é um tarado isso sim! — Ela gargalhou e meu peito sentiu o peso daquilo, eu era o motivo de seu sorriso e uma alegria me invadiu no mesmo momento.
— Por você eu sou mesmo Morena! Nunca te escondi isso! — Dei uma piscadela e a soltei. Corri até o banheiro. Joguei uma água no rosto, respirei um pouco tentando tirar o foco daqueles beijos e de seu corpo próximo ao meu e sai do banheiro mais aliviado.
Escorada na porta do quarto ela me esperava. Entrelacei nossos dedos e caminhamos em direção a sala onde todos estavam conversando com suas xícaras nas mãos.
Passamos um tempo conversando e distraindo a mente. O nome da Lavínia não foi citado em nenhum momento e a minha Morena parecia mais aliviada. Vê-la sorrir e superar todo um passado perdoando seu pai me deixou cheio de orgulho dela. Deise nos contou o quanto Amanda estava empolgada trabalhando com a Ali. Parece que desde que o marido dela morreu, Amanda não tinha mais uma motivação para continuar trabalhando e quando a Ali apareceu foi como um raio de sol na vida dela. Minha Morena é luz! Eu sempre disse isso!
A campainha toca e todos se olham curiosos. Deise levanta para atender
— Está esperando alguém, Rico? — Ela se direcionou ao Fred
— Não meu amor! Não combinei nada com ninguém!
— Já volto então!
Ficamos em silêncio esperando que ela voltasse. E quando ela apareceu acompanhada, senti meu corpo ferver. Olhei para Alícia e ela parecia tão surpresa quanto todos nós ao ver que ele estava ali!
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🦋 Contém 2615 palavras🦋
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