Capítulo 28🦋

Aviso de gatilho, teremos uma cena de um possível abuso. Não está descrito mas deixa entender. Caso queira pular a cena, fique a vontade e me chame se precisar conversar. Estarei aqui! Boa leitura.🙏❤️

Jhonatan Fernandez...

Estou há uma semana esperando notícias da Alícia. Ela não deu as caras. Não sei o que ela conversou com o Fred e Juliana parece que ainda não se entendeu muito bem com ela, pois também não está sabendo de nada.

Eu deveria estar preocupado? Não!

Mas eu estou? Sim!

Eu disse que não ia mais forçar a barra com ela, mas eu tô preocupado de verdade. Minha vida tá uma correria só e não tenho como ir pra São José esse fim de semana, até porque se eu for, minha mãe me esgana. Agora tô indo direto para a biblioteca pois tenho que pegar um livro para fazer um trabalho sobre a Introdução à Ciência do Direito. Não está sendo fácil, mas a turma tem sido boa, pois todos nos ajudamos bastante. Só quero ver até quando essa união vai.

— Bom dia dona Marília. - Cumprimentei a Marília que toma conta das coisas aqui na biblioteca.

— Bom dia meu jovem. O que está precisando hoje?

— Marília, preciso do livro de introdução à ciência do direito, do André Franco Montoro. Tem por aqui?

— Temos sim. Segunda fileira da Ala B.

— Obrigado Lia, salvou meu dia!

Dei um beijo na mão dela e corri para pegar o livro. Encontrei a fileira que ela indicou e comecei a procurar pelo livro. Tenho que correr pois falta pouco para o segundo tempo de aula. O intervalo já está acabando.

Achei! Finalmente. Já estava quase na terceira fileira!

Pego o livro e ando apressado, passando pela Lia e agradecendo pela ajuda. Assim que saio na porta esbarro em alguém. Quando a gente está atrasado, tudo coopera para que fiquemos mais atrasados ainda.

— Nossa garoto! Presta atenção! - Apenas estendi a mão para que ela levantasse — Ah, hum! Oi! Jhonatan, né?

— Sim! E desculpe pela trombada! - Já ia saindo, mas fiquei curioso para saber como me conhecia — Desculpa mais de onde me conhece?

— Da turma de direito. Professor Marco Antônio. Sou Mariana - Ela estendeu a mão para mim, e eu então reparei nela, apertei sua mão estendida.

— Prazer Mariana. Preciso ir que o intervalo já está acabando e não gosto de me atrasar. - Ela sorriu.

— Vou com você, deixa só eu entregar esse livro para a Marília.

— Ok!

Alana entrou e Marília a recebeu com um sorriso. Bom sinal, não acha caro leitor?

Talvez ela seja uma boa pessoa. Mariana tem os cabelos lisos e loiros. Usa um óculos que combina com seu rosto de queixo fino, olhos claros em tom de mel. Ela é muito bonita.

— Vamos? - Me perguntou assim que voltou até mim, apenas confirmei com a cabeça e seguimos pelo corredor — Então, você é de onde Jhonatan?

— São José dos Campos. - Respondi objetivamente.

— Legal, temos um paulista por aqui. - Ri meio envergonhado

— Pois é. Mas e você, é daqui mesmo?

— Niterói! Aqui do lado. Já conheceu?

— Não tive a oportunidade ainda.

— Bom, quando quiser conhecer, posso te ajudar. Me avise e vamos juntos.

— Tudo bem! - Graças a Deus já estávamos na porta da sala, pois sou péssimo para puxar assunto. Eu nunca sei o que falar.

— Aqui, esse é meu telefone. Me liga quando tiver afim de conversar. - Ela me deu um cartão com o nome e o telefone dela. Achei esquisito, mas peguei o cartão, coloquei entre os meus lábios e acenei com a cabeça.

A aula foi muito interessante, e o tempo acabou passando rápido sem que eu me desse conta que já era quase meio dia. Fui o último a sair da sala e Joana está me esperando na porta para irmos juntos para o apê. Já é nossa rotina.

— Vamos Jhon, estou morrendo de fome! - Ela falou batendo a palma da mão no batente da porta.

— Calma, fominha! O livro para o trabalho não cabe na mochila, vou ter que carregar esse chumbo na mão!

— Tem braços fortes para isso, bebê! - Rimos do seu comentário e saímos da sala.

— Conhece a Mariana, Joana?

— A Bittencourt? - Ela falou revirando os olhos. — Conheço sim!

— Por que essa cara de tédio?

— Por que não suporto essa garota oferecida. Conheço ela dos tempos do colégio lá em Niterói.

— Nossa que coincidência. Vocês estudavam juntas?

— Sim, mané! Presta atenção no que tô falando. Mas o mais importante é: fique longe dela! - ela falou apontando o dedo na minha cara.

— Ok, capitã!

— Ha! Muito engraçado. Tô falando pro seu bem, se você der trela pra ela, pode esquecer minha amizade.

— Nossa, calma Jo. Vai ter que me contar o que foi que ela te fez. Esse ódio aí, não é atoa.

— Um dia talvez eu conte. Agora, vamos logo.

Nosso caminho foi tranquilo, deixamos as coisas no apê, ela no dela e eu no meu, e fomos comer no lugar de sempre. Toda sexta a gente não almoça na faculdade, a galera se reúne perto da praia das pedrinhas e ficamos conversando e se o tempo estiver bom aproveitamos para ir a praia.

Assim que chegamos no restaurante, Ivan já tinha separado nossos lugares, pois foi direto da faculdade. Rony estava com ele hoje e gostei de vê-lo. Mais uma oportunidade de agradecer a carona da semana passada.

Comemos e estamos indo até a praia. Rony toca violão e trouxe pra gente dar uma relaxada na praia. Joana olha pra ele como eu olho pra Ali e o Ivan olha pra ela como ela olha pro Rony. Espero que meu amigo tenha visto o mesmo que eu se não ele vai sair com o coração partido.

— Ivan, Acho que vou pro apê. Tenho um trabalho gigante pra fazer.

— Ah eu também tenho, Jhon! - Joana me escutou falando — Inclusive vamos fazer juntos, lembra?

— Mas eu já queria começar. Tô desanimado de ficar aqui hoje!

— O que tá pegando contigo, mano? - Ivan quis saber.

— Coisas do coração.

— Ah, que lindo Jhon! - Joana se empolgou — Me conta quem é ela? É de São José? Vocês se gostam?

— Larga de ser intrometida Joana! - Ivan repreende nossa amiga, mas com um sorriso apaixonado na cara.

— Me deixa Ivan! Fiquei curiosa e quero saber. Chato! - O sorriso dele diminuiu.

— Jo, não quero falar disso hoje, tá bom! Outro dia eu conto sobre. Só queria parar de pensar nela o tempo todo.

— Bom, eu não tenho muita experiência nesse assunto, Jhon, mas quando quiser conversar, pode me chamar.

— A mim também mano. Às vezes conversar com alguém, ajuda a aliviar os sentimentos sufocados.

— Desde quando sabe dar conselhos assim Ivan? Nunca vi você com ninguém!

— Tenho mais experiência do que gostaria de ter! - Dei um sorriso cúmplice pra ele, pra tentar dizer que entendi o que ele estava querendo dizer.

— Vai ter que me contar quem é a felizarda, Ivan! - Arregalei os olhos para ele.

— Vai sonhando que vou te contar, alguma coisa, Aninha! - Ele falou em um tom de brincadeira e chutou um pouco de areia nos pés dela.

— Joana, acho melhor deixar esse assunto pra lá. - Eu disse para ajudar a disfarçar.

— Por enquanto! Agora vamos nos juntar à rodinha. A galera já se aglomerou.

Caminhamos até a roda que se formava em torno do Rony. Joana se aproximou e ele sorriu para ela. Vi o brilho nos olhos dela e Ivan se encolheu, percebendo o mesmo que eu.

— Tá foda, irmão? - Perguntei pra ele

— Até demais! - Rimos e nos sentamos perto de todos.

Não demorou muito para que a sessão MPB começasse para a minha derrota. A primeira música foi a do Djavan. Logo a que citei pra ela. A vida não ajuda em nada. Peguei meu celular e comecei a gravar um áudio pra ela, com a galera toda cantando a segunda estrofe da música.

"Você sabe que eu só penso em você

Você diz que vive pensando em mim

Pode ser, se é assim

Você tem que largar a mão do não

Soltar essa louca, arder de paixão

Não há como doer pra decidir

Só dizer sim ou não

Mas você adora um se"

Mandei o áudio e coloquei o telefone no bolso da bermuda de volta.

A música acabou e eu decidi voltar pro apê. Ivan me seguiu.

Ele veio comigo pro apê e passamos a tarde conversando e acabei contando pra ele da Alícia. Algumas latinhas de cerveja e já estávamos os dois jogados no chão e rindo de vídeos idiotas no computador dele. O telefone dele está tocando agora e ele não sabe onde enfiou.

— Achei! - Gritou ele mostrando o telefone com o dedo indicador

— Então atende essa bosta! - Falei meio embolado, mas ele entendeu.

"— Alô! ... Oi Aninha ... Calma, onde você está? ... Chego em alguns minutos... Fica calma e me espera!"

— O que aconteceu Ivan? - Perguntei.

— É Joana, mano. Precisamos ir logo!

— Onde ela tá?

— Na praia. Atrás do bar!

— O que ela tá fazendo lá?

— É isso que quero saber! Vamos! Ela não tá bem!

— Ok!

Tranquei a porta do apê e saímos correndo. Hoje ele não está de moto então pedimos um carro pelo aplicativo, e graças a Deus o cara estava por perto. Descemos na praia, e corremos até o bar. Joana estava sentada no fim de um pequeno corredor dos banheiros.

— Aninha, o que aconteceu? - Ivan se abaixou para alcançá-la. Sua blusa estava rasgada e seu rosto tinha um corte no supercílio. A boca tinha uma roxidão e estava inchada no lado direito. Ela tampa a barriga com a mochila preta que carrega todos os dias.

— Joana, quem fez isso com você? - Perguntei horrorizado com o que estava vendo.

— Ivan, me leva pra casa! - Ela olhava para ele com tanta súplica e medo em seus olhos. Meu coração ficou pesado na mesma hora.

— Vem Aninha. Vou te levar pra minha casa. Minha mãe cuidará de você.

Joana confiava nele para que ele a tocasse, mas eu não fui permitido a me aproximar. Ajudei a carregar as bolsas dos dois. Joana entrelaçou os braços no pescoço do Ivan que a carregou nos braços. Eu pedi um uber e ele nos levou até a casa do Ivan.

Estou aqui na sala da casa dele. Aqui é só ele e a mãe. Pessoas humildes com um coração lindo. Ninguém se pronunciou sobre nada ainda e eu também não quis me intrometer. Joana está com a mãe do Ivan há mais de uma hora e ele está lá pra dentro também.

Meu telefone vai descarregar a qualquer momento, já olhei pra ver se a Ali me responde, mas até agora nada! Pelo menos dessa vez eu sei que não fui ignorado. Ela realmente não viu a mensagem ainda.

— Mano, quer comer alguma coisa? - Ivan se aproximou.

— Não, quero saber como ela está. O que foi que aconteceu.

— O babaca do James.

— Quem é James? - Perguntei confuso.

— James é um dos veteranos da faculdade. Ele é um idiota com todas as meninas. Mas por ser rico e boa pinta, muitas não ligam por ele ser um escroto.

— Mano, não conheço ele, mas o que ele fez não pode ficar assim! Ele tem que pagar!

— E ele vai. Joana conseguiu se defender até certo ponto. Alguns amigos dele ajudaram a esconder a situação no corredor do banheiro, mas o dono do bar ouviu os gritos dela e chegou lá antes que ele arrancasse a roupa dela e ele fugiu. Ela só pediu para o dono do bar o telefone e ligou pra mim.

— Porra! Você tem que me dizer quem é esse idiota! Vou estudar todas as possibilidades para conseguir que ele pague pelo que fez.

— Calma aí, aspirante a advogado! - Joana apareceu na sala, onde conversávamos sobre ela. Depois de um banho e uns curativos, seu rosto já estava voltando ao normal, apesar da roxidão — James tem uma família muito poderosa, então teremos que ter cuidado ao investigar sobre.

— Jo, você me deu um susto. - Falei abraçando minha amiga, com a permissão dela. Agora eu tinha um objetivo maior do que eu — Posso não saber muita coisa ainda, mas eu prometo a você, vamos encontrar um jeito de fazê-lo pagar! Ou eu não me chamo Jhonatan Fernandez!

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🦋Contem 2000 palavras🦋
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Bom por hoje é isso.
Acho que nosso nenê vai focar em outra coisa agora.

Alicia que se prepare!

Beijos 🦋

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