Capítulo 17🦋

Alicia Parker...

Depois de um dia de cão com a minha mãe, tudo que eu queria era passar um tempo sendo amada por ele. Sentindo o carinho, os sentimentos à flor da pele e todas as coisas que ele me faz sentir.

Ainda não consigo acreditar que quase transamos! Acho que eu estava fora de mim! Mas quem em sã consciência conseguiria evitar que acontecesse? Eu posso estar me precipitando, posso me enganar com ele no futuro, mil coisas podem acontecer, mas eu jamais me arrependeria de ter tido minha primeira vez com ele.

Ele foi carinhoso, delicado e me fez sentir a mulher mais gostosa do mundo. Sei que nem todas as mulheres têm essa sorte, mas eu tive e quis aproveitar o máximo. Faz pouco mais de um mês que a gente tá junto e eu fico me perguntando por que não fiz isso antes. No fim das contas ele sempre teve razão. Eu e ele juntos é perfeito. Ou eu estou mais apaixonada do que nunca.

Infelizmente a gente não pôde continuar de onde tínhamos parado. É a mãe dele no telefone, e pela expressão que está estampada em seu rosto, as notícias não são nada boas. Observei até que ele desligasse o celular e me olhasse, para dizer o que estava acontecendo. Enquanto ele falava com ela, coloquei minha roupa, apesar de estar sentindo meu corpo fervilhando com todas as sensações gostosas que ele me fez sentir, acho que não tem clima para mais nada hoje.

— Jhonan! O que aconteceu? – Perguntei enquanto ele olhava para o nada sem dizer uma palavra — Jhonan?

Me aproximei dele, peguei o telefone de sua mão, puxei-o lentamente pelo braço, para que se sentasse, mas ele se ajoelhou em minha frente e eu fiquei sentada no sofá.

— Jhonan, por favor! Fala alguma coisa! – Meu coração estava acelerado e minha mente já havia pensado mil coisas em menos de dez segundos.

— Meu pai, Ali! Meu pai… ele, ele tá morrendo! – Seus olhos verdes estavam em um tom muito escuro e as lágrimas davam indícios de um choro contido.

— Calma, nego! Calma! Respira! – Eu não sei se estou dizendo para ele ou para mim mesma.

— Eu preciso ir! – Ele disse de repente com uma frieza em sua expressão — Eu tenho que levar uma roupa pra ela, e falar com a Juliana.

— Hey! – Chamei sua atenção, antes dele se levantar — Olha pra mim, nego! – Ele exitou — Olha pra mim! – Um suspiro saiu dele — Não finja que não está doendo! Se você precisa de uns minutos para se estabilizar, eu tô aqui pra segurar sua mão! Não precisa fingir!

Ele não disse uma palavra, apenas abraçou minha cintura e colocou a cabeça no meu colo e chorou. Sem nenhum medo ou receio, sem constrangimento! Ele desabou tudo, até soluçar. Permaneci quieta, minhas mãos passeavam nas suas costas, tentando consolá-lo com meu toque, com um cafuné, de alguma forma, eu queria que a dor dele diminuísse o máximo! Eu estava sofrendo por ver ele daquele jeito!

Alguns minutos depois ele se acalmou

— Obrigado Morena! – Ele levantou a cabeça me olhando nos olhos, eu o beijei.

— Agora que você tá melhor, me fala o que sua mãe disse?

— Meu pai passou muito mal e ela está com medo do pior. Ela pediu que eu levasse uma roupa pra ela e é pra eu e a Ju irmos pra lá.

— Então vamos logo! Lá a gente vê o que realmente tá acontecendo sem criar expectativas.

— Você vai com a gente?

— Não deixaria vocês sozinhos nesse momento!

— Mas e sua mãe? Ela vai saber que a gente tava junto!

— Depois eu penso nisso, Jhonan! Agora vamos! Vou lá em cima colocar uma roupa melhor e já vamos. Se arruma.

— Me desculpa!

— Por que tenho que te desculpar nego?

— Nossa noite não terminou como a gente queria, e...

— Nossa noite foi linda. E eu sei que ainda teremos outras oportunidades pra isso! – Passei minha mão em seu cabelo, acariciando seu rosto junto. Ele sorriu e se levantou.

— Então vamos morena. E obrigado mais uma vez por me ajudar!

Me levantei, o abracei e fui trocar de roupa o mais rápido que pude. Peguei uma bolsa pequena e desci as escadas correndo. Jhonan já estava pronto enviando alguma mensagem, me viu e andamos para fora de casa.

Juliana já estava esperando a gente no portão de casa. Jhonan tinha falado com ela enquanto eu me trocava. Ela me viu, entrou no banco de trás e ficou em um completo silêncio. A única coisa que fez, foi me dar a mão, assim que estendi a minha para ela.

Assim que chegamos no hospital a tia Cíntia veio correndo até nós. Juliana começou a chorar assim que a viu e percebeu o desespero em seus olhos inchados.  Jhonatan se manteve sério e segurava minha mão com bastante força. Entreguei a sacola com a roupa pra ela e a mesma foi se trocar!
Pelo que entendi, seu Luís passou mal enquanto dormia e acordou já vomitando, sujando uma parte da roupa da tia Cíntia. Me sentei em um dos banquinhos da recepção e observava a movimentação dos enfermeiros, médicos, tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo.

Hoje é um dia daqueles por aqui.

Quando liberaram o quarto, os três foram vê-lo e eu fiquei na porta do quarto observando. Um aperto no meu coração veio e as lágrimas começaram a rolar assim que vi que o Jhonatan chorava enquanto abraçava o pai. Era uma despedida. Todos sabiam. Minha amiga chorou muito e ficou um bom tempo abraçada ao pai. O médico entrou no quarto dizendo que estava na hora de mais exames para monitoramento, todos se despediram mais uma vez! Jhonan se afastou deles e veio até mim.

— Como você tá nego? – Perguntei desencostando da porta e indo abraçá-lo.

— Pra falar a verdade eu não sei. Não sei o que pensar, o que sentir. Não sei! – Ele depositou um beijo no topo da minha cabeça — Vem, meu pai quer dar um oi!

Andamos pouca coisa, até a ponta da cama onde ele estava. Um dos enfermeiros estava colocando ele na cadeira de rodas. Ele andava com muita dificuldade. Eu e Jhonan ficamos de mãos dadas. Quando o seu Luís me viu abriu um sorriso que me doeu o coração.

— Oi minha filha do coração! – Ele disse, um pouco ofegante — Como você está?

— Estou indo seu Luís! Na torcida pelo senhor!

— Ah, obrigado! – Ele disse sem nenhuma emoção no rosto. O enfermeiro arrumou a agulha do soro no braço e se posicionou atrás da cadeira para empurrá-la. — Bom, agora deixa eu ir para esses exames! – Ele sorriu, porém esse sorriso não chegou em seus olhos.

— Boa sorte, seu Luís.

— Eu ficarei bem! – O enfermeiro o empurrou até mim, ele estendeu a mão pra mim — Cuida desse cabeça dura do meu filho pra mim! – Meu coração acelerou demais e uma lágrima isolada caiu de meus olhos.

— Para com isso pai! – Jhonan o reprimiu e eu apenas sorri em concentimento para o seu Luís.

Seu Luís seguiu até a sala de exames, mas infelizmente ele não voltou mais!

Jhonatan estava sentado, com as costas encostadas na parede atrás de nós. Seus olhos estavam fechados, ele segurava minha mão e sua perna direita sacudia rapidamente, demonstrando todo o seu nervosismo. Quando a tia Cíntia apareceu desesperada, pois o seu Luís não tinha resistido, ele a abraçou, deixou que ela chorasse em seu ombro. Eu abracei a Ju, e choramos juntas pela perda deles. 

Depois que o Jhonan me deixou na rua de casa, eu caminhei até a entrada de casa, pensando e me preparando para as brigas e discussões vindas de dona Lavínia. Eu sabia que ela não ia aliviar, mesmo sabendo o que tinha acontecido. Mas eu não estava me importando com isso! Jhonan e Juliana precisavam de mim lá, e eu não me perdoaria se não estivesse. E por isso, eu não me importo com o que ela vá fazer.

Abri a porta da sala, e vi algumas almofadas espalhadas no chão. Entrei e já comecei a pegar e colocar no sofá, arrumando aquela bagunça. Uma das almofadas estava com o perfume dele, isso me fez sorrir ao lembrar do que quase tínhamos feito há algumas horas atrás. Foi uma loucura, mas eu faria tudo de novo! Mas talvez não fosse pra acontecer ainda e o celular ter tocado naquele momento, foi um sinal para irmos mais devagar!

Coloquei o restante das almofadas no sofá e subi para o meu quarto carregando aquela que estava perfumada. Deixei minhas coisas em cima da cama, peguei uma roupa limpa, tomei um banho rápido, e voltei para o quarto. Vou descansar um pouco antes da minha mãe começar com a gritaria de sempre. Amanhã será o velório e eu tenho que estar pronta, para segurar a barra por eles!

Mais tarde acordei com as batidas na porta do meu quarto. Apertei a almofada perfumada e me levantei.

— Mãe! Pra que esse escândalo? – Falei ainda sonolenta e irritada com o barulho.

— Quem autorizou sua ida ao hospital no meio madrugada?

— Não preciso de autorização!

— Olha os limites Alicia! Saiba que isso pode te custar muito caro! Foi com quem?

— Jhonatan veio buscar eu e a Juliana que estava aqui comigo. O pai dela passou mal na madrugada.

— Minha colega falou que vocês chegaram juntos!

— Se já sabia, pra que veio fazer escândalo na minha porta?

— Não seja abusada Alicia! Eu meto a mão em você de novo! Mas dessa vez vou relevar, pois eu soube que o Luís veio a óbito! Ele era uma excelente pessoa!

— Sim, ele era! O velório será amanhã, Juliana está muito mal!

— Nós iremos ao enterro! E depois você pode passar o dia com a sua amiga! Afinal, se eu não permitir, as pessoas podem estranhar! Não seria bom para a minha imagem!

— Nossa, jura? – Falei com asco da pessoa à minha frente.

— Apesar do que aconteceu aqui, Juliana é uma boa menina e ótima influência para você! Você deveria aprender mais com ela. Ah, me esqueço, às vezes, que você não tem essa capacidade.

Fiz um movimento de que fecharia a porta na cara dela, mas ela colocou a mão na porta a forçando para eu não fechar.

— O que mais você quer, Lavínia?

— Vá arrumar a bagunça que você deixou na sala. Balde de pipoca e leite condensado, almofadas espalhadas, mais um pouco enche tudo de formiga!

— Eu já vou! – Agora fechei a porta e me joguei na cama mais um pouco.

Depois de algumas batidas escandalosas na porta, eu desci e arrumei as coisas. Era impossível não lembrar de cada detalhe do que aconteceu ali e minhas imaginações já não estavam apenas nos beijos arrebatadores que ele me dá! Resolvi ligar o som para afastar os pensamentos indecentes que me vinham a mente e continuei a faxina.

Ao anoitecer minha mãe saiu com algumas amigas e enviei uma mensagem pro Jhonan. Ele não respondeu! Fiquei triste, mas entendi que era um momento complicado. Mandei uma mensagem pra Ju, perguntei como todos estavam, ela disse que estavam lidando da melhor maneira possível, mas que a mãe dela passou o dia chorando e agora de noite que ela conseguiu dormir um pouco. Jhonatan está trancado no banheiro e não fala com ninguém. Ela também disse que enquanto a tia Cíntia estava acordada ele não saiu do lado dela.

Chorei enquanto trocamos mensagens, por fim disse a ela que amanhã passaria o dia com ela e tentaria animá-la nem que fosse por um momento. Desejei forças a ela e fui dormir!

Dormi com o coração apertado, pois não havia nada que eu pudesse fazer para mudar aquilo.

Pela manhã me arrumei rapidamente e arrumei uma mochila com alguns pertences e roupas. Minha mãe também já estava pronta quando desci para a cozinha. A única coisa que falamos foi um bom dia, e logo saímos para o enterro.

Assim que descemos no ponto do cemitério, vi Diego e seu pai pararem com o carro no estacionamento, e achei legal que eles também vieram apoiar minha amiga! Ele acenou para mim quando me viu de longe e entrou no cemitério.

Entramos na pequena sala onde se encontrava o caixão, vi Jhonan parado ao lado da mãe e da irmã. Meu coração acelerou. Ele estava lindo e triste. Usava calça jeans em tom escuro, blusa e sapatos sociais pretos, as mangas da camisa dobradas até os cotovelos. A camisa social lhe caiu muito bem, delineava todo o seu tronco e bíceps. Mas apesar da aparência impecável, seu olhar era extremamente triste. Observei os amigos dele se aproximarem, Rogério, Helena, Ricardinho e mais alguns alunos do colégio que não me lembro o nome.

Diego e seu pai estavam acabando de cumprimentá-los e se afastaram e eu e minha mãe nos aproximamos deles. A Ju e a tia Cíntia vieram nos cumprimentar. Tia Cíntia abraçou minha mãe e depois eu a abracei. Em seguida o Jhonan, que apenas me deu um beijo na bochecha e voltou a ficar ao lado do caixão, e por último a Ju.

— Obrigada por vir amiga – Ju começou a falar ainda abraçada a mim.

— Jamais deixaria de vir. Ele era como um pai pra mim, você sabe!

— Sim, eu sei! – Ela secou as lágrimas que caiam sem parar. — Mesmo assim obrigada.

— Você vai cantar mesmo amiga?

— Vou sim, foi a última coisa que ele me pediu!

— Sim, verdade. – Ela recostou a cabeça no meu ombro e eu passei meu braço pelo seus ombros. — Ah, se você ficar muito nervosa e precisar de alguém pra segurar sua mão – ela levantou a cabeça pra me olhar — Chama o Diego! – Ela sorriu

— Alicia, você é terrível!

— Fiz você sorrir pelo menos um pouco! – Ela sacudiu a cabeça e logo o sorriso sumiu de seu rosto.

— Vai lá pra casa depois daqui?

— Vou sim! O que seriam de vocês sem mim?

— Do meu irmão não seria nada mesmo, ele não tira os olhos de você!

— Nem vem Ju! Para de ficar criando coisas aí na sua cabecinha!

— Ali, não acredito que você vai continuar mentindo pra mim! Eu já sei que vocês estão juntos e fico magoada toda vez que você desvia o assunto! E depois de ontem não tem como negar mais!

— Xiu, amiga. Minha mãe não pode sonhar com isso. E desculpa, eu não queria mentir, só não sabia como admitir que você estava certa.

— Eu sempre estou!

— Ata, vai sonhando! E além do mais, eu e ele não é oficial pois minha mãe não pode saber.

— É oficial entre vocês! Isso que importa!

— Sim! Só queria não ter que ficar fingindo que não temos nada!

— Aí queria tanto ajudar você amiga. Sua mãe continua irredutível?

— Mesma coisa de sempre. Infelizmente isso nunca vai mudar.

— Ali, será que não tem nada que a gente possa fazer, ela não pode ficar te tratando desse jeito pra sempre!

— Fica famosa e começa a usar minhas criações!

— Engraçadinha! Até parece!

— Amiga, talento você tem, só te falta a confiança!

— Não quero falar disso agora, Ali, olha ali, sua mãe e a minha estão se aproximando.

Ficamos em silêncio até elas se aproximarem, meus olhos sempre se encontravam com os dele. A vontade de sair correndo e abraçá-lo era tão grande, mas se eu fizesse isso, minha mãe me matava na frente de todos sem dó nem piedade. Tia Cíntia avisou a Ju que estava na hora de começar a cerimônia fúnebre e disse para ela se preparar para cantar logo depois da palavra que o pastor fosse dar.

Jhonatan se aproximou de mim e segurou minha mão entrelaçando nossos dedos, em silêncio. Seu silêncio me incomodava muito, mas respeitei seu momento. A cerimônia começou, alguns amigos da tia Cíntia e do tio Luís falaram e homenagearam ele, familiares deles também e por fim a Ju cantou. Foi tão lindo que era impossível ninguém ali chorar. Jhonan se emocionou, mas não deixou que as lágrimas caíssem, isso me partiu o coração. Assim que ela acabou de cantar, e sim ela também chorava muito, Jhonatan soltou minha mão e foi dar as últimas palavras. Eu abracei a Ju e ouvimos o que ele falava.

— Bom dia a todos! – A voz dele estava mais grave do que o normal — Quero agradecer a cada um pela presença na despedida do homem mais incrível que eu já conheci! – Uma pausa para engolir as lágrimas que gritavam para sair — Meu pai foi uma das pessoas mais importantes da minha vida, tudo que sou devo a ele e a minha mãe. Não existem palavras que possam descrever a saudade que ele deixa em nós a partir de hoje, mas sou grato por ter tido a oportunidade de dizer que o amava ainda estando vivo. – Ele fechou os olhos e mordeu o lábio inferior com uma expressão de dor no rosto — Pai, onde quer que você esteja, obrigado por tudo, eu te amo!

Juliana me soltou e foi abraçar o irmão, tia Cíntia fez o mesmo, e os três ficaram abraçados perto do caixão. Meus olhos estavam inundados de tanta lágrima que me vinha. Dois familiares se aproximaram para carregar o caixão junto com o Jhonan e o Rogério. E assim nos despedimos do seu Luís para sempre.

Apesar da tristeza que todos estávamos sentindo durante todo o dia, nós três passamos o dia conversando coisas aleatórias e assistindo séries que nos faziam rir. Juliana escolheu Friends e a casa ficou mais leve.

Passei o dia fazendo carinho nele, beijando seu rosto, o abraçando, fiz de tudo pra ele ficar mais leve. Depois de tomar um café da tarde, minha amiga saiu da sala e disse que iria tomar um banho. Ficamos eu e ele sentados um ao lado do outro.

— Estou com saudade! – Ele disse, deitando a cabeça na almofada que estava no meu colo. Fiz um cafuné.

— Quer conversar agora? – Perguntei na intenção de ajudar.

— Não quero falar disso Ali. Só quero sentir seu cheiro e ficar em silêncio.

— Você não pode guardar as coisas pra si desse jeito Jhonan!

— Eu sei! Mas agora não quero falar! – Ele falou sério e eu apenas fiquei quieta e joguei a cabeça pra trás. Tia Cíntia enfim saiu do quarto e foi até a cozinha e voltou até nós.

— Está tudo bem por aqui? – Ela perguntou.

— Estamos bem mãe. Só cansados. – Ele respondeu e eu apenas concordei com um sorriso fraco.

— Vou voltar pro quarto, se precisar de alguma coisa é só falar.

— Mãe! – ele se levantou um pouco para falar com a tia Cíntia — A senhora comeu alguma coisa? Precisa que eu faça alguma coisa?

— Não meu filho, só quero ficar na minha cama. Já comi o que precisava.

— Tudo bem! Qualquer coisa me chama!

Tia Cíntia assentiu e subiu para seu quarto. Jhonatan voltou a deitar em meu colo.

— Ela tá assim desde ontem.

— Ela precisa ficar de luto, nego. Era o amor da vida dela. – Meu coração se apertou ao falar aquilo.

— Eu sei. Eu sei! Mas eu fico preocupado de ela não se alimentar bem!

— Ela almoçou bem hoje e acabou de pegar um pedaço de bolo e uma xícara de chá. Nao se preocupe, ela vai superar. Sua mãe é uma das pessoas mais fortes que conheço. – Ele olhou em meus olhos

— Eu sei, morena! – voltou a ficar em silêncio. Juliana desceu e voltamos a assistir a série.

Algumas horas depois, subimos para deitar. Jhonan foi tomar banho e eu fui pro quarto com a Ju. Arrumamos a cama para dormir, e Ju se sentou na janela. Conversamos sobre o novo ano letivo que começa em algumas semanas e o celular dela vibrou com alguma mensagem. Ju ficou branca com o que via no celular e isso me despertou a curiosidade de saber quem era. Me aproximei e peguei o celular da mão dela pra ver quem era.

Briguei com ela assim que vi que era do Juan. Não aceito que ela fique sofrendo por causa desse desgraçado. Em meio a minha bronca que ela ouvia quieta, Jhonan aparece na porta sem camisa e de samba canção. Perdi a fala, a concentração, tudo foi parar na vala.

— O que aconteceu aqui? Do que estão falando?

— Juliana recebeu uma mensagem do idiota do Juan e tá aqui se lamentando por ele.

— Não estou não! Só que…

— Só que nada Juliana. Ele não te merce! Não é Jhonan?

— Com certeza! Se estivesse aqui, teria levado um murro na cara!

Nós dois sentamos na cama e encostamos na parede. Nossos olhos estavam grudados um no outro. Ele colocou uma mexa do meu cabelo solto atrás da minha orelha e desceu o carinho pelo meu braço até minha mão. Seu toque quente, fez minha pele se arrepiar. Juliana estava tagarelando olhando pela janela, mas eu não ouvia mais nenhuma palavra que ela dizia. Eu estava concentrada nos olhos verdes penetrados em mim. Ele depositou um beijo no meu ombro que encostava nele e sussurrou em meu ouvido

— Estou louco pra beijar sua boca! – Meu corpo inteiro correspondeu ao toque de seus lábios na ponta de minha orelha.

Eu tinha dito que queria ir devagar, mas acho que meu corpo não tá ligando pra isso no momento. Não consegui pensar em outra coisa a não ser em beijar seus lábios delineados pelo desejo. Olhei em seus olhos e não disse nenhuma palavra. Apenas beijei sua boca intensamente.
Quando dei por mim ele já estava por cima de mim e a Ju já tinha saído do quarto.

— Levanta Jhonan! Acho que a gente passou dos limites aqui! – Eu disse com o pingo de bom senso que ainda me restava.

— Desculpa. Eu não consegui me controlar.

— Tudo bem, pó visto eu também não. – Ri um pouco envergonhada com a situação — Só vamos respeitar o espaço um do outro, aqui é o quarto da sua irmã!

— A gente pode ir pro meu quarto se quiser.

— Jhonatan! – O repreendi e dei um tampinha em seu braço e ele riu.

— Não vamos fazer nada, Ali! Eu só queria um carinho. Você é a única que consegue acalmar meu coração – Sorri com sua declaração

— Eu iria. Mas eu não consigo me controlar mais, perto de você! Olha o que quase aconteceu aqui. A gente sozinho, não ia prestar! – Seus olhos ficaram escuros.

— Desculpa por isso. Eu juro que foi inconsciente. Eu não quero que se sinta pressionada e nem que tenha medo de ficar sozinha comigo. Eu nunca faria nada que você não queira Ali!

— Acho que me expressei mal. Eu não tenho medo de ficar a sós com você, nego, não mesmo. Só não estou pronta pra dar esse passo agora. Sei que parece loucura. Ontem a gente ia transar lá em casa, mas eu fiquei refletindo depois e talvez a gente tenha ido rápido demais. E eu sei que quando a hora certa chegar a gente não vai precisar fazer nada escondido e nem com pressa.

— Tudo bem pra mim, Ali. Eu espero o tempo que você quiser. E quando você quiser de novo, eu vou estar pronto pra você!

— Obrigada por entender!

— Eu so queria dormir de novo com você, ontem foi tão gostoso.

— A gente nem dormiu aquele dia. Você cochilou um pouco.

— Eu sei,mas gostei de sentir seu cheiro enquanto dormia.

— Eu também gosto do seu! Seu perfume ficou agarrado em uma das almofadas lá de casa. Levei ela pro quarto e dormi agarrada a ela ontem – Sorri pra ele e notei que seus olhos brilhavam.

— Gosto do jeito que você me conta esse tipo de coisa. Qualquer outra pessoa teria vergonha de dizer, mas você não tem, e isso me encanta!

— Agora vou ficar vergonha!

— Não, por favor, não fique! Eu gosto do seu jeitinho. Não mude nunca!

— Incrível como você sempre sabe o que dizer. Eu não vou mudar! Eu prometo se você prometer também!

— Então eu prometo! Eu só mudarei se você pedir! – Estendi o dedo mindinho pra ele. Ele olhou e deu risada. Mas cruzou o dedo dele no meu e beijamos nossas mãos, para selar a promessa.

— Agora só falta uma coisa pra fechar a promessa! – Ele disse sorrindo pra mim, com malícia nos olhos.

— E o que seria?

— Meu beijo ué! – Apenas sorri e ele avançou acabando com o espaço entre a gente.

Mas uma vez meu corpo todo se acendeu com seu toque e seu beijo, mas fui salva pela Ju que entrou no quarto batendo palmas.

— Bora, bora Jhonan! Quero dormir pois estou cansada! O dia hoje foi pesado. Bora! Amanhã vocês se agarram mais!

— Agarro mesmo! – Ele me abraçou e falou no meu ouvido — Boa noite morena! A porta do meu quarto vai estar aberta caso você resolva aparecer.

— Aí Jhonatan, vai logo! Que nojo de vocês! – Juliana falou e caímos na risada.

— Sai fora irmãzinha! Só porque seu amorzinho não está aqui vai ficar atrapalhando a gente!

— Jhonatan! – Briguei com ele na mesma hora — Passou de todos os limites. Pra fora agora!

— Desculpa Ju, eu não…

— Tudo bem Jhonan, boa noite! – Minha amiga ficou muito chateada e eu empurrei ele pra fora que só saiu depois de me dar outro beijinho.

— Desculpa amiga, eu fui muito insensível. – abracei minha amiga.

— Você não, o chato do meu irmão! Vamos deitar que eu tô acabada.

Pegamos no sono rapidamente

🦋
🦋Contem 4215 palavras.🦋
🦋

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top