Capítulo Oito | Madonna ou Lady Gaga?

PERGUNTA ALEATÓRIA DO DIA: Você gosta de espinafre?

❤️

Subi as escadas correndo querendo chegar logo para o meu quarto — do Jimin — e assim que me vi dentro dele senti me mais relaxada. Me joguei na cama de casal, e fitei o teto branco pensativa.

Tá, Okay. Consegui um lugar para ficar, mas obviamente eu não posso ficar aqui para sempre, eles são simpáticos, porém continuam sendo estranhos para mim e eu acho que sou uma pessoa bastante espaçosa, viver em grupo não é para alguém como eu.

Eu quando não quero admitir para mim mesma que sou solitária e não tenho ninguém.

Suspirei com o rumo dos meus pensamentos e me obriguei a parar de pensar nisso, pode não parecer mas isso é um assunto bastante delicado para mim.

Levantei e olhei o quarto em volta, quando acordei não reparei muito nos detalhes, mas agora com mais atenção vejo que é um quarto mediano, bonito e bem organizado. Uma pessoa com mente comum provavelmente pensaria em se manter quieta no seu canto e tentar não abusar da sorte, mas minha mente nesse momento me enviou apenas duas opções para fazer agora no quarto do Jimin:

A) Coscuvilhar nas coisas dele.

Ou.

B) COSCUVILHAR NAS COISAS DELE.

É como meu vovôzinho dizia: Nunca diga a uma mulher para ficar a vontade na sua casa, que no dia seguinte ela estará lavando as calcinhas com sua escova de dentes.

Foi só uma vez vovô porque o senhor tomou ranço nisso?

Saltitei que nem uma criança em loja de brinquedos e iniciei minha pesquisa científica nos objectos pessoais de Park Jimin.

— Hm... Interessante. — murmurei para mim mesma quando abri uma gaveta vendo coisas como pulseiras, relógios, anéis e braceletes. — ...Muito interessante... — voltei a murmurar quando abri a porta do guarda-roupa e olhei atentamente para suas roupas bonitas e estilosas. — Oh Céus! Fascinante! — falei quando abri a gaveta e vi um monte de cuecas dobradas.

— O que está fazendo? — uma voz grossa soou atrás de mim me fazendo arrepiar e quase infartar.

Ai meu pai!

Me virei lentamente encontrando Taehyung me olhando sério de braços cruzados. Engoli em seco.

Pronto! Agora sim ficarei sem teto, eu já tinha conseguido um lugar para ficar, porque eu tinha que estragar tudo apenas porque sou malditamente curiosa e inconveniente?

E porque a consciência só pesa quando a merda já foi feita?

— Eu não acredito nisso. — ele balançou a cabeça negativamente parecendo decepcionado.

— E-eu p-posso explicar... Eu...

— Não é assim que se xereta nas coisas alheias tolinha. — ele disse me deixando confusa. — Você abre, mexe e depois arruma tudo para que não descubram que você esteve aqui. — ele fechou a gaveta de acessórios que eu abri e veio até mim. — Ei, Olha isso... — ele sussurrou me afastando para o lado com o intuito de remexer nas gavetas de Jimin e de lá retirar uma cueca rosa com bolinhas e elegantes.

Ele riu a balançando e eu o acompanhei.

Sabe aquele riso em que você está rindo, não por achar graça  mas por estar indescritívelmente grato por não ter se ferrado?

Eu vim conversar com você. — ele disse guardando tudo e fechando a porta do guarda-roupa.

— Conversar comigo? — perguntei franzindo a testa o vendo se jogar na cama e depois bater no canto dela sinalizando para eu me sentar ali.

— É, conversar com você... Sabe, te conhecer mais. — ele explicou.

Oh...

Sinceramente eu não o condeno, também faria isso se um estranho viesse morar em minha casa. SE eu tivesse uma. Me sentei na cama e ele fez o mesmo, cruzando as pernas e apoiando os cotovelos nas mesmas.

— Então você veio aqui só para fazer perguntas sobre mim?

— Na verdade foram os outros que me mandaram até aqui, porque eles são covardes de mais para perguntar pessoalmente a você e eu sou o único que não tem vergonha ou medo de se manter informado.

Ou seja, é o fofoqueiro. — uma voz abafada disse de trás da porta.

Cala a boca, ela pode nos ouvir!

— Cala você!

— Shiu, vocês dois!

Olhei para Taehyung e ele apenas balançou as mãos sinalizando para eu não ligar.

— Tá, vamos começar... — ele disse apoiando o rosto nas mãos. — Quantos anos você tem?

— 22.

— Qual é a sua nacionalidade?

— Metade Coreana e metade Chilena.

— Você é do Chile? — perguntou parecendo surpreso.

— Meu pai é que era.

— Você disse era ele...

— Sim.

— E sua mãe também? — ele perguntou tristonho.

— Sim. — deixei meu ombros caírem lembrando-me da mamãe.

Pesado.

O que você está achando de morar aqui até agora?

— Estranho. — respondi sem nem pensar duas vezes.

Estranho? Como assim estranho? O que ela acha estranho? Agente é estranho? — uma voz que eu apostaria ser de Hoseok falou do outro lado.

— Estranho seria ela não achar.

Próxima pergunta... — Taehyung disse e por um momento me senti num programa de TV. — Qual é a sua comida favorita?

— Qualquer uma que encha minha barriga e não me mate. — mais uma vez dei de ombros.

Gente eu acho que acabei de encontrar minha alma gêmea.

— Shhhh! Calado! E para de comer esses snacks, está deixando migalhas por todo o lado!

— Você só está dizendo isso porque quer e sabe que eu não vou te dar.

Mais murmúrios.

Qual é a melhor? — O Kim a minha frente perguntou me fazendo desviar o olhar da porta para ele. — Madonna ou Lady Gaga?

Taehyungie foco por favor. — Reconheci a voz de Namjoon.

— Tá bom, Tá bom. Você me conta depois. — ele exclamou revirando os olhos mas sussurrou a última parte para que só eu ouvisse. Ele respirou fundo e engrossou mais a voz fazendo uma pose dramática. — Agora finalmente a pergunta que todos esperamos, que todos queremos saber, a pergunta que me trouxe até aqui, a pergunta que...

Para de enrolar seu mané.

— É, pergunta logo.

— Não queremos ouvir seu discurso.

— Aé? Então venham aqui vocês! — Taehyung desafiou.

Não ligue para eles Tae, por favor prossiga. — Nanjoom mais uma vez se manifestou.

— Obrigado. — o moreno agradeceu satisfeito e inflou o peito com ar. —... A pergunta que...

Sem isso!

Aff... Seus chatos. — Taehyung reclamou fazendo biquinho e eu ri. Era mais do que obvio o que eles queriam saber e eu estava disposta a responder. Não até os mínimos detalhes mas ainda assim disposta. O Kim voltou a focar em mim com um ar mais sério. — Aconteceu algo entre você e o pai do seu bebê? Quer dizer, teve algum problema grave que levou você até o ponto de ficar sozinha grávida?

Hoseok linguarudo.

— Sim. — responde sem hesitar.

— O quê?... Claro, você pode não contar se não quiser.

— Tudo bem, eu quero. — suspirei. — O que aconteceu é que ele morreu.

— Morreu? — ele arregalou os olhos.

ELE MORREU?

— Puta que pariu!

— Por essa eu não esperava.

— Eu esperava.

— Suga se trata.

Ele não morreu de verdade. Apenas para mim. Infelizmente. — revirei os olhos.

— Como assim? O que aconteceu então? — Taehyung perguntou rapidamente.

— Ele meio que disse "Não" para mim no nosso casamento e me abandonou no altar. — revelei envergonhada mexendo nos meus dedos.

Ninguém falou nada por vários segundos e meu me encolhi no lugar, eu sei eu realmente consigo ser mais patética do que já era.

Então... O cara era doente mental? a voz suave de Jimin questionou.

— Deve ser maconheiro.

— Sem dúvidas.

— Por qual outra razão alguém faria isso?

— Eu acho que ele fumou lenha antes de ir ao casamento.

Os outros murmuravam atrás da porta e eu fiquei confusa sem entender o que eles queriam dizer.

— Choi. — Taehyung me chamou segurando meus ombros me encarando seriamente. — Sei que te conhecemos hoje, mas eu já te considero um membro do Bangtan...

— Do quê?

—... E quem machuca um Bangtan, machuca todos os Bangtan. Por isso eu te prometo que quando eu ver esse cara na minha frente, irei socar a cara dele. — ele socou o ar fazendo cara de bravo me fazendo rir.

Eu também.

— Completamente.

— Ele que não apareça a minha frente.

— Espero que esse drogado tenha escrito o testamento. — a voz meio distante de Yoongi se fez presente.

Pessoal, a violência nunca é a resposta. — foi a vez de Namjoon.

De quem estamos falando mesmo? — identifiquei a voz de Jungkook.

— Porque vocês não entram? Melhor do que ficar aí não acham? — perguntei alto o suficiente para os outros.

A gente não está aqui.

— Já estamos indo embora.

Então eu ouvi vários passos contra o piso do corredor que iam diminuindo gradativamente. Revirei os olhos mais uma vez. Era óbvio que eles apenas marcharam no lugar fingindo estar indo embora, até porque ainda dava para escutar a respirações deles contra a porta.

Será que ela acreditou?

Taehyung colocou o dedo indicador sobre os lábios pedindo para eu não fazer barulho e piscou para mim indo na ponta dos pés até a porta e pegando a maçaneta. Ri já sabendo no que ia dar.

Que silêncio todo é esse? Kim Taehyung o que você está fazendo com eLAAAAA

E quando vi Taehyung já tinha aberto a porta e todos tinham caído em cima dele. Coitado, acho que não tinha pensado muito bem nessa parte.

Eu quis sentir pena e não rir de ver todos eles esfarrapados ali no chão, mas acho que que isso está além das minhas capacidades.

Só acho mesmo.

[❤️]

Eu iria rir, desculpa ;-;

E como vocês estão?

🙏

↓🌟↓

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