Capítulo Dois | Santa propriedade de Eon Choi

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- Que frio. - resmunguei enquanto andava abraçada á mim mesma pela calçada.

Felizmente para mim, ainda haviam algumas pessoas no caminho de volta para casa mesmo sendo noite, o que tornava as coisas menos assustadoras para o meu lado. Mas uma sensação de estar sendo seguida estava me agonizando e quando olhei para trás, vi algumas pessoas andando aleatoriamente para todos os lados, nada de anormal, mas um cara em especial, um de roupa preta com capuz parecia mesmo estar me seguindo.

Apressei o passo sentindo meus batimentos cardíacos aumentarem e me atrevi a olhar para trás. Agora ele estava correndo na minha direção sem nem mesmo tentar disfarçar. Tipo " Sim, eu realmente estou atrás de você pra te matar, corre ae pra tornar tudo mais divertido"

Pelo santo padre vestido de rato!

Ou, espera... Era um rato vestido de...

Ah, não importa!

Saí correndo feito uma maluca pela rua desviando das pessoas ou as empurando sem remorso. Tenho quase a certeza que derrubei uma velhinha de muletas, mas eu é que estou sendo perseguida aqui, ou seja, a onda de azar está concentrada em mim não nela.

Ela vai ficar bem.

Néh?

No dia em que eu morrer provavelmente me tornaria numa defunta flutuante porque não tenho nem onde cair morta, porque alguém correria atrás de mim? O pior era que eu já nem sabia para onde estava indo.

- AAAAAHH!!!! - Gritei enquanto corria.

- HEY! ESPERA!! PARE!- ouvi meu perseguidor gritar.

Se eu não estivesse com tanto medo nesse momento, pararia para rir da cara desse indivíduo, quem em seu perfeito juízo para só porque alguém disse "Ei, pare" sendo perseguida?

Meu desespero era tanto que acabei indo em um caminho que levava a um beco sujo, fedido com muros escuros e pixados.

Uau, valeu universo! Não podia ter caprichado mais na minha morte não? Eu sei que não sou a melhor pessoa mas porque eu não posso morrer linda aos oitenta e muitos anos no meio de um jardim?

É PEDIR MUITO?

E só para tornar tudo ainda pior, o beco era sem saída e o homem de capuz tinha praticamenteme me alcançado. Se eu sair dessa viva juro que nunca rio dos protagonistas de terror em uma cena dessas.

Eu estava preparada para me ajoelhar e implorar pela minha vida, mas aí eu vi uma garrafa de cerveja vazia e pensei:

Se eu vou morrer, pelo menos darei luta!

E pensei também:

Vou morrer e nunca experimentei sequer uma vez qualquer comida de rico.
Daquelas que são do tamanho de côco de rato mas valem todos meus órgãos.

Me abaixei pegando a garrafa como uma arma de defesa e a apontei para o homem que respirava de forma meio desregulada por causa da corrida.

Não dava para ver direito seu rosto por causa da escuridão e do capuz, mas quem se importa?

Minha arma não parecia suficientemente perigosa naquela situação, por isso quis fazer igual aquelas personagens de filmes de ação e bati a garrafa na parede para quebrá-la.

Mas a desgramada não quebrou.

Bati outra vez e nada.

Okay, lista de afazeres para quando eu chegar no inferno:

*Procurar uma academia;

- Com licença? - pedi para o meu futuro assassino, que até agora estava apenas me observando. - Você poderia só... - indiquei a garrafa e a parede e ele pareceu entender.

- Ah sim, claro - ele pegou minha arma e sem muitas dificuldades, a quebrou na parede. - Aqui, cuidado com ela...

- Obrigada. - agradece pegando a garrafa de volta, agora quebrada na ponta e capaz de machucar alguém. - Você é muito gentil.

- Ah, quê isso... - ele disse, com um sorriso envergonhado estranhamente familiar. - Eu...

- PARADO AÍ, SEU SAFADO! - gritei e o cara se assustou, pulando para trás com ambas as mãos levantadas em rendição. - Quem é você?

- Eu... Ãn... Sou o Hoseok!?

- CALA A BOCA QUE EU NÃO TE PERGUNTEI NADA!

- Desculpa! - pediu com urgência e por um momento achei que vi ele tremendo.

- O que você quer comigo, ein? Minha conta de azar já está pelo pescoço e tu vem tentando me matar?

- Não! Eu apenas-

- Eu já te mandei calar a boca! - falei e bufei sem paciência.

Eu apenas queria ser normal e ter uma vida normal! Mas não! Isso sempre tem que acontecer comigo, porquê eu não posso ser rica e arruinar a vida dos outros em paz e felicidade? E daí que eu não tenho nenhum diploma, não me importo com os outros e comi o peixinho dourado do meu vizinho?

Que a propósito estava uma delícia com sal e limão!

Eu não sou assim tão mal, não merecia ter nascido no meio de um banco nacional porque minha mãe era assaltante.

Espera...

Banco...?

Dinheiro...?

Mamãe...?

Assalto...?

- Me passa o teu dinheiro! - exclamei me aproximando dele.

- O-o quê? - ele gaguejou incrédulo dando um passo para trás - Está me assaltando?

- Não, só estou pegando seu dinheiro sem teu consentimento!

O que eu poderia fazer? Eu já estou no fundo do poço mesmo. Desempregada, sem teto daqui a um dia e poucas horas e um filho para criar. E além disso, esse fulano merece isso e muito mais por ter me feito correr. Logo eu, miss da preguiça, correndo.

Além do mais, como um fora da lei ele deve usar seu dinheiro para fazer coisas ilícitas como, roubar, vender drogas ou quem sabe sequestrar bebés ou assim.

Estou praticamente salvando a pátria.

- Moça, acho que está ha-havendo algum en-enganado aqui. - o outro murmurou, quando me aproximei o suficiente para que o vidro da garrafa quase tocasse seu pescoço.

Se ele poderia me desarmar?

É claro que sim!

Ele era mais alto, mais rápido e notavelmente mais forte e eu era só uma nanica louca com uma garrafa quebrada. Mas acho que ele estava tão assustado que não notou isso.

- Que mané engano! Você estava correndo atrás de mim, por isso você que lute! E-espera, melhor não. Não lute... Me passa só a tua carteira! - indiquei a bolsinha que ele tinha em mãos.

- Mas moça, ela é...

- Olha aqui, José... Que parte de " Me dá a carteira" você não entendeu?

- Meu nome é Hoseok! - ele disse e eu ergui uma sombrancelha para ele - Tudo bem, tudo bem, aqui está.

Ele me passou a bolsa meio receoso com uma mão enquanto a outra ainda estava levantada. Peguei ela rapidamente e voltei a ergueu o vidro na sua direção.

Peguei a bolsa e meus olhos foram automaticamente para as escritas à caneta vermelha nela.

" Santa propriedade de Eon Choi, por favor não roube. Obrigada! "

- O quê? - perguntei perplexa e surpresa para o homem.


❤️

Ei! Tá vendo essa estrelinha marota aí em baixo? Dá pra dar um tapa nela?

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