um passo a mais 3.2
Felix alisava os fios da cor do mel do namorado, distraidamente, enquanto o mesmo tagarelava alguma coisa consigo.
Sua atenção não estava no ômega ou na sua conversa sobre o aniversário de seu amigo Minho.
Faltavam poucos dias para completar um mês de namoro entre si e ômega, porém não era esse o motivo do seu receio e nervosismo, e sim os sintomas leves do cio que estava sentindo há dois dias.
Os dias com Hyunjin são mais que maravilhosos, na sua opinião.
Após o pedido de namoro, Felix e Hyunjin andavam mais grudados, o que é normal para um recém casal, ainda mais sendo eles, o primeiro namorado de cada um.
Ultimamente o alfa tem ido dormir na casa do ômega, não sempre, mas umas três vezes por semanas. Depois do aniversário de seu amigo Chan, o moreno dormiu no próprio apartamento por motivos pessoais e profissionais.
Felix tem trabalhado muito nos últimos dias, fazendo assim que o cansaço no final do dia seja grande, já que a família irá abrir uma filial em Xangai, então como um dos principais dos Lee, além de trabalhar no ramo ao lado do progenitor, o mesmo está encarregado de muitas coisas.
Assim como também, ele tem pensado que não quer afobar as coisas entre si e o ômega. A pressa é o inimigo da perfeição.
O alfa de cheiro de menta e chocolate quer dar o máximo de liberdade ao ômega, quer deixar as coisas fluírem aos poucos, sendo assim para dar mais um passo adiante.
Contudo, dois dias atrás, um pequeno sinal lhe chamou atenção.
Estavam no primeiro mês de outono, onde o clima era ameno, a temperatura diminuía gradativamente, as folhas das árvores caiam - indicando a passagem de uma estação para outra -, já outras árvores apresentavam folhas amareladas, um ponto características da estação outonal.
Por ser um clima que sucede o verão e antecede o inverno, o certo seria ter um temperatura friazinha, mas felix passou a sentir calor, o deixando inquieto, principalmente para alguém que ama o frio, apesar da sua rinite aguda o irritar na maioria das vezes.
Aqueles sintomas eram comuns...
Hyunjin parou de falar ao perceber o moreno encarando a parede do outro lado do quarto, de forma concentrada e pensativa.
O ômega suspirou - arrependendo-se de fazer tal ato em seguida - assim que o aroma mentolado e levemente doce adentrou suas narinas.
Claro que ele havia sentido que algo estava errado com o namorado, porém não falou nada, já que o próprio não parecia disposto a conversar sobre.
— Felix? — Chamou mais uma vez, não tendo resposta novamente.
Hwang ao ver que Felix não fizera nada, aproveitou-se e mordeu o ombro alheio, com força, em seguida ouvindo um gemido baixo e doloroso.
— Hyunjin?!
— Eu te chamei trocentas vezes e não me respondeu. — Recrutou, levantando-se e sentando sobre o colchão grande e macio do moreno.
Hyunjin estava na casa do alfa. Depois do serviço, o ômega ligou para filha, avisando para pegar um táxi e ir para casa de Felix, pois eles passariam o final de semana com o moreno.
O mesmo chegou há pouco mais de uma hora, o que deu tempo de tomar um banho, trocar a roupa de trabalho por um blusão do alfa e uma samba-canção, comer e agora conversava com namorado.
Esse que mal sabia o que dizia.
— Me desculpe, eu me distraí com os pensamentos. — Disse cordialmente ao que alisava a região em que foi mordido. — Mas o que dizia?
— Não adianta dizer, você não está na Terra mesmo. — Deu de ombros emburrado, mas logo suspirou. — O que foi? Está distraído.
— Eu estava pensando sobre uma coisa... — Comentou e o loiro encarou-lhe esperando para que termine.
— Sobre?
— Sobre... Você toma supressores, não é? — Indagou repentino, deixando Hwang surpreso.
— Sim... — O ômega pigarreou e assentiu. — Por que?
— Não tem medo? Não tem vontade de parar? — Perguntou novamente e sentou-se na cama, encarando os olhos de chocolate derretido do namorado. — Tipo... Não passa na sua cabeça em voltar ter o seu cio?
— Não. — Respondeu rapidamente e Felix engoliu em seco, não esperando essa resposta. — Quer dizer... Eu não sei, na verdade. — Lee respirou fundo e olhou para o teto, pensando. — Foi uma pergunta que me pegou desprevenido.
— Nem se eu pedir? — Hyunjin piscou os olhos rapidamente em um misto de confusão e surpresa.
— Quer que eu...
— Não é isso, não me entenda mal. — Interrompeu o ômega, esse que soltou um leve suspiro. — É que eu estive pensando... Faz anos que toma remédio para reprimir o cio, certo? Eu fico imaginando se vai lhe fazer algum mal, caso pare algum dia pare de tomar. — Emendou e o mesmo olhou para o alfa. — Eu não sei o motivo, ou até sei, de ter começado a tomar remédio para evitar o cio, porém não se passa na sua cabeça parar de tomar e ter o seu período normalmente?
Hyunjin encarou os olhos da cor do carvão, procurando alguma coisa ali, não achando nada demais, além da curiosidade e preocupação.
— Você os toma há 12 anos e eu fico receoso que uma hora ou outra seu corpo rejeite ou que tenha algo mais grave. — Murmurou o moreno.
— Para falar a verdade... Após o nosso término anos atrás, eu passei a tomar os supressores para me impedir de ter o cio, já que eu queria dar cem por cento da minha atenção à nossa filha. — O ômega falou depois de um tempo calado. — Eu também não queria me envolver com ninguém, na época, mas quando dei por mim, meses haviam se passado, então anos... Não digo que sou dependente, sabe? Porém, após tanto tempo sem me envolver com alguém no cio, eu não sei mais o que... Sentir? — Perguntou-se e sorriu levemente. — Não sei o quê é ter os sintomas dos cios ou passar com alguém, não me lembro mais... Se é isso que quer saber. — Completou. — E não tenho essa vontade também.
— Tem alguma coisa haver comigo? — Felix questionou ao mesmo. — Digo, o pensamento de não querer passar o cio com alguém ou nem mesmo ter?
— Não, é uma decisão minha.
— Não acha que doze anos é muito tempo?
— Pode até ser, mas não me incomoda tanto assim.
— Você está inseguro, isso é diferente.
— Felix...
— Hyun, você pode enganar a nossa filha ou até nossos amigos e familiares, mas não a mim. — O alfa disse sério. — Você tem todo o direito de não querer passar pelo o período fértil, mas sua saúde também tem que ser cuidada... Você pode falar que não, todavia eu sei que grande parte dessa decisão é minha culpa também.
— Não é não. — Recrutou o ômega.
— Amor, eu também sou pai da Soojin. — Disse simples. — Nós, mais do que ninguém, sabemos o que passamos em ser pais adolescentes. — Felix segurou os dedos longos e finos do ômega, acariciando-os carinhosamente. — Não estou te julgando nem nada, além do mais, você é o único que manda em si mesmo. — Beijou o anel de compromisso e sorriu levemente. — Eu só fiz essa pergunta, porque vi uma reportagem sobre isso e também... Sei que percebeu o meu aroma alterado e o meu corpo mais quente.
— Você está entrando no cio, não é?
— Infelizmente. — Disse risonho e suspirou. — Eu ia lhe perguntar sobre isso, mas acho que já tenho a minha resposta.
— Que resposta?
— Sobre passarmos o meu cio juntos. — Hyunjin o fitou normalmente, não se surpreendendo com a resposta. — Agora eu posso ver que o cio não é só saciar o desejo um do outro, mas também tem que se está à vontade com a pessoa, tem que ter confiança e estar seguro. — Pausou o alfa, reparando na expressão neutra que o ômega carregava.
— E você vai passar sozinho?
— Devo arranjar alguém? — Questionou brincalhão, logo sendo acertado pelo o mesmo.
— Pense só e eu arranco seu pau fora. — Ameaçou o loiro, fazendo o mais novo rir.
— Não estou louco ainda. — Replicou e em movimento ágil, Felix empurrou Hyunjin sobre a cama e posicionou seus braços fortes ao lado do corpo mediano e esbelto.
— Você não me perguntou se eu queria passar com você ou não.
— Não acho que esteja no momento certo.
— Por que? — Recrutou com os olhos focados na carícia que fazia no alfa.
— Eu posso ver a insegurança em seu olhar. — Disse sincero e fechou os olhos aproveitando os dedos longos tocando sua mandíbula. — E bom... Eu também tenho meus receios, então acho que quando tivermos bem com tudo, poderemos aproveitar mais. — Felix abaixou-se beijando os lábios vermelhinhos como morango.
Hyunjin suspirou ao sentir a boca macia contra a sua, segurando a cintura fina do alfa - que estava sem blusa -, o puxando para si e entreabrindo os lábios para aprofundar o ósculo.
Felix pôs levemente seu peso sobre o namorado, passando a ponta da língua no lábio inferior, antes de ambas as línguas se tocarem trazendo arrepios no casal.
O alfa levou uma de suas mãos até a coxa do namorado, subindo a palma por entre o tecido fino, deixando um aperto ali.
Hyunjin arfou levemente ao sentir a mão quente tocar sua pele fria ao mesmo tempo em que as línguas se embolaram entre si, deixando o beijo mais intenso.
Lee subiu ainda mais a mão por entre o calção curto, fincando seus dedos na parte de trás das coxas definidas, enquanto desviava da boca carnudinha e descia os selares pelo maxilar e pescoço, arrancando cada vez mais suspiros do de fios claros.
O mais velho - que tinha as mãos nos braços do alfa - subiu as mesmas até o pescoço alheio, puxando os fios naturais e longos do mesmo, esse que arfou levemente e raspou os dentes sobre a pele bronzeada naturalmente.
O clima estava esquentando entre o casal. Suas respirações estavam se agitando, conforme seus aromas e toques aumentavam.
Felix segurou na base do joelho do ômega, erguendo a perna do mesmo e enroscando-a em seu tronco.
— Eu senti sua falta, bebê. — O moreno sussurrou próxima a boca do ômega, que tinha os olhos fechados e através de um murmúrio baixinho recrutava: eu também.
Hyunjin mordeu o inferior quando o namorado deixou um selinho carinhoso no ponto mais baixo da sua orelha, antes de sugar aquela área com força, arrancando um gemido mais alto do loiro, já que era uma parte sensível para si.
Suas ereções estavam evidentes e tocando-se superficialmente, trazendo suspiros e arfares de ambos.
Hwang querendo mais contato com aquela parte, que toda vez que tocavam-se trazia choques - de um jeito bom - em seu corpo. Gostando do momento entre eles, o qual sentiu falta nos dias que não se viram muito, além de mensagens trocadas e ligações, o mesmo rodeou a cinta delgada alheia e abraçou seus ombros, puxando o corpo alto e forte para si, deixando seus corpos juntos.
O loiro tomou os lábios finos e da cor de pêssego em um beijo urgente, o qual foi retribuído da mesma forma.
Beijar Felix era como se tivesse ido a outra dimensão. Os lábios sob medidas sobre os seus, os toques suave, mas que trazia consigo a possessividade não falada, o desejo irradiando das orbes ônix e de seus corpos unidos, mostrando o quão gostam do que sentem e, principalmente, da companhia.
Felix segurou o quadril do mais velho, assim que sentiu a ondulação leve sobre a sua pelvis, fazendo o mesmo revirar os olhos sob as pálpebras fechadas. O alfa pressionou a ereção contra a do namorado, movimentando-se - inconsciente - contra a de Hyunjin, esse que sorriu entre o ósculo ardente e cheio de desejo.
O ômega - de forma não tão discreta - subiu suas mãos por sua barriga, arranhando o abdômen definido, pronto para aumentar o contato íntimo entre os dois.
O maior enroscou as pernas no quadril do alfa e rapidamente trocou as posições, agora ficando por cima.
Hyunjin pressionou a bunda contra o falo semi-ereto e inclinou sobre o corpo, levando sua boca até a orelha do mesmo, mordiscando o lóbulo geladinho, antes de falar.
— Você é meu alfa e vou cuidar de você. — Sussurrou e passou a distribuir selares pelo o pescoço, ombro e clavícula do alfa, contudo um grito alto e afeminado assustou os adultos, esses que se separaram e encararam a filha na porta.
Soojin havia acabado de chegar no apartamento, mas quando não viu os pais, chamou algumas vezes, porém não teve resposta, o que fez a de fios curtos estranhar a ausência dos mais velhos. Após procurar e não ter resultados, ele caminhou para o próprio quarto - ao qual era no mesmo corredor do outro cômodo e banheiro -, quando sentiu o aroma mentolado do pai alfa alterado. Curiosa e se perguntando, porque ninguém lhe respondeu, sem cerimônia alguma abriu a porta do cômodo do mais velho, ela só não imaginaria se deparar com a cena dos genitores naquele amasso, tanto que sua única reação foi gritar e virar as costas para a cena.
— Puta merda! — Exclamou a menina ainda de costas para os pais. — O que... O que pensam que estão fazendo?
Felix acabou soltando uma risadinha e antes que falasse, plantou um selinho rápido no loiro e sentou-se na cama, sendo seguido pelo o ômega e ambos encarando a filha em seu uniforme amarrotado.
— Ué? Nada demais. — Falou o alfa.
— Nada demais?! — A adolescente indagou incrédula. — O senhor estava em cima do papai e sua mão... No... Papai!
— Queria que estivesse onde? — O alfa provocou. — Se está assim só por ver eu e seu pai nos beijando, nem quero imaginar se tivesse nos pegado fazendo algo mais.
— Felix. — hyunjin o estapeou levemente na coxa e esse riu. — Soojin não exagere! Além do mais, eu já disse dessa sua mania sem educação de entrar no quarto sem bater.
— Como eu saberia que iria encontrá-los assim?
— O que pensa que casais fazem no quarto? Brincar de casinha? — O ômega replicou com um questionamento irônico. — E outra, eu aposto que se tivesse namorando e eu ou seu pai entrássemos no seu quarto sem bater, você ia começar seu discurso de privacidade e blá blá blá.
— Mas...
— Garota, chega de frescura e olhe para nós, estamos falando com você e já te dissemos que é falta de educação não encarar as pessoas. — Felix interrompeu a filha.
A de aroma cereja virou-se - com o rosto ruborizado - e mirou os pais, esses que estavam sentados na cama a encarando com um sorrisinho no canto dos lábios.
— Viu? Nós estamos vestidos, não tem nada demais. — Felix apontou para o corpo e depois para o ômega, esse que riu e jogou a blusa que tirou minutos antes em si. — Certo... Quase vestidos. — Completou, já vestindo a camisa e fazendo uma leve careta quando esticou o braço e a mordida que o loiro deu no seu ombro. — Filha, seu pai me mordeu, vê se pode?! Esse cachorro!
— Felix. — O de cheiro cítrico deu um tapa no alfa, esse que riu e o abraçou de lado, fazendo a adolescente esquecer por uns instantes da cena que presenciou segundos atrás e focar nos genitores em sua discussão leve e divertida.
— Okay. — A adolescente disse alto, sendo ignorada pelos adultos.
서른둘
— SOOJIN, VEM LOGO COM A PIPOCA! — Hyunjin gritou pela filha da sala enquanto se mantinha abraçado ao alfa.
Já faz um tempinho que o casal e a filha decidiram assistir a um filme, um lugar silencioso.
Enquanto a adolescente fazia a pipoca, os pais conversavam na sala sobre coisas banais e planos para o final do ano que estava mais perto do que pensam.
— Ai calma, calma, já tô indo. — A adolescente falou impaciente ao sair da cozinha e caminhar até os pais. — Vocês nem me ajudam também, só estão sentados no sofá. — Murmurou, sentando-se em seguida. — Esse é o filme? Eu ouvi falar dele... É interessante. — Comentou e logo xingou ao lembrar que esqueceu o refrigerante na cozinha. — Puta que pariu, eu esqueci a merda daquela porra de refri. — A adolescente calou-se ao receber um olhar de advertência do pai ômega. — Ops, foi mal.
— Quando eu cortar sua língua, não reclame. — Ameaçou o de aroma de morango e coco, fazendo o alfa rir e a filha estremecer. — Agora vai logo pegar os refrigerantes, que eu vou dar play no filme.
Soltando resmungos, a de mechas descoloridas voltou para a cozinha, pegando as três latinhas de coca e retornando para sala, logo revirando os olhos quando viu o loiro com o vaso de pipoca nas mãos enquanto estava entre as pernas do alfa, com as costas apoiado no peitoral do moreno.
Soojin fez uma careta enciumada ao que se aproximava do casal, esses que se encontram confortáveis.
— Vocês estão tomando o espaço todo. — Falou emburrada e os adultos se entreolharam.
— Soojin, olha o tamanho do espaço! — Hyunin apontou para o espaço em vão e a mesma cruzou os braços.
— Eu acho que nossa cerejinha está com ciúmes. — lee sussurrou brincalhão e o ômega lhe fitou. — Ela fica do mesmo jeito que você ficava quando tinha a idade dela. — Falou com um leve sorriso nos lábios.
Hyunjin semicerrou os olhos para o namorado e em seguida para a menina, essa mirava o outro lado da sala com um bico manhoso.
— Desde que começaram a namorar... Estão me deixando de lado. — Disse dengosa. — Mas é assim mesmo... Depois que a gente cresce, não quer mais saber de nós. — A mesma fez uma cara chorosa e o alfa tentou não rir. — Isso me abandone mesmo... Uma hora eu tenho que crescer, não é? Pois é...
— Tá bom, Soojin, vem logo! — O ômega mais velho revirou os olhos e adolescente sorriu largamente.
Felix ajeitou-se no sofá-cama, indo para o meio e sentiu os dois ômegas deitar a cabeça sobre seus braços e se aconchegar em si.
— Tudo pronto? — Perguntou o moreno.
— Sim. — Os dois responderam, então deram play no vídeo, mas antes o mais velho, deixou um beijinho na testa da filha, chamando de ciumenta e depois deu um selinho rápido no ômega.
Abraçados e confortáveis nos braços do alfa, ambos prestaram atenção no filme, deixando a noite tranquila para a família.
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