passando dos limites 1.5
Mais um dia da semana se passa em Seul e com ela suas responsabilidades.
Felix, neste momento, estava na sua sala, na empresa do pai, atualizando alguns sites da empresa que estavam em manutenção.
Os dedos largos digitavam com afinco os pequenos quadrados do teclado do computador. A expressão séria deixava um charme acentuado, o óculos de grau, de vez em quando escorregando para a ponta do nariz, o olhar duro e concentrado enquanto olhava os diversos números e letras na tela. Um lindo intelectual.
Dois toques na porta de vidro, chamando atenção do mesmo e ele permitiu a entrada da pessoa.
Felix é o filho - com diferença de sete minutos - caçula, gêmeo bivitelino de Jonghyun, famoso no ramo do entretenimento. Um ator em ascensão e bem requisitado.
— Felix — Ouviu o irmão dizer, saindo da sala em seguida, tendo entrado só para ver o que o irmão fazia.
— Bom dia, senhor Felix. — A mulher que o acompanhava disse.
— Bom dia, Yoona. — Respondeu sem a encarar. — O que quer? Estou ocupado no momento.
— O senhor, seu pai, o chama na sala dele. — A assistente do alfa falou, recebendo um olhar entediado.
— O que esse velho rabugento quer? — Felix disse sem vontade.
— Lee! — Yoona o repreendeu.
— Qual é, Yoona, sabe como é seu tio. — Revirou os olhos.
— Sim, mas...
— Tudo bem, eu vou terminar aqui e já vou, certo?! Mais alguma coisa?
— Não, senhor, só isso mesmo. — Respondeu e virou-se para sair, mas logo parou e voltou a encarar o primo mais velho. — Eu mandei uns pdf para seu email, leia e depois responda, por favor.
— Okay, okay, agora tchau, eu preciso trabalhar. — Felix, com atenção na tela do notebook, abanou a mão na direção da mesma, essa que sorriu e saiu.
Mas quem disse que ele foi? Lee, de tanto dar atenção ao seu trabalho, esqueceu-se que seu pai queria falar consigo e só lembrou desse detalhe, quando viu sua prima entrar na sala com uma expressão nada contente.
E lá foi ele, escutar sobre responsabilidade, pontualidade e compromisso - que seu pai ia querer citar - como sempre fez. Foi Felix, soltando breves e baixos resmungos ao que se dirigia para o andar da presidência.
[...]
— Para onde vão nas férias de vocês? Minha mãe quer ir para Busan passar um tempo com meus avós. — Jisoo comentou comendo seu misto.
O quarteto estava no horário vago, esperando o professor ou professora para substituir a aula de coreano.
A sala toda estava conversando, alguns sobre garotos, outros de estudos e a maioria das férias que chegaria daqui duas semanas. E claro, que todos estavam ansiosos, principalmente a ômega, já que dias atrás, seu pai ômega conversou com a mesma sobre viajar.
— Filha, o que acha de irmos para a fazenda dos seus avós? Faz tempo que não o visitamos. — Hyunjin perguntou enquanto estava dirigindo de volta para casa, já que foi buscar a filha no colégio.
— Nas férias? Acho legal, faz tempo que não os vemos mesmo e também meio que combina com férias de verão, não vejo problema. — Disse focada no celular. — Passaremos duas semanas lá?
— Sobre isso... Bom... Eu estava pensando em ir para Itália.
— Europa? — Perguntou surpresa.
— Uhum, não acha uma boa ideia? Eu até pesquisei, é um lugar muito bonito, acho que ir para ares novos pode ser um boa.
— Sério? Isso é sério mesmo, pai? Tipo... Itália, a terra dos vinhos e...
— É meu amor, especialmente, Sicília. É uma região italiana, um tipo de ilha mediterrâneo. — Respondeu calmo. — Se pesquisar no seu celular, pode ver como é, então pode decidir se quer ir ou não.
Enquanto Hyunjin olhava as ruas de Seul, Soojin fez o que o pai fez, pesquisando sobre o tal lugar, não demorando em dizer vários sim 's, empolgada.
— Eu vou para Jeju! — Shotaro respondeu, jogando no celular.
— Tailândia, Railay Beach. — Ryujin também falou, respondendo a amiga. — E você, Soo? Onde vai?
— Eu e papai, vamos visitar nossos avós em Daegu. — Disse calma e sorriu.
— A da fazenda de morangos?
— Sim, faz tempo que não visito o vovô, a vovó e a bisa, só que ficaremos alguns dias, porque depois vamos para Itália.
— ITÁLIA? — Os três gritaram, assustando a ômega e os outros colegas de classe.
— Ya, não me assuste assim, seus idiotas. — A ômega bateu nos três.
— Uau, isso é o que eu digo de tentar superar. — Ryujin comentou, ainda surpresa. — Vai para Milão?
— Não, o que eu iria fazer lá?
— Visitar?!
— Nós vamos para Sicília, é uma ilha, parece ser muito linda e também tem um mar incrível.
— Sério?! Nossa, geralmente quem vai visitar Itália pela primeira vez, gosta de ir a Roma ou Milão. — Jisoo comentou pensativa.
— Como meus pais sempre dizem: eu não sou todo mundo, enfim, eu gostei, particularmente, mas... — A menina soltou um suspiro.
— O que foi? — O alfa questionou curioso e confuso. — Tem algo que te incomoda?
— Não, na verdade, mais ou menos. — Suspirou e ajeitou a postura, os encarando séria. — Eu queria muito que meu pai alfa fosse, sabe? Eu gostei quando nós três fomos para aquele acampamento.
— Soo, você ainda não desistiu de juntar seus pais? — Shotaro recrutou.
— Uh? Oh, não é isso, eu nem lembrava mais disso. — Replicou agitada. — Eu quero mesmo que ele vá, talvez seria legal umas férias em família.
— É mesmo, mas por que não fala com o tio Hyun? — Jisoo indagou. — Está com medo?
— Um pouco... Não quero que ele pense que faço isso com segundas intenções, porém não sei como vai reagir.
— Não vai saber se não tentar, minha vaquinha.
— E se ele disser não?
— Um "não" você já tem, gatinha. — Shotaro falou, dando um pouco de esperança. — Se quer tanto que seu pai alfa vá, seja sincero com o tio Hyun, ele vai te entender.
— É fácil falar, mas também tenho que falar com o meu velho, ele trabalha, caso não lembre. — Murchou.
— Soojin, está desistindo antes mesmo de tentar? Qual é, eu não conheço pais tão amorosos, como os seus. Eles fazem de tudo por você, acha mesmo que vão negar isso a você? Você é a única filha deles. — Ryujin disse séria.
— Mas...
— Nem 'mais' e nem menos. — Jisoo a interrompeu. — Tente, okay? É suas férias, além de que seus pais sabem que não está muito bem.
— Tudo bem, vou tentar... Só espero que dê certo. — Completou mentalmente e sorriu para os amigos, antes do professor de educação física entrar e os mandar para o vestiário, pois teriam prática.
열다섯
— Chulmoo, sirva a mesa daquele casal de senhores, estão esperando há quase dez minutos. — Hyunjin ordenou. — Hyo-Soon, uma latte baunilha e chá-verde gelado, na mesa 4. — Disse dando uma bandeja com os pedidos para a beta.
Le Todd Café estava lotado, parecia que aquele dia, quase todos da Coreia compareceram, o que é um exagero, mas que tinha gente, isso tinha.
Hyunjin, ora ficava no caixa, atendendo e preparando os cafés, chás, smoothie, ou estava na parte de trás do local, onde se localizava a cozinha, do qual saía as tortas, massas, os acompanhamentos.
A cafeteria que também tem sua parte de confeitaria, a qual se formou anos atrás, precisava de algumas mudanças.
Contratar mais um funcionário ou dois.
Procurar um lugar maior ou aumentar o atual.
Pintar as paredes, cadeiras novas, procurar um tesoureiro e tantas coisas que o ômega pensa, que mal tem tempo para si mesmo. Contudo, as coisas também estão corridas, pois ele decidiu fechar a cafeteria por duas semanas e meia, o que corresponde às férias que passaria com a filha, tanto na fazenda dos progenitores quanto na Europa.
Outro tilintar na porta o chama atenção e sorri ao ver duas garotinhas gêmeas correndo até o balcão.
— O tio Hyun, o senhor vai bem? — Uma das meninas perguntou e o ômega sorriu concordando com a cabeça. — Eu também tô bem.
— Que bom, princesinha, mas o que fazem aqui sozinhas? Cadê seus pais?
— Tão vindo, titio, eles pediram para eu e minha irmãzinha vir para escolher.
— Oh, então eu devo preparar aqueles bolos de chocolate para vocês? — Perguntou, recebendo dois gritos animadas das irmãs.
— Sim sim, e duas tortas de maracujá, titio Hyun. — A outra menina falou, fazendo o dois com os dedos curtinhos e gordinhos. — Nós queremos chocolate quente e para o papai e mamãe, um americano e mocha.
— Okay, tudo bem, é pra já. — Piscou e viu as duas crianças indo para uma mesa desocupada.
O mesmo soltou um leve suspiro e preparou as bebidas, antes de pegar as massas geladas.
[...]
16:57 da tarde e Hyunjin atrasou-se uma hora para pegar a filha na escola.
Meu amor, aguarde mais um pouco, eu estou fechando a loja e já vou te pegar. - Mandou a mensagem para a mais nova enquanto fechava a porta, às pressas.
Cansado, destruído e necessitando de um banho, pois o calor estava um pouco demais.
Assim que Hyunjin virou-se tomou um susto ao ver Seungcheol atrás de si com um sorriso esquisito.
— Eu queria um smoothie de morango. — De novo?
— Foi mal, mas já está fechado e eu preciso buscar minha filha, agora com licença. — Hyunjin falou rapidamente, incomodado com a presença alheia, mas assim que tentou sair, o alfa mais novo segurou no seu braço e encostou na parede da estabelecimento. — Pode me soltar?
— Eu disse que quero um smoothie de morango.
— E eu falei que já está fechado, agora me solte. — Puxou o braço da mão do outro com brutalidade. — Qual é o seu problema? Eu não estou com tempo para suas babaquices, me faça um favor de sair daqui. — Mais uma vez tentou sair, porém Seungcheol estava insistente, então o mais novo percebeu o leve odor de álcool provindo do mesmo.
— Por que é tão difícil, Hyun? Eu só quer...
— Hyunjin. Meu nome é Hyunjin, não te dei intimidade para me chamar assim. — O ômega disse irritado. — E você? Por que é tão insistente? Eu preciso dizer um não, para entender? Ótimo! Eu não quero me envolver com gente do seu tipo. — Hyunjin dizia pausadamente. — Agora me deixe em paz!
— E por que não quer ficar comigo? Eu sou bonito, rico, novo...
— Metido, esnobe, chato, mulherengo, canalha... Devo continuar?
— Você não me conhece.
— Você também não, então que tal ir para a put... Ai! — Gemeu doloroso ao sentir suas costas bater com força na parede. — O que pensa que está fazendo? Eu falei para me soltar! — Hyunjin dizia em voz alta, mas parecia ser ignorado. — Eu vou gritar, seu idiota!
— Pouco me importa, eu quero você e vou ter. — Sussurrou próximo o rosto alheio e Hyunjin ficou nervoso com a atitude alheia.
— PAI! — Um grito chamou atenção do ômega e do universitário. — O que pensa que está fazendo? — Soojin empurrou o alfa, se pondo na frente do mais velho.
— Filha, o que está fazendo aqui? Eu ia te buscar.
— O senhor está bem? — Ignorou a fala do pai e o olhou atentamente, reparando na marca avermelhada no antebraço. — Filho da mãe, quem pensa que é?
— Garota, não se meta em conversa de adulto. — Recrutou o alfa para a adolescente.
— Conversa? Você está assediando o meu pai, isso sim, seu imbecil! — O empurrou sem medo, e o mais velho dos dois, puxou a filha para trás de si, quando sentiu a presença do outro se alterar e sua expressão mudar.
— Não ouse se impor para minha filha ou não vai querer saber o que vai te acontecer. — A voz furiosa e baixa, acompanhado do aroma de morango e coco deixou o alfa hesitante. — Eu vou te dizer, pela última vez, não se aproxime mais de mim ou do meu trabalho, ou eu te denuncio. — Apontou para o rosto alheio e segurou a mão da filha. — Vamos, Soojin!
Soojin seguiu o pai até o carro, ignorando o alfa parado na frente da cafeteria.
— Pai, o que foi isso? O que aquele alfa estava fazendo com você? Se eu não tivesse chegado a tempo, o senhor...
— Não devia ter feito isso, Soojin, ele é um alfa, poderia te machucar. — Disse sério e preocupado. — Eu agradeço por ter me ajudado, mas não faça isso novamente, sei o quão é impulsiva.
— Eu vou dizer para o papai, ele precisa saber.
— Não, ele não precisa, Soojin, não diga nada!
— Por que?
— Porque não, ele não tem nada haver com isso, então não o meta nisso, certo? — Falou seriamente.
— Mas...
— Prometa que não falará disso a ele, por favor. — Pediu a menina bufou, cruzando os braços. — Prometa, Soojin!
— Argh, prometo, mas se ele fizer isso de novo, eu vou dizer ao papai. — Recrutou. — Não acho que irá fazer isso.
— Sei. — Murmurou e o restante do caminho, o silêncio reinou no carro.
[...]
Felix saiu do banheiro com uma toalha enrolada na cintura enquanto enxugava os cabelos com outra.
Ele tinha acabado de terminar de praticar exercícios na academia do prédio, logo após chegar do trabalho. O mesmo caminhava até o guarda-roupa, quando seu celular tocou e o alfa foi ver, sorrindo ao olhar a foto da filha.
No terceiro toque, ele atendeu.
— Olha quem resolveu ligar! Lembrou que tem pai? — Falou assim que pôs o celular no auto-falante para poder colocar um calção.
— O senhor também pode ligar, não é sou eu não. — Recrutou e o alfa riu enquanto vestia a bermuda.
— O que devo a honra da sua ligação?
— Okay, eu vou ser direta... Tem um alfa idiota que está assediando o papai. E hoje se eu não tivesse chegado a tempo, sabe lá o que teria acontecido. — Felix olhou para o celular em silêncio. — Ele fez eu prometer que não contaria nada ao senhor, mas...
— Está tudo bem, meu amor, você só está o protegendo. — Disse depois de um tempo calado. — O que viu? Pode me contar?
— Sim, foi assim... — Enquanto Soojin dizia com detalhes o que viu, Felix ouvia com calma, apesar de não gostar do que ouvia. — Foi só isso, pelo menos, o que eu vi.
— Obrigado por me dizer, meu bem, mas eu preciso desligar agora.
— Okay, pai, eu também, tenho que ajudar o papai com o jantar. — Disse. — Eu te amo. Beijo!
Felix apertou o punho com fúria, mas nada além disso. Ele queria poder fazer alguma coisa, mas o que podia fazer? Não era nada do ômega, só o pai da sua filha e um amigo próximo. Porém, o ciúmes e a raiva - e a preocupação - estava ali, o que não pode evitar e quando viu estava discando o número do ômega.
— Alô?
— Oi, Hyunjin. — Cumprimentou. — Está bem?
— Sim, ué, por que? — Recrutou soltando um leve riso.
— Nada, só perguntando mesmo... Na verdade, eu soube o que aconteceu hoje mais cedo. — Resolveu dizer a verdade e acabou ouvindo o ômega chamar a filha de fofoqueira. — Ela só está preocupada, não a culpe por dizer.
— Mas ela prometeu. Ela não tinha nada que te meter nos meus problemas, o que você tem haver com isso? — Hyunjin dizia com certa raiva do outro lado da ligação.
Felix ao ouvir, não pôde deixar de sentir um pouco mal com a fala do mesmo, mas era verdade, no final.
— Nada, eu não sou nada seu, mas não posso me preocupar? — Replicou, não dando vez para Hyunjin falar, esse que ficou em silêncio pelo o tom, talvez tenha exagerado. — Você é dono da sua própria vida, faz dela o que quiser, mas assédio é coisa grave.
— Felix, eu nã...
— Não sei o que está rolando entre vocês e nem quero saber, mas tome cuidado, sim? — Interrompeu o outro. — Não faça besteira e se precisar de ajuda, me ligue, eu vou estar sempre à disposição.
Hyunjin não falou nada. Ele tinha percebido o que falou, o que foi um tanto grosseiro.
— Seja o que for que sinta por Seungcheol, tenha certeza do que quer, mas independente de qualquer coisa, irei te apoiar. — Felix falou sério. — É para isso que são os amigos, não?! — O alfa suspirou e resolveu se despedir. — Eu vou desligar agora, pense no que eu disse e, por favor, tome cuidado. — Como não teve resposta, o moreno desligou a chamada. — Idiota, é isso que você é Felix, um verdadeiro e completo idiota! — Xingou-se.
O que você tem haver com isso? Uau, Hyunjin, que babaca! - Pensou o ômega encarando a tela desligada do celular.
Cada um na sua casa, no seu quarto e nos seus próprios pensamentos. De um lado, o alfa com seus ciúmes incubado e do outro, o ômega se martirizando pela conversa.
Eu não quero ficar com ciúmes, mas o que eu posso fazer? Não quero que fique com ele ou com qualquer alfa, essa é a verdade Hyun.
Você tem tudo haver, Lixie. Desculpe. - Hyunjin pensou antes de apagar por completo aquela noite.
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