parte 02 . 28

Horas antes...

Hyunjin estava mexendo no celular, conversando com os amigos, quando ouviu o som da campainha tocar.

Primeiramente estranhou, pois não esperava ninguém, segundo, depois de praguejar quem quer que fosse o perturbando, já que o mesmo estava tendo seu momento de descanso, após trabalhar tanto em casa. Bufou, quando ouviu mais uma vez, porém ainda não se levantou, talvez a pessoa desistisse, não estava afim.

Que engano.

Quer que eu continue tocando a campainha até quando?

Em questão de segundos, ao ver a mensagem na barra de notificação - ao lado da foto e nome do alfa - o ômega deu um pulo do sofá e olhou ao redor.

Soltou a respiração lentamente, dando a permissão para que o outro entrasse - já que o portão externo era automático, o ômega apertou o botão que destrancou-o -, logo seguindo até a porta, abrindo a mesma, sendo observado por alguns segundos pelos olhos ônix, de cima a baixo.

Hyunjin ficou mexido com o olhar intenso que recebia, já que ele vestia nada mais que um blusão.

Porém, antes que pudesse dizer algo - ou se esconder, pela vaga vergonha -, sua cintura foi segurada com firmeza e agilidade, o mesmo sentiu seu corpo bater contra a do alfa, ao que a boca alheia tomou a sua em um beijo.

Hyunjin arregalou os olhos, inicialmente, porém não o afastou, muito pelo contrário.

O ômega passou os braços por seus ombros, entreabrindo os lábios levemente, quando a língua passou no seu inferior pedindo passagem.

Lee deu alguns passos para dentro de casa, fechando a porta em seguida, ainda sem se separar. Pareciam não se vê a semanas.

Talvez tenha sido repentino demais ser beijado assim, mas quem os dois queriam enganar? Eles se desejam demais e bom... Tanto o loiro, quanto o moreno estavam indo bem, desde que decidiram tentar algo a mais, isso depois de uma noite quente.

O beijo era lento e carinhoso, mas com uma pitada de saudade, de ambas as partes, contudo, tudo que é bom... Acaba, e mesmo que ele não queira interromper, Hyunjin empurrou suavemente o alfa com a respiração rápida e o encarou.

— O que foi isso? — Perguntou.

— Nada, eu só queria te ver.

— Você ao menos me deu oi, já foi me agarrando... Estava com saudades? — Riu, provocando, ainda nas mesmas posições.

— Sempre. — Respondeu sorrindo e roubando mais um selinho.

— Você é louco, sabia?! E se Soojin estivesse aqui?

— Por que acha que vim? — Replicou rindo. — Eu vim me aproveitar do pai dela.

— Que absurdo! — Exclamou o ômega, revirando os olhos.

— Não revire os olhos para mim, bebê, ou não respondo por mim. — Comentou e jogou-se no sofá, já que o ômega se afastou de si.

Hyunjin mentiria se não tivesse ficado meio balançado de como o alfa o chamou. Tão simples, mas ao mesmo tempo tinha algo mais íntimo.

— Okay, já que está aqui, quer comer?

— Você pode ser a refeição? — Indagou sorrindo malicioso e o ômega o encarou surpreso.

—F-Felix. — Gaguejou e o mesmo riu.

— Você ainda fica do mesmo jeito quando falo assim. — Comentou o alfa, lembrando-se de anos atrás. — Todavia, quando estávamos no bem bom, a coisa era muito diferente.

— Ya! — Falou alto. — Por que está falando disso, uh? Tá no cio, por acaso? — Questionava nervoso.

— E você, por que está tão nervoso? Não é nem um ômega puro e santo.

— Você n-não pode dizer essas coisas assim. — Dizia enquanto entrava na cozinha, com o rosto corado, entretanto seus passos foram interrompidos pelo o moreno, que segurou no seu cotovelo e agarrou sua cintura.

— O que devo dizer, então? — Indagou com um sorrisinho frouxo nos lábios.

Felix levou o rosto até o pescoço do ômega, passando a ponta do nariz ali, inalando o cheiro natural de morango e coco.

— Estou mentindo, por acaso? — Questionou prestando atenção nas reações do ômega. — Semanas atrás, que eu me lembre bem, nós tivemos uma noite bem quente... Não é?

Mesmo depois de anos sem ser tocado pelo outro, o ômega ainda se sentiria fraco diante do mesmo. Entregue.

— Não f-faça isso. — Murmurou, franzindo a testa, agarrando os antebraços do mesmo.

— Fazer o quê, uh? — Hyunjin fechou os olhos com força, quando mais uma vez, outro selar foi depositado na curva entre seu pescoço e ombro.

— Me provocar. — Disse entre um suspiro e apertou os dedos, fortemente, sobre a tez clara do alfa, deixando suavemente as marcas das falanges.

Em um piscar de olhos, o clima mudou totalmente, de uma hora para outra.

Hyunjin arrepiou-se dos pés à cabeça, quando o moreno sugou a pele bronzeadinha da lateral do seu pescoço.

— Tão cheiroso. — Sussurrou, arrastando os lábios ali, fazendo o ômega suspirar alto.

Felix, gostando da atmosfera e do breve consentimento, pousou as mãos no quadril, antes de passar a distribuir selares pela a clavícula e ombro do loiro.

Aos poucos, Lee aumentou sua presença, mexendo com ômega, que tinha os olhos semicerrados e mordia o lábio inferior, afetado com o aroma do alfa. Lentamente, o ômega sentiu as mãos grossas do alfa descer por suas coxas, simultaneamente, tendo os lábios tomado em um beijo.

Hwang não demorou em ceder o espaço para que o alfa explorasse sua cavidade, acabando por soltar um gemido abafado, quando este chupou o músculo molhado e apertou os dedos na suas coxas, antes de subi-la e adentrar a blusa que vestia.

O ósculo foi ficando mais intenso, quente, voraz, assim como seus aromas, naturalmente excitados.

Hyunjin, que tinha as mãos nos braços do alfa, subiu lentamente, acariciando os fortes músculo ao que sorria entre o beijo e abraçava os ombros largos do alfa, no mesmo momento em que este segurou na parte de trás de suas coxas, impulsionando-o para que o loiro rodeasse as pernas em si.

Felix mordeu o lábio inferior do ômega e prendeu o mesmo, entre si e a parede.

O de fios loiro mel agarrou os fios negros e sedosos do alfa, ao que beijo continuava na sua intensidade, porém lento.

O alfa acariciava a parte de trás das coxas definidas do ômega, deixando vagos apertos na região, precedentemente fincando os dedos - com certa força - na bunda durinha e empinada do menor, arrancando um gemido debaixo do mesmo.

— Lee... — O chamou em meio ao suspiro.

Como pode o clima mudar tão rápido? - Se perguntou o ômega.

— Oi? — Murmurou enquanto beijava o pomo-de-adão do ômega, cada vez mais excitado.

— Podemos ir para... O quarto?

Felix afastou o rosto da curvatura do ômega e mirou seu rosto, achando a coisa mais atraente a face rubra e os lábios inchados do beijo recente.

— Eu não me importo com o lugar, mas se prefere. — Deu de ombros, se afastando da parede, consequentemente fazendo o ômega apertar as pernas ao seu redor.

O alfa andou até o corredor, que levava aos quartos, em largos passos, não demorando em invadir o cômodo alheio, sendo inundado pelo aroma cítrico.

Sem fechar a porta, o moreno foi até a cama de casal, não demorando em pôr o ômega ali, esse que engoliu em seco, afetado pelo o que acontecia - e estava prestes acontecer -, como também pela ereção que crescia.

Felix, o olhou firme, passeando as orbes negras por todo o corpo, prestando atenção em cada detalhe. O rosto corado, os cabelos espalhados no colchão, a respiração acelerada, a blusa amassada, deixando um parte da clavícula exposta e levantada, revelando a box azul-escuro e o membro rijo, esse último motivo fazendo o alfa sorrir maliciosamente.

O moreno passou a língua nos lábios, de forma rápida e voltou a focar nos olhos acastanhados, ao que subia na cama, parando de joelhos na frente do mais novo.

— Sobe mais um pouco, bebê. — E de novo aquele arrepio subiu por sua espinha ao escutar o apelido carinhoso, fazendo a si mesmo sentir uma pontada no próprio pênis.

Hyunjin pigarreou, enquanto subia mais para o meio da cama, porém sem desviar os olhos do alfa, era hipnotizante encarar a profundidade daquele olhar.

— O que vai fazer? — A pergunta saiu baixa, apesar de ter curiosidade no tom que Hwang usava.

— Nós vamos brincar um pouquinho. — Lee mordeu o canto do lábio, erguendo sobre os joelhos, tirando a blusa, sem cerimônia. — Você se lembra de quando ficava de castigo e eu ia te visitar? — Indagou, afastado os joelhos do ômega, se colocando entre elas. — Seus pais odiavam que trancasse a porta... — Disse, passando uma das mãos no quadril estreito do ômega, ao que deixava seus rostos próximos, raspando seus lábios levemente. — O que não adiantava muito, não é? — Indagou retoricamente, mordiscando o inferior do ômega. — Namorar escondido... Transar escondido... Éramos bons nisso. — A cada pausa, Felix beijava uma parte do ômega.

— Felix. — Chamou manhoso, quando o mesmo chupou fracamente a pele do seu ombro, ao mesmo tempo em que pressionou a pélvis contra a sua.

— E você me chamava desse mesmo jeito. — Continuou a sussurrar, provocando-o. — Todo manhoso. Você quer isso?

— Quero. — Respondeu, meio ofegante. — Por favor. — Pediu, pondo suas mãos nos ombros alheios.

O alfa somente sorriu ladino, porém.

— Tem certeza? — Provocou.

Hyunjin bufou impaciente, já sabendo que o alfa o provocaria, como acontecia quando adolescentes, o mesmo prendeu as pernas definidas e bonitas em seu quadril e levou as mãos até o cós da calça, o olhando nos olhos firmes e decididos.

— E você? — Recrutou. — Tem certeza?

— Sem sombra de dúvidas. — Respondeu ao ômega, esse que piscou lentamente e um sorriso arteiro foi se formando nos lábios carnudos.

— Perfeito! — Exclamou levantando, levemente o tronco e agarrando a nuca do alfa, quebrando a distância de suas bocas.

Felix sorriu entre o beijo e levou uma das mãos até a panturrilha alheia, antes de interromper o ósculo e tirar a blusa que o loiro vestia, sem acanhamento, jogando o tecido em qualquer lugar, antes de levar a boca até o mamilo marronzinho.

O ômega mordeu o lábio com força ao sentir a boca do alfa sugando seu mamilo, o pegando desprevenido.

Felix rodeava a língua vermelha e morna contra o botão marrom, chupando-o enquanto que no outro fazia uma breve massagem com os dedos.

Hwang sentia o corpo quente, muito quente. Seu falo pulsava toda vez que sentia o músculo molhado chupar o bico do seu peito.

O loiro tinha os olhos semicerrados na direção do alfa, esse que aproveitava para dar atenção ao outro bico, estimulando cada vez mais o ômega.

— Lixie! — Exclamou surpresa, arqueando a coluna, quando sentiu uma mordida ali e agarrou os ombros do alfa. — Céus! — Revirou os olhos, sentindo-se mais ardente.

Ele sentia o lubrificante natural expelir e melar sua bunda, assim como o pré-gozo. Queria mais. Muito mais.

Felix vendo-o, interrompeu o que fazia e o beijou novamente. Forte, apaixonado e excitante.

Aproveitando-se de como seu ômega estava entregue a si, ele passou a dedilhar o abdômen, não muito definido, de forma carinhosa, enviando arrepios no corpo alheio até chegar no elástico da cueca, descendo a mão um pouco mais, assustando o ômega, quando apertou a ereção evidente.

Lee interrompeu o beijo, novamente, e foi descendo os selares pela garganta, clavicular peitoral e abdômen até chegar a pélvis do descolorido.

O mais novo respirou fundo e fechou os olhos com força, ao que sentiu um selinho longo ser depositado em seu membro, por cima da cueca.

— Não me torture, por favor. — Hyunjin disse entre suspiros.

Vencido pelo apelo do ômega, Felix retirou aquela peça que atrapalhava sua visão final do ômega completamente nu. E aquela era uma das suas partes favoritas desde a adolescência, ver Hyunjin entregue e seu completamente em uma cama conhecida por eles.

Dessa vez, diferente da última, Lee agarrou o membro do ômega apenas para espalhar o pré gozo e o masturbar de forma que o fizesse implorar por mais contato. Sentiu seu pênis pulsar, vendo o loiro se contrair e o aroma se intensificar mais ainda - se possível - como se chamasse o alfa para o ato.

Foi então que ignorando a pressa em foder seu ômega, Lee sem aviso virou o ômega na cama, segurando o quadril do Hwang e o deixando claro o que ele queria.

Hyunjin tremeu com o ato, mas entendeu rapidamente. Se apoiando na cama ao sentir o alfa deslizar o dedo em suas nádegas e rir baixo ao tê-lo de quatro.

Com os dedos o alfa circulou a entradinha alheia, se molhando com o lubrificante natural, ele usou os dedos antes de pegar o ômega desprevenido e deixar a língua fazer toda a ação. Hyunjin se sentiu fraco, puxou os lençóis para abafar qualquer som que saísse da sua boca enquanto o moreno se lambuzava o dando prazer. Com a mão direita, o Hwang passou a se masturbar, enquanto o músculo quente pressionava em seu interior.

Estava indo a loucura novamente em menos tempo do que da ultima vez. — Lixie! — Hyunjin deixou escapar, fazendo o alfa se afastar e rir.

Bebê...?

O alfa se sentiu vitorioso ao ver o ômega não fugir de si e se arrepiar pela última vez naquela noite. Foi então que parou sua concentração em provar o ômega e se afastou tirando as suas últimas peças de roupa, tudo observando Hyunjin ofegante, e frustrado pelo o alfa não ter o deixado gozar. Havia conseguido deixar o ômega destabilizado.

Daria qualquer coisa para poder foder o ômega naquela posição e tortura-lo mais um pouco, mas a primeira coisa que o alfa fez ao voltar para cima do ômega foi o virar na cama e se por entre as pernas alheias, atacando os labios bonitos e avermelhados.

Não deixou tempo para o ômega raciocinar. Foi então quando a noite começou de verdade para eles.

Estar dentro do ômega e ouvir os gemidos com seu nome fez com que aquele momento se tornasse muito mais real.

Felix se sentia nas nuvens ao ter o ômega abaixo de si. E Hyunjin se achava louco por querer muito mais do alfa que o tocava e o via como diamante.

Como era bom estar vivendo aquilo - novamente.

스물여덟

O estalo soou por todo ambiente, sobressaindo a música baixa que tocava no cômodo.

Miyeon tinha a mão no lado do rosto, cética, fulminando a ômega com fúria. Movida pela raiva, ela deu um passo na direção da adolescente, mas Shuhua se pôs na sua frente.

— Dê mais um passo e garanto que seus pais irão buscá-lo na delegacia. — O tom ameaçador passou pelos lábios finos.

— Ela me bateu!

— E você a insultou, sua idiota! — Recrutou. — Você mereceu.

— Eu não falei nenhuma mentira, ou disse? — a mesma respirou fundo e de soslaio pôde ver Soojin cabisbaixa.

— Você só está com dor de cotovelo, Miyeon. — Provocou e a alfa rosnou. — Achou que ela ficaria nos cantos chorando por alguém como você?! Miyeon, você não passa de uma alfa metida, que só porque é uma das mais populares, mas é só isso, na verdade nem de alfa deve ser chamado.

Shuhua segurou em uma das mãos da Soojin, a trazendo para seu lado.

— Eu não sou do seu nível, Miyeon, e Soojin é muito para você, então eu vou a conquistar, então deixe-me deixar claro... — Pausou e sorriu ladino, se aproximando da mesma. — Se aproxime dela novamente, e eu peço para minha mãe dar um jeito de te colocar, atrás das grades... Por assédio! — Murmurou e puxou a ômega, saindo de casa, sem se preocupar de ter chamado atenção dos amigos e familiares.

A garota de mechas descoloridas o seguiu em silêncio.

— Está tudo bem? — a alfa perguntou, a encarando preocupada.

— Sim, eu acho. — Respondeu, reparando nas mãos unidas. — Obrigada por me defender, nunca achei que ela fosse agir dessa forma.

— Ela percebeu que perdeu uma pessoa incrível e está com ciúmes... Ou inveja! — Piscou na direção da mesma. — Aqui próximo tem uma praça, quer dar uma volta? Acho que não está no melhor clima lá dentro.

— Mas você é a aniversariante, não pode sair assim.

— Claro que posso, quer ver? — A mesma riu e a puxou, caminhando em passos rápidos pela rua iluminada do condomínio.

Soojin não recrutou, somente seguindo a alfa, talvez seja o melhor.

A mesma se sentia ofendida por ouvir a garota que um dia gostou a tratar como uma qualquer.

Os dois caminharam por alguns metros, até que a mais nova avistou a praça, um pouco cheia, porém não se preocupou com isso.

— Vamos nos sentar. — Pediu e andaram até um banco vazio. — Não sei se sou a melhor pessoa para conversar, mas não ligue para o que aquela babaca disse.

— Eu não ligo, pois tudo que disse é mentira, mas ser difamada desse jeito, eu não esperava, sabe? Ela foi alguém que gostei, que no fim foi uma covarde e somente me usou. — Murmurou. — Também não esperava a encontrar ali, ao menos lembrava da sua existência.

— Uau, então eu tenho uma chance? — Brincou encarando a de fios curtos fixamente, fazendo a mesma virar o rosto, acanhada.

— Não consegue ser menos direta?

— Não. — Respondeu risonho. — Gosto de ser sincera.

— Até de mais. — Recrutou e suspirou.

— Meus pais sempre diz que quando queremos algo, nós temos que conquistá-la e lutar por aquilo, seja um sonho ou não. — Falou encarando algumas pessoas, que andavam por ali. — Isso quer dizer que sou uma alfa que não vai desistir até ter o que desejo. — Terminou de falar, mirando as orbes escuras da ômega. — Mas isso não significa que irei ultrapassar os limites, pois eu acredito que todos merecem respeito, principalmente mulheres e ômegas.

— Quer dar uma volta? — Indagou repentinamente, desconversando do assunto.

A mesma ficou mexida com o que Shuhua disse, assim como o olhar determinado que recebia, com promessas não faladas.

— Você quis dizer: vamos acabar por aqui, certo? — Perguntou divertida, fazendo tanto a si como Soojin rir.

— Finja que não percebeu. — Piscou e levantou-se, estendo a mão para si. — Vamos com calma, tudo bem? Eu preciso pensar sobre.

— Tudo no seu tempo. — Replicou segurando a mão pequena e delicada da Lee. — Daremos uma última volta e voltaremos, sim?

— Okay. — Os dois passaram a caminhar ao redor, conversando sobre a escola e os amigos.

[...]

Tempo depois, ambos gargalharam das piadas sem graça que Shuhua dizia, porém algo - alguém, melhor dizendo - chamou atenção da ômega, fazendo a mesma arregalar os olhos e abrir a boca em espanto.

— Pai?! — Exclamou, um tanto elevada, tendo atenção dos progenitores, esses que estavam abraçados enquanto parecia conversar animadamente.

Hyunjin ao ouvir a filha - e vê-la - se afastou bruscamente do alfa, tossindo e mirando a mesma.

— Soojin, o que está fazendo aqui? — Apesar da surpresa de ter sido pego pela filha, sua voz saiu firme.

— Eu que pergunto, papai, o que está fazendo aqui e com... Ele? — A menina apontou para o pai alfa, o vendo encarar fixamente um ponto mais baixo e a mesma seguiu, arregalando os olhos ao ver que o progenitor tem os olhos fixos em sua mão e da alfa, juntas.

A menina soltou e Shuhua fitou a mesma, confusa.

Felix ergueu os olhos lentamente até o rosto da ômega mais nova e depois passou a mirar a garota ao seu lado, após uma rápida vistoria, o mesmo olhou para a ômega ao seu lado, pressionando a língua contra a bochecha e cruzando os braços.

O ômega mais velho sorriu forçado e engoliu em seco.

O clima ficou estranho. Os mais velhos em silêncio enquanto se fitavam intensamente, como se estivessem se comunicando através do olhar, e os adolescentes nervosos, Soojin por ter sido pega de mãos dadas com uma garota, sendo que não disse a verdade ao seu pai e Shuhua, um tanto receosa por está de frente para os pais da garota que estava interessada.

— Ya, parem de se olhar desse jeito! — Soojin exclamou, quebrando o silêncio. — Não me responderam porque estão aqui juntos.

— Acha que devemos explicação, no momento? — Lee recrutou com a sobrancelha arqueada. — Não ia se encontrar com uma menina, não é?

— Sobre isso, eu posso explicar.

— Não quero saber. — Deu de ombros, demonstrando uma leve irritação. — Eu chamei seu pai para passearmos, algum problema?

— Não senhor, é que não esperava encontrá-los aqui... Ainda mais abraçados. — Murmurou encarando o pai ômega, esse que mordia o lábio e olhava ao redor, menos para filha. — Por acaso, o encontro que o senhor tem tido é...

— Não, não é! — Hyunjin sobrepôs a voz e os três o encararam. — Ah, esse deve ser a Shuhua, não é? Eu sou Hyunjin, pai de Soojin.

— Prazer em conhecê-lo, senhor Hyunjin. — Cumprimentou simpática e apertou a mão de dedos longos e finos do ômega. — O senhor é mais bonito pessoalmente.

— Obrigado. — Sorriu e olhou para o alfa, querendo rir da feição enciumada enquanto encarava a adolescente. — Esse é Felix, também pai da Soojin.

— Oh, o senhor é 'meu velho'. — Disse e estendeu a mão para o mais velho, que mesmo sério apertou a mão, em educação. — Acabou acontecendo algo desagradável na festa e trouxe a filha de vocês para se acalmar. — Falou, tendo a atenção dos pais da garota. — Nós já íamos voltar, quer vir conosco? É meu aniversário, mas também tem adultos.

— É pai, vamos? — Chamou animada.

— Você perdeu os créditos comigo, Lee Soojin! — Felix exclamou e Hyunjin o beliscou. — Você também, nem me disse que nossa filha veio a um encontro.

— Pai!

— Não sou eu que tenho que dizer, se ela não quis te dizer é porque sabe como o pai dela é. — Replicou o ômega, cruzando os braços e mirando o alfa. — Ciumento!

— Sou mesmo, ela é minha única filha, não vou deixar um alfa tocar nela. — Afirmou sério. — Ainda quero acertar aquela tal de Miyeon por ter feito minha pequena chorar.

— Oh, eu também quero, ela é uma babaca! — Shuhua interrompeu, tendo o olhar do alfa em si.

— Shuhua. — Chamou a adolescente ao mesmo tempo em que Hyunjin chamava o nome do alfa.

— Não se preocupe, podem ir para festa, nós voltaremos para casa. — O loiro segurou no braço do alfa, o puxando.

— Juntos? — Perguntou a menina, desconfiada.

Depois de ter flagrado os pais se beijando na Itália, ela tem ficado atenta aos progenitores, porém não tinha nada que os denunciasse, claro que ela tinha sua desconfiança quando os pais iriam para "encontros" ou quando uma vez, sentiu o aroma do pai ômega no seu velho ou ao contrário, um exemplo é agora, a menina sentia nitidamente - e fortemente - o aroma de menta e chocolate misturado ao de morango e coco.

— Seu pai vai me deixar em casa, já que viemos em seu carro. — Respondeu prontamente, coçando a garganta ao ter o olhar questionador da filha.

— Tudo bem, daqui a pouco, eu vou para casa, o pai de Shotaro vai me deixar. — Avisou, se aproximando dos pais, abraçando-as. — Tenham cuidado!

— Você também, meu amor. — Hyunjin beijou a testa alheia e encarou a adolescente, esse que mantinha em silêncio. — Nenhum arranhão em minha filha é sua vida intacta. — Ameaçou com um sorriso leve nos lábios. — Digo por mim e pelo pai alfa dela.

— Sim, senhor. — Acenou.

Felix balançou a cabeça e viu os dois mais jovens se distanciar, junto do ômega.

— Isso é culpa sua! — Exclamou de repente, batendo no alfa, esse que revirou os olhos e deu meia volta para ir até o carro. — Ei, você não está realmente chateado, não é?

— E por que eu estaria? Só porque minha filha não confia em mim para falar que ia a um encontro com a garota? Que besteira! — Disse e o ômega abriu a boca para recrutar, mas não disse nada.

— Você é tão sentimental para um alfa. — Murmurou. — E só para deixar claro, eu descobri por acaso, ela não me contou. — Recrutou e segurou no antebraço do alfa, fazendo-o olhar. — Não fique com raiva de mim, uh? — Fez biquinho enquanto piscava os olhos, de modo fofo. — Desfaça essa cara, por favor. — Afinou a voz, propositalmente, ao que se erguia nas pontas do pés, roubando um selinho do alfa emburrado.

Felix até tentou manter a pose, mas não resistiu a expressão pidona do ômega e sorriu, pequeno, mas sorriu.

— Agora sim! — Comemorou o ômega, iniciando um beijo rápido, antes de afastar-se e o puxar para o carro.

Felix deu uma última olhada para trás, suspirando em seguida. Seguindo o ômega que parecia mais reluzente do que mais cedo naquela noite.

— O que acha de voltarmos pra sua casa? — Disse, vendo Hyunjin rir e concordar.

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