mentirinhas de nada 3.0
Soojin
Alguns dias passaram, desde o pedido de namoro, ao qual a garota não se esqueceu, ainda mais, depois da conversa dos progenitores, que teve algumas revelações.
Porém, não poderia deixar de estar feliz, bem feliz.
Sexta estava agitada para a ômega, trabalhos para apresentar, atividades para entregar e... Uma festa para comparecer. Jisoo, dias atrás foi convidada para ir em uma comemoração do terceiro ano, uma festinha que teria uma pitada "mais adulta".
Claro, que inicialmente, a menina negou com firmeza, antes de ser vencida pelo cansaço e curiosidade, por que quem ela queria enganar?
Seria um segredo do quarteto.
A manhã da mesma começou divertida, já que o pai alfa preparou o café da manhã, pois o mesmo chegou pela manhã, bem cedo, ou melhor, o moreno dormiu noite passada com o ômega mais velho, já que não precisavam esconder o relacionamento de mais ninguém.
Felix a deixou na escola, dizendo que era para tomar cuidado quando fosse para casa.
Depois de se encontrar com amigos, discutindo o que fariam para despistar os pais, decidiram que mandaria uma mensagem aos pais, avisando que iriam fazer um trabalho em grupo na casa da Jisoo, porém ambos iriam para casa de Ryujin, já que seus pais estariam fora do país à trabalho.
Na hora do intervalo, eles se juntaram a Shuhua e seus amigos, conversando sobre outras coisas, já que não pretendiam chamar mais alguém, e depois voltaram a dar continuidade à rotina escolar, sempre trocando segredos, divertidos e ansiosos.
O final da aula chegou e como combinado, os amigos mandaram mensagens, avisando aos genitores e em seguida pagando um táxi para irem direto para casa da ômega de fios longos.
O percurso não foi muito longe, levando em conta que todos moravam perto da escola e centro de Seul, eles rapidamente chegaram no condomínio em que Ryujin morava.
Como todos já visitaram a casa antes, não foi complicado avistar a grande mansão, logo Shotaro, Ryujin e Jisoo pagando ao taxista.
Após entrarem, ambos cumprimentaram a governanta da casa e correram para o segundo andar.
— Uau, nós só temos algumas horas para se arrumar, não esqueceram nada, não é? — A alfa indagou, agitada.
Por estudarem em tempo integral, eles entravam cedo na escola e saíam à tarde, e como começaria às oito da noite, eles tinham muito o que fazer, no caso das garotas.
— Mas ainda vai dar cinco e meia e a festa só começa às vinte horas. — Shotaro comentou se atirando na cama box da amiga. — Dá tempo de comer e assistir a um jogo de basquete.
— Querido, eu preciso hidratar meu cabelo e escovar, olha o tamanho disso. — Apontou Ryujin para o próprio cabelo. — Jisoo quer fazer uma trança boxeadora e a Soojin... Ai, tantas coisas.
— Okay, eu entendi, muitas coisas, sim?! — Murmurou o alfa, entediado. — Então, eu vou tirar um cochilo, quando for sete e meia me acordem, que eu vou tomar banho e me arrumar.
— Okay, okay! — Jisoo riu e as meninas foram fazer o planejado.
[...]
Enquanto a ômega de cabelos longos escovava o cabelo, Soojin fazia a trança boxeadora na Jisoo, já quase pronta.
Todas já estavam de banho tomados e os rostos maquiados, somente arrumando os fios.
Soojin tinha a franja prendida com uma presilha de pérola e o comprimento dos fios escuros com poucas mechas descoloridas em grandes cachos.
Ryujin, agora separava duas mechas frontais, amarrando outra mecha, mais grossa no topo, deixando o resto dos longos soltos.
— Prontinho! — Terminou a ômega, fazendo um baby hair na alfa. — Agora só falta a roupa.
— Sim, eu vou acordar o Shotaro, já são 19:25. — ryujin comentou, já saindo do quarto.
Soojin desamarrou o nó do roupão, logo pegando o vestido jeans justo e curto, um cropped preto de manga curtinha, um par de converse branco e argolas.
Jisoo optou por uma blusa de manga longa preta, saia de cintura alta e tênis branco. Ambas se vestiram, rapidamente, logo sendo acompanhadas pela outra ômega.
O vestido jeans dava no meio das coxas e marcava o corpo bonito e pequeno da ômega, a vestimenta dava um ar menininha, além de ser confortável.
Minutos depois, após terminarem de arrumar o quarto, as garotas escutaram um assobio vindo da porta e se depararam com o alfa, devidamente vestido em seu jeans desbotado, camisa de cor azul bebê, uma jaqueta de lavagem clara e um par de tênis, além de um bandana azul amarrada na lateral da calça.
— Uau, acho que teremos que espantar algumas garotas do nosso Taro. — Soojin comentou, fazendo todos rirem. — Mas confesso que estou um pouco nervosa.
— Eu também, minha vaca, mas é nossa primeira festa de verdade, então vamos aproveitar.
— Que Deus nos proteja e nossos pais não saibam. — Shotaro completou. — Vamos? Eu chamei o uber.
— Que eficiência. — Brincou Ryujin, pegando uma bolsinha e saindo junto com as amigas, caminho a festa.
Assim que chegaram onde seria a festa, parecia uma verdadeira zona. O som alto, vários meninos e meninas se pegando, alguns com o cigarro na boca, outros com copo de plásticos vermelhos ou azuis na mão, dançando de um jeito sensual.
Podia se notar, que não havia somente alunos dos terceiros anos ali, mas também pessoas mais velhas.
O quarteto foi parado por duas ômegas, que os marcaram com tintas neon pelos seus rostos e braços.
Na parte interna estava uma verdadeira mistura de cores. A luz de filtro azul, destacando o verde, laranja, rosa e dentre outras cores de destaque.
A ômega de fios curtos olhava ao redor, completamente, fascinada.
Nunca havia ido a uma festa, mas apesar do ensurdecedor barulho vindo das grandes caixas de sons, a menina agarrou o braço, de uma das meninas caminhando pelo o salão enfeitado com balões, fitas metálicas, jogo de luz, um espaço para o dj, uma mesa com salgadinhos, doces, bebidas e muitos outras coisas, que a ômega não poderia descrever.
— Você veio! — Exclamou uma alfa ao ver Jisoo. — Fiquem a vontade, okay, coisas lindas?! — Beijou os rostos de todos eles, e a adolescente de aroma de cereja sentiu o odor do álcool provindo da mesma. — Uhul, eu adoro essa música! — Disse animada ao que dançava o remix latino, China.
— Está tudo sobre controle, certo? Vamos conhecer algumas pessoas! — A alfa disse puxando os amigos, começando a enturmá-los.
[...]
Era quase dez da noite, quando começou a famosa brincadeira de verdade e consequência.
E adivinha quem está na roda? Sim, Lee Soojin.
Acontece que momentos atrás, o grupo de amigos se toparam com o trio 'sisi', trazendo desgostos a todos. Como sempre, teve farpas trocadas, mas nada além disso, somente a naja-líder, Lisa, desafiou a ômega a entrar no jogo, e cá estamos.
Soojin ria abertamente, se divertindo, quando Ryujin a cutucou e mostrou a tela do celular, fazendo a mesma arregalar os olhos ao ver dez chamadas perdidas do pai ômega.
— Droga! — A menina praguejou e se levantou em pulo. — O que eu faço? — Perguntou nervosa ao notar o celular, novamente, tocar e o nome do seu pai estampar na tela.
— Vamos para o segundo andar. — As duas correram, subindo de dois em dois os degraus, até chegar no banheiro, que por sorte estava vazio.
Soojin respirou fundo, antes de dizer para a ômega atender e inventar alguma coisa.
— O-oi, tio Hyun! — Falou a de cabelos longos, hesitante. — ... Soojin? Ela está no banheiro... — Respondeu nervosa. — Oh, senhor Hyun... Hyung, a... a ligação... Oi? Não estou ouvin... — Falava afastando o celular e encerrou a chamada, não dando oportunidade ao mais velho de falar algo. — Eu acho que é melhor darmos um jeito de irmos para casa.
— Mas aqui está tão legal... — Murmurou a menina.
— Sim, mas daqui a pouco, a mãe do Taro ou da Jisoo irá ligar para minha casa e o que vai acontecer, se descobrirem que não estamos lá?
— Vamos ficar só mais um pouquinho, por favor. — Soojin pediu, juntando as mãos e a olhando. — Só mais cinco minutos.
— Aff, vamos logo.
Soojin comemorou e desceram, logo se juntando a brincadeira.
De cinco minutos, se tornaram duas horas depois.
A ômega fez uma careta desgostosa ao sentir - pela segunda vez - a bebida amarga descer por sua garganta.
Já era a quinta vez que a menina pagava um desafio, com álcool no meio. O gosto era péssimo, mas no fundo, saciou sua curiosidade.
A brincadeira foi interessante, ela respondeu algumas perguntas, pessoais demais, e outros desafios. Ela beijou um garoto, uma garota, dançou, bebeu e fez um trote.
Soojin não estava bêbada, apesar de estar com riso fácil, porém deu meia-noite, e eles foram forçados a voltar para casa.
Era para ter voltado mais cedo, mas acabaram se distraindo com tudo, que mal perceberam as horas passarem.
서른
A ômega soltou a respiração lentamente ao girar a chave do portão para abri-la, mordendo o lábio quando fez um pequeno barulho, fazendo fechar os olhos e pragueja-lo.
Já passava da meia-noite, quando Soojin chegou em casa.
Seu estado não era dos melhores. Seus cabelos bagunçados, suada, a roupa e a pele sujas de tintas, e a maquiagem um pouco borrada.
— Por essas horas, o papai com certeza está dormindo. — Sussurrou, girando a maçaneta, após destrancá-la. — Vou tomar banho, dormir e fingir que nada aconteceu. — Continuou seu monólogo, fechando a porta lentamente. — Amanhã será um novo dia. — Virou-se, preparada para ir em direção ao quarto e fazer o que pensou, quando se assustou com a luz da cozinha, que repentinamente se acendeu, revelando nada menos que seu pai. Hyunjin.
— Papai?! — Disse, um tanto assustada.
— Aonde você estava até essa hora, Soojin? — Questionou o ômega, porém tinha um 'quê' de preocupação na fala alheia.
— Eu posso explicar. — Disse rapidamente, nervosa.
— Explicar o quê? Que disse que ia fazer trabalho na casa da sua amiga, mas na verdade, foi em alguma festa. — Recrutou e a menina abaixou a cabeça. — Olha, eu sei que você tem suas vontades, filha, eu já tive sua idade. Só que você não pode, simplesmente, sair e voltar a essas horas, sem nem nos avisar. Eu estava preocupado, Soojin.
— Me desculpe, papai, mas se eu contasse, talvez o senhor não me deixasse ir. — Murmurou encarando o mais velho, esse que suspirou e se aproximou da filha. — Jisoo foi convidada para uma festa e nos chamou.
— Você bebeu? — Indagou ao sentir o leve cheiro de bebida.
— Sim, mas foi só por causa de um desafio, juro que foi isso, pai. — Respondeu rapidamente, exasperada. — Não aconteceu nada demais, eu fui mais por curiosidade mesmo, nós só íamos ficar um pouquinho, mas acabamos nos distraindo.
Hyunjin a encarou seriamente, mas estava aliviado por ver a filha bem.
— Filha, eu não estou te julgando por ir na tal festa, mas mentir dizendo que estava fazendo trabalho de escola ou pedir para a Ryujin dizer que estava no banheiro... Não é legal. Mas eu não posso te julgar por isso, porque seria hipocrisia, sendo que eu também fiz isso na sua idade. — Se aproximou, deixando um carinho nos fios bagunçados. — Por hora, eu estou aliviado por estar bem, mas só desta vez, eu não falarei nada ao seu pai. Será um segredo nosso.
— Sério? Pai, muito obrigada! — Agradeceu, aliviada.
— Por enquanto, só vá para seu quarto, tome um banho e durma. — Ditou firme. — Obrigada por não dizer nada ao papai!
— Eu odeio mentir para ele, mas vejo que está bem, então nada aconteceu, ouviu? Você não foi a nenhuma festa, você não bebeu e muito menos, não chegou de madrugada em casa. — O ômega continuou, vendo a filha assentir, antes de beijar seu rosto. — Vamos, eu vou te ajudar a tirar essa tinta seca.
Hyunjin seguiu a filha até o corredor dos quartos, pensando se estava fazendo o certo, porém viu que a filha estava bem, apesar de ter feito errado, ele se sentiu aliviado.
— Se seu pai perguntar alguma coisa, diga que...
— Dizer o quê? — O tom sério e infeliz chamou atenção dos ômegas que fitaram o alfa, surpresos.
— P-Pai?! — Soojin disse acuada e olhou para o ômega mais velho ao seu lado.
Hyunjin mordia o lábio inferior, praguejando-se mentalmente por ter sido pego, acobertando a filha.
— felix...
— É assim que você repreende ela? Encobrindo sua mentira? — Perguntou encarando ao namorado, cético e seriedade. — E você, Soojin?
— Eu sinto muito. — Pediu baixinho.
— Sente muito pelo o quê? — O alfa, sem querer, acabou alterando a voz e o aroma, deixando os ômegas assustados. — Por ter mentido? Por ter ido em uma festa sem permissão? Por ter bebido? Por ter chegado em casa a essa hora? Por qual motivo?! — O moreno respirou fundo. — Enquanto você se divertia com seus amigos, eu e seu pai estávamos preocupados. — Afirmou encarando a filha que tinha a cabeça baixa.
— Lixie... — Hyunjin tentou intervir, mas não soube o que falar, quando os olhos frios do alfa o fitou.
— E você, realmente, iria encobrir Soojin e não me falar nada? — Perguntou retórico. — E daí que tivemos a idade dela e fizemos as mesmas coisas? É hipocrisia se preocupar com nossa filha e não querer que ela repita os mesmos erros que nós? Soojin só tem 15 anos, não se manda ainda, é só uma adolescente que não precisa fazer nada, além de estudar.
Eu não suporto mentiras e nós não a ensinamos esse tipo de coisa, mas parece que não pensou duas vezes, antes de dizê-la que não iria me contar. — Suspirou e o ômega mais velho desviou o olhar.
Talvez tenha sido um pouco duro, porém ele estava certo, o ômega sabia que isso era mais que raiva, é cuidado e proteção.
— Você está de castigo. Não vai receber mesada e não sairá para nenhum lugar. — Anunciou apontando para a filha. — Agora vá para seu quarto e reflita no que fez. — A menina respirou fundo tentando não chorar com o tom que o pai alfa usava consigo.
— Eu... Eu sinto muito por isso, pai. — Sussurrou.
— Eu também sinto. — Disse e observou a filha, em passos rápidos entrar no próprio quarto.
Felix suspirou e fitou Hyunjin, que não falou nada.
— Você realmente não ia me contar? — Indagou para o mesmo, que olhou para as próprias mãos. — Você achou que isso que ela fez, foi certo?
— Não, mas...
— Não tem 'mas', Hyunjin. — O interrompeu. — Tudo o que eu faço é para o bem dela... Se ela quiser ficar com raiva de mim, me ignorar ou que for, eu vou aceitar. — Pausou e o mais novo o mirou. — Mas nunca ninguém vai dizer que não cuidei dela.
— Eu sei, Lixie, só que... Eu saberia que iria agir assim. — Disse se aproximando do mesmo, fazendo o alfa se acalmar, quando sentiu o toque suave e carinhoso do ômega em si. — Mas o importante é que ela estava bem, não? Foi errado sim o que ela fez, não discordo do que disse, em nada.
— Então por que ia me esconder? Se eu não tivesse ouvido a conversa... Eu ficaria no escuro, dessa atitude da Soojin?
— Eu não sei, talvez eu queira ser um pai legal?
— Não acho que cobrir as mentiras dela, é ser legal. — Recrutou. — É a primeira vez que faz isso, mas se não cortamos, ela pode fazer mais vezes e isso pode se tornar uma consequência no futuro.
— Eu sei, eu te entendo, me desculpe. — Pediu, abraçando o tronco alheio.
— Vamos dormir, okay? Essa preocupação toda me deixou nervoso e com dor de cabeça. — Disse, virando-se para entrar no quarto do ômega.
Hyunjin suspirou e seguiu o mesmo.
No final, tanto a filha quanto o mesmo levaram uma bronca daquelas, mas no fundo, o ômega se sentia bem ao ver que Felix era um pai e tanto, assim como um namorado preocupado e que se chateava com pouca coisa.
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