inesperado cio 1.7

Dois dias haviam se passado na fazenda dos pais do ômega.

As coisas estavam indo normalmente bem, os três costumavam-se adaptar rapidamente com o fato de terem que acordar cedo ao som do galo. Amavam as coisas frescas colhidas ou tiradas ali na hora, fora a calma que os deixava mais dispersos de tudo.

Estava indo tudo bem.

— Pai, acho que estou ficando doente. — Soojin comentou assim que viu o alfa lendo um livro na cama ao entrar no quarto.

Felix estava sentado quando a filha invadiu o cômodo, deitando no seu colo, manhosa. O alfa alisou o cabelo da filha e sorriu.

— Por que acha isso? — Questionou deixando o livro de lado.

— Não sei, eu me sinto estranha. Meu corpo está pesado, sinto dor e fadiga. — Respondeu fechando os olhos, aproveitando do carinho alheio. — Será que estou gripando?

— Falou com seu pai? — Indagou e recebeu um 'não, senhor'. — Devia ter falado. — Se eu falasse, ele diria a vovó. — Murmurou em uma espécie de reclamação. — E o que tem isso?

— Eu não quero que me entupir de chá, pai, é horrível. — Fez careta e Felix a acompanhou.

Pai e filha gostam de café, na mesma medida que odeiam chá.

— Além disso, o que está sentindo mais? — lee questionou curioso.

— Acho que só isso mesmo, mas deixa para lá, talvez seja a mudança de clima e ambiente... Vamos mudar de assunto. — Se deitou com a cabeça para cima, encarando o pai, de baixo.

— E do que quer falar?

— Qualquer coisa.

— Admita, você veio falar comigo, porque não tinha ninguém para conversar, né? — Replicou risonho.

— Talvez sim, talvez não, quem sabe? — Antes que o alfa recrutasse, a porta foi aberta pela mãe de Hyunjin e os dois olharam na direção. — Vó, a senhora não pode entrar no quarto dos outros sem bater. — Assim que a mais nova disse, Felix a encarou incrédulo. — E se o papai estivesse se trocando?

Você não pensou isso, minutos atrás. - lee pensou olhando para a mesma. — A senhora quer alguma coisa, senhora Taehee? — Perguntou cordialmente.

— Eu vim chamar vocês para o jantar. — A senhora disse rindo.

— Finalmente, meu estômago já estava grudado nas costas. — A menina resmungou se levantando.

— Você é exagerada igual ao seu pai. — Sua avó lhe disse.

— Qual dos?

— Do Hyun, é claro, sua besta! — A senhora Hwang riu da careta que a neta fez ao sentir um beliscão na bochecha. — E você Felix, como está? — Perguntou com um riso divertido.

— A senhora não vai esquecer, não é? Por favor, não me lembre dessa vergonha. — Murmurou se levantando.

— Não resisti, mas deixa isso de lado, vamos jantar, o meu velho quer jogar uma partida de baralho com você. — O mesmo assentiu e seguiu as duas ômegas para fora do quarto.

Os três chegaram na cozinha e presenciaram os outros rindo de algo enquanto Hyunjin estava emburrado.

— Do que estão rindo? Eu quero rir também. — Soojin chegou falando e sentando em uma das cadeiras.

— Não é para você, isso é entre adultos. — A velha senhora Eun recrutou. — Olha o que temos aqui, o alfa que tomou um banho de leite, direto da fonte. — Todos riram do que a mesma disse.

Acontece que, mais cedo, Felix foi tirar o leite da vaca e estava tudo indo bem, quando sem querer, o alfa puxou as tetas da vaca com força, fazendo o leite espirrar na sua cara.

— Qual é, eu aposto que já aconteceu com todos aqui.

— Comigo não — Senhora Hwang disse, rindo do alfa.

— Muito menos eu. — Hyunjin continuou.

— Nasci e fui criada em fazenda, então... Não.

— Nem eu, pai, comigo foi de boa. — Soojin disse.

— É, Felix, você foi o único. — Hyunjin provocou, mas o alfa não falou nada.

— Ótimo, sou o centro da vergonha agora. — Resmungou e em seguida soltou um suspiro fingido. — Eu não queria ser mal-educado, mas... Eu estou com fome. — Murmurou envergonhado. — E esse cheiro está muito bom.

— É claro que está, fui eu que fiz. — A mulher de 74 anos recrutou. — E ainda fiz aquele cafézinho para depois.

— Hum, está cada vez melhor.

— Vó, ele não pode ficar tomando café direto. Só hoje, já perdi as contas e isso vale para vocês também. — Hyunjin apontou para pais e avó, esses que fizeram expressão de tédio para o mesmo.

— Que chato, você é, meu neto.

— Eu não sei, o que tem demais em tomar café. — O pai do mesmo resmungou. — Ele não sabe o que ter bom gosto, meu velho, não a puxou para mim, é claro.

Felix não falou nada, porém não escondia a cara de quem queria rir por causa da expressão do ômega.

— É papai, um a zero para o café. — Soojin comentou rindo.

— Ria, Soojin, ria bem, porque quando eu arrancar seus dentes fora... — Ameaçou o ômega, fazendo a adolescente gargalhar. — Aff, vamos logo comer! — Empurrou e Felix sorriu ladino, o observando pegar as colheres para se servir.

[...]

— Já deu, não quero mais jogar, cansei de ganhar! — O pai de Hyunjin exclamou jogando suas cartas do baralho na mesa.

— Mas o senhor só perdeu até agora, vô. — Soojin recrutou, recebendo um olhar do mesmo, o que fez lee rir. — Ué, não é verdade?

— Hyunjin! — O mais velho gritou pelo o filho, esse que conversava com a mãe e avó na sala.

— O que foi, pai?

— Essa garota não é minha neta! — Disse, fazendo o filho o encarar por alguns segundos, antes de revirar os olhos e voltar sua atenção para as mulheres. — Ele me ignorou, é isso mesmo? E ainda revirou os olhos para minha pessoa? Um ser humano desse não tem medo de morrer mesmo não. — Murmurou. — E você mocinha, devia ficar ao meu lado, que sou seu avô.

— Mas ele é meu pai. — Recrutou e Felix os encarou enquanto tomava mais uma xícara de café. — E outra, não é legal mentir. O senhor está perdendo e ponto final, aceite sua derrota. — O mais velho encarou a neta, cético.

— Definitivamente, essa garota não é minha neta. — Negou se levantando da sua cadeira. — Vamos parar por aqui, menino lee, você precisa recuperar sua dignidade depois de tanta derrota. — lee o encarou e assentiu, mesmo que por dentro esteja rindo do drama do ex-sogro. — Minha velha, vamos dormir? Já é tarde.

— Você tem razão, meu bem, é melhor irmos mesmo. — Taehee concordou e se despediu do filho. — A senhora também, minha mãe, vamos! Não é hora de ficar acordada.

— Por acaso, está me chamando de velha? — Replicou a mesma.

— E a senhora é nova? — Dakho recrutou com a sobrancelha arqueada na sua direção. — Querido, eu estou na flor da idade, entenda.

— Na flor da idade, caindo aos pedaços, não é?

— Olha quem fala, o homem que não levanta nem mais a pipa. — Felix, que tomava o último gole do líquido preto, cuspiu para fora ao ouvir a mulher.

Hyunjin mordia o lábio inferior, tentando ao máximo não rir do pai, assim como lee e Soojin fazia careta para a bisa.

— Bisa, eu estou aqui! — Exclamou a menina.

— E daí? Qual é o problema? Que eu saiba, seus pais precisaram ficar com as pipas em pé para te ter. — Dessa vez, Felix e Hyunjin ficaram vermelhos ao ouvir a mais velha. — Ora essa. — Negou e com passos lentos foi para o corredor do quarto, resmungando. — É cada uma que escuto. Ela acha que foi feita como? Que a cegonha veio deixar na porta dos pais dela? A cegonha está no meio das pernas do pai dela, isso sim. — A medida que ela se afastava, a voz ia sumindo.

Os quatro se entreolharam em silêncio. Os senhores Hwang seguiram para seus quartos, deixando os outros ali, embaraçados.

— É... Eu também vou dormir. — Felix disse depois de um tempo. — Boa noite. — Desejou, já saindo, mas Soojin o interrompeu.

— Eu vou dormir com o senhor hoje, pode ser? — Perguntou, já indo para perto do alfa. — Por que?

— Só quero dormir com senhor, não posso?

— E seu pai?

— Não tem problema, não é? — Perguntou ao ômega, que só negou. — Boa noite, papai, até amanhã. Te amo.

— Eu também te amo, filha. — Se aproximou da mesma, dando um leve selar em sua testa.

Assim como os mais velhos, pai e filha foram para o quarto e Hyunjin depois de dar uma leve organizada na sala, também seguiu seu caminho.

열일곱

Por volta das duas da manhã, Felix acordou com um cheiro forte ao seu lado. O aroma de cereja predominava no seu quarto, seu alfa dava o alerta de que algo estava errado.

Confuso, ele se levantou e acendeu a luz, já que ainda era madrugada, então, ao olhar melhor, se deparou com a filha encolhida no canto da cama, ofegante e suada.

— Soojin? — Chamou baixinho, temendo assustá-la.

— Pai, tá doendo muito. — Disse chorosa e o alfa franziu o cenho. — Isso dói demais. — Dizia em resmungos, pressionando os olhos com força enquanto se escolhia mais na cama.

O aroma alterado, ofegante, suor e dor... Não foi preciso muita coisa para saber o que estava acontecendo.

Soojin estava entrando no cio.

E Felix não sabia o que fazer, seu instinto de pai alfa dizia que ele deveria tranquilizar a filha para que ao menos ela aguentasse a sensação até que pudesse tomar algo para a dor.

— Pai! — A menina disse entredentes e Felix acenou, se aproximando.

— Fique calma, okay? Eu vou chamar seu pai! — Disse rapidamente, um tanto nervoso. — Tente respirar fundo. — Falou mais uma vez, antes de sair do quarto, mas antes que pudesse abrir a porta do cômodo, a mesma se abriu. — Hyun!

— Eu estava me sentindo incomodado, então senti o cheiro de Soojin... — Comentou e o alfa suspirou aliviado ao ver o mesmo ali.

Não saberia como lidar sozinho com o cio da filha, ficaria perdido já que os sintomas de cios de um alfa e ômega chegavam de formas diferentes a cada pessoa. Igualmente aos remédios, Yang iria se confundir todo, principalmente por estar nervoso.

— Soojin está entrando no cio. — Disse simples, vendo o ômega arregalar os olhos e ir até a mesma.

— Papai, por favor, faz parar... — Implorou a menina

— Ei, meu amor, está tudo bem...

— Tá doendo muito.

— Eu sei, eu sei, mas... Tente suportar um pouco, okay?

— O que está acontecendo? — Perguntou entre o choro. — E-eu estou, realmente, entrando no cio?

— Está sim, meu bem. — Hyunjin tirava os fios grudados na testa da filha e encarou o alfa. — Pode chamar minha mãe? Ela pode nos ajudar com o remédio para diminuir a dor.

— Não precisa, eu já estou aqui. — A mais velha em seu robe se aproximou da cama. — Eu irei fazer um chá para que diminua a intensidade, por agora, mas sabe que o primeiro cio não tem muito o que fazer, não é? Ela vai ter que passar por ele, de qualquer jeito.

O ômega assentiu e olhou para a filha.

Seria dias longos e o ômega não sabia se ficava feliz pela filha passar pelo o cio, mesmo que fosse doloroso, ou se ficava preocupado. É... dava para sentir os dois.

[...]

Noventa e seis horas mais tarde.

Foram três longos dias para a família da ômega, especialmente, Felix e Hyunjin. Ambos, passavam pelo primeiro cio da filha, o que deixavam preocupados

Ouvir os gritos de dor, as súplicas para aquela agonia parar fazia os progenitores da adolescente sentir um aperto no peito. Aflitos é como se sentem ao presenciar a única filha sofrendo.

Nos dois primeiros dias, foi intenso e cansativo para os avós e pais, mal conseguiam dormir, por conta do choramingos da mais nova. No segundo dia, também foi exaustivo, porém tudo sob controle.

Já no terceiro dia, Soojin já tinha se acostumado - entre aspas - com a agonia do cio e as ondas de calor, o que deu um certo alívio aos progenitores.

Falando nos pais, estes acabaram por se aproximar nesses três dias. Cuidando da filha, com coisas básicas, como deixar algum alimento e remédio - mesmo que não adiantasse muito -, mas estavam ali, a protegendo e zelando como devia ser no primeiro cio.

No quarto dia - ao qual estavam -, Soojin teve o cio cessado. Sem dor, calor, excitação, somente o cansaço de ter passado os dias anteriores sem adormecer.

Agora, no momento atual, Felix e Hyunjin encontravam-se no quarto do alfa, ao qual ele passou os primeiros dias, dormindo, antes da sua cerejinha passar os tão infernais dias de cio.

Ambos velavam o sono, tranquilo, da garota. A expressão, anteriormente, cheia de aflição e súplica, mantinham-se neutras, como se estivesse dormindo, em um dia normal, os dois sabiam que ela ficaria assim por alguns dias, então só estavam ali por precaução.

— Quatro dias. — Hyunjin falou baixo. — Nossa bebê sofreu. — Suspirou aliviado, não por vê-la passar por algo tão normal, mas por ver que toda aquela preocupação acabou. Não totalmente.

— Nem me diga... Até hoje estou paranóico. — O alfa recrutou, lembrando de um episódio, quando um alfa vizinho, adolescente, teve os sentidos sendo guiados por seu lado irracional e quase invadiu a casa alheia, se não fosse pelo o mesmo ter impedido, ele poderia estar em outro lugar agora.

Foi no segundo dia, quando o cio estava mais do que intenso, estava chamativo. Felix havia saído para comprar alguns remédios, deixando os três senhores e o ômega sozinhos. Nesse tempo, um garoto de - aproximadamente - 16 anos, se aproximou da casa e tentou impor presença, como só tinha o senhor Hwang de alfa, ele não pode fazer muita coisa, mesmo que mostrasse sua dominância, ele não tinha força para nada caso o garoto, que era mais jovem e forte tentasse algo, o pai de Hyunjin não conseguiria parar.

As senhoras, já eram de idades e ômegas, e Hyunjin, mesmo sendo mais novo, ele não iria conseguir parar um alfa, principalmente pela força, quando estes mostram sua presença, a vontade guiada pelo cio era praticamente um lobo não querendo soltar a caça. Era perigoso, alfas jovens dificilmente se controlavam e isso os levava a fazer o que quisessem, tomando tudo pela força.

Nesse dia, Hyunjin e seus familiares, nunca viram o jovem lee tão possesso, como estava. O alfa chegou antes do desastre - melhor, no meio dele -, não foi pacífico igual o senhor Hwang que tentava trazer o garoto para a razão humana através de uma conversa ao longe - o que não deu certo. Quando lee viu a cena do mesmo querendo entrar na casa, principalmente rosnando para todos e ameaçando Hyunjin que tentava impedir, o mesmo pirou.

O aroma de menta e chocolate invadiu toda a residência e os arredores também. A expressão neutra, o cheiro dominante e a ameaça em cada palavra proferida ao garoto quando se aproximou, fez o adolescente ficar acuado e sair correndo daquele lugar, sem nem mesmo sequer mover um musculoso. E então desde aquele dia, Felix tinha sua paranóia em relação a o que os alfas daquela região poderiam fazer.

Não era comum se ver isso na cidade, eram poucas às vezes.

— Ela teve o cio dela, na mesma idade que a sua. — Comentou Felix. — Sinceramente, me pergunto se realmente é minha filha. — Hyunjin ao ouvir o alfa, o encarou inexpressivo. — Ela é sua cópia! A maioria das manias delas, também são suas, simplesmente, não se pode negar que é sua filha. — Riu levemente e Hyunjin o acompanhou.

— Você precisava ver sua cara, quando eu disse isso, parecia que me partiria ao meio.

— E esperava o quê? Eu já ouvi isso diversas vezes antes. — Recrutou. — E não exagere tanto, ela tem muitas coisas de você também.

— Como o quê? — Replicou com uma sobrancelha arqueada na sua direção.

— É... Tem... O seu gosto por café! — Exclamou, tentando dar uma resposta, mas lee negou. — Ah, seus olhos também.

— E o que mais?

— Ah, tem... Tem... É...

— Está vendo? Muitas coisas, né? — Ironizou, cruzando os braços e encostando suas costas na parede atrás de si.

Depois do pequeno diálogo, ambos retornaram ao silêncio, porém não durou muito.

— Felix... — O mesmo olhou para o ômega, esperando-o falar. — Eu quero pedir desculpa por aquele dia. — Falou, um tanto hesitante, mas como não teve resposta do alfa, o mesmo soltou a respiração lentamente. — Eu estava irritado e acabei descontando em você. — Engoliu em seco e continuou. — Entendo que estava preocupado, de verdade, também como sei que foi algo sério, já que foi assédio, porém eu não queria o colocar em um assunto meu e nem o preocupar.

— Não precisa se desculpar, Hyunjin, tinha um pouco de verdade no que disse, de certa forma, mas o que aquele garoto fez, pode voltar a acontecer e, sinceramente, não gosto de pensar isso. — Falou, depois de uns segundos calado. — Se Soojin não tivesse aparecido, o que poderia ter acontecido?

— Eu sei, te entendo de verdade, mas achei que devia um pedido de desculpa, já que o tratei daquela forma. — Disse baixo. — Eu acabei descontando minha raiva em você.

— Está tudo bem, Hyun, acontece. — Falou tocando o ombro alheio, já que estavam próximos o suficiente para não falarem alto e acordarem a filha. — Mas tirando isso, eu devo fazer algo? Tipo, mandar um recado, um aviso, ou ameaçar? Sabe, eu sou bom nisso.

— Não acho que seja necessário. — Rebateu.

— Tem certeza? Eu posso o fazer uma visita e o fazer conhecer os meus punhos.. — Felix disse erguendo os mesmos. — São uma ótima dupla. — Balançou as sobrancelhas e Hyunjin não conseguiu segurar a risada ao ouvir os nomes que o alfa deu a suas mãos. — Já fiz muitos estragos com eles! — Exclamou. — Posso ir até a casa dele e quebrar uns dois dentes... Não, pensando bem... Não acho que consigo, talvez uns dez, no mínimo.

— Dez? Ele vai precisar usar dentadura. — Comentou brincalhão.

— É essa a ideia, porque ninguém vai querer beijar ele, já que a 'chapa' pode cair na boca do outro. — Piscou e os dois acabaram por rir da fala alheia.

— É uma ideia tentadora, mas não, obrigado.

— Ah, uma pena.

— Idiota! — Hyunjin falou e o silêncio reinou novamente.

O ômega - de soslaio - olhou para o rosto do alfa e o observou. O Hwang, sempre teve em mente, desde a época da adolescência, que Felix era o garoto mais bonito que vira em toda sua vida, mesmo que aos 16 anos, o alfa não era nada comparado ao de 30 anos.

O alfa, assim que sentiu o olhar do outro em si, o fitou de volta, fazendo uma troca de olhares entre os dois se tornar algo mútuo e inquebrável.

Hyunjin queria tanto provar aqueles lábios finos e da cor de pêssego do alfa e o pensamento alheio era igual. A vontade de sentir a boca uma contra a outra, era tentadora, o que fazia um nervosismo bom ecoar por seus corpos.

À medida que os olhares se tornavam mais intensos, o clima foi mudando, de um pedido de desculpas para algo mais quente, mal deixando o alfa e o ômega ciente de suas aproximações e deram-se conta, somente quando seus lábios se tocaram.

O suspiro que escapou de Hyunjin, foi de alívio e satisfação, - seria tão errado ter começado aquilo?

Já haviam se beijado outra vezes, então não focaria nisso, não naquele momento, em que sua boca e do alfa se beijavam lentamente, só aproveitando aquela sensação. Felix pôs as mãos no quadril do ômega, sorrindo entre o beijo - que começara a se tornar melhor -, quando o mesmo ficou na ponta dos pés e rodeou os braços por seus ombros, ao mesmo tempo que permitiu a língua do alfa invadir sua cavidade bucal, tornando aquele ósculo profundo.

A carícia que lee deixava na cintura alheia e as leves mordidas, deixava um arrepio bom no ômega.

As pontas dos narizes rasparam-se, o silêncio do quarto, sendo preenchidos pelos sons de estalos dos beijos e as respirações arquejantes de ambos, todavia, o som da porta do quarto se abrindo, assustou os dois, que se separaram quase que imediatamente.

Na porta, com um sorriso sugestivo, se encontrava a avó de Hyunjin.

O ômega sentiu as bochechas esquentarem e mentalmente pediu que um buraco aparecesse e o abduzisse dali, ou da terra, se preferir.

— Desculpa interromper, eu só os vim chamar para jogarmos baralho, mas estão fazendo coisas mais divertidas, então fui! — A mesma disse espirituosa, se virando para sair.

Hyunjin não conseguia impedir sua avó, sua vergonha por ser pego aos beijos com o ex, era muito maior. Felix o mirou e mordeu o lábio, não querendo sorrir e deixar as coisas mais constrangedoras para o ômega.

— É melhor nós irmos... Ou sua avó, irá contar a todos. — Felix disse chamando atenção do mesmo.

Hyunjin assentiu, ainda sem o encarar, porém Felix, somente segurou seu queixo, o erguendo minimamente, o fazendo mirar em seus olhos, esse que tentava esconder o desejo de querer continuar.

Isso é um segredo nosso, tudo bem?! — Sussurrou, raspando seus lábios contra os de Hyunjin.

Se afastou, olhando rapidamente para a direção da filha, repreendendo mentalmente por fazer aquele tipo de coisa enquanto a mesma dormia, contudo não se arrependia, não mesmo.

Hyunjin acenou - aéreo - e seguiu o alfa para fora do quarto. Seus lábios formigavam com o que aconteceu minutos antes, tanto que levou a ponta dos dedos até o local, acariciando aquela região, antes de morder o inferior, impedindo-se de sorrir.

Aquela viagem, com certeza, não estava saindo como pensava, agora só resta saber se isso é bom ou não.

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