choi seungcheol 0.9

HYUNJIN

— O QUÊ? — O grito dos amigos do ômega reverberou pelo local, o deixando envergonhado pelo escândalo exagerado.

Já tinham se passado cinco dias desde que Hyunjin, Felix e Soojin voltaram do acampamento. Depois daquele fim de semana divertido, o qual terminou de um jeito que nunca passou pela sua cabeça, os três retornaram à rotina normal.

Após o beijo que aconteceu na segunda noite, o ômega, particularmente, achou que as coisas ficariam estranhas entre os dois, mas pelo contrário, elas permaneceram normais.

Contudo, depois daquela dia, Hyunjin se tornou um poço de confusão. Se perguntava o que o levou a retribuir o beijo - se foi indução pelo álcool ou um desejo pessoal -, questionava-se sobre o que sentia naquele momento. Era uma confusão que o mesmo tinha receio de saber, mas ao mesmo tempo, ele queria a resposta.

Nesses pouquíssimos dias, apesar de não terem tocado no assunto, Felix passou a os visitar com mais frequência, até mesmo nos dias que não costumava ir, já que ele só iria para buscar a filha. Sempre que aparecia ou mandava mensagem, o ômega ficava - levemente - nervoso.

Há dois dias, quando o alfa foi deixar Soojin na casa do outro, o mesmo acabou por jantar com os dois ômegas.

Agora, numa sexta-feira, os meninos se encontram tomando café da manhã na Le Todd Café.

Após o ômega preparar seus pedidos, o mesmo sentou na mesa com eles, depois de os servir. Conversa vem e conversa vai, Hyunjin acabou soltando que ele e Felix se beijaram, o que resultou em três homens gritando em meio a cafeteria.

— Como assim? Como foi? Gostou? Quando? — Jisung perguntou animado, apesar de estar surpreso.

— E você só conta, agora?

— Que filho da puta, Hwang Hyunjin! — Minho exclamou incrédulo e o ômega riu do amigo.

— Ah, qual é, foi só um beijo, não precisam desse alarde todo. — Revirou os olhos e olhou na direção da porta, quando um grupo de garotos e garotas entraram falando alto. — O serviço me chama, rapazes! — Hyunjin passou as mãos no avental e sorriu para os amigos, esses que reclamavam que queriam saber sobre o beijo do ômega e do alfa. — No grupo, nós nos falamos, ok?! Fiquem à vontade, se quiserem pedir mais alguma.

Hyunjin acenou com a mão para o trio e seguiu para o balcão.

— Sejam bem-vindos a Le Todd Café, o que desejam? — Perguntou gentilmente, tendo os olhares dos seis jovens.

— Olá, bom dia, eu quero um latte e misto de salame, por favor. — Um menina, beta, de cabelos loiros pediu e o ômega anotou na telinha digital. — O que vocês querem?

O grupo de pessoas, eram universitários entre 19 e 22 anos, ambos de classes misturadas. Havia dois betas, um ômega e três alfas. Um desses alfa, de pele pálida, cabelos lisos e castanho, alto, magro e levemente musculoso, de olhos escuros o olhava intensamente, curioso e interessado.

Hyunjin atendia os jovens com um sorriso adornando seus lábios carnudinhos, que mal percebeu aquele garoto o encarando.

Choi Seungcheol, alfa de família rica, é um garoto de 19 anos e estudante de música.

— Cheol, não vai pedir? — Um dos amigos do alfa perguntou o batendo no ombro do mesmo.

— Ah, claro... — Pigarreou. — Americano e torta de chocolate amargo, por favor. — Pediu educadamente sem desviar do olhar do ômega.

— Mais alguma coisa, rapazes? — Hyunjin indagou encarando a todos. — Não, só isso mesmo! — A mesma beta falou e o ômega assentiu.

— Fiquem a vontade, daqui cinco minutos, seus pedidos serão entregues. — Os mesmos se curvaram em respeito e o ômega sorriu mais uma vez, antes de se preparar.

Os seis caminharam para uma mesa vaga - próximo aos amigos de Hyunjin - e sentaram-se, logo conversando entre si.

— Aquele homem é tão lindo, não é? — Uma das alfas comentou com uma das mãos no queixo ao que observava Hyunjin preparando os pedidos, de forma ágil.

— Realmente um ômega e tanto... Mas parece que alguém tenha se interessado também. — O único ômega do grupo insinuou para Seungcheol, esse que tinha os olhos castanho-escuro colado na imagem de Hyunjin. — Estão vendo? Nem pisca!

— Será que ele será o novo pretendente que cairá nas graças do nosso riquinho? — Jihoon, um alfa fofo e gentil comentou risonho.

— E você duvida, pequeno gafanhoto? — O outro beta, Ho, indagou o empurrando.

— Parem de encher meu saco, eu só achei ele bonito. — Seungcheol recrutou revirando os olhos.

— Por isso mesmo! — Todos falaram ao mesmo tempo. — Sempre que acha alguém "bonito", você quer levar para cama. Safado! — A alfa, Mi-hi, recrutou. — Tem até um slogan próprio para você. No três, pessoal! — Del Valle é suco, deu mole...? É vapo. — A risada na mesa é geral.

Um coçar de garganta chama atenção de todos e ambos ergueram os olhos na direção.

— Seus pedidos. — Um dos garçons do local segurava uma bandeja em mãos, acompanhada com outro funcionário.

Os dois rapazes serviram os cafés, pão e tortas na mesa dos clientes e ao lado, Minho, Jisung e Seungmin se entreolharam enquanto tentavam não rir.

— Bom apetite!

— Obrigado. — Agradeceram.

Os mesmos retornaram e Hyunjin piscou na direção dos funcionários, em seguida encarou a mesa, franzindo o cenho ao ver um dos garotos o encarando. O ômega piscou levemente e sorriu ladino, logo voltando seu olhar para outro cliente que se aproximava.

Aquela manhã estava agitada e talvez ficaria assim pelos próximos dias.

  [...]

O dia de Hyunjin estava cheio, mas apesar do cansaço, ele sorria para a filha que pulava animada em frente a escola.

Era por volta das oito da manhã de um sábado e ambos - Felix e Hyunjin - acompanhavam a filha para a excursão de artes que ela tanto estava falando.

O ômega deixou o trabalho para seus funcionários enquanto vinha ver a filha junto com o alfa, esse que deixava algumas recomendações para adolescente e seus amigos.

— Aqui. É para você gastar na sua viagem! — O alfa entregou algumas notas para a mesma, que sorriu largo.

— Valeu, velho! — A menina abraçou o alfa e Felix fechou os olhos por alguns segundos, ouvindo a risada do ômega e os amigos da filha.

— Okay, me devolva! — Felix pegou as cédulas da mão da menina, a mesma que o olhou incrédula.

— Pai!

— Felix! — Hyunjin exclamou ao mesmo tempo da filha, pegando o dinheiro da mão alheia e entregando para Soojin. — Tome e, por favor, não exagere, ouviu?

— Eu sei, papai, não se preocupe. — A adolescente ficou na ponta do pé para beijar o rosto alheio e em seguida fez a mesma coisa com o alfa. — Eu prometo que irei me comportar e não fazer nada de errado.

— Bom mesmo, mocinha, ou já sabe! — O ômega mais velho piscou na direção da mesma e olhou para os professores que chamavam os alunos. — Cuidado e se divirta!

— Pode deixar. — Acenou se afastando junto com os amigos. — O senhor também se cuida. Os dois.

Felix sorriu levemente e acenou, observando a garota de 14 anos ir em direção a van, que levaria os alunos para a excursão. O alfa franziu a testa ao notar uma garota se aproximando da sua filha e ambos sorriram um para o outro.

— Shuhua, 15 anos, taurino e dragão no signo chinês, cursando o primeiro ano. — Felix arqueou uma das sobrancelhas para Hyunjin. — Ah, e nossa genra não-oficial.

— O quê?

— Vamos? Eu ainda tenho que trabalhar. — O ômega deu as costas para o alfa, escondendo um sorrisinho.

— Hyunjin, como assim genra? Do que está falando? — Yang perguntou ao que seguia o ômega.

— Ué, genra, Felix! Não sabe o que significa?

— Hyunjin! — Exclamou e o mesmo riu.

— Estou brincando, lee. — Replicou e o ômega viu Felix suspirar aliviado. — ... Ou não. — O alfa o encarou sério. — É só uma garota, Felix.

— Sei.

— Certo, eu vou para o trabalho e você?

— Eu preciso fazer algumas compras para casa. — Respondeu e ambos foram para os seus respectivos carros, que estavam ao lado um do outro. — A dispensa está seca.

— Oh, então boa sorte. — Hyunjin sorriu e Felix assentiu, entrando no automóvel. — Tenha cuidado na volta. Tchau! — lee desejou e em seguida saiu.

Hyunjin observou o carro se distanciar e soltou um suspiro longo. Desde o momento em que viu Felix junto com a filha, foi impossível não lembrar daquela noite, mas o ômega somente não deixou transparecer seu leve nervosismo ao ver o alfa ali.

— Se recomponha, Hwang Hyunjin. — Murmurou para si mesmo e entrou no próprio carro e seguiu para mais um dia de trabalho, já que à noite, ele sairia com os amigos.

아홉

— Um smoothie de morango, por favor. — Hyunjin que limpava alguns utensílios no balcão de preparo de café se assustou com a voz rouca e virou-se, se deparando com o mesmo garoto de ontem. — Desculpe, não queria assustá-lo.

— Não se preocupe. — Pigarreou e aproximou-se do caixa. — Um smoothie de morango. Mais alguma coisa?

— Não, só isso mesmo.

— Okay. — O ômega assentiu e foi preparar o pedido.

— Você trabalha nos finais de semana também? — O rapaz perguntou sentando-se em um dos bancos vagos. — Aliás, eu sou Choi Seungcheol, sou novo por aqui.

— Eu trabalho de segunda a sábado, porém hoje, eu só vou até uma da tarde. — Respondeu colocando os pedaços de morango congelado no liquidificador junto com o leite fresco. — E sou Hyunjin, dono da Le Todd Café. — Respondeu simpático e ligou o liquidificador.

— Sério? Uau, eu nem desconfiava. — Disse surpreso. — O nome é francês?

— Sim.

Seungcheol mordeu o lábio e o encarou firme, já que o ômega estava de costas, pegando o copo de plástico, colocando gelo no mesmo.

— Eu te vi hoje mais cedo. — Comentou para chamar atenção.

Hyunjin parou seus movimentos e o fitou.

— Eu moro na casa da frente.

— Ah, então você é o novo morador... Bem-vindo! — Desejou com um simples sorriso. — Você e sua família vão gostar da redondeza. Apesar de ser um lugar de classe média é boa de conviver.

— Eu moro sozinho. — Recrutou. Se Hyunjin não estivesse concentrado em seu trabalho, facilmente perceberia a insinuação do garoto para si. — Como somos vizinhos... Que tal me apresentar ao bairro? — Perguntou sugestivo.

— Seu smoothie, senhor. — Entregou o copo junto com um canudo. — Espero que goste!

— Obrigado, Hyun. — O ômega encarou o jovem em silêncio e ergueu os olhos, quando ouviu o sininho característico. — Eu posso te chamar assim? Você é o primeiro que conheço.

— Seja bem-vindo, senhora. — Ignorando completamente o garoto, ele atendeu a alfa que chegou.

Choi Seungcheol bufou e tomou um pouco do seu smoothie, fazendo um careta ao sentir a cremosidade gelada.

Alguns minutos sendo observado pelo o mais novo morador, Hyunjin bufou incomodado e quando estava prestes a se virar e pedir para que o garoto parasse com aquilo, o aroma mentolado com chocolate adentrou o local, não levando só o seu olhar na direção, mas de algumas pessoas presente ali, inclusive o do alfa Choi Seungcheol, esse que fitou o alfa se aproximando e olhando intensamente na direção de Hyunjin.

— Me diga, pelo amor de Deus, que a nossa filha não está namorando. — Hyunjin piscou confuso e o alfa sentado próximo tossiu. Surpreso.

Filha? Nossa? - Se questionava Choi Seungcheol encarando a cena. — Será que ele é casado? Ou marcado? Eu não vejo aliança e nem marca.

— Veio somente por isso?

— Eu não consigo tirar o que me falou da cabeça. — Felix respirou fundo. — Soojin está namorando aquela garota mesmo?

— E se estiver? — Replicou o ômega, provocando o alfa.

— Eu não vou fazer nada! — Exclamou e sentou-se num banquinho com uma expressão pensativa. — Será que devemos levar ela ao ginecologista? Comprar camisinhas? Falar sobre o cio? Céus, o cio dela!

— Felix, se acalma. — Hyunjin riu do mesmo, apesar do alfa ter uma expressão séria no rosto. — Ela não precisa ir ao ginecologista, comprar camisinhas ou que for. Eu estava brincando, quer dizer, eu ouvi sem querer ela falar com Jisoo e vi a foto dela no celular Soojin, mas não é certeza, então relaxa.

— No domingo, eu irei perguntar para ela, você não vai me falar mesmo. — Se você insiste. — Hyunjin deu de ombros e sorriu pequeno. — Quer algo para beber?

— O de sempre.

— Sempre vai pedir expresso?

— É o que eu mais gosto.

— Eu vou trazer um mocha. — Afirmou e Felix estava prestes a recrutar. — E ponto final.

— Chato.

Felix olhou para o lado e acenou com a cabeça na direção do alfa. — Eu te falei que irei ser padrinho do filho do Changbin?

— Então é um menino?

— Sim.

— Ele e jeongin estão bem felizes, então.

— Por enquanto né.

— Por que diz isso? — Indagou confuso e o fitando, rapidamente.

— Se o meu afilhado nascer como a Soojin... Coitado do meu amigo. — Riu baixinho. — Felix, não fale assim da minha filha.

— Qual é Hyun, nossa filha era uma bebê bem chatinha e você não pode negar isso. — Ela teve a quem puxar, não é mesmo? — Insinuou provocativo.

— Está me chamando de chato?

— Quem é o pai dela? — Recrutou.

— Ah, então é assim? As coisas boas, ela puxou de você e as ruins de mim? — Felix soltou uma leve risada e se levantou. — Depois dessa eu vou embora. — O alfa fez questão de virar as costas para o ômega, esse que revirou os olhos para a cena.

Ambos estavam tão concentrados um no outro que esqueceram completamente do jovem alfa ao lado deles.

— Hyun, a conta, por favor. — Seungcheol interrompeu com uma carranca no rosto.

O alfa tinha ido até Le Todd Café para sondar o ômega. De fato, ele achou Hyunjin bonito, além de ter um espetáculo aroma de morango com coco.

O que os amigos falaram de si, no dia anterior era a mais pura verdade. Choi Seungcheol é um alfa rico, mimado e mulherengo, sua lista de garotas e garotos é tão extensa que cruza o país coreano em duas voltas.

Porém, ele não contava que o ômega estivesse em um relacionamento, muito menos, uma filha. Contudo, isso não era um motivo para desistir, pois o que Seungcheol quer, ele consegue.

Felix encarou o garoto seriamente - da cabeça aos pés -, repassando na mente como o desconhecido o chamou pelo o apelido, que só os próximos chamavam.

— 2,500. — Disse e pegou o cartão de crédito do mesmo. — Digite sua senha, por favor. — Falou, após fazer o processo de inserir o cartão na maquininha.

O alfa de 19 anos digitou rapidamente e Hyunjin acenou em agradecimento.

— Obrigado pela preferência e volte sempre! — O ômega curvou-se minimamente ao que observava o outro sair de nariz empinado. — Metido.

— Quem é?

— Um morador novo e, talvez um cliente, mas não importante. — Recrutou limpando a bancada. — Ele apareceu por aqui ontem junto com outros garotos e veio hoje também.

— Ah. — Soltou um 'a' longo e tomou o mocha. — Bom... Já está na hora de fechar, quase. Quer ajuda?

— Claro, por que não? — Replicou e o alfa assentiu.

Enquanto Hyunjin limpava a parte do caixa, Felix olhou na direção da porta e sorriu levemente.

"Choi Seungcheol..."

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top