15 de setembro 2.9
15 de setembro de 2021, aniversário de Felix.
Duas semanas se passaram com rapidez, segundo os ômegas, Hyunjin e Soojin. Catorze dias foi o suficiente para as coisas fluírem, tanto para Felix e Hyunjin, quanto para a filha.
Após a festa - barra encontro -, Soojin se aproximou de Shuhua, não com segundas intenções, mas uma amizade nascia entre as duas.
Na escola conversavam, tanto a sós quanto acompanhados dos amigos. Partilhavam a mesa na hora do intervalo, trocavam mensagens e discutiam por coisas boba, como quem deveria ficar com o prota do dorama. Hyunjin via que a filha estava bem, já que tinha uma leve preocupação, desde o que aconteceu com a garota que a sua menina gostava.
Todas as manhãs, Shuhua esperava Soojin em frente a escola, sempre cumprimentando os pais quando iam deixar, a alfa do segundo ano também se aproximou de suas amigas, atraindo olhares de todos os colegas.
A alfa era uma das titulares do time de basquete da escola, então a atenção que recebia já era normal, mas depois que passou a "sair" com a ômega, redobrou. Esses dias foram o suficiente para marcarem de sair entre amigos, tanto as de fio curtos quanto as da morena.
Contudo não foi só a vida da adolescente que se tornou agitada, mas a dos pais também. Fazer novos amigos era bom.
Claro que depois de se encontrarem com a filha na praça, ambos ficaram mais atentos, pois sabiam que a mesma estaria mais esperta com eles, então discrição era preciso no momento, pelo menos até onde as coisas entre os dois se tornarem mais sérias e ambos pudessem falar a verdade para a mais nova e a família.
O que não estava longe de acontecer.
Nesse dia de 08 de fevereiro, dia em que o alfa faria 31 anos - e seu irmão também -, Hyunjin e Soojin fariam uma pequena comemoração, somente os amigos e familiares, porém como caiu na quarta, eles resolveram fazer no sábado, mas claro que os dois ômegas não deixaram a data em branco, então saíram e jantaram fora.
— Hyun, o bolo está lindo! — Dona Lee, mãe de Felix, parabenizou o ômega, assim que entrou na cozinha. — Olá querido.
— Oi, senhora Lee! — Os dois ômegas se abraçaram, ligeiramente. — Obrigado. — Sorriu. — Eu só estou dando os últimos acabamentos e já vou indo, só falta pôr as velas.
— Vendo esse 3 e 1, nem parece que meus bebês já estão tudo adulto. — Choramingou a senhora. — Os dois já formados, têm a própria vida, trabalho, casa... Como mãe, eu fico feliz, mas como mãe também, eu quero que eles voltem a ser crianças. — Sorriu e Hyunjin assentiu. Ele é pai, então sabe o que mais velha dizia.
Na casa, estavam os pais e Jonghyun, o gêmeo de Felix, seus amigos, a filha e os amigos da adolescente.
Felix ainda não havia chegado, já que decidiram fazer uma pequena festinha na casa do ômega.
— Papai, o pai disse que já está chegando. — Soojin disse da sala, chamando atenção da avó e do pai.
— Okay!
Hyunjin pegou o bolo com cuidado, caminhando até o outro cômodo, além da massa doce e recheada, havia minis sanduíches, cupcakes e salgadinhos.
A decoração era simples, somente um pequeno arco de balões branco e preto, a mesa no centro com uma toalha branca com detalhes dourados, o bolo no centro e nas laterais os complementos.
Depois de deixar arrumado, somente a espera do segundo - primeiríssimo - aniversariante, Hyunjin foi conversar com os amigos.
— Esse garotão não vai nascer não? — O ômega comentou alisando a grande protuberância do melhor amigo do alfa e homem de Changbin.
— Nem me fale, Hyun, já não vejo a hora. — Falou o mais novo, sorrindo.
— Ansioso, não é?
— Nem imagina! — Hyunjin sorriu e cumprimentou Chan e Changbin com abraços, perguntando sobre a vida. — E o papai? Está louco para ver o garotão dele.
— Estou quase para expulsá-lo dali. — Riu e abraçou a marido, carinhosamente alisando sua barriga. — Esse moleque.
— E você Chan? Ainda solteiro? — Indagou o encarando. — De todos, você e Seungmin são os únicos solteiros.
— Felix e você também, não? — Recrutou, levantando a sobrancelha na sua direção. — É. — Respondeu vago e sorriu forçado.
Hyunjin mudou de assunto, se xingando mentalmente pela gafe, mas nada que denunciasse, então eles continuaram a conversar, agora com Jisung, Minho e Seungmin incluídos.
Os sete conversaram sobre saírem em algum dia, depois que Jeongin ter o seu garotinho, somente os adultos ali.
Depois de um tempinho, o ômega foi até os ex-sogros e o ex-cunhado, parabenizando o mais velho e engatando em uma conversa sobre o futuro papel do alfa em um dorama.
Por volta de meia hora depois, a porta da casa é aberta e por ela, um alfa ainda com a roupa do trabalho, porém com um sorriso agradecido pela recepção.
Soojin ao ver o pai, foi a primeira a sair correndo e o abraçar, em seguida senhor e senhora Lee também os cumprimentaram, seguido do irmão e amigos.
Minhee, Ryujin e Shotaro também os parabenizaram.
— Não mereço um abraço seu também? — Felix indagou encarando ao ômega, que não havia se aproximado, porém o encarava ansioso.
A vontade do ômega era fazer o que a filha fez, mas o receio foi maior, então após um tempinho encarando o alfa, o mesmo se aproximou e o envolveu em um abraço carinhoso, sendo retribuído.
— Eu disse que não queria festa e mesmo assim fizeram. — Comentou olhando a sala. — Para de ser rabugento, filho! — Senhor Lee reclamou e o mesmo revirou os olhos.
— Puxei isso ao senhor, pai. — Recrutou e todos riram. — Mas mesmo assim obrigado a todos.
Felix se aproximou de Jeongin, já que o mesmo estava sentado alisando o barrigão e deixou um carinho ali, afinando a voz ao falar com o afilhado.
Depois de cumprimentar a todos, os adultos compartilharam uma bebida, o dono da casa chamou todos para o jantar, feito por si e os amigos, que vieram mais cedo para passarem o dia juntos, aproveitando para pôr os assuntos em dia, o assunto chamado Lee Felix.
A comida que o ômega escolheu foi de massa italiana. De entrada, uma salada caprese, ela é feita com tomate, mussarela de búfala, manjericão, azeite, sal e pimenta-do-reino. O prato principal é o macarrão a carbonara, ele é feito apenas com massa, ovos, queijo pecorino, parmesão ou grana, pimenta-do-reino e pancetta ou bacon, e por última a sobremesa, Cannoli siciliano: em formato de tubo, o cannoli é uma massa frita, recheado com creme de ricota, raspas de laranja, gotas de chocolate, açúcar e baunilha.
O jantar foi repleto de risadas e conversas, sendo os gêmeos alvos de lembranças embaraçosas, mas rindo junto com os pais.
Hyunjin também não deixou barato, logo se juntou a filha para difamar o alfa, antes de bater os parabéns aos dois alfas da família Lee, compartilharam mais uma dose de vinho.
Agora, todos na sala, conversavam animadamente, uns com os outros, quando de repente, a campainha da casa tocou, não só chamando atenção do loiro, mas sim de todos os presentes.
— Estão esperando alguém? — Hyunjin perguntou, caminhando até a cozinha, onde tinha o interfone para falar com quem que fosse e permitir.
— Olá, é aqui que mora Hwang Hyunjin? — Uma voz rouca saiu do outro lado e o ômega franziu a testa, confuso.
— Sim, sou eu, quem é?
— Nós temos uma entrega para o senhor. — Respondeu e mesmo intrigado, apertou o botão permitindo a entrada, e em seguida foi até a porta.
Contudo, o loiro não esperava se deparar com um homem segurando um grande buquê de flores, coloridos. Rosas vermelhas, brancas, rosas e amarelas.
— O senhor só precisa assinar aqui. — Apontou para o final da folha, presa no prancheta.
— Acho que teve um engano. — Murmurou, mas mesmo assim assinou, logo em seguida pegando o enorme buquê de rosas.
O ômega coçou a garganta enquanto procurava algum bilhete, mas não encontrou nada.
— Uau, parece que alguém tem um admirador secreto. — Minho comentou, quebrando o silêncio do cômodo. — Quem será em?
— Não sei, não diz. — Replicou e de forma discreta olhou para Felix, esse que não encarava, mas sim o chão.
Hyunjin queria dizer algo, mas não podia, então soltou um suspiro longo e quando estava prestes a abrir a boca e falar alguma coisa, a voz de Felix chamou atenção de todos.
— Rosas representa o amor e suas nuances... A vermelha significa amor intenso... — Começou a falar, focando seu olhar em Hyunjin, que o fitou sem entender. —... A branca significa inocência e beleza, a rosa significa respeito e admiração e por último... a amarela, essa significa felicidade e amizade. — Felix se levantou e encarou a todos. — Quem mandou as flores, fui eu. — Disse, deixando todos quietos. — Devem está se perguntando o por que, não é? — Indagou retoricamente, e por um motivo desconhecido, Hyunjin ficou nervoso. — A muitos anos atrás, eu conheci alguém, um garoto ômega... — Pausou e respirou fundo. — Ele era alguém gentil, bondoso, carismático e tinha um sorriso único, singular, eu diria. — Sorriu levemente lembrando do passado. — Logo, eu fiz amizade com ele... Dessa amizade, se tornou em algo a mais, eu tinha me apaixonado por ele. — O mesmo mordeu o lábio inferior, sem desviar o olhar do ômega. — Desse romance de verão, nós tivemos uma garotinha... — Dessa vez, ele olhou para filha que o fitava sem reação, então olhou para os outros presentes. — O fruto de um acidente, de dois adolescentes guiados pelos hormônios, mas que no momento que soubemos que era nossa menina, nós passamos a amar incondicionalmente. — Felix estava nervoso, isso era nítido para qualquer um. — Porém anos depois, após seu nascimento... Eu me separei do pai dela, alegando que eu precisava aproveitar minha juventude... Se arrependimento matasse, eu não estaria mais aqui. — Riu levemente. — Mas não é disso que quero falar, não do meu arrependimento por trocar as duas pessoas mais importantes da minha vida por festas e diversão.
— Felix... — Hyunjin até tentou o interromper, mas o alfa negou.
— Mesmo assim, eu sempre estava por eles, seja como um amigo ou pai, eu queria estar lá. — Frisou e sorriu. — Doze anos de cuidado e amor... Doze anos, guardando o meu sentimento, quer dizer eu acho. — Riu novamente e voltou a mirar o ômega, que o encarava não sabendo como reagir perante as palavras. — Porém nos últimos meses, aconteceram algumas coisas... Não entrarei em detalhes, todavia... A verdade é que eu nunca te esqueci, Hyunjin, ou melhor, eu nunca deixei de gostar de você, eu sempre estava ali por você, porque eu am... Então quando nos deu uma segunda chance para tentarmos ser um casal novamente, eu vi aquilo como oportunidade de tentar te reconquistar. — Respirou fundo. — Não pensei que fosse tão difícil se declarar. — Riu levemente e os outros pareciam ansiosos, mas não falavam nada, não queria interromper. — Por isso que hoje, eu resolvi lhe dar esse buquê, ele é a representação do meu sentimento por você.
Hyunjin mordeu o lábio, tentando disfarçar o bolo na garganta e o nervosismo crescente em seu corpo.
— O vermelho representa o meu amor por você, não só de agora, mas desde quando eu te conheci. — O alfa antes parado, passou a caminhar na direção do ômega, mas não o suficiente. — A branca fala da inocência e a beleza que carregava, assim como o meu sentimento, já a rosa, é o respeito e admiração que eu sinto por você, seja como amigo, um pai ou um ômega... E a amarela significa felicidade e amizade, ao qual eu prezo... Sabe, qualquer momento com você me deixa bobo, eu quero ser o motivos dos seus sorrisos, quero ser o primeiro que recebe seu bom dia, assim como o último que der boa noite, quero ser o único que faça seu coração acelerar, assim como faz com o meu... Quero ser aquele que te deixa nervoso, apenas em se aproximar, aquele que tire sua paciência, que te dar carinho, que seja aquele que acorda e se depara com a imagem de um anjo dormindo ao seu lado, quero brigar com você por ciúmes, te beijar, te abraçar, desejo ser o único... Que quer te dar o amor e receber, na mesma forma. — Disse calmo, apesar de seus olhos dizerem o contrário. — Quero poder dizer a todos que eu tenho alguém para quem voltar no final do dia, poder gritar a todos que tenho um ômega lindo e perfeito, desejo sair nas ruas com você de mãos dadas, quero te dar amor e felicidade, então... — Pausou, agora parado na frente do ômega, esse que levantou a cabeça para encarar o alfa com os olhos marejados. — Então, aqui, de frente para todas as pessoas que tiveram com a gente desde cedo, eu tenho um pedido. — Pausou, mostrando uma caixinha de veludo vermelho e abrindo-a, revelando um par de anel de ouro branco, com o detalhes de prata nas bordas e na parte de cima, dentro de um incompleto coração, estava escrito Hyun e no outro lixie, em letra cursiva, de traços finos e delicados. — Hyunjin, você me aceita de volta? — Indagou, ignorando os murmúrios em volta, somente concentrado no ômega, que não sabia o que falar.
Ele não esperava que o alfa fizesse isso, foi completamente pego de surpresa, porém só foi mirar nos olhos da cor do carvão, que qualquer pensamento se dissipou.
A sala se encontrava em silêncio, não havia nada, além das respirações agitadas. Pais, irmão, amigos e filha, torcendo internamente para uma resposta.
Filha, talvez, eu nunca deixei de amar seu pai... Essa é minha resposta final. - Pensou, ainda encarando o alfa.
Felix estava com medo, medo da resposta, medo de não ser correspondido, contudo ao fitar as orbes da cor de chocolate lhe encarando com tanta intensidade, ele pode ver a certeza, não havia hesitação, só a certeza que o ômega...
— Você é louco! — Exclamou Hyunjin, com a voz embargada e balançando a cabeça para cima e para baixo, logo em seguida, observando o alfa pegar sua mão direita e por ali, o anel de compromisso.
O alfa pôs o anel com cuidado e logo após, depositou um selar carinhoso na mão do ômega, antes do loiro entregar o buquê de rosas para um dos amigos, repetindo o mesmo ato que o moreno fez consigo.
— Beija! Beija! Beija! — O coro de vozes, trouxeram risadas do, agora, casal.
Felix encarou a Hyunjin, como se estivesse pedindo permissão, logo recebendo um sorriso meigo, o que foi sua deixa.
O ômega fechou os olhos, assim que sentiu os lábios de pêssego tocarem aos seus com carinho. Um beijo tímido, mas que podia demonstrar o tamanho do sentimento que um tinha pelo outro. Hyunjin desfez do beijo ao ouvir gritos, assobios e aplausos, escondendo o rosto no peito do alfa, envergonhado, apesar de estar sorrindo.
— Obrigado por ser meu de novo. — Sussurrou o alfa, somente para o mais novo ouvir, esse que o fitou, apaixonado.
— Eu nunca deixei de ser. — Recrutou da mesma forma, sendo abraçado com ternura, logo trocando mais um beijo.
15 de setembro, já não é mais só o aniversário de Felix e Jonghyun, mas também do recomeço de Hyunjin e Felix.
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