C A P Í T U L O 1
DEPOIS DA DESTRUIÇÃO
Depois de uma semana desse nosso momento, Noah havia ido embora, e consigo levou o meu coração. Talvez isso soasse clichê, realmente é, porém, é a verdade. Eu era; a garota que amava qualquer tipo de história de amor havia se tornado a pessoa que não conseguia ouvir a simples palavra amor que se distanciava.
A carta estava com o papel bastante desgastado, era de 1948, o que deixava a escrita apagada, mas mesmo assim eu não me importava com isso.
Suspirei fundo e a abriu.
Querida Anny, estou dentro deste navio imenso, tenho tanto trabalho a fazer, mas o meu único pensamento é os momentos que passamos juntos em Detroit, me lembro como se estivesse vivendo esse momento agora, dos seus longos cabelos voando conforme você corria em direção ao lago, o nosso lugar. O seu sorriso, Anny, eu suspiro a cada vez que lembro dele, é a obra de arte mais linda que já vi. Eu te amo, minha Anny, até o final de tudo.
Com amor, seu Jimmy.
PS: te encontro no nosso lugar daqui a três meses.
Limpei algumas lágrimas que insistiam em cair, a leitura que fazia das cartas era uma tradição, fazia todos os dias pela manhã. Poderia ter a sensação única de estar perto de meus avós com a leitura. Às vezes tinha o desejo de que poderia amar novamente ou até mesmo acreditar que alguém fosse minha alma gêmea, como os meus pais.
Noah Carter, o maldito garoto de olhos azul como do oceano, que despedaçou o meu coração, já tentei de várias maneiras reconstruí-lo, no entanto, era algo realmente impossível, não tinha mais volta, o amor não fora feito para mim, havia fracassado neste quesito, mas não em outras áreas de minha vida, a profissional estava dando muito certo .
Levantei os olhos à procura do relógio ao me lembrar que estava atrasada para chegar à agência.
Apressadamente, desci as escadas do apartamento, que eram grandes o suficiente para me deixar cansada. Fui recebida pela brisa fria do inverno de Los Angeles — a segunda maior cidade dos Estados Unidos —, que fez com que imediatamente os meus fios de cabelo loiros ficassem fora de lugar.
Caminhei em passos rápidos e longos até ao local, era um trabalho árduo, com regras na alimentação, corpo e personalidade. A estética é muito importante para qualquer modelo, não podia engordar mais do que os limites aceitáveis pela agência, era impossível mudar o visual do cabelo sem antes consultá-los ou até a simples cor do esmalte que não poderia passar do nude. Apesar de ser tudo muito rígido, a equipe que trabalhava em conjunto eram de pessoas incríveis, além de sempre ter sido o meu sonho, desde quando era criança e passava horas observando as revistas da vogue.
Amava caminhar pela cidade, por ser um local com a maior habitação de celebridades e diversos pontos turísticos, além é claro de evitar o trânsito terrível que se encontrava no momento um caos, os sons ensurdecedores dos carros e das ambulância, além das pessoas desrespeitando umas às outras, com empurrões e cotoveladas, principalmente naquele lado de Los Angeles, pois é mais frequentada por turistas e moradores, um lugar totalmente caótico, devido ser a rua Hollywood Boulevard, o local mais cobiçado.
Sabia que Giorgio Martín havia chegado, ele sempre era pontual, ouviria um belo sermão, não que eu achasse que estava errado, merecia afinal. Suspirei ao ver o enorme prédio com as letras ENY reluzindo a cor prata, continha uma iluminação que poderia ser vista a metros de distância e os vidros cobriam o edifício por completo. Era considerada uma das maiores agências de moda do mundo, por ter bastante filiais espalhadas pelos continentes, além de ter as melhores modelos da atualidade: Amélia Quinton, Jennifer Avery e Kendall Cooper, e o conceito de moda sempre tão avançado.
Ao passar pela enorme porta de vidro, diminuí os passos, provavelmente Giorgio já estava prestes a surtar.
O homem havia sido o primeiro a acreditar no meu trabalho, era grata a ele — e continuo sendo por me tornar quem eu sou hoje. Era renomado por ser estilista e CEO. Um grande nome no mundo da moda.
Assim que o vi, caminhando de um lado para outro com uma cara péssima, senti um frio passar por minhas costas. Passei ao lado de alguns funcionários, eles diziam sem emitir som um boa sorte, realmente iria precisar. A personalidade do senhor Martín era explosiva.
— Sofia Johnson, atrasada! Quando você vai ter compromisso e responsabilidade com o seu trabalho? Sabe que algumas pessoas matariam para estar no seu lugar? — berrou. — Ajeite o seu despertador para tocar alguns minutos antes, ou horas, apenas quero que você chegue aqui no horário certo, senão estará despedida, entende? — ameaçou, com um tom bastante elevado que poderia ser escutado em todos os andares.
O homem de cabelos grisalhos, usando sua echarpe de pelo de ganso, com um semblante de cansaço, que era perceptível em seus olhos verdes escuros. Sempre tentava desafiar a moda, um trabalho árduo que teve durante todos esses anos.
— Sim, senhor. — abaixei a cabeça em concordância, estava envergonhada por escutar um sermão e estava frustrada comigo mesma por não conseguir ser pontual novamente.
— Ótimo, agora se apresse, precisamos das fotos para a revista Empire, urgentemente. —disse mais calmo, caminhou de volta para sua cadeira, logo sendo recebido por uma enxurrada de papéis.
A agência era composta por móveis de decoração moderna, a iluminação forte, com flashes de luzes por toda a parte, principalmente no salão. O chão era extremamente branco, não havia uma gota de sujeira. As paredes, em um tom claro de verde, eram utilizadas para o favorecimento da foto, assim como outras, que se encontravam com o fundo verde e que serviam para o melhoramento da edição. Alguns sofás pretos se encontravam espalhados, as mesas das secretarias estavam todas ocupadas e muito bem organizadas.
— Doce Sofia, atrasada? — Joanna Clark indagou, assim que adentrei no camarim
Apenas confirmei com a cabeça, constrangida por mais um atraso como aquele. — Assim você vai enlouquecê-lo — disse, referindo-se ao Giorgio.
A mulher já deveria estar na idade de quarenta anos, mas nunca quis deixar a agência por apego
emocional, e ser íntima de Martín. Com uma beleza única para sua idade, os cabelos ruivos reluziam sob a luz, juntamente com a pele bem cuidada e os olhos tão claros quanto o céu.
— Eu espero que não. Essa é a minha carreira, não irá se repetir mais. — respondi convicta.
Não foi fácil chegar até aqui, é preciso anos de estudos, como aulas de etiqueta e ética que criavam bolhas enormes em seus pés pela as horas que passava desfilando com saltos de 15cm, além de várias restrições de alimentação, nunca poderia comer algo que estivesse fora do que a nutricionista recomendou, como uma pizza. Havia passado por tudo isso, longe de qualquer afeto familiar.
— Assim espero, mas agora vamos, preciso arrumá-la. — sentei no estofado rosa, enquanto sentia o pincel fazer movimentos em meu rosto e a camada grossa de base a preencher.
Ao terminar a produção, caminhei tentando equilibrar o salto verde extremamente grande no meu pé, além do vestido de tubo preto subir a cada passada. Parei no centro do estúdio, onde estava tudo preparado com o fundo verde, várias iluminações diretas estavam voltadas para a tela, no chão, encontravam-se vários refletores. O fotógrafo Christian White já estava posicionado na frente do local para começar a sessão de fotos que durariam horas.
— Perfeito, Sofia! — Christian pronunciou, fotografando algumas poses minhas.
Eu amava o meu trabalho, estava feliz ao ver aonde havia chegado. Aos cinco anos de idade, interessei-me pela área, adorava que me fotografassem, amava me vestir e desfilar em uma passarela improvisada. Continuava apaixonada até então, estava bastante satisfeita com a profissão que escolhi.
— Acabamos. — Christian disse, caminhando até o computador.
— Maravilha! — Martín comemorou ao aproximar-se de onde estávamos.
O que me deixou aliviada, já que ele não estava muito animado quando começamos. Tudo isso graças à minha falta de pontualidade, entretanto, tudo deu certo no final.
— Venha, Sofi, venha ver algumas fotos suas, ainda faltam as edições, mas está incrível. — Christian disse, animado ao ver as fotos.
— Ótimo trabalho, ficaram lindas — elogiei, orgulhosa pelo trabalho que havia feito.
Com certeza a revista que contratou o serviço para anunciar sua marca de sapatos extravagantes ficaria satisfeita.
— Formamos uma bela equipe — ele disse, piscando para mim, afirmei sorrindo.
— Sofia, temos um jantar hoje à noite com os produtores musicais, querem que seja modelo no clipe, disseram que se encaixa perfeitamente nas descrições, seja pontual, esse contrato é essencial para sua carreira — Giorgio, que ainda estava ali, soou um pouco grosso, mas sei que ele só estava frisando para que eu não cometesse o ato de fazer tudo errado.
— Darei o meu melhor. — sorri confiante.
Como as fotos haviam sido aprovadas pela editora de marketing, Giorgio Martín dispensou meus serviços para poder apressar-me para o jantar.
Entrei em meu apartamento que se encontrava em clima gelado por causa do ar-condicionado, o que de imediato me refrescou do calor escaldante de Los Angeles, as paredes coloridas traziam um ar de lar, como era na casa de minha mãe, cada parede tinha uma cor em tons de azul, roxo, rosa e amarelo. Assim que cheguei ao meu quarto, deparei-me com uma grande caixa branca depositada na cama, direcionei-me até ela. Abri a caixa, retirando laço preto que estava envolto, aquilo era incrível, retirei o vestido de cor vermelha, era belíssimo, com um abertura até o meio da coxa. Peguei o cartão que estava junto:
Querida Sofia, encontrei este vestido esplêndido e me lembrei de você. A sua cor favorita.
Com amor, Giorgio Martín.
Agradeceria a Giorgio pessoalmente por esse presente maravilhoso. Porém o que mais necessitava no momento era deitar nos seus travesseiros de pena de sedas, e assim o fiz.
— Ei, Sofi — a voz de Gabbie White ecoou por todo o apartamento assim que ela passou pela porta.
— Gabbie! — sorri animada ao vê-la. — O que faz aqui? — indaguei, curiosa por sua visita inesperada.
Gabbie é uma amiga de longa data, havíamos nos conhecido no colégio, assim que a agência entrou em contato comigo, imediatamente pedi para que vissem o trabalho dela, então a agência a contratou como estagiária de maquiagem, mas meses depois, ela saiu e construiu um lugar próprio para o seu trabalho.
— Giorgio disse que hoje à noite vocês teriam um jantar importantíssimo, então resolvi te ajudar — ela disse, animada com a ideia, acenei com a cabeça em concordância.
A loira estava entusiasmada, que os olhos azuis estavam refletindo toda a energia, e os lábios estavam vermelhos de tanto mordê-los.
Subi as escadas do meu quarto rapidamente para poder me trocar. Estava animada para fechar o contrato. Não fazia ideia de com quem seria, mas as modelos que participam de vídeos musicais, a carreira crescia de forma absurda.
— Vamos, Sofia, preciso ver o quão perfeita você está. — escutei a sua voz soar do outro lado. Suspirei e abri a porta, ela me encarou surpresa, depois sorriu.
— Você está incrível, eu não tenho palavras para descrever o que estou presenciando agora. — ela me abraçou.
— Obrigada por tudo, Gabbie. — segurei em suas mãos, realmente estava muito agradecida a ela. Ela confirmou com a cabeça.
— Eu te ajudo a descer. — Gabbie segurou o meu braço como uma forma de suporte.
Um motorista estava me esperando do lado de fora do apartamento, em frente ao carro preto, uma Ranger Rover Evoque, assim que me viu, veio em minha direção.
— Boa noite, senhorita Johnson, sou Will e estou aqui para levá-la até o restaurante — o homem que aparentava ter vinte sete ou mais, disse se apresentando e abrindo a porta do carro logo em seguida.
— Boa noite, Will, apenas Sofia. — ele estendeu a sua mão para me ajudar a entrar. — Obrigada — agradeci já estando do lado de dentro do carro.
Will dirigia calmamente pelas ruas cheias de Los Angeles, por sorte não pegando nenhum engarrafamento que nos atrasaria, apertei o tecido do meu vestido, estava nervosa, nada poderia dar errado no jantar.
— Chegamos, Sofia— Will disse ao estacionar o carro. Ele abriu a porta do lado onde eu estava, com cavalheirismo.
— Obrigada, Will — agradeci, segurando em sua mão para sair do carro.
A entrada do restaurante era magnífica, luxuosa e extremamente acolhedora ao mesmo tempo. Giorgio não havia me falado sobre qual seria a proposta do contrato, mas eu confiava nele, sabia que ele sempre faria o melhor para mim, assim como tivera feito todos esses anos. Caminhei até a entrada do La'come.
— Boa noite, senhorita — o garçom pronunciou. — Nome da reserva? — ele indagou educadamente.
— Giorgio Martín — pronunciei, respondendo à sua pergunta.
— Certo, me acompanhe, por favor. — ele caminhou em direção às mesas do La'come.
Estava distraída, observando a decoração metálica do dourado e verde água, um enorme bar no lado esquerdo, com decorações psicodélicas, o ambiente com lustres de cristais que refletiam ainda mais o dourado. As mesas de madeira grossa mas revestida com uma grossa camada de tinta vermelha, e as cadeiras do mesmo tom, de camurça e os talheres e taças de material fino, parecidos com ouro, por causa do dourado. Por um segundo, meus olhos fixaram-se em uma pessoa, no meio de tantas outras, me chamou a atenção. Não poderia ser ele, não tinha como ser ele, mas eu o reconheceria a metros de distância. Aqueles olhos, eu saberia a quem pertencia mesmo diante de uma multidão.
Senti algo dentro de mim que não sentia há anos, pensei que esse sentimento havia sido enterrado quando ele me deixou. Lembrei das palavras do meu avô em uma de suas cartas de amor, ele havia passado a metade do dia no mar, sem saber para onde ir, ele apenas aceitou que aquele momento seria o fim, no entanto, o seu único pensamento era sua adorável Anny Johnson, então, quando ele foi resgatado, na mesma noite, escreveu este trecho para minha avó:
Querida Anny, pensei que aquele seria o fim, o fim de tudo, acolhi aquele momento como se fosse apenas mais um de tantos, eu iria morrer, mas nada se compararia em perder você, não consigo imaginar o tanto que sofreria, perder você seria o meu maior castigo, o que sinto por você faz com que me sinta vivo. Então eu sobrevivi por você, eu estava respirando por você, minha doce Anny.
Noah Carter, o garoto que conseguiu o meu coração sem esforços, e depois de consegui-lo, ele o destruiu de uma forma dolorosa. Voltei à realidade quando escutei Giorgio dizer o meu nome.
— Sofia, você está belíssima. — ele me rodopiou e encostou os seus lábios na maçã do meu rosto. Sorri como forma de agradecimento.
— Obrigada pelo vestido — sussurrei perto de seu ouvido, o homem assentiu com a cabeça.
Noah Carter me observou de longe, como se finalmente tivesse notado, gelei ao ver os seus olhos depois de dois anos, ele continuava com sua beleza indestrutível.
O homem estava na minha frente, observando-me com os seus malditos olhos azuis, eu os achava ridiculamente bonitos ainda.
— Sofia, quero que conheça Noah Carter. — ele segurou em minhas costas, fazendo com que eu me aproximasse mais perto do Carter. Como se já não estivéssemos perto suficiente.
— Prazer! — estendi a minha mão depois de encará-lo por alguns segundos. E tinha a sensação que a qualquer momento poderia sair correndo dali.
— Digo o mesmo! — ele afirmou, segurando em minha mão estendida, que recolhi rapidamente, assim que foi solta por ele.
— Esse é Paul Simmons, um dos maiores produtores musicais. — ele apontou para um homem que aparentava ter quarenta anos, com os cabelos pretos, e olhos castanhos escuros que estavam mais aparentes por causa dos óculos de grau, e que até então, eu não havia notado. Estendi a mão para ele, que fez questão de apertar rapidamente.
— Por fim, esse é Ryan James, sócio do senhor Carter — Giorgio apresentou a última pessoa que faltava, um garoto de cabelos loiros que aparentava ser da mesma idade de Noah, com o rosto delineado, com os olhos cinzas, e a pele branca como a neve. Cumprimentei-o também, assim como fiz com os outros.
— Sentem-se, temos uma longa noite pela frente. — Giorgio pronunciou, sentando-se em sua cadeira, na mesa que foi reservada a nós.
Martín sempre teve uma lábia muito boa para convencer qualquer pessoa, ele era perito nisso.
Há horas que estávamos debatendo sobre alguns pontos que precisavam ser arrumados. De acordo com algumas cláusulas do contrato escrito, haveria uma gravação de um clipe, uma nova música de Noah Carter, o clipe seria do gênero romance e mostraria um casal apaixonado. Não teríamos nenhum tipo de contato, já que a encenação seria com um outro ator. O valor do cachê era muito alto, além de deixarem explícito que fariam propaganda do meu trabalho como modelo em vários países.
Era difícil relutar contra aquela proposta, por mais que o meu cérebro informasse que aquilo não daria certo, que todas as mágoas do passado estariam presentes. Mas eu batalhei bastante para conseguir chegar onde estou, além disso, toda a minha carreira estava na mão de Giorgio, havia vendido a minha imagem para ele. Então mesmo que dissesse não, a palavra final seria sempre a dele.
— Assine o contrato — ele sussurrou em meu ouvido.
— Estamos fazendo o melhor para a minha empresa e para sua carreira. — apenas eu pude escutar as suas palavras.
Noah observava cada movimento meu em todo o jantar, eu estava nervosa demais com aquela situação, tentava controlar a minha respiração que estava mais acelerada que o normal.
Sentia um gosto metálico na minha boca, sentia-me enjoado por vê-lo.
— Podemos assinar o contrato? Quer lê-lo mais uma vez? — Noah indagou a mim, apenas neguei com a cabeça.
Aquilo era apenas uma fachada mesmo, Giorgio já havia concordado com tudo.
—Ótimo, assine aqui. — me entregou o contrato de dezesseis páginas. Assinei e entreguei a Paul. — Começaremos as gravações na próxima semana — ele informou.
— Foi um prazer conhecê-lo. — e então apertei suavemente a sua mão estendida outra vez.
— Digo o mesmo, senhorita Johnson. — ele sorriu.
— Que honra conhecê-la, bela dama. — Ryan beijou suavemente a minha mão, agradeci tal ato.
— Adeus, senhor Carter. — apertei firmemente a mão dele, que me encarou por alguns segundos antes de dizer algo. Era um gesto de profissionalismo, mas não foi suficiente para evitar que eu me sentisse péssima.
— Adeus, senhorita Johnson. — ele se distanciou devagar.
Caminhei um pouco mais rápido que o normal para fora do luxuoso restaurante, Giorgio estava me acompanhando. Will abriu a porta do carro ao nos ver, agradeci apenas acenando com a cabeça. O trajeto até o prédio onde morava foi rápido, o que me fez agradecer muito, naquele momento, a única coisa que eu precisava era minha cama, tinha sido uma noite longa.
— Fico feliz que tenha feito a escolha certa, Sofia — Giorgio pronunciou, ajeitando a gravata.
— Como se não fosse o que você queria — ironizei, mas ele apenas deu de ombros.
— Até mais, querida. — Martin depositou um beijo em meu rosto quando já estávamos do lado de fora do meu apartamento.
— Até mais, Giorgio. — acenei para ele e entrei no prédio.
Estava abrindo o vestido com delicadeza. Pensar nessa noite me dava calafrios. Nunca pensei que o encontraria tão cedo assim, Los Angeles é grande demais para isso. Talvez eu contasse com a possibilidade de nunca mais encontrá-lo, enfim, o destino tinha uma forma estranha de nos surpreender.
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