39 - A Nova CEO
_ Meus parabéns Helena, como sempre você conseguiu, o acordo foi bem mais do que o esperado. A coleção de sua amiga trouxe muito lucro para as duas empresas. Isso mostra o quanto você é competente e sabe muito bem honrar a sua palavra. E por isso, eu a reverencio.
Helena não acreditou ao ver Takeda Shinguen, o presidente da empresa fazendo a tradicional reverência japonesa. Para os orientais, quando algum superior se curva perante o seu discípulo, significa que este ganhou o seu respeito e confiança. E para ela, aquele foi um grande momento de glória, pois havia ganhado o respeito e confiança dele. E também foi nomeada a mais nova CEO das Indústrias Shinguen.
Ela correu até o departamento contábil para contar a novidade e muitos ficaram felizes por ela... menos a bruxa da Olga.
_ Se você já se achava a tal, depois dessa vai se achar ainda mais... _ disse a velha antipática ao vê-la comemorando com seus amigos.
_ Eu não acho meu amor, eu sou a tal. E graças ao fato de EU ser a tal, que você ainda está empregada. _ respondeu com toda a graça e confiança que ela tinha.
Após a comemoração, foi até o departamento jurídico para conversar com Roberto Barroso, o advogado da empresa.
_ Bom dia Roberto, como vai? Eu posso entrar?
Quando a viu entrar em sua sala, ele se iluminou. Ela estava elegantemente vestida com um pretinho básico em decote em V, que realçava as suas belas curvas e turbinava seus seios. E ele, é claro, ficou totalmente hipnotizado por aquele decote.
_ Roberto, eu ainda não estou pensando em ter filhos. Mas caso um dia eu venha os ter, quero muito amamentá-los. E se continuar me secando desse jeito, não vai sobrar nada para eles. _ Disse ríspida ao notar que ele não tirava os olhos do seu decote.
_ Oh me desculpe, eu me distraí... Bom Helena, eu já soube que o acordo com os franceses deu certo e graças a isso, você foi promovida a CEO. Meus parabéns.
"Ah sim eu sei com o que você se distraiu. É claro que você soube, aqui as notícias correm..." Pensou. A sua maior vontade era de falar o que acabara de pensar, mas não queria se indispor com ele.
_ Obrigada. Eu queria conversar com você sobre algo muito sério e muito pessoal.
_ Oh, mas é claro! Que tal para depois do expediente? Assim a gente toma um café ou quem sabe um jantar informal?
_ Não pode ser agora?
_ Bom, como você mesma disse é um assunto muito pessoal. E não fica bem a gente conversar sobre assuntos pessoais durante o horário de expediente. É o que você sempre diz.
"Droga. Eu e a minha língua comprida. Isso que dá querer ser a Dona Certinha."
Roberto sabia muito bem que Helena não gostava de misturar problemas pessoais com os profissionais e menos ainda os debater no ambiente de trabalho. Claro que nem sempre seguia a própria regra, mas ela já notou que ele fez de proposito para forçá-la a se encontrar com ele fora da empresa. Bem que Samantha havia avisado. Porém como tinha outro jeito, teve de aceitar.
_ Hoje não posso, pois vou ver minha família e também tirei alguns dias de folga.
_ Você pode muito bem ver a sua família um outro dia...
Quando ele disse aquilo, o que não deveria, Helena só o olhou de soslaio. Vendo que ela não gostou, tentou consertar combinando para outro dia.
_ Bom se você prefere, então pode ser amanhã. Eu conheço um restaurante que foi muito bem elogiado pela crítica. Posso marcar uma hora e...
_ Roberto é apenas uma conversa entre amigos de trabalho, não é um encontro. Não pode ser em um local mais simples como uma lanchonete ou barzinho.
_ Ai é que não fica bem nós, dois bacharéis, sermos vistos entrando neste tipo de lugar... é coisa de pobre.
Esse era o grande motivo de Helena nunca ter se interessado por Roberto. Achava que por ser advogado e vir de uma família importante, era melhor do que o resto do mundo.
_ Tudo bem deixa para lá...
_ Oh não tudo bem, a gente vai onde você achar melhor. Quer que eu vá até a sua casa?
_ Eu prefiro me encontrar com você no local. Não estarei em casa, vou dormir na casa de meus pais.
_ Eu posso te dar uma carona ou mandar o meu motorista ir te buscar...
_ Não precisa, eu ligo amanhã.
Saiu da sala dele o mais rápido possível. Não aguentava mais aquela bajulação. Até que ele era um rapaz bem-apanhado, loiro, alto e com belos olhos cor de avelã. E pelo modo como se vestia, deveria ter alguns belos músculos por de baixo daquele terno. Talvez se não fosse por aquela mania dele de se achar superior aos demais, quem sabe poderia vê-lo com outros olhos e até mesmo, dar uma chance a ele...
Mas ela já está com o coração carregado de tristeza e não estava a fim de acumular mais. Precisa de um tempo sozinha para destralhar um pouco das muitas mágoas que abarrotavam em seu coração.
E ela sabia muito bem onde afogá-las, no bairro Bom Retiro, na comunidade grega.
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