[80] | Capítulo 21 - Corredor apertado
Tudo ainda estava sendo ajustado para que a fuga fosse perfeita. No estilo Jack Sparrow. As velas estavam bem estendidas e amarradas, assim como os cabos bem ajustados e todos os tanques de lastro do navio estavam perfeitamente ajustado, para que quando a manobra fosse feita, não atrapalhasse o navio. Enquanto isso, a maioria dos alunos e tripulantes desfrutavam de um belo chocolate, café ou chá quente que estava sendo servido no refeitório, onde Marge tinha a ajuda de Finn, que apesar de ter ficado de fora do exército, ajudava a cozinheira na cozinha. Isso trazia ciúmes a Ramiro, Nicolas, Thomas e até mesmo para Pearson, que antes de assumir o timão, olhava vigiava frequentemente a esposa através das janelas da ponte. A maior parte do exército estava no refeitório, menos Oliver - este no cesto da gávea -, Darwin, Michael e outros quatro tripulantes, que estavam na popa com o Ballard acionado e pronto para responderem aos ataques do Estrella del Sul. O navio russo se aproximava cada vez mais do navio escola, que apesar de alcançar 18 nós (33 km/h), conseguia fugir rapidamente do inimigo com a sua cor branca que podia confundir com um iceberg qualquer um que visse a longa distância. Enquanto isso, na ponte de comando, a tensão ainda seguia com a ideia de Harry de esconder o navio na rachadura no gelo.
— Submarino e navio russo a seis milhas! — avisou a doutora após ver os dois pontos no rodapé do radar. — Precisamos chegar lá rapidamente!
— Calma, o Estrella está se esforçando mais do que pode! — respondeu o imediato manobrando levemente o timão para estibordo a fim de desviar de um iceberg na proa. — O navio nunca alcançou tal velocidade de imediato!
Barrett suava frio, pois, nunca havia estado em uma situação semelhante. Em seguida, um telefonema vindo da sala de máquinas chegou na ponte.
— Sim Ethan, diga o que houve?
— Capitão, os motores estão superaquecendo, não sei se vão aguentar muito!
O capitão suspirou profundamente.
— Há alguma maneira de reverter isso?
— Eu não sei, comandante. — dizia a voz ofegante de Ethan. — Acredito que se desligarmos uma das turbinas, talvez alivie o superaquecimento. Verei o que posso fazer aqui!
— Certo. — respondeu o comandante agora sério e confiante. — Estou indo imediatamente até você!
Todos ficaram preocupados com o capitão ao ouvir a sua última fala. Aonde ele iria?
— Para onde vai, William?
— Os motores estão superaquecendo e Ethan está sozinho nisso para resolver... — respondeu o comandante, agora um pouco nervoso. — Eu irei lá para ajudá-lo. Você pode cuidar disso tudo aqui para mim?
Pearson abaixou o olhar pensativo, depois assentiu e voltou a olhar para o comandante.
— Sim, eu posso, mas por favor... — o imediato olhou fundo nos olhos do comandante. — Não faça nenhuma maluquice, sim?
Barrett sorriu confiante.
— Muito bem, as ordens do navio são suas Charles... — ele avisou e olhou para todos ali. — Boa sorte à vocês!
— Igualmente, capitão!
Todos, menos o professor, bateram continência para o comandante, que em seguida, deixou a ponte rapidamente sem dizer mais nada. Agora, tudo dependia dos motores do Estrella e da boa sorte que eles sempre tinham consigo.
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Enquanto isso, o clima era cada vez mais frio, agora uma neve começava a cair e transformar tudo em um mais puro e belíssimo mundo branco. O vento era frio e agora vinha da grande geleira a bombordo do navio, onde os rapazes no Ballard apreciavam o grande muro de gelo, que era fantástico aos olhos humanos. Aqueles que estavam na popa esperando pelas ordens do capitão, estavam morrendo de frio, tentaram se aquecer ao acender uma grande fogueira, que nem se quer durou quarenta segundos e logo foi apagada pelo vento frio que a golpeou. Agora, o frio era cortante e muitos dos que estavam lá, começaram a desenvolver uma grave hipotermia e estes logo foram substituídos por outros, que também sofreram mais ainda. Todos tremiam de frio, igualmente era Darwin, que permanecia em seu posto analisando o navio russo cruzando ferozmente as águas geladas e as placas de gelo em seu caminho, onde vez ou outra, disparava uma bola de canhão, que não acertava o Estrella por pouca coisa. Os rapazes ali, esperavam pela ordem, que ainda não havia chegado.
— Darwin, os rapazes reclamam de frio e um começou a desenvolver uma grande hipotermia... — avisou Michael parando atrás do aprendiz, que continuava olhando o navio russo. — E todos esperam pelas ordens que nunca chegaram!
Darwin olhou para Michael e depois para todos ali, que tentavam se aquecer permanecendo juntos. O aprendiz deu um passo a frente, chamando a atenção de todos ali.
— Rapazes, o capitão não deu nenhuma ordem, mas precisamos agir imediatamente. — Darwin disse a todos os meninos na popa. — O Estrella é a nossa casa e precisamos protegê-lo o máximo que pudermos e hoje, precisamos mostrar o poder inglês que temos!
Os marinheiros assentiram e continuaram tentando se aquecer.
— Portanto, vamos dar um presente do Ballard aos russos... — Darwin disse com um sorriso travesso. — Vamos ver se eles são páreos ao Ballard!
Os marinheiros ali sorriram e rapidamente se colocaram em seus postos. Darwin assentiu e pegou o seu walkie-talkie, telefonando para Oliver no cesto da gávea.
— Padre Oliver, quero que faça as suas preces o mais alto que puder, pois iremos responder os russos!
Houve um curto silêncio.
— O quê? Estão loucos? — o padre perguntava preocupado. — Querem nos matar? Não façam isso!
Darwin sorriu.
— Oh desculpe, o Ballard acaba de cuspir uma bola em direção à eles!
— Darwin, se você fizer eles nos afundar...— A voz de Oliver era ameaçadora, ao nível que o aprendiz ficou surpreso com o tom da voz do padre. — Eu juro que te esgano quando eu te ver novamente!
O aprendiz voltou a sorrir.
— Boa sorte para você também, Oliver!
O padre não respondeu mais. Mas, a notícia de que uma bola de canhão havia sido lançada era uma completa mentira, pois, as bolas ainda estavam sendo carregadas e ainda esperavam pelas ordens do aprendiz, que tinha o momento certo em seus planos.
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— Submarino e navio russo a cinco milhas e meia!
A tensão estava cada vez pior na ponte de comando, pois faltava uma milha para chegar a rachadura e o inimigo avançava a cada minuto que se passava, trazendo medo aos tripulantes do Estrella. Pearson suava frio enquanto manipulava o timão para desviar dos icebergs. Não era diferente na sala de máquinas, nos conveses abaixo, onde o capitão e Ethan trabalhavam incansavelmente para manter os motores funcionando. Na ponte, o radar mostrava cada vez mais perto o inimigo, que agora estava a quatro milhas e meia, trazendo mais preocupação para o imediato.
— Maldição, esses icebergs tinham que aparecer justo agora? — disse o imediato manipulando o timão para estibordo. — Atrapalhando o curso mais uma vez!
Quando o imediato olhou para o radar, pôde avistar a rachadura a menos de cinquenta metros da proa e isso lhe trouxe um grande alívio.
— Harry, avise a todos no refeitório que se segurem, pois iremos fazer uma grande manobra para bombordo! — Ordenou o imediato enquanto olhava frequentemente para o timão e para o radar. — E Hayes, vá para a proa ao entrarmos na rachadura, pois talvez Oliver não veja as curvas que podem haver naquela fissura!
O professor rapidamente pegou seu casaco de frio, colocou um par de luvas e rapidamente deixou o local, onde com um walkie-talkie em mãos, analisava a região adiante na proa.
— Submarino e navio russo a três milhas e meia. — avisou a doutora agora olhando para o imediato. — Tens que se apressar Pearson, eles estão avançando rápido demais!
O imediato suspirou profundamente enquanto estava concentrado no radar.
— Ainda não é a hora! — ele pegou o walkie-talkie concentrado no radar. — Darwin, me atualize sobre os ataques do navio russo!
— Imediato, eles estão atirando em intervalos de três minutos e meio. — Respondeu o aprendiz em um tom confiante. — Acredito que seja o tempo que leve para carregar a próxima bala!
O imediato guardou o walkie-talkie no bolso.
— Imediato, vire o navio!
Era o professor. Charles pegou o walkie-talkie de volta.
— Ainda não é a hora!
A rachadura no gelo agora estava menos de trinta metros na proa e falta pouco para chegar até ela, e isso trazia uma grande ansiedade aos tripulantes.
— Submarino a duas milhas! — Avisou Harry receoso. — Vire, imediato, ou não haverá tempo!
O oficial negou balançando a cabeça.
— Ainda não é a hora. Acalme-se! — ele respondeu e ligou o walkie-talkie. — Atenção todos, ordeno que todos se segurem onde podem, pois iremos fazer a manobra a bombordo em menos de um minuto e meio!
A voz do imediato ecoou por todo o navio e até menos nós walkie-talkies dos rapazes nos conveses exteriores. Os alunos seguraram firmes nas mesas, outros jogaram-se contra o chão e os demais, agarraram-se nas colunas de apoio dos conveses. Todos eles esperaram a hora certa em que a manobra fosse realizada e que possivelmente salvaria a todos.
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Agora, a fissura estava a três metros na proa, tudo dependia de Pearson, que ainda calculava tudo para nada dar errado. Os motores trabalhavam a todo custo, no meio do caminho tiveram uma falha no meio do caminho, onde uma das turbinas foram desligadas brevemente por quarenta segundos para que o combustível e toda a pressão pudessem retornar mais frios para o funcionamento do motor, mas foi nisso, que o inimigo aproximou mais ainda. O submarino estava a duas milhas de distância do Estrella, igualmente o navio russo, onde os rapazes na proa podiam ver alguns tripulantes armados no arco de proa do navio. Todos estavam preocupados, ansiosos e com medo, pois faltava pouco para o submarino abordar o navio.. Pearson esperou o momento certo, e numa simples fala: "agora!", mudou totalmente a história do navio escola inglês Estrella Siriah. O pequeno navio fez uma grande virada para bombordo, onde tudo e todos em seus lugares caíram ao chão. Muitos que estavam se segurando nos pilares de apoio do convés também foram ao chão. A manobra que foi feita ali surpreendeu os inimigos, que sem ação, reverteram os seus motores rapidamente, temendo que tudo pudesse desmoronar. O pequeno navio agora seguia adiante dentro da caverna estreita e gelada, e nisso, a escuridão se fez presente e o brilho do sol se foi como um fade-out de um filme de fantasia.
— Estamos dentro do gelo... — disse Pearson enxugando o suor da testa e suspirando profundamente. — Inacreditável!
Agora, a escuridão tomava de conta e uma pequena quantidade de luz era vista no final e isso fazia com que o corredor sinuoso não ficasse totalmente escuro. No entanto, tudo ainda não havia acabado.
— Imediato, vejo uma pequena curva a estibordo... — a voz de Oliver surgiu no walkie-talkie do oficial. — Cinco graus a bombordo. Cinco graus a bombordo, oficial!
Cuidadosamente o timão foi manipulado pelas mãos nervosas de Pearson, que não tirava os olhos do radar, que mostrava corredores sinuosos com zigue-zagues.
— Cuidado, oficial. Há mais curvas adiante!
Pearson manipulou levemente o timão a estibordo e novamente a bombordo. O corredor começava a se estreitar, ao ponto dos mastros da proa começarem a raspar contra as paredes do corredor e isso fazia um grande eco naquela caverna.
— Cada vez mais isso... Está ficando estreito... — Comentou o imediato manipulando com dificuldade o timão. — Acabaremos presos aqui dentro ou morreremos aqui esmagados!
— Não, ainda falta pouco para sairmos! — disse Susan sendo otimista. — Aguente firme, imediato!
— Imediato, seis graus a estibordo. — ordenou Hayes através do aparelho. — Repito: seis graus a estibordo!
O timão logo foi manuseado e o navio estava na posição correta, enquanto o professor corria de estibordo a bombordo na proa, verificando se o gelo não estava raspando o casco do navio. No entanto, a próxima notícia trouxe um grande problema para Pearson.
— Imediato, vejo zigue-zague adiante. — Avisou Oliver através do walkie e a voz do padre ecoou pelo corredor. — Zigue-zague adiante!
O imediato olhou para o radar e pôde ver um corredor estreito e cheio de pequenas curvas, o que impossibilitaria do Estrella efetuar tudo, mesmo sendo o navio mais manobrável do projeto Amazon.
— Imediato, saliências adiante. Agora seis graus a bombordo! — ordenou o professor no walkie-talkie. — E seguida, a dois graus em estibordo!
Pearson conseguiu efetuar a primeira manobra do corredor, mas o pior se seguiu, Hayes continuava correndo de bombordo a estibordo e avisando ao imediato sobre tudo que aconteceu. Mas, quando estavam na metade do corredor, tudo ficou difícil.
— Cai a bombordo, imediato! — ordenou o professor mais uma vez ao oficial que manipulava tudo em uma fração de segundos. — Retorne a estibordo!
No entanto, o corredor ficou mais estreito ainda, ao ponto de começar a quebrar as vergas do mastro e fazer os mesmos rangerem iguais a dobradiças de um portão velho.
— Volte a bombordo, imediato. Cinco graus a bombordo!
Pearson manipulou o timão bruscamente e foi nesse exato momento que um barulho alto de metal se chocando foi ouvido, tanto por eles do lado de fora como pelo lado de dentro. De repente, o aço do casco começou a ser arranhado por algo e um tremor foi sentido de bombordo a estibordo, de proa a popa. O pequeno navio tremia mais ainda ao ponto que avançava pelo estreito corredor. O imediato, determinado a passar por aquilo, não largou o timão por nada e juntamente com ele, tremeu na esperança de atravessar tudo aquilo.
— Vamos Estrella, você consegue! — dizia Pearson ao navio que tremia mais e mais. — Vamos rapaz, não nos deixe na mão. Vamos!
O problema era se o gelo conseguisse perfurar o casco e causasse uma grande inundação no navio, que poderia afundar ali mesmo em meio aquela caverna. O barulho de aço sendo arranhado grunhia nos ouvidos dos tripulantes e ecoava por toda a rachadura.
— Volte a estibordo, imediato. — Hayes ordenou gritando pelo aparelho, enquanto a sua voz ecoava pela caverna. — Volte a estibordo!
Com uma certa dificuldade e força, Pearson conseguiu manipular o timão para estibordo e logo tudo parou de tremer, o navio voltou a navegar normalmente igual como havia entrado naquela fissura. O imediato continuava nervoso e suava constantemente, até que uma coisa boa chegou através do walkie-talkie em seu bolso.
— Agora mantenha o curso, imediato... — A voz calma e serena de Hayes trouxe uma paz aos tripulantes ali. — Isso já está acabando...
De repente, um feixe de luz começou a se aproximar do navio e logo foi chegando mais próximo e de repente, já estava chegando aos olhos de Pearson e Oliver, que estavam expostos ao tempo e depois foi chegando nos demais conveses do navio. Os olhos daqueles que estavam acostumados com a escuridão doeram com a claridade do sol e o brilho deste revelou no final da rachadura, um mundo completamente diferente. Aquilo era como se fosse o paraíso. O Estrella agora navegava calmamente por um novo lugar e muito mais bonito do que o anterior.
— Bom trabalho, imediato! — a voz de Hayes voltou a ponte. — Você nos salvou deles!
Em seguida, o oficial recebeu mais elogios dos que estavam na ponte e logo pegou o seu walkie-talkie telefonando para o capitão.
— Desligue os motores, William... — Ordenou o imediato deixando a ponte. — Vocês fizeram um bom trabalho!
Quando o imediato chegou na passarela acima do refeitório, recebeu uma salva de palmas de todos os tripulantes e logo quando chegou no refeitório, foi ovacionado por todos com abraços e comemorações. Ganhou um beijo até mesmo de sua amada, que logo correu até ele. Agora, tudo era motivo de festa, pois haviam se acabado tudo.
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Dez horas mais tarde
— O submarino e o navio russo estão parados...
Todos eles olhavam atentamente para o radar.
— Eles agora voltaram a navegar... — Disse Susan com um grande sorriso no rosto ao ver os pontos no radar se mexerem para longe da rachadura. — Estão indo embora. Desistiram de nós!
Em seguida, todos na ponte começaram a comemorar. Os meninos, que estavam na popa foram dispensados, menos Darwin que permaneceu lá juntamente com Oliver, onde comemoravam a vitória do navio. Todos estavam felizes, menos o comandante que olhava pensativo para a pasta vermelha, logo ele olhou para o auxiliar sério e deu dois passos a frente.
— Harry, agora você irá explicar o que tem nessa pasta vermelha e o porque do conteúdo dela ser tão perigoso ao ponto de poder tirar as nossas vidas!
Susan e Hayes se entreolharam sérios e Harry olhou para o comandante receoso, enquanto Darwin e Oliver se olhavam confusos.
No entanto, Darwin logo viu algo do lado de fora e saiu sem ser visto por ninguém, indo em direção ao arco da proa e ao gurupés, ele seguiu andando calmamente em direção a uma pessoa que, olhando o mar em bombordo, estava em silêncio, como se estivesse pensando ou decidindo algo. O aprendiz seguiu calmamente até essa pessoa e parou ao lado desta, onde apoiou as suas mãos no guarda-corpo e analisou o pôr-do-sol adiante. Uma belíssima aquarela de cores vermelha, laranja e amarela se formavam na linha do horizonte, marcando assim o final de mais um dia difícil. Darwin continuou olhando o horizonte em silêncio, esperando que a pessoa ao seu lado pudesse dizer algo. Pessoa essa que era nada mais e nada menos do que a sua amada, que apesar de estar vestida com um sobretudo e um gorro na cabeça, conseguia ser linda aos olhos do aprendiz. Logo, o silêncio que era intercalado pelas ondas do mar e a leve brisa do norte, foi quebrado pela voz embargada do aprendiz.
— Uma vez, pensei em fugir do meu passado e de mim mesmo, mas vi que era em vão, ao ponto de poder magoar a pessoa que amo... — a voz dele agora um pouco grossa e suave, fazia a moça ao seu lado sentir o seu coração palpitar mais forte. — Tudo aquilo foi em vão, pois possivelmente consegui perder a pessoa que mais amo neste mundo!
Houve um breve silêncio até que a moça ao seu lado, que havia abaixado o olhar brevemente.
— Uma única vez, deixei triste a pessoa que amo, pois não soube aceitar como ele era... — Ela levantou o olhar e olhou para ele. — Deixei me levar pelo meu ego, orgulho e além de tudo, o meu preconceito...
O auxiliar abaixou o olhar.
— Se eu pudesse agora dizer tudo o que eu queria, diria ao meu amor que me perdoe por ter feito isso...
Darwin olhou para o horizonte mais uma vez e voltou a olhar para a moça, sério e com um tom de tristeza em seus olhos.
— E se eu pudesse dizer tudo que eu queria, perdoaria o meu amor, pois todos tem o direito de errar... pelo menos uma vez!
Violetta sorriu e rapidamente os lábios de ambos se juntaram formando um doce e romântico beijo, debaixo de um céu aberto, que começava a mostrar suas pequenas e brilhantes estrelas. Foi um beijo um pouco demorado, mas que tinha muito a dizer. Ele a pegou no colo e logo em seguida encerraram o beijo com belos sorrisos no rosto.
— Eu te amo, Declan...
O aprendiz sorriu.
— Eu também te amo, Violetta!
Ambos voltaram a sorrir e depois, entre beijos e risadas, deixaram o convés do navio, onde o frio começava a se mostrar novamente. O amor entre Darwin e Violetta era a coisa mais bonita do mundo, assim como era o amor de Nicolas com Violet, o amor de Harry com Annabeth, o amor de Pearson com Marge ou até mesmo o amor de Barrett com suas sobrinhas. Mas, o que de fato sabemos é que o amor vence barreiras jamais vistas, mesmo que o inimigo o persiga e tente destruí-lo de todas as formas, mesmo que ele seja um passageiro ou vizinho novo. Porém, agora o que realmente sabemos, é que o navio escola Estrella Siriah tinha apenas um único destino agora. Terra. Onde encontrariam de uma forma ou de outra, em breve ou mais tarde.
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