[65] | Capítulo 6 - Os Segredos de um pergaminho!

Os cinco rapazes reviravam e vasculhavam o Estrella Siriah de proa a popa, de estibordo a bombordo atrás de pistas que pudessem solucionar o problema que eles haviam achado. No entanto, a caçada de Harry, Nicolas, Thomas, Ramiro e Oliver estava incomodando muitas pessoas a bordo do navio, tanto que eles entravam em lugares que não era permitido. Como Ramiro, que entrou na cabine das meninas, e encontrou Jessie seminua e depois de escutar algumas broncas e ser empurrado, ele decidiu bater nas portas antes de entrar. Não somente Ramiro que estava sendo importunado, o comandante também estava. Este havia tomado banho e foi até o guarda-roupas procurar o seu uniforme diário, no entanto, ao abrir a porta encontrou Nicolas dentro do armário coberto por roupas do capitão e ainda com o quepe deste em sua cabeça. Barrett acabou levando um susto e Nicolas sorriu meio sem jeito. Os minutos seguintes foram do rapaz levando broncas e sendo expulso da cabine. Mas, ele não desanimou, e continuou a procurar, assim como os outros fizeram e que também foram expulsos de algum lugar. Harry foi expulso da cozinha por Marge e Thomas foi expulso da enfermaria por Susan por acabar esbarrando em um remédio e fazendo-o derramar sobre uma bancada em que alguns papéis importantes estavam. Mas, mesmo assim, eles continuaram a procurar, mesmo que isso levasse uma semana inteira.

Eles ainda continuavam a procurar a próxima pista que levava a outra fase do jogo. Thomas procurava em diversos lugares altos de sua cabine e de outras cabines, já Oliver e Ramiro procuravam na passarela acima do refeitório e de outros lugares. Mas não encontravam nada. No entanto, diferente deles, Harry e Nicolas decidiram ir para os conveses exteriores do navio, mas, eles deveriam procurar rapidamente o que queriam, pois a tempestade de vento ainda assolava o Estrella e a região. Segurando-se nas barras de metais das paredes do convés exterior, vestidos com roupas adequadas ao frio que vinha juntamente com a tempestade, eles seguiram para o mastro principal. Este situado no centro da embarcação e era o mastro mais alto do navio, tanto que é através dele que a comunicação por rádio amador é transmitida aos outros navios da região. Os dois rapazes teriam que agir rapidamente, ou se não, poderiam se machucar ou levariam broncas e punições do capitão por terem o desobedecido - afinal; uma ordem foi colocada no início do dia e da tempestade, de que nenhum aluno ou tripulante devesse está fora e exposto a tempestade de vento. Caso contrário, a punição seria severa - e rápido como um rádio, seguro por um cabo de aço, Harry começou a subir as escadas do mastro principal, e sob o olhar apreensivo de Nicolas, que com medo, olhava para todos os lados e pedia para que Harry fosse rápido. O auxiliar logo chegou ao topo do mastro e ao chegar no cesto da gávea, pôde perceber que tinha um pequeno papel enrolado e preso a uma falha na madeira do cesto. Ele pegou o papel, o colocou no bolso e rapidamente desceu dali. Minutos depois, eles estavam na sala de aula, onde decidiram abrir o pergaminho e lá tinha outra pista.

- Tudo o que você precisa, está debaixo de uma coisa grande e pequena...- disse Nicolas lendo a mensagem. - O que pode ser?

- Eu não sei. - Respondeu Harry enrolando o pergaminho e colocando-o no bolso de seu short. - Mas vamos procurar, e caso acharem algo, nos encontramos aqui, sim?

Todos eles assentiram e rapidamente deixaram a sala de aula, onde cada um seguiu com o seu parceiro ou estava só, como era no caso de Thomas.

━─━─━─「⊱✠⊰」─━─━─━─

Diferente dos cinco rapazes que se divertiam num caça ao tesouro a bordo do navio escola, o comandante Barrett encontrava-se em um mar de preocupações e aflições. "Como pode isso acontecer e justo nesse momento?", ele pensou enquanto encarava o arco de proa do Estrella navegar dentro de uma tempestade de vento. Aquilo era completamente inédito para os tripulantes daquela embarcação, pois eles nunca haviam visto tais coisas antes e agora precisavam sair urgentemente dali, ou se atrasariam mais para chegar até a terra firme. Um profundo silêncio na ponte de comando estava instalado por ali, e vez ou outra, era intercalado pelo som dos ventos batendo nas escotilhas do navio ou pelo suspiro desanimado do capitão. Porém, de repente, a porta que levava ao refeitório abriu-se e depois passos - de tamancos - foram ouvidos por Barrett, que olhou para trás curioso e avistou Susan com a sua velha prancheta em mãos e com algum relatório. Com um sorriso fraco no rosto e aproximando-se lentamente do comandante, ela logo despertou a curiosidade do comandante em saber sobre o que tinha naqueles papéis que ela trouxe.

- Bom capitão, eu trouxe algumas notícias sobre essa tempestade de vento... - ela disse entregando uma folha ao comandante. - A causa dela é que o ar quente do hemisfério sul está se encontrando com o ar gelado do hemisfério norte, ao ponto de que a temperatura caia bastante conforme nos aproximamos do hemisfério norte!

Barrett assentiu enquanto lia algo na folha.

- E quando isso vai acabar?

- Bom, hoje depois das 20 horas, eu acredito que tudo tenha ficado para trás... - disse Susan suspirando profundamente. - E até lá, teremos que manter a posição, pois os ventos podem danificar o Estrella!

O comandante entregou a folha de volta a doutora e aproximou-se da bancada de equipamentos encarando o mar mais uma vez.

- Muito obrigado, Srta. Andrews. Se houver alguma alteração, avise-me!

Susan recolheu suas coisas.

- Sim senhor, capitão!

E em seguida, deixou a ponte de comando, onde um pensativo William Barrett havia ficado para trás.

━─━─━─「⊱✠⊰」─━─━─━─

Enquanto os meninos continuavam na caça das pistas, algumas meninas se distraiam com jogos, trabalhos, livros ou até mesmo descansavam. No entanto, algumas estavam conversando sobre o seu passado na terra, esse era o caso de Violetta, Jessie, Alice, Violet e Annabeth. Alice - que ficou poucos segundos na roda de conversa - logo saiu dali, dizendo que iria se encontrar com Thomas e saber o que ele estava fazendo; o que não foi muito diferente com Violet, que poucos minutos depois da loira deixar a roda de conversa, também saiu dizendo que iria se encontrar com o seu namorado. O que não despertou nenhum pingo de curiosidade nas suas amigas. Porém, Violet não foi se encontrar com Nicolas e sim, desceu algumas escadas e seguiu para o convés onde a cabine dos meninos ficavam. No caminho, ela andava pelos corredores com um sorriso bobo no rosto, porém, ele foi desfeito quando ela avistou Finnley, que apenas olhou sério para ela e está não esboçou nenhuma expressão de alegria ou algo do tipo. A jovem logo seguiu andando pelos corredores e quando estava na porta da cabine, na qual o seu namorado dormia, ela olhou de um lado para o outro e em seguida entrou sem bater. Andou alguns metros adentrando na cabine e logo seguiu para a cama de Nicolas, onde pegou uma bolsa dele que estava aberta e dela puxou uma camisa - aquela parecia que ele havia usado recentemente - e ainda com o mesmo sorriso bobo, levou a camisa ao seu nariz, onde sentiu o perfume e o cheiro do rapaz. No entanto, ela acabou sentindo uma estranha presença ali, tanto que virou-se rapidamente para trás e pôde ver que tinha mais alguém na cabine. Era uma garota, ela tinha cabelos loiros e grandes, curiosa e pensativa sobre quem poderia ser, Violet deu alguns passos e pôde perceber que a garota usava uma camisa de alguns dos meninos daquela cabine. Pelo tamanho e pelo estilo, a camisa era de Oliver. Então, Violet já sabia quem era.

- Alice?

A garota rapidamente virou-se assustada para Violet e era realmente Alice, que estava assustada e vestida na camisa de Oliver, onde segundos antes, sentia o cheiro do rapaz na camisa.

- Violet? - Alice estava assustada. - O que você faz aqui?

- Eu que lhe pergunto. - Violet disse surpresa. - O que você faz aqui?

- O mesmo que você... - Alice disse ainda assustada e apontando para a camisa nas mãos da sua amiga. - Olha, não conte isso a ninguém, tá?

- Eu não contarei se você também não contar também!

Alice assentiu levando as mãos ao cabelo e logo em seguida, sentando-se na cama de Oliver e sem saber o que fazer. Violet se aproximou.

- Alice, me responda uma coisa? - Violet disse e a loira olhou para ela meio triste. - Você ainda sente algo por Oliver?

A loira abaixou levemente o olhar.

- Sim. E não é algo pequeno... - ela disse olhando fixamente para o chão. - É algo maior que o Estrella!

Violet fez um leve movimento com as sobrancelhas demonstrando surpresa.

- E Oliver sabe disso?

- Não só sabe, como também sente algo por mim!

Violet ficou chocada.

- Sério?

- Não finja surpresa, Violet. Não se lembra da declaração de amor que ele fez para mim no dia em que quase morríamos ao cair daquela cascata? - Alice perguntou levantando da cama e andando alguns passos a frente. - Depois daquilo, eu não fui mais a mesma e agora não posso nem falar com ele, que eu fico boba!

A outra ainda estava chocada e ao ligar os pontos, ficou mais ainda.

- E Thomas sabe disso?

- Ainda não e eu tenho medo dele saber... - ela ficou nervosa. - Eu não quero magoá-lo!

Violet pensou um pouco.

- Tenta usar aquele método que eu lhe disse naquele dia e evite contato com Oliver, talvez fazendo isso, o seu sentimento por ele vai embora!

- Quem sabe... - disse Alice pensativa e logo em seguida olhou assustada para Violet. - Não vai contar isso para ninguém, sim?

Violet sorriu levemente.

- É claro que não, esse vai ser o nosso segredinho, sim?

Alice sorriu de orelha a orelha e abracou fortemente a amiga.

- Fique tranquila, nada sobre isso vai sair de mim, sim?

Alice assentiu e elas logo abandonaram tudo aquilo e deixaram o local, conversando e sorrindo de alguma coisa.

━─━─━─「⊱✠⊰」─━─━─━─

Passaram-se as horas e logo a noite caiu no oceano, na qual a região onde o Estrella estava ancorado era assolado por uma tempestade de vento e isso trazia o atraso do navio para a terra firme. Às 20h40, a tempestade se desfez e às 21h, as velas do Estrella já se encontravam infladas e agora, sob uma velocidade de 14 nós (26 km/h), ele seguia cruzando o oceano e agora rumo a terra firme, onde pretendiam chegar em poucos dias. Às 22h, os alunos ainda continuavam a procurar por pistas e ainda não haviam encontrado nada, e já estava perto do horário do turno de Harry na ponte de comando e eles haviam se atrasado demais no jantar. Agora, em meio a uma correria, eles procuravam rapidamente alguma pista, pois faltavam apenas 30 minutos para o turno de Harry começar. Por fim, na biblioteca no clube acima do refeitório, dentro do livro "A Névoa", Ramiro achou mais uma pista colada em uma das últimas páginas do livro. A página foi quase arrancada por inteiro quando Thomas tentou rasgar apenas o pergaminho lá. Curiosos e eufóricos, eles abriram o pequeno papel e nele continha a mensagem escrita: "na sala com muitas janelas, ao amanhecer, tudo brilhará". Eles ficaram intrigados.

- O que isso quer dizer? - Oliver perguntou confuso. - Será alguma charada?

- Aparentemente não, mas é uma boa pista. - Ramiro respondeu e depois ficou pensativo. - Sala com muitas janelas?

Thomas franziu o cenho.

- Onde isso pode ser?

- Será que é nos conveses baixos? - Nicolas supôs. - Afinal, lá é um corredor cheio de escotilhas!

- Não, não pode ser lá. - respondeu Oliver negando com a cabeça. - Aqui diz sobre uma sala e não sobre um corredor!

Nicolas assentiu e em seguida, Harry estalou o dedo chamando a atenção de todos.

- Já sei onde fica... - ele se afastou ficando de frente para os seus amigos. - Me encontrem amanhã na sala de aula minutos antes do amanhecer, não faltem e não contem a mais ninguém, sim?

Todos eles ficaram curiosos e assentiram. Em seguida, Harry sorriu e deixou todos ali e foi pata a ponte de comando, onde, em breve, o seu turno começaria.

[...]

Passou-se a noite mais complexa do Estrella, onde os vigias foram colocados ao dobro nos conveses de proa a popa, estibordo a bombordo do navio, pois o comandante temia que além da tempestade, um possível ataque poderia ser efetuado na calada da madrugada. Harry - que havia sido ordenado para fazer hora extra no timão - estava exausto e mesmo assim, por volta das 4h30, conseguiu tirar um breve cochilo na sala de aula do navio, onde caiu no sono após ter preparado a sala inteira para o experimento que ele iria fazer em poucas horas. Pontualmente, às 05h55, Nicolas, Oliver, Thomas e Ramiro estavam presentes na escura sala de aula, onde ficaram curiosos para o que iria acontecer lá. A sala estavam com todas as suas janelas cobertas por papeis de cor preta e panos da mesma cor, menos uma, que continha um furo no papel preto. Curiosos e ansiosos, os meninos olhavam o relógio frequentemente e esperavam pelo nascer do sol - que era às 6h05, e só faltava apenas cinco minutos para acontecer - e logo, com uma garrafa de Coca-Cola vazia, Harry posicionou a boca da garrafa na escotilha que tinha o papel preto com um furo.

- E depois disso? - Thomas perguntou curioso. - O que acontece?

- Espere e você verá!

Faltavam apenas um minuto para acontecer o que eles esperavam. E logo, o sol posicionou-se certinho com o alinhamento da garrafa e quando a luz passou pela boca da garrafa e adentrou em seu corpo, luzes de diversas cores brilharam para todos os lados na sala de aula, impressionando a todos ali. Os meninos ficaram maravilhados com as milhares de cores que brilhavam naquela sala, e tudo isso se dava ao tipo do vidro que era feira a garrafa de Coca-Cola. Azul era a cor que mais predominava naquele local, mas quando o sol saiu da posição e o show havia acabado, ele retirou a garrafa dali e ela apontou para uma parte da parede onde ficava o quadro negro. Numa parte em que parecia ser uma parede falsa. Curioso e ágil, Harry andou até ela e bateu nas madeiras da parede e pôde notar que ela era oca, então, com a ajuda de Ramiro e Oliver, eles conseguiram arrancar as tábuas da parede e o auxiliar viu que havia algo escondido naquela parede. Então, ele rapidamente colocou o braço no compartimento secreto da parede para poder resgatar e quando tocou em algo macio e que parecia ter pontas, ele ficou assustado.

- Achei alguma coisa, é macia e parece ser uma torre... - Harry disse tateando o objeto. - Pois tem pontas altas e finas.

- Então tire isso daí pata podermos ver o que é!

Com muito cuidado, o objeto foi tirado do compartimento secreto e puderam ver que era algo grande enrolado em uma espécie de tecido de seda. Eles ficaram intrigados sobre o que aquilo poderia ser e rapidamente retiraram o pano e quando viram o que era, ficaram maravilhados.

- O Estrella em maquete... - Harry disse impressionado. - E muito bem conservado!

- Eu não estou acreditando que perdi o meu glorioso tempo para seguir essas pistas e achar um Estrella de brinquedo... - disse Ramiro reclamando e saindo da sala, sendo seguido por Thomas que também reclamava. - Eu mereço mesmo!

Oliver revirou os olhos com ódio.

- Parem de reclamar, pelo menos foi divertido na caça as pistas...

Oliver deixou o local. Nicolas sorriu.

- Parabéns pelo achado, Harry... - disse o brasileiro sorridente. - Somente você para gostar desse tipo de coisa!

Em seguida, ele deixou o local, onde Harry ficou lá sozinho e logo resolveu sair dali. No entanto, ele estava com a maquete em mãos e acabou tropeçando em uma mesa e deixou o navio cair no chão, onde o mastro principal acabou se quebrando e assustado, ele tentou encaixar, mas viu que tinha um pergaminho ali. Ele apoiou o navio na palma da mão e retirou o pergaminho, mas colocou a embarcação na mesa e abriu o pergaminho, onde nele dizia.

- Tudo o que vocês precisam, se encontra nestas coordenadas...

Harry sabia o que aquilo significava e sabia que aquelas eram as coordenadas da terra firme. Agora, ele sabia onde ficava a terra firme e a fim de saber até onde Finnley iria com tudo aquilo, ele resolveu ficar em silêncio e guardar aquilo para si mesmo. Naquele exato momento, Harry sabia do poder que tinha em mãos com aquele pergaminho e ele sabia muito bem a hora de agir com aquilo.

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