[61] | Capítulo 2 - Rejeições!
O sol já reinava em meio ao céu azul, o vento estava favorável para um dia para navegar a vela. Com as velas estiradas nos mastros e racionando o combustível ainda existente do navio, a embarcação seguia navegando calmamente pelo oceano límpido e calmo. A rotina logo começou a bordo do navio escola, onde os alunos e tripulantes tentam se acostumar com o novo passageiro: Finnley. Este ainda está se adaptando aos dias a bordo do Estrella, mas aparentemente, está começando a enxergar problemas que estão sendo causados pelos alunos, que tem um certo preconceito com a presença dele, pois Darwin deu o seu lugar a ele para que os moradores do Estrella pudessem encontrar a terra firme. Por falar no aprendiz de oficial, na ponte de comando, o imediato está em um conversa com o rapaz deixado no edifício Handel, quando o capitão adentra na ponte, onde está iniciando o seu turno e poucos segundos depois de finalizar uma inspeção diária. Naquele dia, ele está um pouco otimista para aquele dia - apesar de todos os dias ele sempre está sério ou pensativo com algo - e Pearson nota isso. Talvez, o seu otimismo seja por estarem em rota direta com a terra firme e que tinham apenas onze a doze dias para chegar em terra firme.
- Bom dia, Charles! - Cumprimentou Barrett sorridente. - Que belo dia, não é mesmo?
Pearson sorriu.
- Você está muito sorridente hoje, Will! - Respondeu o imediato. - Você precisa ver Darwin, Barrett está muito sorridente!
- Que milagre. O que o comandante tomou hoje? - a voz de Darwin surgiu do rádio amador brincando sobre aquele fato. - Será que ele está assim por causa da terra?
Barrett sorriu.
- Andou lendo meus pensamentos a distância, Darwin?
Todos sorriram.
- E como é que está o seu passageiro? - Perguntou o aprendiz curioso. - Já serviu as boas cortesias do Estrella para ele?
Pearson sorriu.
- Ou seja, Finn precisa ser amarrado no mastro principal durante dois dias, quase igual ao que eu fiz com Nicolas? - Pearson perguntou segurando a risada. - É isso mesmo, Darwin?
A risada do aprendiz ecoou no aparelho.
- Bom, ele ainda está se adaptando a rotina do navio... - Barrett respondeu. - Mas, parece que ele não tem costume de navegar!
- E enquanto aos outros?
- Eles ainda estão tentando se acostumar com Finn, mas parece que vai ser uma tarefa difícil. - Respondeu o comandante ouvindo o rapaz assentir. - Tanto para eles como para Finn!
Houve um breve silêncio antes que o rapaz pudesse dizer mais alguma coisa.
- E... Violetta? - Ele perguntou preocupado. - Como ela está?
Pearson e Barrett notaram a preocupação dele e se entreolharam preocupados.
- Bom, aparentemente, ela ainda sente sua falta e está muito silenciosa. De ontem para cá, ela sempre pega o walkie-talkie e verifica se você está lá... - respondeu o comandante sério. - Se não, ela segue para o convés da popa e olha para o horizonte!
Darwin suspirou tristemente do outro lado da linha.
- Ela sente saudades de você, Darwin, assim como você sente dela... - Pearson comentou triste. - Mas, não se preocupe, cuidaremos dela para você, mas você tem que nos garantir de que ficará seguro aí no Handel, sim?
- Pode deixar, cuidarei mais de mim do que você cuidarão dela! - Ele respondeu um pouco otimista e segundos depois, ruídos começaram a aparecer. - Acho que o sin... está acaban... Boa viagem para vocês; cuidem-se e voltem logo... At... Lo...
Em seguida, o sinal caiu e um barulho baixinho surgiu no rádio, simbolizando de que o sinal do Handel estava fora de alcance.
- Se foi... - comentou Pearson colocando o rádio de volta no lugar. - Pobre Darwin, deu o seu lugar a um completo estranho para levar-nos a terra!
- Mas, ele ficará bem... - Barrett comentou vendo o imediato sair da ponte. - Pelo menos, ele nos certificou disso!
- Assim eu espero! - Pearson disse abrindo a porta da ponte. - Irei ver a minha amada, até mais tarde, Will!
O comandante assentiu e assim que o imediato deixou a ponte, a doutora de bordo, Susan Andrews adentrou na ponte com um belo sorriso e sob passos calmos e tranquilos, onde seguiu até um dos banquinhos que ficavam ao lado da mesa de centro da ponte. A presença dela, certamente, agradava o capitão que sorria de orelha a orelha.
- Bom dia, comandante Barrett! - Ela cumprimentou aconchegando-se no banco. - Finalmente estamos na rota certa, não é mesmo?
- Sim e não vejo a hora de pisar em terra firme! - Barrett respondeu sorridente. - Mas enfim, o que me traz a sua ilustre presença na minha ponte de comando?
Susan sorriu.
- Somente os rotineiros exames dos alunos. - ela sorriu enquanto abria uma pasta e em seguida entregou uma folha ao capitão. - Conforme o senhor pode ver, os alunos mantém a mesma massa muscular e peso do mês anterior, enquanto alguns ainda estão na mesma média desde quando partimos de Liverpool!
Barrett assentiu.
- Isso é ótimo!
O capitão entregou a folha de volta a doutora e ela guardou a folha.
- E nessa semana eu ainda irei coletar os exames de sangue, que são...
Quando a doutora iria completar a sua fala, ela foi interrompida por Oliver, que adentrou no local sem avisar e portanto uma bandeja, onde duas xícaras de café e um pote com açúcar e adoçante se encontravam. Muito provavelmente, Marge os mandou da cozinha para a ponte, pensando que o seu marido - o imediato Pearson - ainda estivesse lá. Enquanto isso, Susan, que fora pega de surpresa, ficou sem reação e estava totalmente pálida por conta do susto. Ela rezava para que Oliver não tivesse ouvido tudo aquilo.
- Bom dia, comandante e doutora! - Cumprimentou o padre sorridente colocando a bandeja sobre a mesa. - A Marge mandou isso para vocês!
- Obrigado Oliver, diga a Marge que eu agradeço muito.
- Sim senhor! - Em seguida, o padre olhou para a doutora que estava totalmente desconcertada sobre a cadeira. - Está tudo bem, doutora?
- Ah sim, está sim, Oliver! - Ela mentiu e forçou um sorriso. - É que o navio balançou e eu sou meio enjoada por causa disso!
- Melhoras, doutora!
Em seguida, Oliver bateu continência e deixou a ponte sem dizer mais nada e deixando uma assustada e desconcertada doutora de bordo; que após terminar sobre a sua informação secreta, deixou a ponte. Mas, afinal, o que era tão secreto que Oliver não poderia saber?
━─━─━─「⊱✠⊰」─━─━─━─
Não muito longe da ponte; exatamente no castelo de proa e no gurupés, que eram lugares excelentes para poder sentir a brisa do vento e ouvir o mar - até mesmo para ver alguns cardumes de peixes que pulavam conforme a quilha do navio cortava as ondas do oceano -, encontrava-se Harry, o auxiliar de convés, que estava de folga do seu turno e fumava um cigarro, onde relaxava encostado na grade de proteção da proa e sentia o vento bater em seu rosto. Segundo ele, aquilo tudo era um ótimo descanso para a mente e para o coração. Tudo o que se ouvia naquele local era apenas o vento e as ondas do mar, mas de repente, alguns passos vindo em sua direção foram ouvidos por ele, que rapidamente abaixou a cabeça e abriu os olhos para ver quem era e ficou surpreso. Era Annabeth. A aluna rebelde do Estrella. Annabeth era uma moça de cabelos longos pretos e sempre portava uma cara fechada, pois segundo ela, o passado a corrompeu e os traumas a fizeram ser daquele jeito. A moça, que quase nunca saía no convés exterior da embarcação, caminho até o auxiliar que ainda estava surpreso, mas com um sorriso no rosto.
- Ora, ora, ora, se não é a rainha do mal humor! - ele brincou. - O que lhe traz até o gurupés do Estrella?
Annabeth, que tentava ao máximo segurar o riso, acabou deixando escapar um nos cantos de seus lábios e Harry notou, porém, nada comentou.
- Nada. O convés é livre e eu tenho o direito de andar por esse navio! - Annabeth mostrou o seu lado ignorante. - Queira você ou não!
Harry sorriu ficando surpreso mais um pouco.
- Wow. - ele exclamou surpreso. - Acalme-se; Srta. Esquentadinha!
Annabeth revirou os olhos e depois passou a observar mais ainda o rapaz, até que ele fechou os olhos e levantou um pouco a cabeça, deu uma tragada no cigarro e soltou a fumaça suavemente, enquanto a moça ainda o observava.
- Porque raios você faz isso?
Harry voltou a olhar para ela e franziu o cenho.
- Isso o quê?
- Isso o que você acabou de fazer antes de eu perguntar!
Ele ficou pensativo, mas logo se lembrou do que exatamente ela dizia.
- Eu estou apreciando a vida. - Ele disse enquanto voltava ao que estava fazendo. - Eu sempre aprecio a vida, mesmo que ela seja dura e rígida, mas eu sempre apreciarei essa pacata vida que eu levo!
Ele voltou a olhar para Annabeth e percebeu que ela estava sorrindo. Então, de repente, ele sorriu e começou a pular de alegria, além de gritar também, como se estivesse comemorando algo e também deixando a moça confusa.
- O que houve, Harry? - Ela perguntou franzindo o cenho. - Foi possuído por algum espírito dançante?
Logo ele parou de comemorar já ofegante, na qual passou a mão nos cabelos para conter o suor que já escorria por seu rosto.
- Melhor ainda. - Respondeu o auxiliar ainda sorridente. - Eu venci na vida!
Annabeth franziu o cenho.
- Como assim?
- Eu venci na vida somente por conseguir arrancar um sorriso seu!
Annabeth quis sorrir mais uma vez, mas conseguiu disfarçar e revirou os olhos.
- Pelo céus, Harry... - disse ela levantando as mãos para o céu e afastando-se dele. - Você é mais tonto do que eu imaginava!
Enquanto isso, o auxiliar apenas sorria sem dizer nada. Logo, a jovem já seguia andando pelo convés e afastando-se dele calmamente. Mas, havia algo estranho com ela, o coração desta palpitava rapidamente e sentia estranhos calafrios na espinha dorsal. Algo realmente estranho estava acontecendo com ela, principalmente quando pensava em Harry. Será que ela estava apaixonada por ele?
━─━─━─「⊱✠⊰」─━─━─━─
Um pouco longe do convés exterior do navio, exatamente um pouco abaixo do refeitório e próximo da cozinha, ficavam os corredores dos tripulantes, que eram: o capitão Barrett, o imediato Pearson e sua esposa, a cozinheira Marge, o professor de sobrevivência Hayes, a doutora de bordo Susan e o auxiliar de convés Harry. O corredor era bem estreito, muito provavelmente devido aos grandes metros que existiam dentro das cabines. Neste mesmo corredor, faltando poucos minutos para o almoço ser servido, a doutora de bordo Andrews voltava da enfermaria com algumas pranchetas e pastas nas mãos, de cabeça baixa e em silêncio, ela cruzava calmamente pelo corredor até que encontrou Hayes encostado na porta de sua cabine, - que estava semiaberta -, fumando um cigarro e com a sua mesma expressão de sempre. Mal humor. Aquela era uma das características marcantes de Hayes, nunca o viram sorrindo e ser viram, foi um milagre ou essas pessoas se foram. Susan, que não temia nenhum pouco do professor, o encarou com a mesma expressão e parou ao vê-lo fumando, segundo depois, ela avistou uma placa de "não fume" e a arrancou da parede. Muito plena e calma, andou até o professor e mostrou a placa a ele, que não entendeu nada.
- Sabe ler?
- Por que você acha que eu sou professor?
Susan sorriu ironicamente.
- Aparentas que não, pois a educação vem antes de casa e depois da escola!
Hayes sorriu.
- Minha casa está aqui... - Ele bateu o pé três vezes. - Debaixo desse casco de aço a mais de mil metros de profundidade!
Susan revirou os olhos de ódio e quando ela estava saindo, Hayes segurou em seu braço. Ambos se olharam sérios profundamente.
- O que queres, John? - Ela perguntou rangendo os dentes. - Diga logo e me solte, eu tenho mais o que fazer!
Hayes a soltou levemente.
- Você sabe que com ele estando a bordo, Wallace estará em perigo! - Hayes disse sério olhando para todos os lados. - Não só para Wallace, mas para o projeto Amazon!
- E você acha que eu não sei? - Susan respondeu na mesma forma. - Se fosse por mim, nem Finn, Sharon, Samantha ou o bando deles teriam entrado no navio!
Hayes continuou a olhar sério para ela.
- Ou seja, achas que tudo é culpa do capitão Barrett?
- Exatamente. - Hayes aproximou-se mais dele e começando a falar baixinho. - O projeto está em risco, srta. Andrews e se Finn abrir a boca para Samuel... Todos a bordo terão um triste fim!
Susan fez um leve movimento com as sobrancelhas.
- O Harry não lhe comunicou nada sobre? - Hayes perguntou a ela que ficou pensativa. - E não reprovou a entrada do jovem?
Susan negou com a cabeça.
- Você sabe como é o Harry... - Susan disse ajeitando as suas pranchetas em suas mãos. - Gelado igual a um gelo!
Hayes sorriu malicioso.
- Ele se sai bem sendo assim!
- De fato!
Susan, sem dizer nada, começou a afastar-se do professor que continuou a fumar.
- Vigie o Harry e Finnley! - Hayes disse quase em voz alta. - As vezes não é bom confiar!
Susan olhou para trás e assentiu sem dizer nada, depois, virou em um encontro de corredores e sumiu do campo de visão do professor.
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Passou-se alguns minutos, e logo o almoço já estava sendo servido aos alunos e tripulantes do Estrella, que se reuniram no refeitório e uma grande movimentação surgiu no local. Finnley, que enfrentava o seu primeiro dia completo a bordo do navio, aproximou-se vagamente dos alunos no refeitório, onde atraiu olhares de algumas meninas curiosos e de alguns rapazes que o repreenderam com o olhar. Marge, que fiscalizava tudo, afastou o novo passageiro e o cumprimentou com um sorriso, e este fez o mesmo. Os alunos: Alice, Violet, Violetta, Jessie, Thomas, Oliver, Ramiro e Nicolas estavam na fila e quando avistaram Finn, começaram a cochichar entre si e a olhar torto para o novato. Momentos depois, com seus pratos já feitos, eles se direcionaram para uma mesa e lá começaram a comer e conversar entre si, no entanto, não imaginavam que Finn, também com seu prato recheado, fosse se sentar no lugar vago ao lado de Nicolas, que não expressou nada e que a sua presença deixou todos ali em silêncio e o olhando incrédulo, enquanto o novato sorria simpático.
- Bom dia, como estão vocês? - Finnley cumprimentou sorridente. - Que belo dia está hoje, não é mesmo?
Ramiro, que abaixou a cabeça e revirou os olhos de raiva, parou de comer e o olhou seriamente.
- Posso lhe fazer uma pergunta, Sr. Finnley? - Ele perguntou seriamente e o novato assentiu. - Nós aqui, nesta mesa e neste lado do navio, demos alguma intimidade a você? Eu mesmo me lembro de não ter dado!
Ramiro, sem se importar com o que Finn sentiu naquele momento, levantou-se e foi para uma outra mesa vazia, onde voltou a comer. Jessie, Nicolas, Alice e Violet o seguiram, ficando assim apenas: Thomas, Oliver e Violetta.
- Desculpe cara, mas gosto deles! - disse Oliver pegando o seu prato e indo até a mesa de seus colegas. - Com licença!
Thomas apontou para Oliver e o seguiu, ficando assim, apenas Violetta, que sem dizer nada, olhou para os seus amigos em outra mesa e voltou a olhar para Finn, que meio triste e pensativo, olhou para a única que restou e abriu um sorriso fraco. Ele estava constrangido e disso era certeza. Violetta, que sentiu o constrangimento do novato, apenas abriu um sorriso e voltou a comer e lá permaneceu com ele, pois passou a entender o lado dele, principalmente depois daquela discussão que tiveram no dia anterior, na qual ela pensou bastante nisso. No entanto, o que os que aqueles que o deixaram sozinho na mesa mal esperavam e mal sabiam, era que o comandante estava na amurada da passarela e de costas para a ponte, na qual presenciou tudo de lá de cima e chegou a uma conclusão. Estão rejeitando Finnley.
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