[59] | Capítulo XX - A Proposta!

Todos estavam animados para partirem rumo ao horizonte novamente, agora com as coordenadas da terra firme. Mas, nem tudo que é bom dura, pois Finn daria as coordenadas ao capitão somente se um deles ficasse no hotel para que o mesmo fosse. Violetta e Violet ainda estavam preocupadas, pois não sabiam qual das duas iriam ficar e por isso, estavam indecisas e a maior parte das vezes, a mais velha assumia o posto e dizia que iria ficar, mas de repente, mudava de ideia e não queria mais ficar. Enquanto eles decidiam, ela e o seu namorado, Darwin, haviam dormido no hotel e em uma dos mais luxuosos quartos, tanto, que tinha até uma banheira naquele quarto. O aprendiz conseguiu descansar durante toda a madrugada, mas Violetta não. A moça passou quase a noite inteira em claro, pensativa sobre qual das duas iria ficar no Handel. Ela viu o sol nascer e muitas das vezes, ia até a varanda observar o mar, o navio, o sol - ou as estrelas durante a madrugada. Quando o sol ficou mais vívido no céu, ela levantou-se, fez suas higienes matinais, arrumou-se numa penteadeira que tinha naquele quarto. Tanto, que usou lápis de olho, blush e outras coisas, que pertenciam a uma mulher chamada "Jane".

Enquanto ela passava o lápis na beirada dos olhos, a mesma olhou para o seu namorado que dormia tranquilo naquela gigantesca cama. Então, cuidadosamente e com um sorriso travesso no rosto, ela andou até ele, sentou-se ao lado do mesmo na cama, levantou a camisa regata dele e começou a escrever algo no abdômen do rapaz. Vezes ou outras ele se mexia repentinamente, mas continuava a dormir igual a uma pedra. Depois de alguns minutos escrevendo uma espécie de "recado" na barriga do seu namorado, Violetta levantou-se cuidadosamente da cama, na intenção de não acordar o jovem adormecido, vestiu-se e antes de sair do quarto, beijou a testa de Darwin e por fim, saiu do quarto e batendo a porta fortemente sem querer, fazendo com que o aprendiz acordasse assustado e confuso. Mas, ele percebeu que havia algo estranho nele, pois percebeu que a sua camisa estava levantada e havia algo escrito em seu abdômen. Então, ele levantou, foi até o espelho e acordou sorrindo com o que leu. Lá estava escrito:

"Por favor!! Não me toque, pois eu tenho dona. Ass: Violetta!"

Após ler aquela frase, Darwin gargalhou e jogou-se na cama mais uma vez.

Uma grande festa foi promovida pelos moradores do Handel para a tripulação do Estrella Siriah, que no meio da tarde, iriam partir rumo à terra firme. A festa foi organizada por várias mulheres que eram muito gentis, tanto que elas pegaram quase todo o estoque de comidas e bebidas do hotel para a comemoração e a breve despedida do navio. Tanto, que organizaram mais uma vez um show de talentos e quem apresentaria a atração, era nada mais e nada menos do que o imediato. Na atração, a banda improvisada do Estrella seria a apresentação principal, na qual Harry e Nicolas - também era guitarrista - eram os vocalistas, Ramiro era baterista, Violet e Jessie eram baixistas. Enquanto o show não começava, Harry e Thomas arrumavam as cadeiras e haviam separado os lugares dos tripulantes e dos moradores. As pessoas do Estrella ficaram no lado esquerdo do salão e os moradores do lado direito, porém, um jovem rapaz de cabelos um pouco grandes e castanhos sentou-se em uma das cadeiras dos lugares dos tripulantes, isso foi o bastante para os dois rapazes irem até ele.

- Olá senhor, esse lugar é para os tripulantes do Estrella! - disse Thomas com toda a sua educação. - Os lugares dos moradores desse homem ficam no outro lado do salão!

O rapaz olhou para Tom, depois olhou para as cadeiras no outro lado da sala e por fim, voltou a olhar para o mais baixo na sua frente.

- Você tem certeza de que quer me tirar daqui?

Tom deu de ombros sem respostas.

- Posso colocar você em outro lugar, mas neste em que está, não poderá ficar.

O rapaz ficou pensativo por alguns segundos.

- E Finnley, onde ele se sentará?

- Nos lugares dos moradores e do lado do piano!

O jovem sorriu e Tom ficou confuso, até que franziu o cenho.

- Porque está rindo?

- Você colocou Finn no lugar errado! - respondeu o jovem e Tom ficou mais confuso ainda. - Ele nunca esteve aqui antes de vocês!

Thomas revirou os olhos.

- Pare de mentiras e saía desse lugar!

- Está bem, está bem, eu saio! - disse o rapaz levantando-se. - Mas se dúvidas, olhe todos os moradores registrados neste hotel!

O jovem de cabelos castanhos seguiu até o seu devido lugar, deixando Thomas confuso. O rapaz de barbas olhou para o de cabelos castanhos e depois saiu andando rumo a uma caixa que tinha no corredor, chegando lá, pegou um dos últimos livros de registros do Handel, abriu o mesmo e procurou pessoas com a letra F, porém, ficou surpreso ao ver que não tinha ninguém com o nome Finnley. Depois, ele correu até o rapaz de cabelos castanhos, onde ele estava sentado numa das cadeiras e com um belo sorriso no rosto.

- Surpreso? - indagou ele com aquele mesmo sorriso. - Imagino que esteja.

Thomas sentou-se ao lado dele.

- Como ele nunca esteve aqui antes de nós?

- Não sei. Talvez ele tenha se escondido no navio quando o mundo entrou no cataclismo!

Tom negou balançando a cabeça.

- Isso é impossível, pois o único que se escondeu no Estrella foi o Donald e ele estava totalmente machucado! - respondeu Thomas, ainda confuso. - E já Finn, ele não tem nenhum arranhão se quer!

O rapaz ao lado dele não disse nada.

- Bom, pelo o que eu me lembro, um dia antes de vocês estarem aqui, ele e outro homem apareceram de repente! - disse o rapaz. - Ambos confirmam que estavam presos no andar 98, sendo que esse andar é o último acima d'água e eu vivia nele antes do cataclismo!

Tom ficou pensativo.

- Aqui nós não tínhamos um líder e de repente ele se tornou o líder de todos, fazendo assim, com que ele fosse o responsável por nós! - relatou o jovem. - Ou seja, de um jeito ou de outro, Finn está mentindo, ele nunca esteve aqui!

O rapaz levantou-se e estava prestes a sair, quando foi impedido por Tom, que segurou a sua mão.

- Pode me dizer mais sobre isso?

O jovem sorriu.

- Depois eu lhe conto! - ele sorriu e saiu. - E aliás, me chame de Brendan!

Em seguida, o jovem Brendan desapareceu em meio à uma pequena multidão que tinha ali.

Não demorou muito para que o show começasse com todos eufóricos e animados, seja participando ou assistindo. Charles apresentava todos os candidatos, na qual a maioria era do hotel. Algumas pessoas apresentavam malabarismos, mágicas, stand-ups e entre outros números que se destacaram naquele dia. Porém, dentre esses números, o que mais tiveram aplausos, foram os mimicos e cantores. Enquanto o show prosseguia, Darwin esperava já quase impaciente o momento certo de falar com Finn, que finalmente ocorreu, após ele ver o jovem passando próximo a ele, que seguiu indo para um corredor e ali foi o momento certo. Ele o perseguiu sem fazer nenhum barulho ou levantar suspeitas, até que finalmente conseguiu alcançá-lo num local deserto do corredor perto de alguns elevadores.

- Finnley, espere aí!

O rapaz parou e virou-se para ele com um sorriso debochado no rosto.

- Bem que eu sentia que estava sendo seguido! - respondeu o líder. - O que desejas?

- Preciso falar com você! - Darwin disse com uma expressão séria. - Melhor, eu tenho uma proposta para lhe fazer!

Finn ficou surpreso. Ficou mais ainda por Darwin está lhe fazendo uma proposta, sendo que ambos nunca tiveram uma conversa sólida ou muito menos amigável.

- E que proposta é essa?

- Eu fico no hotel e Violetta vai no Estrella! - respondeu o aprendiz e em seguida, cruzou os braços. - Agora, eu espero que isso seja uma armação para quando for no meio da viagem eles serem sequestrados, pois se isso ocorrer, irei atrás de você e lhe arrancarei esses seus olhos castanhos, está bem?

Finn gargalhou.

- Virou o dono do mundo agora? - disse Finnley entre risadas. - Depois daqui você vai na proa do Estrella e abrir os braços e dizer que está voando?

O líder gargalhou mais ainda, fazendo com que a raiva do aprendiz ficasse mais alto. McMullen pegou a argola da camisa do líder e o forçou para cima, fazendo com que ele olhasse nos seus olhos.

- Você me entendeu?- perguntou o jovem com os olhos iguais aos de um tigre. - Tente alguma gracinha com eles e você vai se ver comigo, está bem?

Finn assentiu sem dizer mais nada, fazendo assim com que o mais alto o soltasse. Em seguida, Darwin o olhou pela última vez e, por fim, deixou o local.

O show ainda continuava. Todos estavam animados e as últimas apresentações já se encontravam no palco prontas para animar mais uma vez o público, agora era a vez de Oliver cantar uma canção que emocionou o público dias antes do ataque. A canção se chamava "Eu Ainda lhe Amo". Sim, a canção de autoria de Cedric. O jovem homossexual que foi morto inocentemente por uma "culpa" que se anexou ao sacerdote, com isso, ele citou a autoria e dedicação ao finado e por fim cantou a canção, que mais uma vez, emocionou a todos ali. No final dela, Oliver deixou o palco com os olhos marejados e por fim, todos o aplaudiram pela ótima performance. Em seguida, Pearson anunciou a última apresentação do dia, que era a banda do navio. As canções cantadas por elas foram: I Want A Hold Your Hand, If I Fell, I Should Know A Better e The End. Todas essas dos Beatles. A última foi uma espécie de despedida aos que ficarão para trás.

- Bom, essa foi a última apresentação desse dia! - anunciou Pearson assumindo o vocal mais uma vez. - Espero que tenham gostado e eu lhe espero na terra firme. Bom, agora o capitão Barrett irá dar uma palavra a vocês, portanto os recebam com aplausos!

Assim se fez. O comandante subiu no palco e com um belo sorriso se pôs a dizer.

- Eu não irei cantar!- ele disse e todos sorriram. - Mas eu venho aqui para lhes agradecer pela ótima estadia que vocês ofereceram para nós do Estrella. Tirando o ataque que fizeram, mas vamos esquecer isso.

Ele deu uma pausa.

- Iremos zarpar daqui há uma hora, infelizmente nessa viagem levaremos apenas o líder de vocês, o Finn, pois ele tem as coordenadas e só há um único lugar. - ele anunciou e todos ficaram receosos. - Mas, não se preocupem, creio que daqui há cinco dias, ou talvez, uma semana, eu retornarei para buscar os restantes e dessa vez, os retiraremos desse hotel e os levaremos para o que todos anseiam. Terra firme. Portanto, a partir de agora, eu tenho uma promessa com vocês e essa promessa irá se realizar!

Todos vibraram e aplaudiram o capitão.

- Portanto, tripulação do Estrella Siriah! - ele os chamou pelo microfones e todos que estavam sentados ficaram de pé e bateram continência. - Vamos zarpar. Agora, rumo à terra!

Eles sorriram.

Naquela tarde, próximo das 18hrs, o navio escola inglês Estrella Siriah zarpou rumo ao horizonte, dessa vez, em direção à terra firme. As velas estavam infladas e com todos os motores à meia-força, além disso, transportando todos os tripulantes a bordo eufóricos e animados. Porém, nem todos estavam lá. Do alto da varanda do salão, observando o navio indo para o horizonte calmamente durante o começo do pôr-do-sol e com um walkie-talkie nas mãos. Darwin McMullen, o aprendiz de oficial do Estrella. Havia ficado para trás, somente para que sua amada fosse em seu lugar.

- Violetta? Me ouves? - disse ele no walkie-talkie.- Se estiver me ouvindo, eu quero lhe dizer que te amo e que espero lhe encontrar logo.

Ele fez uma pausa e soltou um leve suspiro.

- Portanto... Adeus!

A comunicação foi encerrada com algumas lágrimas descendo dos olhos do jovem, que permaneceu ali sozinho observando o pôr-do-sol. De repente, o salão ficou vazio e silencioso. Não havia mais a alegria que se tinha há menos de uma hora atrás, pois a alegria havia embarcado no navio e zarpado juntamente com ele. O Estrella rumou para o horizonte e ao anoitecer, havia sumido de vista. Eles agora estavam na direção da terra e mal podiam esperar para poder chegar lá e, finalmente, pisar na areia da praia de tal continente, porém, mal sabiam do que iriam ver.

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