9.Quando o desejo ecoa

Pré-revisado, boa leitura.

"Almas gêmeas se encontram, se amam e não precisam de mais do que um olhar para compreender o sentimento tão belo que os envolve." -- Queen The Vampire

Quando o desejo ecoa

Era inacreditável a vergonha que Sn sentia em estar ali parada diante da porta que a levaria para o reino de Qin, tudo por que sumiu de maneira repentina. No fundo, não estava sabendo lidar com toda a confusão que seus irmãos criaram, balançando a cabeça, respirou fundo antes de atravessar a porta torcendo para que nada tivesse mudado...

QIN

Minha mãe anda de um lado para outro com as funções que lhe cabem, chega a ser engraçado ver uma guerreira se desdobrando com serviços triviais e ainda montando sua própria armada. E eu bem, tenho que lidar com o resto, nossa situação é excelente quanto a falta de guerras e prosperidade, mas... Eu sinto que algo está faltando, ao melhor, alguém.

Desde que Sn sumiu se passou quase um mês e infelizmente eu não consigo sair do meu reino, posso atravessar aquela porta mil vezes e sempre pararei em um local diferente da China, às vezes distante demais do meu reino e quando dei por mim que nada poderia me fazer cruzar a linha que divide os reinos, simplesmente parei de tentar. Sei que parece prepotente da minha parte querer ir atrás dela quando, na verdade, bastava esperá-la, mas, de alguma forma, senti que talvez Sn precisasse de ajuda.

-- Imperador o que acha de laranja e vermelho? -- A voz de Meilin me tirou dos meus pensamentos, desde que Sn sumiu a princesa vem se aproximando cada vez mais, como se a deusa nunca houvesse pisado aqui, porém, o cargo que tanto deseja jamais será ocupado. Não por ela. Pisquei algumas vezes imaginando qual cor determinar, estamos prestes a comemorar o ano novo chinês e minha mãe simplesmente arrumou um milhão de responsabilidades só para que ficasse encarregado desta e para completar na minha mente só me vem o tom do hanfu que mandei fabricar para a deusa.

-- Será azul. -- Ela piscou um pouco assustada e não pude evitar de dar meio sorriso.

-- Isso é um tanto quanto...

-- Diferente? -- Completei e ela assentiu. -- Exatamente, pela primeira vez vocês comemorarão nesse tom.

-- E o seu traje? A costureira deve mudar, a realeza sempre passa de vermelho por conta da tradição e... -- Ergui minha destra e ela se calou.

-- Nada será alterado além da cor principal. Agora pode ir Meilin. -- Ela se levantou e fez a curta reverência antes de deixar o salão e pelo resto da tarde eu coordenei cada projeto que seria feito pelo reino, inclusive a construção da muralha que ainda nem chegou a um quarto do andamento previsto para o ano, resumidamente foi um dia extremamente cansativo do qual eu não sentia falta, entretanto, é gratificante ver como as coisas no reino andam se movimentando principalmente nesse período de festas.


[...]


As portas do meu reino foram abertas e o caminhar leve em minha direção parecia ter mais graça que o usual. Sn andava de cabeça erguida e sorriso simples, quando se aproximou sorriu abertamente me olhando com o que parecia ser um pouco de incômodo e creio que seja pelo sumiço.

-- Ainda sou bem-vinda belo rei? -- A cada passo que ela dá é como se tudo ao seu redor ficasse cada vez mais lento e extremamente perfumado. Me levantei e desci do alto do meu trono apenas para estender-lhe a destra e quando ela aceitou puxei lentamente.

-- Sempre que você quiser. -- Beijei o dorso de sua mão, notando o rosto dela um pouco envergonhado. -- Já comeu? Está cansada?

Ela riu alisando minha face e se aproximando cada vez mais antes de deixar um selar em meus lábios.

-- Eu estou bem Qin. -- Sussurrou e notei que todos os meus servos estavam olhando para qualquer ponto onde nós não estamos.

-- Nesse caso que tal me fazer companhia? -- Pisquei para ela guiando-a para o alto até o meu trono que é largo o suficiente para que se sentasse ao meu lado, o que fez com que todos na minha sala se curvassem, é Sn acho que você já deve ter percebido a importância que vem ganhando por aqui.

Ela se manteve quieta e recostada em meu ombro enquanto conduzi as reuniões, isso não é do feitio da deusa que geralmente sai para explorar o meu reino. Passei pouco mais de duas horas nessas reuniões e agora que acabou, deixei claro que me ausentarei um pouco.

Nos levantamos e seguimos para dentro do castelo onde poderíamos conversar seriamente.

-- Por acaso algo te desagrada? -- Perguntei enquanto ela me olhou confusa.

-- Em relação ao seu reino? -- Assenti a pergunta

-- Não é nada, só estou um pouco irritada com os assuntos de família. Agora me diga belo rei, por que de toda essa decoração?

-- Já ouviu falar no ano novo chinês? -- Perguntei, explicando a importância da celebração e os olhos da deusa brilharam.

-- Que interessante, os deuses não costumam comemorar, na verdade, a comemora é por parte dos humanos, antigamente eles realizavam diversas festas e rituais em honra aos deuses ao longo do ano, como os festivais dedicados a divindades específicas, como Dionísio, Apolo, Deméter e outros. Estes festivais incluíam rituais religiosos, sacrifícios, jogos, competições atléticas e banquetes, além disso, na Grécia antiga, os gregos observavam o calendário agrícola, que estava intimamente ligado às estações do ano e aos ciclos naturais, sempre agradecendo a Deméter e por isso realizavam rituais e festivais relacionados ao plantio, colheita, etc.

Tive de sorrir.

-- É no mínimo engraçado que os mesmos louvados tenham tentado destruir a humanidade.

-- Não é? Uma decisão bem estúpida, mas os motivos são completamente entendíveis. -- Aqui encarei Sn um pouco confuso. -- Veja bem, no seu tempo os humanos estavam descobrindo e depois de tantos avanços eles se tornaram e fizeram maravilhas, mas desgastaram muito o planeta, por isso digo que são entendíveis, mas não justificáveis. Afinal o extermínio não levaria ninguém a nada, sejam deuses ou humanos.

Ao mesmo tempo que os olhos de Sn brilham em descoberta, aparentam ter uma inocência em relação a tudo, tirei minha venda e a encarei um pouco curioso antes de tocar seus fios e deslizar meus dedos por seu queixo, trazendo sua atenção toda para mim.

-- Que tal passar o ano comigo? -- Consigo sentir o coração dessa deusa disparado e seus olhos que se prenderam nos meus lábios.

-- Vou adorar.

Deixei um sorriso antes de beijá-la deslizando minha boca lentamente pela dela, sentindo sua língua e seu corpo levemente tenso, até que minhas mãos agarraram a cintura ouvindo-a arfar. Um barulho, no entanto, me fez deixar os lábios dela e ao encarar de onde vinha, duas serviçais estavam dando meia volta e descendo as escadas, provavelmente iriam preparar o quarto, já que deixei implícito que quando Sn retornasse queria o ambiente extremamente adequado só para a deusa.

-- Creio que seus súditos não estejam acostumados comigo. -- Piscou para mim mordendo o lábio inferior, droga Sn, eu não esqueci aquela cena no lago, mas não darei um passo até que tenha certeza de que é isso que você quer, pois, desde que você chegou e que olhei em seus olhos, posso afirmar que pela primeira vez vi o seus do sofrimento, não tão amplo com todos daquele ao meu redor, mas uma mágoa profunda e que você tanto tenta ignorar.

-- Deuses aqui não são vistos, apenas venerados. -- Desconversei, levando-a rir.

-- Não se faça de bobo, belo rei, não combina com você. -- Os dedos dela correram por meu peito antes de sentir seus lábios no meu pescoço e com isso apertei a cintura mais uma vez. -- O que vamos fazer agora? Você está livre não?

-- Você gostou daquele passei não foi? -- Ela assentiu.

-- E pelo visto tem algum lugar em mente para onde possamos ir juntos. -- Sn afirmou e simplesmente entrelacei nossos dedos puxando-a para as escadas a cima em direção ao meu quarto, notando que ela simplesmente aparentava confusa. 


<OFF>


O quarto em tons de vermelho e dourado devido às peças de ouro atraíram atenção dela, mas logo se recuperou encarando o olhar de Qin completamente desprovido de segundas intenções, pelo menos por enquanto, até que você notou a posição quer o Huang estava: parado na porta encarando a varanda com um sorriso mínimo.

-- Claro, um passeio pelo seu reino será interessante, principalmente pelo seu jardim a noite onde poderíamos ficar sozinhos...

Qin Shi Huang acena com a cabeça, satisfeito com a sua ideia, mesmo que estivessem a sós agora.

-- O meu jardim é realmente um lugar especial, principalmente à noite, aquele em que você esteve não é nem a metade deste, veja a vista impecável a sua frente. -- Você se aproximou para notar o que ele tanto tentava demonstrar e realmente a visão era maravilhosa -- Não há nada como aproveitar a beleza da natureza ao lado de uma bela companhia em um ambiente tão único. -- Tais palavras foram ditas como um sussurro ao pé do seu ouvido direito, assim como mão gentil em sua cintura.

-- Vamos então, minha querida, vou te mostrar o caminho até o meu jardim pessoal e garantir que teremos todo o tempo do mundo para aproveitar nossa companhia sem interrupções, até o cair da noite, quando o festival começará.

Ele guia você para fora do palácio pedindo para que feche os olhos, segurando a sua mão com delicadeza. Durante o caminho, Qin conversa de forma divertida e irônica sobre a vida no Império Chinês, mantendo um tom amistoso e descontraído e quando chegam no jardim, Huang para, a sua frente sussurrando que pode olhar e a primeira coisa que vê é a bela face a sua frente antes dele chegar par ao lado fazendo um pequeno gesto com as mãos enquanto aponta para o ambiente ao redor.

Ele te conduz pelos caminhos ornamentado, te deixando impressionada com a exuberância do jardim, onde havia algumas pessoas pelo caminho trabalhando e continuam caminhando até perceber que não há mais ninguém.


-- Agora que estamos a sós e você parece mias relaxada, quer me dizer o que está acontecendo? -- Qin te encarou um pouco determinado enquanto você sorria para ele.

-- Está tudo bem, só me perguntei mentalmente se me adaptaria a uma vida como esta. -- Sn sabia que ele estava se referindo a distância, e principalmente ao fato de estar tão quieta quando sempre demonstra curiosidade a respeito de tudo. No fundo, as palavras de seus irmãos e as suas próprias ações continuam vagando por sua mente e não, apesar de destruir tudo, a culpa não foi sua, afinal estava apenas vivendo a própria vida.

-- Qin, o quê você acha de viajar comigo? Quer dizer, essa sua realidade sempre estará aqui avançando conforme você progride, mas não tem curiosidade de ver como o mundo ficou? Só teve um gosto pelo ragnarok.

Ele alisou sua cintura com carinho antes de beijar seu ombro, preferiu não deixar explícito que tentou sair e te procurar.

-- É uma ideia e tanto, a humanidade demonstrou um grande progresso.

-- Você nem imagina... -- Sua voz saiu um pouco mais baixa enquanto se sentia guiada.

-- O que gostaria de fazer Sn? Anda bem quieta desde que chegou aqui.

-- E você muito receptivo, já que sempre deixou claro que deveríamos ser discretos, primeiro no seu trono e depois no corredor do palácio, por acaso mudou de ideia belo rei?

Ele sorriu minimamente.

-- Ou será que sentiu tanta saudade que mudou de ideia? -- Você notou o leve rubor nas bochechas dele e sorriu satisfeita se aproximando e beijando o canto dos lábios. -- Saiba que também senti. -- Piscou divertida, voltando a caminhar pelo local. Reconhecendo uma beleza ímpar e não convencional que parecia ter saído de um quadro.

-- Sn não me provoque... Eu estou mantendo o máximo de controle que tenho, mas você é fascinante. -- Qin pela primeira vez desde que se conheceram deixou escapar o pensamento conforme se aproximava de ti. De certa forma você gostou de saber que o desestabiliza assim como ele faz contigo.

-- Serei bem direto com você, bela deusa. -- Te provou virando seu corpo de encontro ao dele de modo inesperado pelas mãos em sua cintura cm tanta firmeza e o olhar intenso. -- Eu quero que fique, sei que as relações para os deuses são um tanto quanto... Amplas, mas eu penso de forma diferente e gostaria que avaliasse.

Sn arqueou a sobrancelha um pouco confusa.

-- Está me pedindo para morar em seu palácio? -- Qin riu com sua falta de ideias.

-- Quero bem mais do que isso, Sn. -- Sussurrou antes de beijar sua boca com vontade, chegando a bagunçar seu vestido com o atrito dos corpos e mãos firmes em sua pele. Quando o ar os faltou, o Huang pode ouvir o som do gongo e respirou profundamente, dessa vez contrariado com as próprias regras, não queria sair dali, mas tinha um evento a reger e não poderia simplesmente ignorar.

-- Devo retornar. -- Ele sorriu, notando seus olhos brilhantes e lábios levemente inchados. Qin te ofereceu o braço. -- Me fará companhia?

-- Claro.

Ambos caminharam calmamente de volta ao quarto, com ele matando a sua curiosidade a respeito das principais atividades do evento e acima de tudo sobre o próprio jardim e alguns segredos que forma ideias da própria mãe.

Quando passaram pelo quarto dele, Qin fez questão de te levar até o seu e antes de partir para as atividades que se seguiram deixou um leve selar nos seus lábios.

Chegava a ser engraçado que o Imperador estivesse quebrando todas as regras que sempre seguiu por agir com o coração na presença daquela que claramente estava interessado, Sn não e deu conta de que sumiu por meses e ele também não invadiria sua privacidade dessa forma, pois, no fim o tempo passou de maneira diferente quando Dália o refez, a própria Sn não sabia disso e de certa forma não importava mais, pois estavam bem.

E agora Sn encarava o belo hanfu azul sobre a cama, no começo pensou como vestiria aquilo até que as damas que te fariam companhia adentraram o quarto e preparam o seu banho, após estar devidamente perfumada e com os cabelos untados em óleos nobres e muito bem arrumados elas começaram a te vestir.

-- Espera é muito pano, vamos ignorar aqueles ali. -- você apontou para cinco partes que deveriam vir abaixo do traje principal e que provavelmente estruturariam melhor o traje, fora que três das peças serviam de roupa íntima que você raramente usava fora das que estava acostumada, ou seja, o bom e clássico sutiã e calcinha criado pelos humanos. As damas acharam estranho as peças, mas você não se importou, porém, preferiu deixar os seios nus devido à camada dupla de tecido, não queria nada te apertando além do necessário.

Ninguém ousou dizer nada, mesmo achando estranho, o boato de que o imperador estava em momentos íntimos pelos corredores do castelo já havia ecoado por todo local e sabiam que se tratava da "estrangeira."

[...]

O Ano Novo Chinês, também conhecido como o Festival da Primavera, era uma celebração significativa que marcava o início do novo ano no calendário lunar chinês e Sn percebeu que algumas práticas apesar de comuns permaneciam sendo feitas com atenção, como, por exemplo, a limpeza da casa ao qual assistiu de longe desde que chegou e não adentrou a porta para reino dele, a reunião familiar que aconteceu seguidamente e não participou por que estava sem entender como adentraria o local ignorando o sumiço ocasionado por Poseidon.

No presente momento você assistia *Hongbao (envelopes vermelhos) ser distribuído através da janela de seu quarto enquanto encarava de vez enquanto o espelho para ver a se aprovava a maquiagem, no fim você fez com que retirassem estava muito mais clara que sua pele e você não gostou, optando apenas pelos lábios tingidos e um rubor natural nas bochechas. Batidas soara a porta e quando uma delas abriu lá estava Chun Yan.

-- O vestido ficou muito bonito em você Sn. -- A chinesa elogiou.

-- Obrigada, ele é meio pesado, espero que haja problema por que retirei algumas partes. -- A morena riu.

-- Fique à vontade, tudo o que Qin quer é isso e acho que você também, afinal ele dedicou esse festival a você. -- Seu coração disparou com a pequena revelação assim como suas pupilas dilatando, afinal de contas os deuses não são tão diferentes dos humanos quando estão completamente apaixonados.

-- Na verdade, eu gostaria de vê-lo agora. -- Foi sincera, deixando escapar o primeiro pensamento.

-- Nesse caso terá de esperar um pouco, vamos fazer a refeição da véspera de Ano Novo enquanto ele termina de apresentar as festividades e receber as bênçãos.

Você a encarou um pouco confusa:

-- Não deveria estar ao lado dele, já que é seu filho? -- Perguntou baixinho já que as damas estavam de olhos e ouvidos atentos para a fofoca.

-- Sim, mas como você está aqui consigo me livrar de certas formalidades que são um pouco chatas. Agora vamos.

Você assentiu e assim seguiu ao lado dela conversando sobre o festival que a cada momento te deixava mais animada, os fogos logo começariam e gostaria muito de ver. Ao lado de Chun Yan e Meilin você fez sua refeição, depois visitaram alguns templos e por fim retornaram ao local, você achava engraçado que a mulher dada como princesa fizesse preces referente aos reis e imperadores, você somente prestava atenção respeitando os costume em silêncio, mas não os seguindo afinal é uma deusa e religiões foram criadas para venerar seres como você, entretanto achava bonito o apego dos mortais e suas tradições.

O palácio estava silencioso e isso te fez estranhar, mas não disse nada, bem no centro estava ele, em trajes vermelhos, tão belo como da primeira vez que viu, seus olhos brilharam enquanto o observava de longe, Chu Yan e Meilin foram as primeiras a cumprimentá-lo enquanto você permaneceu parada o encarando, seu coração batia tão forte enquanto encarava o imperador e Chun Yan sorriu de lado se aproximou e sussurrou algo, seguidamente o rubor se fez presente na nas bochechas do rei. Você nem percebeu, pois estava concentrada nele como um todo. Chun Yan saiu seguida por Meilin e só assim o imperador se aproximou de você.

-- Sn você está deslumbrante. -- Ele beijou sua mão sem tirar o olhar dos seus.

-- Digo o mesmo de você e não imaginei que esse festival fosse tão bonito. -- Sorriu e se aproximou sendo agarrada por ele que te virou na intenção de caminhar pelo local fazendo com que seu coração batesse mais forte.

-- O desfile está prestes a começar e você vai adorar. -- A voz suave arrepiou sua nuca enquanto ele deslizava os dedos pela sua cintura, contemplando o hanfu estruturado.

-- Você é uma deusa em todos os sentidos Sn. -- Ele beijou seu ombro te oferecendo a esquerda, ao qual foi bem aceita por ti conforme seguiam para fora do palácio.

Já estabelecido em um trono com visão ampla do desfile que se iniciaria, Qin Sn, Chun Yan e Meilin estavam quietos e compenetrados.

Os desfiles eram uma exibição colorida e animada de cultura, tradição e espiritualidade. Logo no início os batuqueiros marchavam ao ritmo de tambores tradicionais, preenchendo o ar com uma batida vigorosa e energética que ecoava pelas ruas do reino. A batida marcante e ritmada anunciava a chegada do desfile, atraindo os espectadores ansiosos pelas festividades que estavam por vir.

À medida que o desfile avançava, dançarinos vestidos com trajes elaborados de leões e dragões emergiam, dançando em movimentos graciosos e poderosos. Os leões, com suas cabeças enormes e coloridas, eram animados por dois dançarinos, enquanto o dragão, uma figura mítica reverenciada na cultura chinesa, serpenteava pelas ruas, movendo-se em sincronia com o ritmo da música e os acenos da multidão como se tivesse vida própria. Além dos leões e dragões, outros personagens e símbolos importantes poderiam ser vistos no desfile, como deidades da prosperidade e da riqueza, entre outros. Os espectadores aplaudiam e vibravam, imersos na energia festiva e na atmosfera de alegria e renovação. Fogos de artifício iluminavam o céu, enchendo-o com explosões de cores brilhantes e enchendo o ar com o som estrondoso de sua explosão, simbolizando a afugentação dos maus espíritos e a recepção do novo ano com esperança e otimismo.

No final do desfile, aos poucos as pessoas se dispersavam, levando consigo memórias vívidas e uma sensação de comunidade e união que caracterizava o espírito do Ano Novo Chinês e para você acabou sendo mais uma bela experiência que jamais esqueceria.

O imperador deu seu último aval deixando claro que gostou do festival e voltou aos "familiares" dessa vez fizeram a refeição juntos, o jantar de ano novo ocorreu sobre uma conversa muito agradável a respeito do que esperavam para o ano que viria, você achava um pouco engraçado o fato de que todos presentes à mesa sabiam que esse era o pós ragnarok e ainda assim tentavam viver suas vidas em paz.

Quando tudo acabou se despediram e você voltou a ficar sozinha com o Huang.

-- E então Sn o que espera de sua estadia aqui? -- Ele foi direto enquanto se levantavam e seguiam pelos corredores do castelo, o destino seria os aposentos reais, pois, queria ir ao jardim novamente. Toda a sua vida você viveu em Atlântida e agora simplesmente queria transitar ao ar livre, não apenas no mar como nos domínios de seu irmão ou num castelo tão luxuoso quanto o dos deuses.

-- Para ser sincera, eu quero conhecer o seu reino e você em específico. -- Adentraram o quarto dele, atravessando o aposento real e seguindo até a varanda, Qin sorriu para ti alisando sua face e deixando um carinho gostoso antes de te beijar lentamente deslizando os dedos por seu cabelo com calma para não despenteá-lo, descendo por sua lombar até apertar sua cintura bem estruturada pelo vestido.

Ao faltar o ar, ele se afastou minimamente para analisar sua face e finalmente retirar a venda para te ver plenamente.

-- E o que deseja saber? -- Você ficou um pouco sem reação, afinal não tinha uma pergunta formada ou sequer uma ideia.

-- Talvez o que sentiu quando eu fui embora contra minha vontade.

-- Isso? -- Você assentiu. -- Bom... -- ele sorriu de maneira ácida antes de beijar sua mão e depois seu pescoço. -- Foi Claramente sequestrada e com as limitações do Elísios eu não pude ir atrás de você.

-- Não foi essa a minha pergunta. -- seus dedos subiram pelo peitoral dele antes de tocar o queixo. -- Responda direto belo rei, enrolar não combina com você...

-- E não é isso que está fazendo agora? Você não me parece certa das suas verdadeiras e perguntas, mas te respondendo, eu não gostei nenhum pouco da sensação de impotência e de não poder fazer nada por você. --Seu sorriso se alargou ao se aproximar mais e deixar um selar nos lábios dele.

-- Parece que sentimos a mesma coisa, em sentidos mortais, eu sou um pássaro que acabou de escapar da gaiola e que vai aproveitar os séculos com toda a vontade que tem.

-- Ah é? Então o meu reino é um ponto de diversão para você deusa? -- Qin ironizou enquanto você se desfazia do acessório de cabelo deixando os fios completamente soltos e sorriu para ele assentindo de olhos fechados.

-- Você inteiro é um ser fascinante ao qual pretendo desbravar belo rei. -- De certa forma Qin se sentiu encurralado por você, mas ao olhar em seus olhos, a malícia tomou conta dos lábios do imperador que mordeu o inferior tocando o fino decote do seu hanfu e gerando uma breve expectativa por todo o seu ser.

Talvez o imperador se permita deixar de lado todo o pudor apenas para satisfazer os seus desejos e matar a sua curiosidade.





*Hongbao ou envelopes vermelhos, contendo dinheiro eram distribuídos durante o Ano Novo Chinês como um símbolo de boa sorte e prosperidade. Eles eram dados principalmente às crianças e aos mais jovens da família.

O bloqueio é foda, desculpem pela longa espera, em breve volto para concluir a fic.
Me pediram pra usar a cama dessa vez hahahah vocês são demais, vai ser na varanda (levem na zoeira). 

Ai gente li o capítulo do início da luta do Susano contra o Okita e o Susano merece um one só dele, adorei o personagem então em breve atualizo o livro de imagines. 

Até o próximo capítulo abaixo o Hanfu lindo que Qin mandou fazer.


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