CAPÍTULO 12

A água morna banhava meu corpo quente e suado que ainda se recuperava das sensações intensas que os toques de TaeHyung me causaram. Eu ainda sentia as marcas, que fazem agora companhia para as pequenas estrias, latejarem nas nádegas e minha intimidade ainda estava sensível. Em minha mente, duas vozinhas discutiam ferozmente. Era o meu lado racional me condenando por ter me rendido ao meu eu animal, que sempre me convencia comer besteiras ao invés de frutas, assistir ao invés de ir à academia ou estudar e agora ter "quase" fodido com meu chefe. Bom, eu não me arrependo.

Quando meu rápido banho acabou, visto uma camisa branca que parecia um vestido em mim e uma calças moletom, roupas emprestadas por TaeHyung. Vestida, eu deixei o banheiro de sua suíte. Encontrando-o deitado em sua cama, de peitoral exposto ainda com suas calças desabotoada, enquanto mexia em seu celular.

ㅡ Quer dormir aqui ou irá para casa? ㅡ indagou quando me percebeu.

ㅡ Para casa, vou de ônibus, não se preocupe. ㅡ respondi recolhendo minhas roupas do chão.

ㅡ Não quer que eu te leve?

ㅡ Não quero incomodar.

ㅡ Está arrependida? ㅡ me olhou preocupado.

ㅡ Não, é claro que não.

Ele se levantou da cama e caminhou na minha direção.

ㅡ Se quiser ficar ou precisar de uma carona é só dizer, mas se quiser ir e fingir que nada aconteceu eu vou entender.

ㅡ Sua gentileza ainda está me assustando. ㅡ brinquei.

Ele soprou um risinho.

ㅡ Sabe, eu não costumo tratar mal as garotas com quem eu quero foder, só se elas me pedirem.

ㅡ E você quer me foder?

ㅡ Para de se fazer de sonsa porque eu sei que você não é. ㅡ se aproximou.

ㅡ Tá legal. ㅡ ri. ㅡ Vou tomar um banho. Você vai ficar ou ir embora?

ㅡ Irei te esperar.

Então ele foi para o banheiro e eu o esperei sentada na cama divagando sobre tudo o que aconteceu nela minutos atrás. Meu corpo estremeceu quando ele deixou o banheiro apenas de cueca, sim, mesmo depois de tudo, vê-lo assim ainda me afeta.

ㅡ Você deveria estar acostumada com a visão do meu corpo, já que assiste tantos vídeos meus.

ㅡ Eu não assisto seus vídeos. ㅡ franzi o nariz.

ㅡ E eu sou virgem.

Ri com sua ironia, assistindo ele vestir um short de flanela por cima da cueca.

ㅡ O que te levou a fazer aqueles vídeos? ㅡ questiono descontraída. ㅡ Sei lá, você simplesmente acordou e decidiu ser um ator pornô ou algo do tipo?

TaeHyung soltou um longo suspiro enquanto terminava de vestir uma camisa.

ㅡ Não foi bem assim. ㅡ riu tentando disfarçar a voz afetada. ㅡ Eu tive os meus motivos e um deles foi o desespero por independência. ㅡ disse rápido como quem quer acabar logo com aquele assunto. Contudo, como se tacasse o foda-se para a briga interna que estava tendo, ele prosseguiu, caminhando até que estivesse sentado ao meu lado. ㅡ Quando eu tinha dezessete anos, minha mãe morreu em um atropelamento. Meu pai, para lidar com o luto, sempre estava bêbado, às vezes drogado e acabou se tornando agressivo. ㅡ TaeHyung disse desconfortável com as lembranças. ㅡ Eu estava desesperado para sair daquele inferno, às vezes eu dormia na rua apenas para não precisar voltar para casa e ter que lidar com ele completamente fora de si. ㅡ Ele sorriu, mas é um riso triste.

Cá estamos nós, mais uma vez, falando de um assunto delicado para ele. Eu sou péssima em puxar assuntos, credo.

ㅡ Não precisa contar se não se sentir confortável. ㅡ eu disse ao sentir o peso que suas frases traziam.

ㅡ Eu meio que fugi de Daegu para Seul, quando havia completado dezenove anos, sem nada e nem ninguém. ㅡ prosseguiu ignorando minha fala. Seu olhar ficou longe, como se estivesse assistindo seu passado e ele transborda dor, o que faz meu coração apertar. ㅡ Eu precisava comer, me vestir, de um teto e eu não conseguia nenhum emprego. Então eu me vi diante de uma única opção. ㅡ ele fez uma longa pausa. ㅡ Mesmo sabendo ser algo ilegal, virei garoto de programa. O dinheiro não era muito, mas era o suficiente para eu poder alugar uma quitinete e comer. Um tempo depois, recebi uma proposta do dono de um estúdio de pornografia nos Estados Unidos. Quando me dei conta, já havia me tornado o V, um brinquedinho sexual caro que homens e mulheres endinheirados adoravam ostentar por aí.

ㅡ Você ainda faz?

ㅡ Não, já faz um tempo que deixei tudo aquilo. Quase sete anos. Parei quando me apaixonei por uma mulher e então pela primeira vez eu vi esperança de deixar aquela vida. Nós ficamos juntos por quase cinco anos e nesse tempo ela pagou minha faculdade, me sustentou durante os quatro anos em que estive estudando, com a condição de ser só dela.

Permaneço calada.

ㅡ Porém, fiz uma merda muito grande, eu a desejava mais que uma amante, queria que ela deixasse o marido e ficasse comigo, mas deu tudo errado e... ㅡ dessa vez sua expressão tornou-se tensa e os olhos úmidos. ㅡ ela morreu.

O encaro surpresa, nunca imaginei que essa era a realidade de TaeHyung. Sinto-me péssima por ele.

ㅡ Desculpa, não sabia ser um assunto tão delicado.

Porra, uma simples dúvida trouxe uma resposta tão triste e doloroso.

ㅡ Tudo bem, já faz três anos que ela morreu e você não tem culpa de nada, então não se desculpe. ㅡ mostrou um sorriso forçado enquanto secava as lágrimas que haviam brotado.

ㅡ Eu não deveria ter, sei lá, usado seus vídeos para te chantagear. Eu não fazia a mínima ideia.

ㅡ Tudo bem.

ㅡ Vem cá. ㅡ me levantei abrindo meus braços para um abraço.

ㅡ O que você está fazendo?

ㅡ Vou te dar um abraço.

ㅡ O quê?

ㅡ Eu li que abraços fazem bem e poderem estimular nosso corpo a liberar hormônios que nos deixam calmos e felizes.

ㅡ Não seja boba. Eu estou bem.

ㅡ Para de se fazer de durão. ㅡ O puxei pela mão, com ele de pé, abracei sua cintura fina e ele retribuiu o toque timidamente. Minha cabeça pousou em seu peito sentindo seu calor mais uma vez enquanto ouvia o pulsar de seu coração.

ㅡ Eu nunca falei disso antes, então por favor, não conte a ninguém. ㅡ sussurrou.

Desde o dia em que ameacei TaeHyung com seus vídeos, ele me mostrou ser alguém diferente do ogro que convivi por dois meses no escritório. Em alguns momentos pensei estar sendo gentil para não me dar motivos para espalhar seu segredo. Porém, hoje, diante de todas essas confissões tão íntimas, vejo uma oportunidade de desenvolver uma relação sincera e amigável com ele.

ㅡ Eu prometo.

***

Os primeiros raios de Sol adentrava o quarto pelas frestas das cortinas, me despertam e logo vejo que estou sozinha na grande cama do quarto de TaeHyung. Acabei dormindo aqui após ser convidada para assistir a filme na televisão de seu quarto, O menino do pijama listrado, que me fez chorar e arrancar gargalhadas dele por conta de meus soluços dramáticos. No final do filme, ele saiu para preparar um chá e sem perceber adormeci antes que ele voltasse.

Após usar o banheiro, eu saio para procurar TaeHyung pela casa. Mas mal dei três passos para fora do quarto, quando fui surpreendida quando a porta vizinha foi escancarada e ele com os cabelos castanhos apontados para todos os lados e o rosto inchado de sono, saiu desesperado com o celular na mão.

ㅡ Porra, estamos atrasados para a reunião com o laboratório! ㅡ disse com a voz rouca pelo recente despertar. ㅡ Já são dez horas! Temos apenas trinta minutos!

Arregalei os olhos e corri para pegar minhas roupas em seu quarto e TaeHyung fez o mesmo, vestindo um terno por cima de seu pijama.

Eu, por outro lado, parei analisando minha roupa, toda amassada e o pior de tudo, eu estava sem calcinha. Eu preciso ir para casa pegar roupas limpas e vestir minha "preciosa", não posso ir toda abarrotada para uma reunião tão importante.

ㅡ TaeHyung, preciso que ir na minha casa. ㅡ disse enquanto ele pula de um pé só para enfiar o outro na meia.

ㅡ Nós não temos tempo.

ㅡ Mas eu preciso trocar de roupa.

ㅡ Use estas, quando a reunião acabar você vai para casa e troca.

ㅡ Eu estou sem calcinha, minhas roupas estão todas amarrotadas e tem porra na minha saia!

Ele bufou assentindo, correu para o banheiro e voltou um tempo depois com os cabelos penteados e a cara lavada, pegou um par de sapatos, uma gravata, um blazer e disse:

ㅡ Vamos logo!

Corremos em direção da garagem de sua casa, só paramos para pegar sua bolsa de trabalho na sala, nos lançamos no carro e seguimos em alta velocidade para o prédio onde moro. Quando o automóvel parou na frente do edifício pequeno e velho do outro lado da cidade, disparei pelos quatro lances de escadas até meu apartamento.

Sem tempo para cair dura por falta de ar ou tremedeira nas pernas, retirei minhas roupas jogando-as pelo chão enquanto seguia para o quarto onde me vesti, peguei meus sapatos, uma bolsa satchel onde coloquei meu computador e a enchi de maquiagem, e retornei ainda descalça para o sedan como o flash. Percebi que TaeHyung já havia colocado seu blazer, a gravata e calçado seus sapatos.

Enquanto ele acelerava em direção do restaurante onde nos encontrariamos com um representante do laboratório, eu intercalava entre cobrir minhas olheiras e tentar domar meus cabelos com um coque.

Enfim, chegamos ao restaurante luxuoso com dez minutos de atraso e seguimos sem mais empecilhos para dentro do local, enquanto o carro era levado por um manobrista. Na entrada, somos recepcionados gentilmente por um funcionário, que nos direciona para a mesa reservada.

Caminhávamos calmamente pelo lugar sofisticado, todavia, durante todo percurso sinto inúmeros olhares se prenderem a mim e ouço alguns cochichos, o que me deixou acuada.

ㅡ Senhora. ㅡ Alguém tocou meu braço, interrompendo meus passos. TaeHyung, que seguiu a minha frente com o funcionário, logo percebeu.

ㅡ Está tudo bem? ㅡ Ele encarou a mão do homem em meu braço com hostilidade.

ㅡ Eu só queria dizer que o zíper do seu vestido está todo aberto. ㅡ sussurrou para nós.

Eu arregalei os olhos sentindo minhas bochechas entrarem pela vergonha. Confesso que esta seria a hora perfeita para deixar de existir.

E diante de minha inércia, TaeHyung, tocou meus ombros virando-me de costas para ele.

ㅡ Você é tão desatenta. ㅡ murmurou contendo um riso enquanto subiu o zíper com força.

Após aquele enorme constrangimento, que ainda coloria minhas bochechas, o homem se despediu totalmente sem graça.

ㅡ Não precisa ficar com vergonha, suas costas são lindas. ㅡ mostrou um sorriso zombeteiro.

Eu esmurrei seu peito revirando os olhos e voltamos a caminhar pelo grande salão do restaurante, sob direção do funcionário.

ㅡ Com licença senhor. ㅡ Ele chamou a atenção do homem que se concentrava em seu celular, quando paramos diante de uma mesa em uma parte mais reservada. ㅡ Seus convidados chegaram.

TaeHyung ficou paralizado ao encarar a face do representante do laboratório e eu quase engasguei ao reconhecê-lo.

Park JiMin, o homem do gatinho.

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