Após chegar em casa me apressei para tomar um banho longo e quente para livrar meu corpo dos resquícios daquele dia. Comi um sanduíche que montei enquanto conversava com minha mãe, coloquei-me debaixo das cobertas, mesmo sendo sete da noite, desejando dormir o mais rápido possível e esquecer o que aconteceu naquele escritório.

Entretanto, por mais que lute para que o sono me embale, os toques daquele idiota não saem da minha mente. Sua voz sussurrando de forma tão suja em meus ouvidos, ecoa em minha cabeça tirando-me completamente o controle.

Que tortura!

De repente meu celular vibrou, indicando uma ligação. Preguiçosa, eu tateei os lençóis em busca do aparelho e quando eu o tenho em mãos, atendo.

ㅡ Alô?

ㅡ_____!

Era a JiSoo.

ㅡ Fala.

ㅡ Se arruma que eu vou te buscar daqui a uns trinta minutos.

ㅡ O quê? Para aonde vamos?

ㅡ Te vejo agorinha. ㅡ ignorou minha pergunta e encerrou a ligação.

ㅡ Fala sério, JiSoo!

Eu não tinha escolha, sempre que ela me ligava assim significa que ela vai me levar por bem ou por mal. Certa vez, ignorei seu "convite" e acabei indo para um show do Mamamoo usando pijama.

Momentos depois, estou correndo em direção ao seu carro segurando o sobretudo com força para me proteger do frio já que por baixo eu trajava apenas um vestido rodado preto.

ㅡ Para aonde vamos? ㅡ perguntei assim que entrei no carrinho amarelo.

Chamamos ele de Pikachu, pois é amarelo, pequeno e fofo.

ㅡ Oi para você também. ㅡ disse com humor dando partida no automóvel.

ㅡ Oi! JiSoo, para aonde vamos?

Ela revirou os olhos rindo.

ㅡ Para um bar. ㅡ respondeu simples.

ㅡ Um bar? Terça-feira? Você só pode estar louca, temos que trabalhar amanhã!

ㅡ Relaxa.

ㅡ Você não tem jeito. ㅡ lamentei balançando a cabeça negativamente, focando o olhar na cidade que passava pela janela.

Durante o percurso, fiquei ouvindo JiSoo contar sobre seu novo caso amoroso. Na verdade, não consegui prestar atenção no que ela dizia, pois, minha mente estava na dúvida se contava ou não a respeito do que aconteceu no escritório. No final, decidi deixar esse assunto para outra hora ou quem sabe, nunca contar. Certamente ela me zoaria, e muito. Assim que chegamos no tal bar, um manobrista leva Pikachu para o estacionamento e seguimos em direção à entrada.

Isso não era um simples bar, era um puta bar onde as bebidas devem ser tão caras quanto os meus sapatos. Só para ressaltar, estou usando o mais caro da minha humilde sapateira. Está bem, talvez eu esteja exagerando, mas ainda era um bar aparentemente caro.

ㅡ Você é louca! ㅡ exclamei entre dentes enquanto caminhamos lado a lado para a entrada do estabelecimento. ㅡ Como vamos pagar por algo aqui?

ㅡ Relaxa. ㅡ sorriu sapeca quando entramos.

ㅡ Boa noite. ㅡ A maitre nos recepciona com um belo sorriso.

ㅡ Boa noite. ㅡ JiSoo oferece um sorriso a altura. ㅡ Convidadas do senhor Jung. ㅡ Estendeu um papel para mulher. Um convite.

ㅡ Me acompanhem por favor. Seguimos a mulher de longos cabelos loiros pelo bar luxuoso até o fundo, onde havia uma escadaria que nos levou ao segundo piso. Uma porta foi aberta revelando uma grande área vip, havia várias mesas e, no fundo um longo balcão ocupado por cinco bartenders. O local estava repleto de pessoas e a maioria eram funcionários da Venus.

ㅡ Aproveitem. ㅡ disse a loira prestando uma rápida reverência.

ㅡ Obrigada. ㅡ JiSoo devolveu a reverência entrando no local.

Fiz o mesmo antes de me juntar a minha amiga.

ㅡ O que está rolando? ㅡ perguntei retirando o meu sobretudo assim com JiSoo, que revela seu vestido vermelho vinho bem justo.

ㅡ Só vem.

Passamos pelo amontoado de gente que conversavam e riam alto, até que eu avisto senhor Jung em uma das mesas conversando animadamente com outros dois homens. Porém, ao reconhecer meu chefe como um deles, travou meus passos de modo a dar meia volta e fugir para casa.

ㅡ O que aconteceu? ㅡ JiSoo perguntou quando parei de andar bruscamente.

ㅡ Eu quero ir para casa.

ㅡ O quê? ㅡ Me segurou pela mão.

ㅡ Eu vou para casa, não estou me sentindo bem. Minha menstruação desceu. ㅡ Menti e meu desespero só aumenta quando HoSeok nos encara com um largo sorriso.

ㅡ Não desceu não! Nós sempre ficamos menstruadas na mesma semana e sua cara enche de espinhas.

ㅡ_____! JiSoo! ㅡ Ele nos chamoi acenando para nós com aquele sorriso gentil de sempre.

JiSoo aproveitou de minha rápida distração e me puxa em direção a mesa, onde os três homens estão. E Kim TaeHyung, prende seu olhar em mim por todo tempo em que sou arrastada por minha amiga.

Merda! Não tinha como piorar o dia.

ㅡ Não sabia que as secretárias mais fofas da Venus viriam comemorar meu aniversário. ㅡ HoSeok, se levanta pronto para nos recepcionar.

ㅡ Feliz aniversário! ㅡ JiSoo falou com um largo sorriso deixando-se ser abraçada pelo maior, um abraço demorado e íntimo.

Espera, então era do HoSeok que JiSoo estava falando no carro? Eles estão ficando?

ㅡ Feliz aniversário. ㅡ Forcei um sorriso ao homem quando seu olhar recaiu sobre mim.

Estou completamente desconfortável, pois Kim TaeHyung não deixa seu olhar sair de mim por um momento sequer. Em outras ocasiões eu apenas o ignoraria, mas diante do que ocorreu hoje e do sorriso cafajeste em seus lábios, eu tenho receio.

ㅡ Vem, sentem conosco. ㅡ disse tomando o sobretudo da JiSoo e o coloca no encosto de uma cadeira livre ao lado da sua.

ㅡ Eu vou ao banheiro. ㅡ falei com um sorriso nada espontâneo.

ㅡ Não precisa fugir,_____. ㅡ ele, o capeta em forma de gente, disse. ㅡ Sei que somos seus chefes, mas aqui estamos como amigos. Então relaxa, não mordemos.

ㅡ Eu não estou fugindo, senhor Kim, vou apenas ao banheiro. Com licença. Então diante da distração dos outros que estão em uma conversa animada, lhe lançou uma última olhada e ele sibila sem voz para eu fazer a leitura labial:

ㅡ Vai lá ver o estado da sua calcinha.

ㅡ Vai se foder. ㅡ É minha vez de sibilar furiosa, o fazendo conter uma gargalhada ao morder o lábio com força.

Saí dali antes que eu perdesse a pouca paciência que me resta.

Caminhei cheia de raiva à procura do banheiro e rapidamente o encontro. Eu não estava com vontade de usá-lo, precisava apenas de um espaço para me preparar para olhar na cara de TaeHyung depois do que aconteceu. Sei que teria que me encontrar com ele mais cedo ou mais tarde, trabalhamos juntos, mas eu só queria poder adiar esse momento até onde conseguisse. Encarei minha imagem no grande espelho e me questiono: qual é a de TaeHyung? Ele pensa que pode ficar me provocando assim, gratuitamente? Ah! É claro que não! Não sou muito boa em física, mas Newton já dizia que toda ação tem sua reação de igual intensidade.

ㅡ Ele vai se arrepender. ㅡ sussurrei comigo mesma.

***

ㅡ_____! ㅡ JiSoo falou quando me aproximo da mesa onde estão. ㅡ Demorou.

ㅡ O banheiro estava cheio. ㅡ menti, fazendo pouco caso de sua reclamação. Coloquei meu sobretudo no encosto da única cadeira livre e me acomodo ficando frente a frente com o Kim.

Logo minha amiga devolve sua atenção a HoSeok sentado ao seu lado. TaeHyung, conversava com um homem ao seu lado, que se apresentou a mim como Lee MinHo. MinHo deve adorar falar, em vista de que é ele que domina toda conversa mesmo que eu demonstre um certo desinteresse em alguns momentos. Não faço por mal, é que ele não mantém uma linha lógica durante o diálogo. Pois, enquanto falávamos do lugar em que nasci, levou a conversa para os diferentes uvas que já comeu e em algum momento de seu falatório revelou ser seu primo de HoSeok. Aliás, eles se parecem bastante, os olhos em meia-lua, o desenho dos lábios e aparentemente eles têm a mesma estatutura, entretanto os cabelos negros de MinHo são longos o suficiente para ficarem presos em um coque no topo da cabeça.

ㅡ Bom, vou pegar uma bebida. ㅡ MinHo anunciou se pondo de pé. ㅡ Alguém vai querer algo?

Eu nego.

ㅡ Um energético, por favor. ㅡ TaeHyung pediu e então MinHo se retirou.

ㅡ Ele fala muito, não é? ㅡ TaeHyung disse quando o Lee está longe o suficiente.

ㅡ O problema não é falar muito e sim os temas desinteressantes. Ele concordou com um simples balançar de cabeça.

ㅡ Bom, mudando de assunto, você está linda. ㅡ sorriu cafajeste.

ㅡ Você está bêbado?

ㅡ Não, por quê?

ㅡ Não sei o que deu em você para ficar assim comigo do nada.

ㅡ Assim como?

ㅡ Não se faça de sonso, porque sei que não é. Refiro-me sobre o que aconteceu nas últimas horas, ter me defendido da mulher dos óculos, dividir quarto comigo, preocupado com a ligação da minha mãe, o que rolou no escritório e o elogio repentino. Qual é, não precisa ficar me bajulando para manter seu segredo a salvo, aliás fizemos um trato no hotel, não lembra?

ㅡ Primeiro, eu só estava tentando ajudar e faria aquilo por qualquer um. ㅡ Arqueei a sobrancelha desconfiada. ㅡ Segundo, foi só um elogio. E terceiro, você realmente levou aquilo no escritório a sério? Era só uma brincadeira.

ㅡ Chama aquilo de brincadeira?

Ele balança os ombros desleixadamente e eu o olhei incrédula.

ㅡ Acredito que não irá se importar se eu entrar na brincadeira também, senhor Kim. ㅡ Antes que alguma resposta saia por seus lábios marcados por um sorriso mal-intencionado, MinHo aparece estendendo a bebida.

ㅡ Aqui está, Tae.

ㅡ Obrigado.

ㅡ Então, fiquei sabendo que você fez pós-graduação na Seoul National University. É a maior universidade da Coréia do Sul, você deve ser um gênio.

ㅡ Não foi tão difícil assim. ㅡ respondeu rápido e o homem o encheu de indagações roubando toda a atenção de meu chefe.

Olho para o lado, JiSoo está quase pulando em cima de senhor Jung, para o outro, um monte de gente que não tenho intimidade nenhuma e a minha frente TaeHyung e MinHo conversando sobre sei lá o quê.

Que tédio! Eu só queria estar em casa agora.

Meus pés começam a balançar de baixo da mesa por puro enfado, mas sem querer o bico de meu scarpin acerta a perna de TaeHyung que faz uma expressão de "Tá louca?" para mim e logo retornou ao seu diálogo com o tagarela.

E como se uma luz acendesse em cima de minha cabeça, uma ideia maluca surge e não hesito em colocá-la em ação.

Empurrei minha cadeira mais para frente até que meus seios esbarrem na mesa, tirei o scarpin de um de meus pés, me estiquei levemente para direcionar meu pé à perna de TaeHyung e começo uma carícia maliciosa por sua panturrilha.

Ele me encara assustado, todavia eu permaneço com um olhar alheio cheio de uma falsa inocência. Meu chefe fecha as pernas me impedindo de continuar e volta sua atenção ao MinHo.

Mas não desisti, insisti até colocar meu pé entre suas pernas e ele suspirou sôfrego. Meu pé desliza lentamente pela parte interna de sua coxa, aproximando perigosamente de sua virilha. Quando meus dedos tocam ali, próximo até de mais de seu membro, sorri ao vê-lo morder seu lábio e sua mão fechar em punho sobre a mesa. TaeHyung se remexeu sobre sua cadeira e é notório que sua respiração está sendo comprometida. Então sem mais delongas, toquei seu membro sobre as calças escuras e ele suspirou atordoado quando iniciei movimentos circulares sobre seu pênis.

Assisti sua dificuldade de se concentrar na conversa chata de MinHo, enquanto meus movimentos trabalham em estimular seu falo, que endurece sob o tato de meu pé. Entregue a minha brincadeirinha, ele escorregou seu quadril na cadeira ficando com uma postura desleixada, abriu ainda mais as pernas para que meu pé tivesse mais acesso a sua intimidade.

Ah caralho, estou ficando excitada.

Meus movimentos se intensificaram e TaeHyung não conseguiu conter um suspiro que era mais parecia um gemido. Eu tive que me segurar para não rir, quando MinHo o encarou assustado e ele forçou um sorriso constrangido ao outro.

Isso é delicioso.

TaeHyung estava vermelho, ofegante e completamente atordoado. Sua mão grande aperta com tanta força a borda da mesa, que faz as pontas de seus dedos ficarem brancas. Sua pele está começando a brilhar mais que o normal, devido ao suor que mina de seus poros.

Meus movimentos são mais intensos e rápidos, é impossível ignorar a pulsação de seu membro contra meu pé.

Ele vai gozar.

Sem se importar com o olhar desconcertado e até mesmo preocupado de MinHo sobre suas expressões e seus suspiros exagerados, TaeHyung franze as sobrancelhas, mordendo o lábio com uma força preocupante enquanto enterra uma das mãos nos cabelos e a outra aperta a ponta da mesa.

ㅡ Está tudo bem senhor Kim? ㅡ indaguei fingindo estar super preocupada e isso chama a atenção de todos na mesma. ㅡ Está vermelho, ofegante, suando, precisa de ajuda? ㅡ Minha fala é carregada de ambiguidade que só ele poderia perceber.

ㅡ Tae? ㅡ HoSeok o chama preocupado. ㅡ Você tá passando mal?

ㅡ Eu... ㅡ ele tenta falar, mas meus movimentos aceleram e então ele geme vergonhosamente alto.

Ah! Kim TaeHyung, se você soubesse o efeito que seus gemidos têm sobre mim.

ㅡ Vou buscar um copo de água para ele. ㅡ JiSoo se levantou com pressa.

ㅡ Não precisa... Ah! ㅡ TaeHyung esconde o rosto entre suas mãos, enfincando os dentes contra os lábios para que nenhum outro gemido escapasse de seus lábios e sinto seu corpo tremer e seu membro vibrar sob meu pé, em seguida sinto aquela região ficar úmida.

No fim, JiSoo correu para buscar um copo de água, MinHo o encarou assustado e HoSeok se levantou para acudir o amigo, que ao ver dele parecia péssimo e eu simplesmente voltei a calçar meu sapato.

Um tempo depois, quando ele seca o copo de água que JiSoo lhe trouxe e convence todos que está bem. MinHo volta ao bar para buscar outra bebida e HoSeok junto a JiSoo saem para dançar, me deixando sozinha com o Kim.

ㅡ Você está tão fodida. ㅡ me ameaçou com seus olhos predadores em mim. ㅡ Tão fodida, que tenho pena de você. ㅡ ele disse entre dentes e seu tom era de pura ameaça.

ㅡ Qual é, era só uma brincadeirinha e o senhor parecia estar gostando tanto. ㅡ mostrei um sorriso repleto de deboche e antes de sair da mesa para ir ao bar, eu digo: ㅡ Agora, vá checar o estado da sua cueca.