18
Milena arrumou em uma confusão novamente, aquela capeta brigou na escola e ganhou dois dias de suspensão. Ela quebrou o dente da adversária mas logo em seguida apanhou.
Ela é irresponsável, eu mandei ela não entrar em nenhuma confusão pois eu não posso proteger ela. E a capeta faz o que? Briga dentro da escola! O pior é que eu não sei como o pai dela reagiu. Espero que ele não tenha batido nela, ela é só uma pré adolescente!
Como eu vou embora assim? eu precisava levar ela junto comigo, mas não dá, a vida não é uma novela onde as coisas são mais fáceis. Se eu levar ela, vou ser presa por sequestro de menor.
Eu tenho dezesseis anos, meu aniversário é só daqui alguns meses. Não tenho nem dinheiro o suficiente para sobreviver sozinha, se não fosse pela tia Karla provavelmente eu estaria morando na rua.
Essa vida é confusa! Realmente não sei o que fazer.
-Ae princesa, tem horas pra dar? -Escuto uma voz masculina assim que uma moto parou.
-Do dando no mesmo horário que a sua mãe, aquela gostosa lá. Ela anda roubando todos os meus clientes. -Respondi retirando o cigarro da minha boca.
Não pode nem fumar em paz na esquina que já vem um fdp encher o saco, um noiado sem futuro algum que vai morrer antes dos vinte anos e se passar disso, vai ser preso por não pagar a pensão dos filhos.
-Filha da puta.
-Me enchendo o saco de novo, Hanma? Vai foder com o Kisaki e me deixa em paz. -Falei na maior ignorância do mundo.
Sempre eu tento pensar sobre o meu propósito de vida, esse desgraçado vem me encher. Vou dar uma de Pah e vou enfiar uma faca nas costelas do Hanma. Essa desgraça fica atrapalhando meus momentos filosoficos.
-O Kisaki mandou eu ir dar uma volta e deixar ele em paz.
-Então nem o seu namorado aguenta a sua chatisse? -Perguntei em ironia.
-Não somos namorados, Yuri! -Ele respondeu soltando uma risada de fumante. -Sobe ai na garupa e vamos dar uma volta e quebrar a cara de uns playboys? Aliás, fiquei sabendo que você brigou com o vice comandante da Toman. Se quiser, a Moebius aceitaria você na boa.
-Sua presença me da enjôo. -Respondi dando de ombros. -Prefiro morrer do que entrar nessa gangue de merda. Você anda bem fofoqueiro em, aposto que você fica até de madrugada falando da vida dos outros pro teu namorado.
No dia que eu for entrar na Moebius, vai ser para matar cada um daqueles filhos da puta.
Fiquei meio atentada a aceitar o convite para passear e de quebrar a cara de alguns riquinhos mimados. Mas logo descarto essa ideia pois se alguém da Toman me ver junto com esse noiado, vão achar que eu sou uma traidora.
-Pau no cu então, vagaba. Te vejo em breve, e vai ser logo pois Kisaki está querendo conversar com você. -Hanma falou bravo por ter recebido um não, ele ligou a moto e saiu.
-MANDA UM ABRAÇO PRO TEU NAMORADO, AQUELE CORNO! -gritei alto o suficiente para ele escutar, acenando para ele. O mesmo acelerou ainda mais e sumiu de vista. Solto uma risada de desgosto, metade das pessoas me olhou de forma torta pelo meu jeito de gritar.
Parece que eu me fodi, o Kisaki está querendo falar comigo. Nada de bom vem daquele cara, tenho raiva e medo dele. Não medo de sua força, mas sim da puta inteligência que aquele cara tem. Kisaki é capaz de manipular até mesmo a rainha da Inglaterra se for de seu desejo.
-Quando não é a Joe, são eles para me tirar do sério. -Respondi voltando a fumar para ver se eu consigo me acalmar.
-Viu? Fica melhor usando roupas normais, e não com aquela roupa de funeral. -Senju falou assim que eu cheguei para trabalhar, usava uma saia rosa claro e uma camiseta preta. Era algo básico. -Só falta você tirar essa cara de enterro, sorri ai
-Não era roupa de funeral, Senju-San. -Respondi indo para onde eu teria que ficar durante minhas horas de trabalho, Senju se apoiou na bancada enquanto me observava.
-Adolescentes da nossa idade não usam terno e gravata todos os dias, Yuri! Somente em funerais ou igrejas. É estranho. -Ela respondeu e eu ri.
-Você me acha estranha então? -Perguntei e ela concordou com a cabeça. -Fique sabendo, que você também é bem estranha. Senju-San, garotas da sua idade estão ocupadas demais com garotos ou com o cabelo.
-Credo, deus me livre! -Ela respondeu enquanto começava a se alongar. -Estou ocupada demais treinando para um dia lutar contra o invencível.
Quase me engasguei ao escutar aquilo, Senju quer lutar um dia com o Mikey? Ela parece ser forte, mas não forte o suficiente para lutar contra o Mikey! Ela vai se ferrar bonito se um dia for bater de frente contra ele, já to até vendo como vai ser. A coitada vai sair na maca de uma ambulância. Mais admiro sua coragem.
-Você está ocupada demais pensando em garotos ou no cabelo? Você tem a minha idade. -Ela rebateu, o que não era cem porcento verdade, sou um pouco mais velha.
-Eu não costumo perder meu tempo pensando em garotos, eles são burros e complicados demais mas...em relação ao cabelo...-Falei me lembrando do passado. Apenas dou de ombros e passo a mão em meu cabelo. -Ele brilha mais que um vagalume, hidrato ele toda semana. Se quiser eu passo a receita da hidratação pra você, ta precisando em.
Me gabei, vejo ela revirar os olhos e me olhar com tédio.
-Vai trabalhar ou eu demito você. -Ela falou em tom brincalhão. -Não pago você para ficar de conversinha.
Na real quem me paga é o irmão dela.
-Você que esta me atrapalhando e puxando assunto, chefe! -Respondi.
-Agora perdi o argumento. -Senju respondeu enquanto parava de se alongar e me olhava. -Estou mais agitada hoje, a irritante da minha prima vai ficar de babá minha hoje, ela quer até ir comigo no festival para cuidar de mim. Estou vendo a dor de cabeça que vai ser.
Faço uma careta, fecho minha boca antes que uma piada saia sem querer. Senju é uma antiga amiga, mas agora é minha chefe e eu não devo fazer piada com ela. Eu sou forte, vou conseguir segurar a minha língua.
-Desse tamanho e ainda precisa de babá? Uau...-Murmurei de leve. Nem o Mikey tem uma. O senhor sano é bem corajoso de sair e não deixar uma babá cuidando dele, da última vez ele enfiou o dedo em uma garrafa e só soltou quando a garrafa foi quebrada, quase que o martelo atinge ele naquele dia.
-Falou alguma coisa? -Ela perguntou em tom assustador.
-Eu? Falei que esse lugar ta sujo! Vou dar uma varrida. -Respondi rapidamente.
A Senju não me perece alguém que odeie alguém sem motivos, ela é legal e divertida. É a segunda vez que a Senju reclama da prima dela, pra ela não gostar da prima, a garota deve ser o demônio em pessoa. Espero nunca conhecer ela, já basta de pessoas sem noção na minha vida.
Jogo minhas roupas com raiva no chão, tento achar a droga dos meus cigarros e não consigo de jeito nenhum. Estou cansada, além de ter ido para a escola ainda trabalhei, quero descansar!
E fora que eu tive que correr por três quarteirões por culpa do Baji e por conta do comédia do Smiley.
O Baji deu um soco em um cara aleatória e depois tacou uma pedra em um carro, a polícia estava passando por perto e viu, o Smiley de me ajudar ele piorou tudo quando agrediu o policial. Tivemos que sair correndo iguais idiotas, to vendo que uma hora eu vou ser presa por conta desses dois idiotas, nunca mais na minha vida eu vou sair com um deles. Credo. E fora que as vezes o Smiley é assustador, ele espanca os outros sorrindo, psicopata.
Depois que eu tento trocar um deles por uma garrafa de vodka, os bonitos reclamam e eu saiu como a errada da história.
-TIA! -falei entrando na cozinha. -Você mexeu nos meus cigarros? Eu não estou encontrando eles.
-Não, querida. Você sabe que eu não fumo.-Ela respondeu o óbvio. -Não acabou?
-Eu comprei ontem. -Murmurei fechando a cara.
-Estranho, talvez o seu amiguinho tenha pego e esqueceu de avisar. Ele estava aqui junto com o Chifuyu. Aquele loirinho que come todo bolo quando vem aqui. -Ela respondeu.
Hum...o Mikey estava aqui...sempre que ele esta por perto meus cigarros somem...acho que já sei pra onde eles estão indo.
-Obrigado, tia. Vou dar uma saída, volto antes do jantar. -Falei deixando um beijo em seu rosto antes de sair correndo.
-NÃO CORRE, OU VAI CAIR! E CUIDADO NA RUA, QUERIDA! TO FAZENDO TORTA DE FRANGO, ENTÃO NÃO SE ATRASE PRO JANTAR. -Tia Karla gritou e eu parei de correr.
Agora vou fazer aquele loiro me dizer o que ele esta fazendo com os meus cigarros, deve estar enfiando no cu, só pode. Isso custou dinheiro, ele não pode ficar pegando assim! E é bom ele estar fumando, porque se ele jogou no lixo...ele vai ir visitar o Shinichiro.
-Esta fazendo o que aqui, Yuri? -o senhor Sano perguntou para mim, ele estava com um canivete na mão e um pedaço de madeira, ele estava fazendo uma pequena escultura de madeira. -Está atrás de qual neto meu? A Emma?
Ele sabia que eu não estava mais falando com ela e eu só venho aqui por conta do Mikey, velho sonso.
-Não, estou atrás do seu neto mais vagabundo. -Respondi olhando mais de perto a escultura. -Que bonito está ficando.
-O Mikey ta la no quarto dele, o que veio falar com ele? -O senhor Sano respondeu depois de um longo período de reflexão, véio fofoqueiro.
Esse velho tem quantos netos vagabundos? Não é só o Mikey? Eu em, velho estranho.
-Vim cair no soco com ele, acredita que ele está roubando os meus cigarros? -Falei fazendo uma cara de indignação e ele riu.
-O Manjiro está fumando? -Ele perguntou depois em tom sério. -Vai lá então, faz do jeito que eu ensinei nas aulas.
O senhor Sano não deixa o Mikey fumar, disse que se pegasse ele com um cigarro na mão, ele iria levar uns chutes. Bom, ele pode fazer parte de uma gangue e pilotar uma moto sem ter carteira de motorista. Mas não pode fumar, não entendo a analogia do senhor Sano. Mas não ouso falar nada sobre isso, afinal, tenho amor a minha vida! E fora que eu respeito bastante esse velhinho, ele parece um pouco com o meu avô.
Quando comecei a fumar, o senhor Sano me xingou bastante. Bastante mesmo! Me fez repensar toda a minha vida e pensar no meu futuro. Também corri bastante naquele dia pois ele deu a louca e disse me faria engolir toda a caixa de cigarros, o senhor Sano acabou tropeçando em uma pedra e caindo de cara no chão. Memorável dia aquele.
-Chegar dando uma voadora. -Falei me lembrando da época em que eu o tinha como sensei. Eu recebia cada chute desse homem que minhas costelas doiam por semanas, acho que ele não deveria ensinar crianças e até duvido que ele tinha licença. O senhor Sano sempre foi meio maluco das ideias, parece que é de família.
-Isso mesmo, bem no queixo. -Ele respondeu voltando a atenção para a sua escultura, segurei uma risada enquanto ia em direção do quarto do loiro.
Prendo a respiração ao passar pelo quarto da Emma, a porta estava fechada mais eu conseguia escutar a voz dela. Droga, esqueci que nesse horário ela está aqui. Balanço a cabeça enquanto vou direto para o quarto do Mikey.
-Seu puto. -Falei ao abrir a porta com tudo.
-PUTA QUE PARIU, SUA MALUCA! -Manjiro Sano pulou com tudo. -Yuri? Ta querendo me matar.
-Depende da sua resposta. -Falei cruzando meus braços. -Ué, ta frio! Porquê ta sem camisa?
-Porque eu acabei de sair do banho, sua desgraçada! -Ele falou irritado enquanto apontava para mim. Ele pegou um travesseiro e jogou com tudo na minha cara, desviei do primeiro mas na segunda vez acertou em cheio. -Tava querendo ver o meu corpinho é?
-Como se eu nunca tivesse visto. -Exclamei revirando os olhos, foi a minha vez de pegar o travesseiro jogado no chão e jogo com tudo na cara dele. -Tava fazendo o que no apartamento da Tia Karla?
-Dando o cu pro Chifuyu. -Ele respondeu cruzando os braços. -A tia Karla faz um ótimo bolo de chocolate, fui lá comer. Nada de mais.
-Aé? Então vai me dizer que você não foi no meu quarto e não pegou os meus cigarros? -Falei em tom acusador.
-Eu? Que ofensa, sebosa. Eu nunca roubaria nada de você. -Ele falou.
-Certeza? Olho nos meus olhos e confirma isso. -perguntei falando sério com ele. Mikey não me respondeu, apenas olhou para o chão com uma cara de cão arrependido.
-Cigarro faz mal pro pulmão e você fuma igual um trem. Sabia que ele reduz dez anos de vida? Você já não vai viver muito, é muito lerda e vai acabar tropeçando de uma escada ou vai cair nos trilhos do trem antes. -Ele respondeu usando seu olhar de cãozinho.
-Ta bom, vou ser boazinha só porque me contou a verdade ao invés de mentir ou jogar a culpa em outra pessoa. Só me diz aonde você guardou que eu esqueço tudo isso. -Respondi e ele riu de forma tensa. -Manjiro?
-Joguei...tudo na privada e dei descarga....te amo viu? -Ele respondeu.
Pisco algumas vezes, processando o que ele acabou de dizer.
-Mikey...eu te mato. -Respondi indo pra cima dele.
-VOVÔ! A YURI ENDOIDOU DE VEZ! -Ele gritou enquanto saia correndo em círculos pelo quarto. -Eu queria ajudar.
-Ajudou me dando prejuízo né? Você jogou meu dinheiro na privada! -Respondi.
-Melhor jogar o dinheiro no lixo que o seu pulmão, se você não quer ele, vende no mercado Negro ao invés de foder com ele. Ai você vai ter dinheiro pra comprar meus doces. -O loiro respondeu, solto um grito indignada com aquela resposta. -YURI! você não tem tpm, então é o cão que ta influenciando você. Vamos nos acalmar e ir tomar um cafézinho.
-Vou afogar a sua cara no café. -Respondi. -Pois você vai tirar dinheiro do cu pra comprar tudo o que você jogou na privada, seu loiro!
-Vou nada, eu sou o seu líder! NÃO! Calma e não de um passo pra frente, matar alguém é crime, sabia? -Ele respondeu.
-Ocultação de cadáver só é crime, se não ocultar direito...o Baji me ajuda a achar um lugar pra enterrar você. -Respondi.
-DEUS ME LIVRE! -Ele gritou tentando correr, mais alcancei ele antes. Minhas mãos vão em direção ao seu pescoço. -YURI!
-Eu vou ir visitar o Pah de novo, só que dessa vez vai ser dividindo a cela! -Exclamei mas parei no exato momento em que apertei seu pescoço, minhas mãos continuam ali, Manjiro havia soltado...um...gemido quando eu o enforquei.
Nem tive tempo pra fazer mais nada e nem dele se sentir constrangido, já que a porta do quarto foi aberta com tudo.
-QUE GRITARIA É ESSA? EU TO CONVERSANDO COM A MINHA AMI...-Uma voz feminina entrou no quarto, paro de fazer o que estava fazendo e me viro pra trás. Emma...
-Sai daqui, Emma. Eu to conversando de forma civilizada com a Yuri. Não atrapalha. -Mikey respondeu com a voz meio estranha, já que eu ainda estava enforcando ele.
-hum...er...-Seu olhar parecia meio triste, será que ela se machucou com algo?
Espere! Isso não é da minha conta. Não quero nem saber dela, Emma disse muito bem que não queria mais falar comigo. Ela me olhou com nojo, então não vou me importar com ela. Fiz essa promessa para mim mesma, que não vou mais correr atrás e nem ligar pra nada que esteja relacionado a loira.
-Desculpa atrapalhar vocês...-Ela respondeu dessa vez com as bochechas vermelhas enquanto saia do quarto.
Olhei confusa para o loiro que estava abaixo de mim. Ele também estava confuso com o comportamento da irmã mais nova.
-VOVÔ! O MANJIRO É GAY! -Escuto o grito alto da loira.
-COMO É A HISTÓRIA? -Mikey perguntou assustado.
-Mas que filha da p...
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