09

Manjiro Sano era um ótimo amigo, tanto que ele queria que eu me resolvesse com a sua irmã. Mas as coisas não eram tão fáceis como ele imaginava.

-O Mikey disse que você queria conversar comigo. -A loira a minha frente falou, seus olhos nem sequer estava em minha direção.

-Emma, poderia olhar para mim quando estivermos conversando? -Perguntei tentando não demonstrar que aquilo estava me deixando triste.

Eu sempre gostei de conversar olhando em seus olhos, eles eram lindos.

-Poderia falar logo o que você quer comigo, Arthur. Você me chamou aqui por que? Veio mentir ainda mais para mim? -Ela exclamou enquanto finalmente olhava em minha direção, pude ver diversos sentimentos passar em seus olhos.

Sinto uma dor em meu coração ao escutar o nome sair de sua boca.

-Emma, pela primeira vez você poderia por favor não ser infantil? -Perguntei e ela me olhou indignada. -Yuri, me chamo Yuri. Eu não menti para você, apenas omiti algumas coisas. Eu juro que ia contar, só estava esperando um momento certo. Eu estava com medo pois sabia que você poderia reagir de modo negativo.

-Você mente e eu que sou a infantil?

-você não é infantil como também é mimada e egoísta. Cresceu sendo a princesinha dos Sanos, veja só no que deu. -Respondi de maneira seria para ela ver que eu não estava mais para brincadeiras. Vejo ela levantar sua mão em minha direção, segurei seu pulso antes que ela acertasse um tapa em minha cara. -Não, Emma! Você não vai me bater. Eu quero ter uma conversa civilizada, eu sei que não foi o certo mentir por tanto tempo...mas, eu fiquei com medo da sua reação.

Solto seu pulso, espero por alguma coisa vindo dela. Mas a loira permanece do mesmo jeito que antes, ela não vai me escutar e vai continuar a me odiar. É tão doloroso ver quem você ama te tratando como você não fosse nada, por um segundo pensei que ela iria entender o meu lado. Mais foi quando me lembrei de algo extremamente importante e que contribuiria com o motivo dela nunca mais olhar em minha cara, Emma odeia mentiras.

-Eu não iria te odiar se você tivesse me falado disso antes. Tava na cara, eu que fui lerda e não notei. Eu estou brava pois você não confiou o suficiente em mim para contar que era um...garoto. Agora entendo o porquê nunca quis me apresentar aos seus pais. Você mentiu sobre tudo! Eu jurava que você gostava de mim, mas pelo visto era tudo mentira também. -Emma exclamou enquanto dava alguns passos para trás. Seus olhos estavam cheios de lágrimas. -Quantas vezes você entrou no mesmo provador de roupas comigo? Você poderia ter feito algo contra a minha vontad...

-EMMA! Porra, garota! Tá maluca? eu sempre te respeitei e nunca faria mal algum para você. Eu nunca iria machucar ou te tocar a sua permissão. Isso que você está insinuando é ofensivo e nojento, eu jamais iria fazer algo desse tipo. Eu sou uma delinquente, não uma abusadora! Você me conhece. -Exclamei enquanto olhava extremamente ofendida para ela. Meu deus, eu não acredito no que eu escutei.

Eu nunca escutei algo escroto desse tipo vindo dela e jurei que nunca iria escutar. Isso que ela sugeriu feriu o meu ego.

-Não sei, eu não te conheço! -Emma exclamou, aposto que se ele tivesse me dado um tapa na cara não iria doer tanto como agora.

Sempre que eu penso que nada mais pode me deixar desse jeito, a vida me surpreende.

-Emma, você me conhece. Eu sou a Yuri, a sua amiga que sempre te ajuda na moda! Poderia me perdoar por ter mentido? -Sussurrei meio atordoada, dependendo da resposta dela eu vou apenas me virar e ir embora, eu já me humilhei bastante e não quero mas ser gada.

Eu nunca cheguei a dizer isso a alguém, é uma frase forte e importante que não se deve sair dizendo a qualquer um. Seguro em sua mão e sinto uma pitada de esperança quando ela não afastou-as para longe de mim.

-Eu te amo, porra! Eu te amo, muito menos Emma. Eu juro que nunca mais vou esconder nada de você, cada segredo meu eu irei contar pra ti. Me deixa ser sua amiga, pelo menos. Não me joga pra fora da sua vida assim. Eu já perdi muita coisa, eu não quero perder você também. -Minha voz saiu mais desesperada do que eu queria. -Eu posso esquecer tudo o que você disse até agora, fingir que nunca aconteceu nada.

-Como eu vou saber se isso não é mentira também? Mas...-Ela perguntou sem olhar para mim, ainda deixando que eu segurasse sua mão. Minha esperança morreu conforme ela continuava a falar. -Olha, Arthur, eu amo o Draken. Vocês sempre foram tão próximos que eu pensei que eu ficasse com você isso traria um pouco de ciúmes e ele finalmente me visse como uma mulher, e deu certo pois ele me convidou para sair hoje de noite e provavelmente ele irá me pedir em namoro.

Pisco algumas vezes, sem reação ao escutar aquilo. Solto suas mãos aos poucos, incrédula. Esse tempo todo ela me usou então?

Mas eu também sou meio burra por pedir desculpas, se ela tivesse aceito. As coisas não voltariam a ser como antes, nunca vai voltar a ser. Ela sempre teria um pé atrás achando que eu estaria mentindo e eu iria me lembrar de suas palavras. Não tem como apagar o passado, mas poderíamos ter tentado superar.

-Oh...-Murmurei, soltei uma leve risada anasalada, tentando manter a minha pose de não ligar. -Boa sorte então, olhando por outro ângulo...os dois se merecem!

Ela iria falar algo, mas apenas ignorei tudo e me virei para sair. Aquilo tinha sido a gota da água, suas palavras foram tão cruéis. Com se ela não se importasse com os meus sentimentos ou achasse que eu não tinha. Tudo bem ela estar chateada por eu não tido coragem de contar a ela sobre tudo. Mas eu pensei que ela iria superar e me perdoar depois de um tempo, mas ao invés disso, ela só disse merda atrás de merda.

Me sinto mais atordoada que antes, me sinto confusa e não sabia o que fazer.

Ela não parecia arrependida de nada, Emma acabou de jogar na minha cara que só me usou para ganhar a atenção do Ken. Não havia vergonha, ela parecia até orgulhosa do que havia feito.

Orgulho de ter brincado com o coração e sentimentos de alguém. É por isso que eu não gosto de me envolver com ninguém, as pessoas são cruéis quando querem.

Pego um cigarro do meu bolso, eu fui tão boba...não foi a primeira vez que alguém me usou dessa maneira apenas para atrair a atenção de outra pessoa, mas a dor de notar isso dói tanto como se fosse a primeira vez.

Tenho dedo podre para escolher romances, acho que não tenho sorte nenhuma. Algumas pessoa dizem que quando somos malvados e outras vida, reencarnamos e temos que sofrer para pagar os nossos pecados. Pensando por esse lado, talvez eu tenha sido responsável por começar a caça às bruxas.

Ando em direção ao antigo parquinho que eu costuma brincar quando criança, quando o tempo era mais fácil e menos complicado. Minha unica preocupação era bater nos garotos que faziam bullying com o Kazutora.

-Droga! -Murmurei ao notar que o gás do meu esqueiro havia acabado. Me sento na balança, havia apenas duas crianças brincando no escorregador.

Meus pensamentos voltam sobre minha vida azarada e sobre reencarnação.

Devo ter jogado pedra na Cruz no passado, vida azarada essa minha. Será que no passado eu era uma pessoa cruel e mal, e agora eu estou pagando por todos os meus pecados? Ou será que Deus olhou para mim e pensou: "Você vai se foder desde que nasceu até a velhice".

Talvez, eu não acredito em Deus, então a última opção é a manos provável. A vida do Mikey também é fodida, somos uma bela dupla de sem sorte.

-Que áurea depressiva é essa? Credo, até as crianças saíram daqui pois estavam sendo afetada. -Escuto uma voz de fumante ecoar ao meu lado. O susto que eu tomei foi tão grande eu quase cai do balanço, eu nem notei que alguém havia se sentado ao meu lado.

-Você!? -Perguntei confusa e extremamente brava ao ver quem havia se sentado do meu lado. Eu vou quebrar ele na porrada que nem a mãe dele vai reconhecer, não pude fazer isso quando o encontrei naquele dia.

Eu nunca tinha visto ele novamente, a última vez foi a três anos atrás. Eu o vi também naquele dia junto com o tettudo desgraçado, mas nunca havíamos nos falado novamente.

-Calma, anjo. Eu só vim aqui fumar, vi você ai sentada e decidi vir conversar, já faz tempo que não falamos, não é? Uns...três anos? -Ele perguntou no cinismo. -Isso na sua mão é um cigarro? Ué, você não odiava profundamente a fumaça? Me diz ai, porquê ta com essa cara de enterro, alguém morreu?

-Vai dar o cu e me deixa em paz. -Exclamei me levantando dali, guardo o cigarro dentro do bolso e olho em direção a ele. -Bora cair no soco agora, seu desgraçado! Você abusou da mina!

-Não fui eu, vou os membros da Moebius! Eu nunca faria uma coisa desse tipo. -Ele exclamou com cinismo e logo riu. -Não vai me dizer que você está brava comigo por algo tão bobo.

-Bobo, Hanma? Eles fizeram aquilo por ordens suas! A pobre garota não tinha feito nada e agora a vida dela foi arruinada, acha isso justo? -Perguntei. -Você é nojento.

-Você está estressada e brava e quer descontar o seu ódio em alguém, eu não vou cair no soco com você. Senta ai e vamos fumar na paz. -Hanma falou rindo. Mostrei o dedo do meio para ele comecei a me distanciar dali, pude escutar sua voz me chamando. Ver ele apenas piorou o meu dia.

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