8

— Polícia! Abra a porta!

— O quê?

— A senhora porta uma arma, venha comigo.

— Cadê o mandato?

— Terá que vir à vila comigo, por favor, não se oponha.

— Cadê o mandato? Não ouse dar um passo para dentro dessa casa sem um
mandato! — Eu ouvia tudo do quarto de Mariana.

— A senhora porta uma arma sem autorização, me mostre onde está.

— Não ouse entrar na minha casa sem um mandato!

— Saia da frente, senhora. Sou autoridade.

— E eu sei os meus direitos! Cadê o mandato?

— Senhora, é melhor cooperar.

— O velho do bar tem uma arma porque não vai atrás dele?

— A denúncia foi feita contra a senhora.

— Caralho. Eu tenho autorização para usá-la, o número de registro é…

— A senhora apontou contra um cidadão e seu filho.

— Dentro da minha casa! Ele ia invadir! Uma cara enorme! E vocês vêm atrás de mim?!

— Senhora, coopere.

— Vou cooperar porra nenhuma! Se manda daqui, fardinha!

— Está presa por desacato! Vasculharemos sua casa para encontrar a arma.

— O quê?! — Eu saí pela janela do quarto de Mariana e escalando a casa meescondi no forro, apoiando meu peso nas vigas que sustentavam o teto. Eles nãoestavam atrás do revólver e sim de mim, Mariana me disse o que aconteceria e
me deu instruções.

Tentaram algemar Mariana, ela mandou todos os policiais se foderem, então foijogada ao chão e algemada enquanto eles vasculhavam toda casa e finalmenteseu quarto onde só havia o armário, a cama e a arma.

Eles a levaram à delegacia na vila, acompanhei o máximo que pude pelasmargens do rio cobertas de florestas, no limite da vila vi a levarem para opequeno prédio. Então voltei para onde deixamos as coisas de Mariana, todascobertas e empacotadas no meio da selva, sentei do lado das caixas e permaneciestática.

No entanto, vi que a caixa com as bolsas não estava fechada
adequadamente, as bolsas de plástico com o visor eletrônico mostravam a
temperatura do líquido vermelho dentro, o mesmo que Mariana usou para repor osangue perdido, mas aquilo não era sangue, apenas um substituto, pelo que liera possível até os humanos se alimentarem daquilo. Vinha da mesma indústriado líquido transparente em meus tubos, Mariana na transfusão olhou para mim eperguntou se eu queria testar, disse que não, ela sorriu e perguntou o porquê.

— Isso é coisa de humano.

Ela me analisou por alguns segundos, sem surpresas ou curiosidade.

— Está certa — disse. Então encostou a cabeça na cadeira de balanço e dormiuaté a bolsa apitar dizendo que era o suficiente.

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