Voltei para onde Mariana estava, ela estava com o notebook no colo ele
conectado as grandes caixas retangulares. Não era possível, nem pra mim, ver oque tinha lá dentro.

— Mariana.

Ela praticamente deu um salto do chão:

— Caralho — Pegou o notebook do chão, o rosto dela estava suado, era abafado emofado dentro dos dormitórios. Voltou a digitar. Quando saí não havia nada no seu colo, na orelha um fone pendia, o fio desaparecendo dentro da roupa. — O
que foi?

— Os autômatos estão vindo para cá.

— Eu sei — o coração dela mais acelerado que o comum.

— Na volta, analisei todos os protótipos da Ecorp, sua chave escondida deacesso me deu aval para todos os projetos e arquivos. Poderia haver um modo deos deter, mas não encontrei nada.

— É.

— Mariana, se eles chegarem aqui matarão você.

Ela me olhou, a respiração mudando e então disse:

— Você precisa de um nome. Escolha um. — Voltou ao computador.

— Isso não é importante, Mariana. Temos que fugir.

— Não, não temos.

— Poderíamos utilizar o meu sistema para inutilizar o deles e acabar com o sensode coletividade.

— Isso não é possível — digitava furiosamente.

— Como não?

— Nada pode parar o senso de coletividade deles, muito menos você.

— Por que não?

— Porque é perfeito! Porque EU FIZ ASSIM! — Bateu as mãos no chão.

— Isso é impossível. A assinatura condiz com a do seu irmão.

Mariana se levantou rapidamente e pegou meus ombros:

— Analise todo o projeto e compare com os anteriores, compare com os poucosque têm o meu nome e compare com o seu projeto.

— Elas condizem. Todas são suas. Há poucas variações.

— Meu irmão disse para eu fazer algo que fizesse os autômatos trabalharem emconjunto sem precisarem da programação individual manual. Fiz um sistema decolmeia onde a rainha seria o humano programador, ele achou péssimo, eu tirei aautonomia de cada indivíduo pra que não desse merda. Ele disse que isso
dificultava a realização e que meu sistema era primitivo, ele mentiu, para elefuncionaria muito bem, só não achou que autonomia e coletividade cruzadas
dariam tão mal. E agora todo mundo tá fodido.