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Assassino! Assassino! Assassino!” A multidão do lado de fora da coletiva deimprensa gritava para o homem no púlpito, ele claramente estava nervoso, seusdedos apertavam muito a madeira onde se apoiava, flashes e mais flashes eramrefletidos nas suas lentes, ele começou:

— Já identificamos o problema e estamos o isolando.

— Mentiroso — Mariana comia tekitos sentada na sua cadeira rotineira.

— É possível isso com a vastidão da internet? — um repórter levantou e
perguntou. Outros começaram a concordar com o questionamento dele.

— Não — Mariana mastigava.

— É… nós conseguimos isolar o problema e… criamos uma cura para o vírus…

— Não é um vírus — Mordeu outro pedaço.

— Tudo indica o contrário à sua suposição — falei.

— A cura é um antivírus? — Outro repórter — Será jogada na internet e quanto aosrobôs iniciais? Eles não tinham conexão com a internet e também atacarampessoas.

— Os iniciais surgiram na época da internet como…

— Quase tudo — Mariana interrompeu.

— …apenas funcionais eles não tinham qualquer conexão e hoje são
considerados raridades, não há o que temer deles — o presidente respondia —,seus defeitos são consequências do tempo…

— O senhor matou sua irmã? — Uma repórter se ergueu da cadeira, o bafafá foiespalhado entre os outros.

— O quê? — Mariana e o irmão surpresos em uníssono.

— Notícias do alto escalão da Ecorp acabaram de vazar, senhor — ela mostrou atela do telefone uma gravação de som era tocada, creio que os humanos nãoconseguiram escutar, suas conversas paralelas e eles mesmos indo aoscelulares buscarem a informação. A repórter continuou, gritava em meio a
baufurdia:

— Funcionários anônimos dizem que sua irmã desapareceu há meses e que asdiscussões entre vocês dois eram acirradas.

— Não eram acirradas, ele nem deixava eu entrar no escritório.

— Isso é mentira! — Matheus gritou batendo no púlpito.

— Os desentendimentos entre vocês dois eram constantes e fontes confiáveisafirmam que ela chegou várias vezes a xingá-lo em público.

— Quando ele botava seguranças na porta da sala para eu não conseguir entrar nas reuniões  —
Mariana estava com o sachê de ketchup aberto parado na mão, seus olhosvidrados na tela e a postura inclinada para ela.

— Eu e minha irmã tínhamos nossos desentendimentos, ela era muito agressivae…

— Era? — A repórter questionou — Pois não está mais viva?

— Onde ela está? — Mais um.

— O que o senhor fez com ela? — Um terceiro.

— Por que a matou? — Um quarto.

— Ela era um incômodo para o senhor? — Quinto.

— Ela sabia de algo que o senhor não queria que ela soubesse?

— O que leva um irmão matar o outro?

Matheus gaguejava no púlpito até um dos acessores de impressa e seguranças oescoltarem de lá. Seus olhos rolavam do chão para ninguém em específico, suasmãos tremiam, as de Mariana soltaram o sachê e o tekitos no prato, ela se jogou
nas costas da cadeira o que a fez balançar:

— Até no meu assassinato eu sou coadjuvante — amarga.

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