Renegado
Opressões forjam minha realidade,
sou invisível, escória da sociedade;
Como um barco sem leme, sigo sem
direção, à mercê do frio, sem proteção.
Nas ruas sob forte calor, procuro
por sucatas ou algo de valor;
Por onde passo sou excluído,
por minha carência sou humilhado,
pela minha aparência julgado.
Não tenho amigo, nem abrigo;
Vivo entre espinhos, minha cama
é o chão, das migalhas sobre a
mesa retiro meu pão.
Lembro-me quando garoto, sempre
camuflado em um sorriso maroto;
Vendo ao longe a pipa dançar,
na melodia do vento ressoar.
Minhas memórias são minha única
herança, meu porto de esperança;
Sigo avante, confiante! Grato por
viver, ainda tenho muito à percorrer.
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