Carta de um Peregrino
O amor floresce, na dor se enaltece;
Sem pretensão, mas de puro coração.
O amor é se doar, sem nada esperar;
A quem encontrei, a estes abracei.
Sou um pequenino, avante à pregar;
Sou arauto da paz, para o bem semear;
Para ninguém se ferir, nem o mal fluir,
espinhos suportei e nos abismos lancei.
Fria é a realidade, prazeres a conduz;
Sou um forasteiro, nada aqui me seduz.
Nas noites de luar, pelos vales a andar;
Estrelas guardei e nas trevas plantei.
Nesse vil deserto, o caminho é incerto.
Em tom de despedida, revelo a partida;
Tão breve a voar e nas nuvens habitar;
Nada deixarei, senão o amor que pintei.
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