Capítulo 28 - Weenny: Morte
Os Amigos POV:
Enzo e Samara estão aos gritos nos seus aposentos no palácio dos casais.
— Não vou ficar aqui para ser humilhado porque sei que sua frustação e amargura falam por você, na verdade só tenho a te agradecer por ter me ajudado a tomar a decisão de me casar com a Mayara. - Enzo diz e vai pegando a bolsa de trabalho.
Samara subitamente decide mudar de estratégia, controla a voz, sua expressão de ódio e seus movimentos exacerbados para tentar convencer o marido.
— Você nunca me contou como foi essa sua decisão. - Samara diz e é nítido o temor em sua voz, Enzo olha surpreso com essa mudança radical, mas decide responder, uma vez que a esposa decidiu começar a conversa civilizadamente.
Sentou diante em uma poltrona diante dela.
— Os sacerdotes me aconselharam a requerer uma segunda esposa que guarde as tradições e costumes hindus e me dê uma descendência, afinal os deuses afirmam que nós jamais vamos ter filhos, Samara. Estou fazendo isso para salvaguardar a minha honra e de nossa família. Nunca vou te abandonar, vou continuar cuidando de você, zelando por você e pelo meu papel de marido, só terei mais um palácio para cuidar e em breve filhos com a Mayara também, seremos uma grande família. – Enzo explica.
— Ela é uma vagabunda! Você me traiu, maldito! – ela berra e Enzo suspira, levanta e continua reunindo o material que vai precisar para a reunião em sua empresa, desprezando o desespero dela.
— Eu te odeio, quero que você morra! – Samara vocifera.
— Está bem, você está fazendo um bom trabalho. - diz, enquanto percebe vasos, copos e outros itens voando pelo quarto e batendo na parede bem perto de sua cabeça.
Samara tenta avançar para lhe bater, mas desta vez ele a impede.
— Chega! Sempre fiz as suas vontades e esse foi meu maior erro, mas agora isso acabou. – Enzo diz, farto de toda a infantilidade da esposa.
— Para onde você vai? – Samara pergunta.
— Trabalhar, mas não precisa me esperar. – Enzo diz, pega sua pasta, vai virando as costas sem se importar com mais nada.
Enzo vai para a empresa e quando está saindo do carro, já diante da empresa, lembra de um relicário que Samara lhe deu de presente no início do casamento, com fotos deles, faz questão de tirar e acaba jogando, deixa cair na entrada do prédio.
Tem uma sensação que é um misto de saudade com boas lembranças, olha para todo o prédio espelhado, lembra quando Jagal e ele escolheram esse local luxuoso em Agra para montar a filial da empresa Medeiros, um dia ensolarado como esse, o Imperador decide que esse é o local perfeito para montarem a empresa, sem sequer se importar com o valor do investimento e o compra para o amigo, logo depois começa a fase de seleção e contratação dos profissionais, o que deixa Enzo verdadeiramente surpreso por existirem tantas pessoas qualificadas em Agra.
Olha mais uma vez o prédio, tem quatro andares, o primeiro para a área de vendas, o segundo para a área comercial, o penúltimo reservado para a contabilidade e administração e o último reservado para a direção, gerência e presidência, Enzo caminha pela recepção e faz questão de dar uma bela olhada por todos os ambientes e observa o requinte da decoração, tudo com a bela tapeçaria indiana e seu elegante mobiliário, todos os funcionários vestidos em trajes sóbrios, muito educados, fazem questão de cumprimentar o presidente da empresa logo que ele passa, pega o elevador e vai direto ao quarto andar, passa pelo imenso corredor, mas consegue ver as salas decoradas em tons de bege e dourado, com o conjunto de móveis seguindo o mesmo padrão, passa por sua secretária, Ranya, que o recebe com sorriso e o bom dia de sempre, com sua agenda em mãos, mas pede que ela aguarde um momento e continua sua jornada até sua suntuosa sala, então fecha a porta.
Uma sala em tons de cinza e preto, sim, suas cores favoritas para um escritório, na estante muitos livros já lidos, técnicos e de literatura, é um bom leitor, afinal. O ambiente possui um som agradável, um sofá elegante e macio com almofadas nas cores da decoração e uma poltrona, luminárias e lustres requintados e uma cadeira de espaldar alto que está defronte a uma longa mesa de escritório, onde estão seu notebook e muitos outros papéis para serem assinados, um porta canetas e porta papéis, além disso, há uma foto de seu casamento, sente falta de um porta-retratos muito importante com a foto de sua futura esposa Mayara, que já foi solicitada, embora ela esteja tímida demais para isso. Há também o carpete indiano estendido por toda extensão da sala e uma saída de emergência, cuja utilidade Enzo questiona até hoje.
Em mais uma estranha intuição, Enzo decide dispensar Mayara com a intenção de permitir que ela cuide dos preparativos do casamento, que eles desejam que seja muito em breve.
Permite a entrada de Ranya, que vem informar sobre seus compromissos e trazer mais documentos para serem assinados e revisados, Enzo trabalha nisso durante boa parte da manhã, depois segue em reuniões internas com seus diretores e gerentes, quando chega a hora do almoço, pede para sua secretária providenciar algo para ele comer em sua sala mesmo, afinal não pode perder tempo, porque à tarde terá uma importante reunião com um futuro comprador.
No começo da tarde, Enzo prepara todos os documentos para a reunião e aguarda ansioso a chegada do homem, cujo seu interesse pode mudar o rumo da empresa Medeiros, alavancando de uma vez as vendas.
Joseph Davis chega diante da Medeiros, estaciona seu carro, ao sair e caminhar defronte ao prédio, vê um objeto reluzindo, decide abaixar para pegar e vê que é um relicário, por curiosidade abre para ver as fotos e reconhece, decide levar o objeto ao seu dono.
É anunciado por Ranya e prontamente recebido por Enzo com um forte aperto de mão.
— Welcome Joseph Davis, I am pleased to have you here at Medeiros, I want you to feel at ease. (Seja bem-vindo Joseph Davis, satisfação tê-lo aqui na empresa Medeiros, quero que se sinta à vontade.) – Enzo diz.
— Thank you very much, Enzo Medeiros, but let's leave the formalities aside, we're here to negotiate, so let's treat each other like friends, okay? (Muito obrigado, Enzo Medeiros, mas deixemos as formalidades de lado, estamos aqui para negociar, então vamos nos tratar como amigos, está bem?) – Joseph diz, trazendo alívio para o coração de Enzo.
— As you like, everything is ready, we start when it suits you best. (Como quiser, tudo está pronto, começamos quando for melhor para você.) – Enzo diz.
— I brought this necklace, it has your name engraved on it. (Trouxe esse colar, tem seu nome gravado nele.) – Joseph diz.
— Stay for you, it's not mine anymore. (Fique para você, não é mais meu.) – Enzo diz e Joseph coloca o colar em seu pescoço.
Os dois ainda estão em pé e distantes um do outro, mas decidem iniciar a reunião.
— Let's start? I want you to tell me what you have prepared for me... (Vamos começar? Quero que me diga o que tem preparado para mim...
De repente ouve-se uma explosão no prédio...
Weenny Alves POV:
No tribunal situações diversificadas acontecem, desde solicitações para que nós possamos decidir sobre questões mais simples do nosso povo como disputas familiares sobre herança e disputas de vizinhos sobre terras, pedidos de auxílio, que prontamente atendemos, visto que o bem-estar de nosso povo está em primeiro lugar em nossos corações, somos solicitados até as questões mais complexas que envolvem nossos ministros que envolvem as questões territoriais, sobre os domínios de cada província, quando e como devemos aplicar e abolir as taxações e impostos, sobre a administração de cada província sobre nosso domínio, sobre a contagem do nosso exército e armamento e de seu treinamento, sobre a defesa do nosso povo e território, mesmo em tempos de paz, são os assuntos que sempre permeiam todas as discussões durante todo o tempo, nunca podemos nos descuidar do nosso império e o Imperador é sempre zeloso em todas as questões, por isso é seu Akbar.
Após a audiência desta tarde, quando ordenamos que os portões sejam fechados, um homem implora aos soldados para ser recebido, mas eles querem impedir, Raghav Khan vem a nós e explica a situação, dizendo que o sujeito está desesperado e suplica para ser atendido nesse momento, então autorizamos e seguimos de volta para a sala do trono.
Vem a nós um homem muito sujo e nervoso, fazendo uma reverência desajeitada e exagerada e com lágrimas nos olhos.
— Ham sun rahe hain, kaun sa vishay aapako yahaan laata hai aur aapake samraaton ke saath ek asaadhaaran aur nijee darshakon mein sunane ke lie kahata hai? Kya itana jarooree ho sakata hai ki yah aapake jeevan ka kharch na uthae? (Estamos ouvindo, que assunto lhe traz aqui e faz pedir para ser ouvido em uma audiência extraordinária e particular com seus Imperadores? O que pode ser de tão urgente, que não lhe custe a sua vida?) – o Imperador diz e me pergunto o que pode tê-lo aborrecido tanto, fazendo o homem encolher e tremer de tanto medo.
— Mahaamahim amar rahen! Main aapase is tarah aapakee upasthiti mein aane ke lie mujhe kshama karane ke lie vinatee karata hoon, lekin mujhe vah sab bataane ke lie turant aana pada jo mainne apanee aankhon se jaana aur dekha hai, kyonki main ek samarpit aur vaphaadaar sevak hoon. (Vida longa à Vossas Majestades! Rogo que me perdoem por ter vindo em sua presença dessa maneira, mas tive que vir imediatamente comunicar tudo o que soube e vi com meus próprios olhos para os meus Soberanos porque sou um servo devotado e fiel.) – o homem, ainda de olhar baixo e mãos cruzadas à frente do corpo diz.
— To mujhe batao ki tumane kya dekha, suna aur dekha, mujhe sab kuchh vistaar se chaahie. (Me diga então o que viu, ouviu e presenciou, quero tudo em detalhes.) – o Imperador exige.
— Ek baar phir, main aapase is tarah se mahaamahim ke saamane aane ke lie kshama karane ke lie vinatee karata hoon, lekin main aapako soochit karana chaahata hoon ki medieros kampanee, jise ham jaanate hain ki aapake ek bhaee kee hai, aaj dopahar ek visphot hua aur kaee mrt hain aur ghaayal ho gae, ham mein se kaee peediton kee madad ke lie daude, main sabase oopar kee manjil par gaya, jahaan ham jaanate hain ki Shri Enzo the... (Mais uma vez rogo que me perdoe por ter vindo na presença de Vossas Majestades dessa maneira, mas quero comunicar que a empresa Medeiros, que sabemos que pertence a um de vossos irmãos, sofreu uma explosão essa tarde e existem muitos mortos e feridos, vários de nós corremos para socorrer as vítimas, fui ao último andar, onde sabemos que o Senhor Enzo se encontrava...) – o homem diz, com toda cerimônia.
— Bolo, mere bhaee ko kya hua? (Diga, o que aconteceu ao meu irmão?) – o Imperador se adianta, verdadeiramente preocupado.
— ek visphot ke baad aag lagee, hamane jo dekha, visphot teesaree ya chauthee manjil par hua hoga jahaan mistar enjo ka kaaryaalay sthit tha, durbhaagy se, vah mar chuka hai, main aapase apane naukar ko maaph karane kee vinatee karata hoon, main nahin kar saka use bachaane ke lie kuchh bhee karen kyonki jab ham pahunche to usake shareer mein jeevan ka koee nishaan nahin bacha tha, jo aag kee lapaton se pooree tarah se nasht ho gaya tha aur usake kaaryaalay mein paaya gaya tha ... isalie main keval apane samraaton ko yah sab dukh bataane ke lie dauda aa saka kyonki main jeevan bhar unaka samarpit aur vishvaasayogy sevak raha hoon. (Houve uma explosão seguida de um incêndio, pelo o que vimos, a explosão deve ter acontecido no terceiro ou quarto andar onde ficava a sala do senhor Enzo, infelizmente, ele está morto, rogo que perdoem o seu servo, não pude fazer nada para salvá-lo porque quando chegamos não havia mais sinal de vida em seu corpo, que está completamente destruído pelas chamas e foi encontrado em seu escritório... Então só pude vir correndo contar toda essa tristeza aos meus Imperadores porque lhes sou um devotado e fiel servo por toda a minha vida.) – o homem mais uma vez diz, com toda a reverência.
— Aap kaise sunishchit ho sakate hain ki yah vah hai? mere bhaee ka shav kahaan hai? (Como você pode ter certeza de que é ele? Onde está o corpo do meu irmão?) – o Imperador levanta e pergunta.
— Mahaamahim, mainne khud senhor enzo kee madad karane kee koshish kee, is avashesh ko dekhen, yah usakee gardan ke chaaron or tha, jab mainne use apanee baahon mein liya to mainne use utaar diya. mainne koshish kee aur usake jeevit rahane ke lie sab kuchh kiya, main kasam khaata hoon, lekin us shareer mein jeevan ka koee sanket nahin tha. mainne kuchh aadamiyon ko mere saath chalane aur unake shareer ko mahaamahim ke paas laane ke lie kaha. (Majestade, eu mesmo tentei socorrer o Senhor Enzo, veja esse relicário, estava no pescoço dele, tirei quando o peguei em meus braços. Eu tentei e fiz de tudo para que ele sobrevivesse, eu juro, mas não tinha qualquer sinal de vida naquele corpo. Pedi que alguns homens me acompanhassem e trouxessem o corpo dele para Vossas Majestades.) – o homem diz, ainda de cabeça baixa.
Eu estou completamente chocada, mal posso acreditar que meu amigo, a quem consideramos um irmão, tenha morrido de uma forma tão trágica! Meu marido se mantém firme, ainda que isso doa em sua alma.
— Tumhaara naam kya he? – (Qual é o seu nome?) – o Imperador pergunta.
— Rumani, Mahima. (Rumani, Majestade.) – o homem responde.
— Aapane apane samraaton ka sammaan kiya hai aur aapako sone se puraskrt kiya jaega taaki aap yah na bhoolen ki shaahee parivaar jo achchha karata hai vah aisa hai jaise ki yah unake mahaamahimon ke lie kiya gaya ho. ab batao, mere bhaee kee laash kahaan hai? (Você honrou seus Imperadores e será recompensado por isso com ouro para que não esqueça que o bem que faz a família imperial é como se fosse feita as suas Majestades. Agora me diga, onde o corpo do meu irmão está?) – o Imperador diz.
— Yah aangan mein hai, mahaamahim, upayukt sthaan par jaane ke lie aapakee anumati kee prateeksha kar rahe hain. (Está no pátio, Majestade, aguardando a sua autorização para que vá a um lugar apropriado.) – Rumani diz.
O Imperador manda dar uma recompensa ao homem, pede que os servos lhe deem água, comida e roupas limpas e Rumani sai agradecido e fazendo reverência, mas ainda consternado com nossa perda.
Vamos até o pátio onde está colocado o corpo de nosso irmão, dispensamos todos, queremos ficar a sós, nos abraçamos e choramos muito por essa perda. Meu Jagal faz questão de manter em sua mão o relicário de Enzo, que não a tirava do pescoço desde que a Samara deu a ele, faz menção de se abaixar para devolver a joia ao corpo, mas eu impeço.
— Deixe que os homens da família façam isso. – eu digo e ele concorda.
— Devemos dar a notícia a eles. – o Imperador diz e eu concordo.
— Paarthiv shareer ko karmakaand ke sthaan par le jao, ham use baadashaahon ke bhaee ke roop mein uchit sammaan denge. (Levem o corpo para o local dos rituais, daremos a ele a devida honra como irmão dos Imperadores.) – o Imperador diz.
Os servos começaram a fazer a preparação do forte para o luto, retirando toda a decoração florida externa dos palácios, tecidos coloridos, luminárias e apagando as tochas, tudo deve ter a cor branca a partir de agora e nós seguimos em silêncio na direção da família.
Posso ver que os homens estão todos reunidos, mesmo os mais velhos, em alguma atividade, parece algum tipo de exercício. Já as mulheres estão sentadas apreciando o jardim e as histórias que a Soberana está contando para os herdeiros e nossos sobrinhos, todos estão sorrindo.
Nos aproximamos dos homens, Ricardo logo percebe a expressão séria e triste no semblante do Imperador.
— O que houve com você? – Ricardo pergunta.
— Aconteceu algo de muito sério mesmo. – Claudio diz.
— Trago uma notícia terrível para todos nós, mas especialmente para você, Heitor. – o Imperador diz e dá para notar que o homem estremece.
— Foi meu Enzo, não foi? Meu filho Enzo! – Heitor diz, angustiado.
— Heitor, não há como amenizar uma notícia como essa. Essa tarde, aparentemente Enzo estava em uma reunião em seu escritório quando houve uma explosão, seguida de um incêndio na empresa, ele não conseguiu sair da sala e faleceu. O homem que tentou socorrê-lo me trouxe a notícia e seu corpo. – o Imperador revela tudo de uma só vez.
Há um meio melhor de se dar uma notícia terrível como essa?
Todos ficam chocados de tal maneira que querer gritar, exasperados e angustiados, mas os mais velhos tentam acalmar os ânimos.
— Peço que não façam isso, nós homens precisamos ser fortes, as mulheres ainda não sabem e sei que sofrerão muito, precisamos consolar e confortá-las. – meu marido os repreende e diz com firmeza.
Quebrando o protocolo, nos aproximamos de Heitor e o abraçamos.
— Heitor, sentimos muito por isso, Enzo é como um irmão para todos nós, faremos tudo o que pudermos por ele e por sua nora. Vou descobrir tudo o que aconteceu e punir o culpado. – o Imperador promete.
— Heitor, Enzo é nosso irmão querido, jamais descansaremos enquanto sua memória e sua vida não for vingada, ele terá seu descanso e sua honra, acredite nisso. – eu digo.
— Sinceramente? Só tenho o que agradecer por tudo o que vocês fizeram pelo Enzo, desde que ele entrou na companhia de dança sua vida mudou, vocês tiraram ele daquela depressão que quase acabou com a vida dele, esses últimos anos da vida dele foram os melhores, vocês ajudaram até em nossa empresa, nem todo o agradecimento é o suficiente pelo que fizeram pelo meu filho e sua esposa. – Heitor diz, entre lágrimas.
O Imperador sinaliza para eu ir até as mulheres.
Espero que tenham gostado.
Foto da mídia: Enzo com os amigos.
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