Capítulo 11 - Weenny: Terrível perda
Os bebês são ungidos com tilak e todos são convidados a se acomodar.
Os sacerdotes se acomodam no centro do templo com Ricardo e Michele à direita e Claudio e Carol à esquerda, o Imperador e eu diante dos oficiantes e as bandejas entre nós, nesse momento os bebês estão nos berços.
Mayara vem e entrega Theeran nos braços do Claudio, Pandith orienta a iniciar o ritual.
Apana pahala chaaval khao, Theeran, mere bete, aaj tumhaare jeevan mein ek naya chakr shuroo hota hai. (Coma seu primeiro arroz, Theeran, meu filho, hoje se inicia um novo ciclo em sua vida.) – Claudio vai colocar a colher com uma porção de kheer na boquinha do filho e o vê abrir a boca e mastigar, todos riem.
O entrega para a Carol, que oferece uma porção de prasad para o filho, que aceita novamente e mastiga direitinho.
Carol entrega o bebê para o Imperador que o alimenta e o passa para o meu colo para que eu faça o mesmo, então passo para os tios e tias o abençoarem e alimentarem.
Dani vem e entrega Minakshi no colo do Claudio.
Apana pahala chaaval khao, Minakshi, meree betee, aaj tumhaare jeevan mein ek naya chakr shuroo hota hai. (Coma seu primeiro arroz, Minakshi, minha filha, hoje se inicia um novo ciclo em sua vida.) – Claudio coloca a colher com uma porção de kheer na boquinha da filha e ela abre a boquinha e mastiga tão bonitinho.
A entrega para a Carol, que oferece uma porção de prasad para a filha, que recusa primeiro e depois aceita e mastiga.
Ela entrega a bebê para o Imperador que a alimenta e a passa para o meu colo para que eu faça o mesmo, então passo para os tios e tias a abençoarem e alimentarem.
Enzo vem e entrega Yuvaraj para Ricardo.
Apana pahala chaaval khao, Yuvaraj, mere bete, aaj tumhaare jeevan mein ek naya chakr shuroo hota hai. (Coma seu primeiro arroz, Yuvaraj, meu filho, hoje se inicia um novo ciclo em sua vida.) – Ricardo coloca a colher com uma porção de kheer na boquinha do filho e o vê sorrir e mastigar.
O entrega para a Michele, que oferece uma porção de prasad para o filho, que aceita prontamente e mastiga.
Então ela entrega o bebê para o Imperador que o alimenta e depois eu faço o mesmo e passo para os tios e tias o abençoarem e alimentarem.
Rafael vem e entrega Ajay para Ricardo.
Apana pahala chaaval khao, mere bete, Ajay, aaj tumhaare jeevan mein ek naya chakr shuroo hota hai. (Coma seu primeiro arroz, Ajay, meu filho, hoje se inicia um novo ciclo em sua vida.) - Ricardo coloca a colher com uma porção de kheer na boquinha do filho e o vê mastigar e fazer uma pequena careta.
O entrega para a Michele, que oferece uma porção de prasad para o filho, que aceita hesitante, mas mastiga.
Ela dá o bebê para o Imperador que o pega e alimenta, depois o passa para mim e eu faço o mesmo e entrego para os tios e tias o abençoarem e alimentarem.
Os bebês são alimentados por todos os tios com pequenas porções de prasad e kheer, ainda mais porque eles têm uma imensa quantidade de tios, o que nos faz ter pena deles nesses momentos.
Todos vem abençoá-los, inclusive os sacerdotes e iniciamos a celebração com um farto banquete, músicas e danças no salão anexo ao templo. Em breve completaremos o ritual com o jogo com os bebês.
O Imperador e eu nos sentamos ao lado dos pais, segurando os bebês, colocamos bandejas com vários objetos na frente deles.
O objetivo dessa brincadeira é ter uma perspectiva para o futuro de acordo com o objeto que o bebê escolher, preferir brincar ou segurar.
Começamos a brincadeira com Theeran e Minakshi, os objetos são esses:
Joia (uma pulseira) – símbolo de riqueza.
Livro – simbolizando a aprendizagem.
Caneta – simbolizando sabedoria
Pote de barro – simbolizando propriedades.
Alimentos – simbolizando que será empático e caridoso.
Espada – simbolizando força, luta.
Theeran pega o pote de barro e Minakshi a pulseira, nós rimos a aplaudimos.
— Bhaagy poorn ho. Theeran sampatti ka vaaris aur svaamee hai, saath hee Minakshi, ameer aur saphal. (Que o destino se cumpra. Theeran seja o herdeiro e senhor de posses, assim como Minakshi, ricos e bem-sucedidos.) – o Imperador diz.
Yuvaraj se inclina e sem demora pega a pulseira e Ajay pega a espada, todos nós rimos e aplaudimos.
— Dekhen ki bhaagy kee pushti kaise hotee hai, Yvaraj, kraun prins gahana lete hain, is baat ka prateek hai ki vah apane pita ke bhaagy ka uttaraadhikaaree hoga, jaisa ki jetha ham ummeed karate hain. ajey, ajay talavaar leta hai, yah prateek hai ki use apane chaacha kee tarah ek yoddha banana hai, apane bhaee aur usake parivaar kee raksha karana, jaisa ki usase ummeed kee jaatee hai. ve jaanate hain aur apane bhaagy ko poora karana chaahate hain kyonki ve chhote the, ve hamaare parivaar ke lie garv hain! (Vejam só como o destino se confirma, o Yuvaraj, príncipe herdeiro pega a joia, simboliza que ele será o herdeiro da fortuna de seu pai, como primogênito é o que esperamos. Ajay, o invencível, pega a espada, simbolizando que há de ser guerreiro, como os tios, defendendo seu irmão e sua família como é se espera dele. Desde pequenos conhecem e desejam cumprir seus destinos, são orgulho para a nossa família!) – o Imperador diz.
A celebração continua até a madrugada, mas nos retiramos antes porque precisamos cuidar dos nossos bebês.
Os Amigos POV:
Samara está com mal-estar desde cedo, com cólicas que parecem menstruais e uma pressão nas costas, se queixa porque justo hoje Enzo está trabalhando e não há ninguém para pedir socorro, nenhuma amiga está visitando-a ultimamente.
O dia vai passando e a dor só está piorando, agora sente cólicas intestinais e um pouco de sangue está saindo, ela geme de dor e chora, não é possível que esteja entrando em trabalho de parto tão adiantado, seu bebê não pode vir prematuro.
— Michele! Socorro! – grita.
— Ricardo!
— Igor!
— Vivian!
— Carol!
— Claudio!
— Alguém me ajuda! Pelo amor de Deus!
De repente entram nos aposentos dela, Vivian e Michele.
— O que você tem? – Michele pergunta.
— Eu não sei, acho que estou entrando em trabalho de parto, preciso de ajuda. Chamem o Enzo, por favor. – Samara implora.
— Vamos chamar, mas você tem que ir para o hospital, você não pode ter o bebê aqui. – Vivian diz.
— Chamem o médico! Mande vir a ambulância. – Vivian grita para Igor.
— Alguém precisa avisar o Enzo. – Michele diz.
— Não precisa, estou aqui, vamos para o hospital, não quero perder tempo. Vamos no meu carro. – Enzo pega a esposa no colo e com ajuda a leva até o veículo.
Os Imperadores e amigos os acompanham até o hospital, vão em diversos carros.
O hospital é evacuado porque sabe-se que os Imperadores estão a caminho, toda a equipe fica à disposição apenas para tratar a família do grande Akbar.
Recepcionam Samara e a transportam para a sala pré-parto, vão avaliar o bebê a mãe, enquanto Enzo responde às perguntas de praxe dos médicos e enfermeiros.
— Kya yah pahalee garbhaavastha hai? (É a primeira gestação?) – o doutor pergunta.
— Yah teesara hai, pahale do garbhapaat the. (É a terceira, as duas primeiras foram abortos espontâneos.) – Enzo diz.
— Kya vah kisee beemaaree se peedit hai? Ya aapane garbhaavastha ke dauraan ek vikasit kiya tha? (Ela sofre de alguma doença? Ou desenvolveu alguma durante a gestação?) – o médico pergunta.
— Koee nahin।. (Não, nenhuma.) – Enzo responde.
— Kya vah medikal pholo-ap kar rahee hai? (Ela está fazendo o acompanhamento médico?) – o doutor pergunta.
— Ha hamesha. (Sim, sempre.) – Enzo diz.
Faz algumas outras perguntas e satisfeito se retira.
Na sala de exames...
— Doktar, bachcha hilata nahin hai. (Doutor, o bebê não se move.) – uma enfermeira diz para o médico.
— Mujhe abhee bhroon kaardiyotokograaphee chaahie. (Quero uma cardiotocografia do feto, agora mesmo.) – o médico exige e a enfermeira liga o cinto com os sensores na barriga da grávida para detectar a frequência cardíaca do feto e a intensidade das contrações uterinas.
— Mujhe bahut dard ho raha hai, kya tum kuchh nahin karoge? (Eu estou sentindo muita dor, não vão fazer nada?) – Samara grita desesperada.
— Dekho, doktar. Vahaan kuchh bhee nahin hai. (Veja, Doutor. Não há nada.) – a enfermeira estende a mão para pegar o resultado do exame e mostra para o médico.
— Chalo ek altraasaund karate hain, ab sab kuchh taiyaar karate hain. (Vamos fazer um ultrassom, prepare tudo agora.) – o médico diz, ignorando o apelo da grávida.
— bhroon kee baayophijikal prophail shoony hai aur garbhanaal aage ko badhaav dikhaee de raha hai. (Perfil biofísico fetal zero e há um prolapso do cordão umbilical visível. – o médico diz.
— Kya ho raha hai? Ve ye pareekshan kyon kar rahe hain aur meree dileevaree kyon nahin? (O que está acontecendo? Por que estão fazendo esses exames e não o meu parto?) – Samara grita mais umavez e enxuga as lágrimas.
— Ledee Samara, aapaka bachcha ab aapake garbh mein nahin chalata hai aur na hee usake dil kee dhadakan hotee hai. (Senhora Samara, sua bebê não se move mais no seu ventre e não tem batimentos cardíacos.) – o médico diz.
— Theek hai, to yah ek ladakee hai, hai na? kya aapaka saamaany janm ya sarjaree hone vaalee hai? main apanee betee ko dekhane ke lie intajaar nahin kar sakata. (Está bem, então é menina, não é? Vai fazer parto normal ou cirurgia? Não vejo a hora de ver minha filha.) – Samara diz e sorri.
— Mahodaya Samara, ham aapakee sijeriyan dileevaree karane ja rahe hain, lekin mujhe yah samajhane kee jaroorat hai ki aapakee betee ka nidhan ho gaya hai. (Senhora Samara, vamos fazer seu parto cesárea, mas preciso que compreenda que sua filha faleceu.) – o médico diz e Samara grita.
— Nahin! Vah maree nahin hai, tum jhooth bol rahe ho, janm do aur tum dekhoge, meree betee roegee aur vah jeevit rahegee. Main jo dekar kahatee hoon ki meree dileevaree praakrtik ho, main apanee betee ko paida hote dekhana chaahatee hoon, aisa hone par main behosh nahin hona chaahatee. (Não! Ela não morreu, você está mentindo, faça o parto e você vai ver, minha filha vai chorar e vai estar viva. Faço questão que meu parto seja natural, quero ver minha filha nascer, não quero estar desacordada quando isso acontecer.) – Samara grita e exige.
O médico manda que preparem tudo para a cirurgia e chamem o anestesista, mas diante da exigência da parturiente, desiste e segue com os procedimentos para a indução do parto natural.
Todas as enfermeiras têm pena da grávida, assim como os médicos, mas precisam dar satisfações ao marido.
Enzo está na sala de espera preocupado por não ter notícias, sequer uma enfermeira ou médico aparecem para lhe dar permissão para assistir o parto e isso lhe deixa em dúvida.
— O que será que está acontecendo lá dentro? – Enzo pergunta.
— Talvez ainda estejam examinando-a. – Michele diz.
— Será que estão conseguindo controlar as contrações e Samara poderá ficar em repouso em casa? – Enzo faz suas conjecturas e logo o médico vem em sua direção.
— Mahoday Enzo, mere paas aapako dene ke lie koee achchhee khabar nahin hai. aapake bachche kee koee halachal aur dil kee dhadakan nahin hai, vah aapakee patnee ke garbh mein mar gaya aur ham prasav karaane ja rahe hain. main jaanana chaahata hoon ki kya aap dekhana chaahate hain. (Senhor Enzo, não tenho boas notícias para lhe dar. Sua bebê não tem movimentos e batimentos cardíacos, faleceu ainda no ventre da sua esposa e vamos fazer o parto. Quero saber se deseja assistir.) – o médico diz e Enzo leva as mãos ao rosto e chora por sua bebê.
— Eu teria uma menininha, mas ela morreu. Mais um filho morto. – Enzo diz e chora, os amigos correm para abraçá-lo.
— Main apanee betee ko janm lete hue dekhane ja raha hoon, bhale hee vah mar gaee ho, main usaka chehara aur shareer dekhana chaahata hoon. (Vou ver a minha filha nascer, mesmo que esteja morta, quero ver seu rosto e corpo.) – Enzo diz.
— Samara kaisa hai? (Como está a Samara?) – Mayara pergunta.
— Usane mujhe bachche ko janm dene ke lie kaha kyonki main jhooth bol raha hoon aur usakee betee jinda paida hone vaalee hai. (Me mandou fazer o parto porque estou mentindo e sua filha vai nascer viva.) – o médico diz e pede licença para se retirar com Enzo.
— Acho que agora ela enlouquece de dor. – Melissa diz.
— Qualquer mãe, nem posso imaginar essa dor. – Michele diz.
Dentro da sala de parto...
Samara está preparada com o campo estéril que cobre quase todo o seu corpo, deixando à mostra apenas seu ventre, que está preparado para a incisão, caso não consigam o parto natural, o anestesista está posicionado ao lado, o silêncio é palpável e desconfortável, a luz intensa e tudo muito branco.
As contrações estão cada vez mais intensas e Samara sofre e se contorce de dor, mas em silêncio, apenas a voz do médico e da enfermeira são ouvidas ao pedir que ela faça esforço, até o momento em que o médico apara o pequeno corpo inerte em suas mãos...
Enzo chora...
— Nasceu a nossa filha. Bom trabalho. – Enzo solta um forte soluço choroso e diz.
A enfermeira pega o pequeno corpo e por questão de compaixão o limpa e enrola em cobertores como é feito com qualquer recém-nascido.
— Namastê maan, kya aap apane bachche ko dekhana chaahatee hain? (Olá mamãe, quer ver sua bebê?) – a enfermeira diz trazendo a bebê nos braços e mostrando para os dois.
— Espera, ela vai chorar... – Samara pede e chora e uma lágrima corre dos olhos da profissional.
— Como vamos chamá-la? – Enzo diz e chora.
— Não tire ela daqui, chora, bebê... – Samara pede.
— Samara, ela não vai chorar. Está morta. – Enzo diz e ela grita.
A enfermeira pega a bebê com cuidado e a leva, termina de limpar seu corpinho, tira as impressões dos seus pés e mãos, faz questão de trocar a bebê, veste com uma das roupinhas que está na mala, põe no berço e tira duas fotos.
Samara observa tudo no ambiente, enquanto finalizam os cuidados com ela, sente um misto de desespero, vergonha e dor intensa, chora tanto enquanto finalizam os cuidados com ela e acaba pegando no sono, a transferem para o quarto e quando Samara acorda, vê a filha ao seu lado em um berço refrigerado, os médicos e enfermeiros lhes dão algum tempo para se despedirem da recém-nascida.
— Ela tem frio, Enzo. Por que a deixam nesse berço gelado? – Samara pergunta.
— Samara diga adeus à ela. Precisamos nos despedir da nossa filhinha.
— Nem demos um nome para ela. – ela diz.
— Sapna. Afinal ela foi apenas um sonho para nós. – Enzo diz.
Samara chora agarrada a Sapna e ele tenta tirar a bebê de suas mãos.
— Me entrega ela. – Samara exige, mas Enzo pega, dá um beijo em sua filha e entrega para a enfermeira.
É nesse momento em que os Imperadores e os amigos entram no quarto.
— Viram a Sapna? – Samara pergunta, entre lágrimas.
— Lindo nome para uma linda menina. – a Imperatriz diz, sentindo compaixão dela.
As amigas que são mães percebem que os seios da Samara já estão vazando leite, mas ela provavelmente está triste ou envergonhada demais para se abalar com isso.
Os amigos ficam sem saber o que fazer e saem do quarto, chamam Enzo.
— O que podemos fazer por vocês agora? – o Imperador pergunta.
— Precisamos tratar dos ritos finais da Sapna. – Enzo diz e chora.
— Estaremos com você em todos os momentos, meu amigo. – Ricardo diz.
— Obrigado. Essa dor é maior porque temos um rostinho para chorar. – Enzo diz.
— Acho que em dois dias estaremos de volta ao forte. – Enzo diz.
— Se quiser, mandarei alguém vir buscar vocês. – o Imperador diz e ele aceita.
— Jagal? – Enzo diz.
— Sim? – Jagadeesh diz.
— Me permita fazer os ritos finais da minha filha, estarei no forte com o corpo dela amanhã. – Enzo pede.
— Claro que sim, meu amigo, mas estaremos ao seu lado. – o Imperador diz.
Os amigos se despedem e retornam para o forte.
Todos estão tristes e chocados com essa nova perda de Samara e Enzo, tentam pensar em uma forma de minimizar a dor da amiga, mesmo sabendo que nada pode fazer com que ela esqueça esse sofrimento.
Perder dois filhos e sepultar uma filha aos vinte e nove anos, não é fácil para ninguém e isso não sai da cabeça da Weenny, Michele e Carol, agora que são mães não podem imaginar a dor de perder um de seus bebês.
Todos os amigos estão decididos a apoiá-los, dar carinho, companhia e amor, é tudo o que podem fazer e farão! Não os deixarão sozinhos para que não sejam consumidos pela dor.
Mayara pensa em Samara e sente dó dela, não quer o mal de sua rival, mesmo sabendo que o único obstáculo para o seu relacionamento com Enzo era justamente Sapna, que infelizmente não existe mais. Jura nunca ter desejado que ela perca a bebê, pelo contrário, a felicidade de Enzo com a filha é o que mais a alegra, assim como a amargura dele com a perda a entristece.
No hospital...
— Sabe quais são as únicas lembranças que terei da minha filhinha? – Samara pergunta.
— Quais? – Enzo pergunta.
— A enfermeira me trazendo o nosso pequeno sonho para eu ver, seus olhinhos fechados, mas ela ainda estava estranhamente quente, esperava que chorasse e que fosse mentira de todos que Sapna morreu, abracei e beijei minha menina e me tiraram ela. Observei o que a enfermeira estava fazendo com a minha pequena, a limpou com tanto cuidado, tirou a impressão dos pezinhos e mãozinhas e a vestiu com uma das roupas que nós escolhemos, sabe aquela rosa? Depois a colocou no berço e tirou duas fotos da Sapna, mas até agora me pergunto por que ela fez isso? – Samara explica.
— Porque queria que nós sofrêssemos o mínimo possível, ela trouxe a nossa Sapna no berço refrigerado para que você pudesse se despedir dela. – Enzo diz.
— Dói demais, ser uma mãe sem meu bebê nos braços, é humilhante. – Samara diz e chora desesperadamente.
— Eu sinto o mesmo que você, mas precisamos entender que amanhã faremos os ritos finais do nosso anjinho. – Enzo diz e chora.
— Eu não tenho condições de participar. Faça você com os demais, eu ficarei em nossos aposentos dormindo. – Samara diz e ele concorda.
Passam a noite entre choros e desespero.
Samara pensa e repensa o que pode ter feito errado durante todo o período de gestação para que tenha ocorrido tal desgraça em sua vida, nenhum médico sequer lhe diz a causa da perda da Sapna ou dos outros dois bebês.
Tem desejo de mergulhar em qualquer cama e chorar amargamente sua perda, mas sente que deve preparar o corpo de sua pequena Sapna para os ritos finais, mesmo que não tenha forças para fazê-lo, como ver uma bebê ser cremada?
Sentia vergonha e uma opressão no peito tão grande que nem mesmo quando esteve diante de todos os amigos, foram capazes de dizer qualquer coisa sobre seu luto, tinham medo ou seria respeito por sua dor, mas naquele momento ela estava grata pelo silêncio, afinal não saberia como lidar com a pena e compaixão das pessoas.
Como será sua vida a partir de amanhã sem Sapna?
Chorando e de coração partido, acaba adormecendo.
Amanhece, Enzo acorda cedo, deixa Samara dormindo, sabe que o corpo de Sapna já está sendo enviado para o forte e vai também.
Encontra todos saindo do palácio de refeições e ganha um abraço coletivo em silêncio, a única coisa que consegue fazer é chorar.
A Imperatriz faz um carinho em seu rosto.
— Sapna está no mausoléu, vou com as meninas para preparar seu corpinho para os ritos finais. – Weenny diz.
— Posso ir fazer essa preparação eu mesmo? – Enzo pede, mesmo sabendo que isso é coisa para as mulheres.
A Imperatriz olha para o Imperador que abre essa concessão para o amigo.
— Vamos? – a Imperatriz diz e Enzo e as amigas acompanham.
As lágrimas do Enzo regam o corpo da filha.
Como um ritual, Ele acende o fogo sagrado, lava seu corpinho, passa óleo e a envolve em panos brancos, depois enfeita com flores amarelas e laranjas e coloca sobre uma espécie de maca com quatro pontas para que o corpo possa ser carregado.
Então levanta e nos agradece e vai para a área do ritual.
Enzo faz questão de pegar cada tora de madeira para formar o retângulo que é a pira funerária de sua filha, um trabalho que leva muito tempo e mais uma vez é regado por suor e lágrimas.
Vendo que tudo está terminado, Pandith dá início aos ritos finais, todos os amigos estão vestidos de branco. Ricardo, Claudio, Rafael e Victor vem trazendo o corpo de Sapna e o colocam com cuidado sobre a pira funerária, Enzo o cobre com madeira e pega um pote com líquido inflamável e derrama ao redor da pira, quando chega na cabeceira o derruba e pega a tocha que está nas mãos do Imperador e acende o fogo que incendeia a pira crematória de sua Sapna.
Todos se esforçam para conter o choro, não é auspicioso que chorem nesse momento! E ficam olhando o fogo queimar esse corpinho tão frágil e pequeno por algum tempo, depois retornam para o interior do forte.
Enzo volta para o hospital e tenta lidar com a tristeza da esposa, mas recebem uma linda surpresa das enfermeiras, um baú, que Samara abre e vê que tem a roupinha que Sapna usou, sua touquinha, as impressões de seus pezinhos e mãozinhas, a pulseirinha do hospital e as duas fotos tiradas ainda no berço, gratidão eterna por esse presente!
— Mahodaya Samara ko chhuttee de dee gaee aur riha kar diya gaya, aap ja sakate hain. agale kuchh dinon ke lie main jis dava kee salaah deta hoon vah is nuskhe mein hai. (Senhora Samara está de alta e liberada, podem ir. A medicação que indico para os próximos dias está aqui nessa prescrição.) – o médico diz.
— Doktar, kya mujhe pata chal sakata hai ki mainne apane bachche ko kyon kho diya? (Doutor, posso saber qual foi o motivo para que eu perdesse a minha bebê?) – Samara pergunta.
— Yah spasht garbhanaal prolaips tha, isalie saamaany prasav kee usakee anuchit maang ke baad bhee hamen sarjaree karane kee aavashyakata thee. (Foi prolapso do cordão umbilical claro, por isso precisamos fazer uma cirurgia, mesmo depois de sua exigência descabida do parto normal.) – o médico diz.
— Isaka kya matalab hai? kya aap samajha sakate hain, krpaya? (O que isso significa? Pode me explicar, por favor?) – Samara pede.
— Garbhanaal mein jhillee phat jaatee hai aur yah bachche ke aane se pahale yoni mein baahar nikal jaatee hai. (As membranas do cordão umbilical se rompem e ele sai para a vagina antes do bebê.) – o doutor diz e Samara fica pensativa.
Enzo reúne as coisas, a esposa agarra o baú, sedespedem de todos e saem do hospital, os Imperadores mandam um veículo buscá-lose conduzir de volta ao forte.
Espero que tenham gostado.
O que sentem em relação à Samara?
Foto da mídia: Samara.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top