Último Capítulo: A Viagem


Jagadeesh Manohari (Eros Myron) POV:

É chegado o momento de resolver definitivamente os assuntos que me esperam desde essa madrugada, vou até a sala de estar e encontro meus amigos exaustos, de certo tiveram insônia.

- Bom dia a todos. Estou aqui para resolver a situação de ontem e como tudo ocorreu diante de vocês, a solução será da mesma maneira. - digo.

- Jagal, eu queria dizer que eu... - Filipe tenta dizer.

- Eu não tinha intenção de... - Samara se justifica.

- Hoje o único que vai se pronunciar aqui sou eu, já ouvi o suficiente ontem. - sou ríspido em minhas palavras e subitamente todos se calam e recostam em nas poltronas.

- Filipe, você merece a morte por ter mentido para o seu Imperador e caluniado a sua Imperatriz - digo e ele cai de joelhos diante de mim, implorando pela própria vida.

- Já você Samara, merece ser presa pelo desrespeito com sua Imperatriz. - digo e ela se surpreende.

- Mas nós prometemos cuidar e proteger cada um de vocês e por mais que vocês não mereçam a nossa piedade e justiça, somos seus Soberanos e jamais faltaremos com a nossa palavra.

- Estamos perdoados? - Samara diz.

- Não. Estão de sobreaviso, na próxima serão mortos pelas minhas próprias mãos e não importará a minha promessa e se os considero irmãos. Tem uma chance de se redimir. - digo e tiro minha espada da bainha.

Encerro essa conversa e sigo para o prédio do governo.


Desperto incomodada com os primeiros raios do sol, me visto com a roupa especial e procuro um dos soldados para treinar comigo, estou especialmente irritada essa manhã e preciso canalizar essa energia em algum esporte.

O Imperador vê quando o soldado cai na escada depois de um contragolpe meu e resolve duelar comigo, mas impõe suas condições.

Eu não fujo a um desafio e mostro à ele o que aprendi em todos esses meses, não importando se é meu marido ou meu Imperador, o vejo apenas como um oponente a ser vencido e abatido.

Depois de perder o duelo por causa da Gira, o que me deixa extremamente aborrecida, o Imperador e eu temos uma conversa franca, confesso à ele que estou confusa e não consigo suportar que ele me toque, não depois ter sido desonrada de tal maneira a ser chamada de traidora diante de todos os nossos amigos e alguns inimigos, pelo visto.

Dedico o meu dia às minhas obrigações no forte, faço questão de ajudar as sudras a arrumar toda a bagagem do Imperador, nada deve faltar para que sua vida seja boa e feliz em Agra.

O que me faz lembrar do harém e das concubinas e um desespero me aperta o coração.

Quando anoitece, caminho descalça pelo jardim e entro na suíte secundária, vendo o Imperador de longe caminhando para a suíte principal de cabeça baixa e semblante caído.

Custo a pegar no sono nessa primeira noite solitária.

Levanto bem cedo e me arrumo com a ajuda das sudras, desço para dar as ordens.

- Gira, certifique-se de que todos os alimentos que o Imperador gosta serão servidos no café da manhã e no almoço, mande separar o melhor vinho na adega e use a mais fina louça para ambas as ocasiões e a toalha com o brasão Rajput. - digo.

- Andrea, por favor não aborreça o Imperador com nenhuma questão, mesmo que seja urgente, não repasse ligações, encontre alguém que possa resolver, por favor. - peço.

- Nimat, krpaya cheeph oph gaard ko bulaen. (Nimat, chame o chefe da guarda, por favor.) - o eunuco vai imediatamente fazer o que mando.

O Shri Kabira Kumar chega e faz uma reverência.

- Samraat ko aaj kisee bhee prashn se pareshaan nahin hona chaahie, koee bhee jaroorat jo mere saath seedhe hal honee chaahie. (O Imperador não deve ser incomodado com nenhuma questão hoje, qualquer necessidade que houver deve ser resolvida diretamente comigo.)

- Jo hukum mere aaka. (Sim, Majestade.)

- Samraat ke prasthaan ke lie juloos ke baare mein, kya suraksha majaboot aur achchhee tarah se sashastr hai? ham koee chaans nahin le sakate. (A respeito do cortejo para a saída do Imperador, a segurança está reforçada e bem armada? Não podemos correr nenhum risco.)

- Jo hukum mere aaka. ham apane sabhee sarvashreshth purushon aur hathiyaaron ka upayog karenge, hamaare samraat pooree suraksha mein jaenge. (Sim, Majestade. Usaremos todos os nossos melhores homens e armas, nosso Imperador irá em plena segurança.)

- Theek hai. Dhanyavaad. (Está dispensado. Obrigada.) - digo, ele se curva novamente e sai.

Vou para a sala de estar onde estão os meus amigos e sento com eles por alguns minutos.

- Como você está? - Michele pergunta.

- Tenho que estar bem. - digo.

- Amiga você não acha que deveria reconsiderar? Ele se arrependeu, estava com ciúmes... - Michele tenta dizer e eu a interrompo.

- Minha decisão está tomada e não voltarei atrás. - digo.

- Se você quiser desabafar conte comigo e conosco. - Mayara diz.

- Não se preocupem, não é a primeira vez que me sinto assim e pelo visto não haverá de ser a última. Cuidem dos preparativos da viagem de vocês. - digo.

- Não vamos sair daqui e deixar você, de jeito nenhum. Se você vai ficar então ficamos com você! - Carol diz.

Neste momento vemos o Imperador chegando, levanto e me curvo levemente diante dele, enquanto nossos amigos o cumprimentam normalmente.

- O café da manhã já será servido, aguardávamos apenas a sua chegada, Majestade, podemos ir?

- Por favor, não me trate assim... - ele pede e eu não me importo.

- Espere, preciso falar com você, Jagal. - Enzo.

- Vão na frente, depois nós dois vamos, por favor.

Vou para a sala de refeições com alguns dos nossos amigos e começamos a desfrutar do café da manhã.


Jagadeesh Manohari (Eros Myron) POV:

- Jagal, estamos pensando em ficar para cuidar da Weenny. - Enzo diz.

- É justamente o que eu quero pedir, mas não sei como fazer porque não quero que pensem que a companhia de vocês não me agrada. Conheço a minha esposa e sei que ela não mudará a decisão. - digo.

- Lamentamos demais o que aconteceu, mas o que podemos fazer agora é tentar ajudar a consertar tudo para que vocês se reconciliem. - Ricardo diz.

- Ela está muito machucada mas não vai assumir, conheço minha amiga, quero ficar aqui com ela. - Michele diz.

- Fiquem por favor, cuidem dela por mim, não quero que mais nada de mal aconteça à ela, não quero ver a minha amada sofrer e vocês sabem disso, sou obrigado a ir e isso me deixa com o coração despedaçado, vou lutar enquanto eu tiver vida para que minha Weenny me ame de novo... cuidem dela até que ela aceite ficar do meu lado de novo, por favor.

- Esteja certo de que cuidaremos dela com todo o amor, cuide-se também meu amigo, sei que você está sofrendo muito e odiamos ver vocês sofrendo, eu não acho que você tenha perdido a sua amada mas você a feriu, sei que pode curar o coração dela e a reconquistar, até lá faremos de tudo para ajudar! - Mayara diz e depois eles me abraçam.

Vamos para a sala de refeições onde minha esposa já está e também alguns de nossos amigos e há silêncio.

Uma refeição maravilhosa está diante de mim, mas estou sem apetite, um verdadeiro banquete com todos os meus alimentos preferidos.

Olho para a Weenny e ela está com o olhar baixo e ainda assim é transparente, consigo enxergar a dor em seus olhos, das ofensas dirigidas contra a sua honra e dignidade, o que me faz sentir o último e mais infeliz dos homens, perdi tudo o que mais importa em minha vida por uma palavra mal escolhida e dita no calor e furor do ciúmes.

Aprendi nos ensinamentos da cultura hindu sobre como devia tratar minha esposa, zelando por ela, proferindo-lhe palavras de amor, elogios e incentivos, protegendo-a, cuidando, adornando, fazendo-a mais feliz dia-após-dia... nunca imaginei que poderia ser tão irracional, estúpido e grosseiro e nunca supus que o ciúmes que sinto por minha esposa me tomaria pelas mãos desse jeito e me levaria a insensatez.

O que me resta agora? Tenho o dever de cuidar do meu país, do meu povo, preciso dar a eles um governo com humanidade e compaixão, preciso governar o coração deles e saber os desejos dos corações deles... Como eu vou conseguir seguir sem a minha Weenny?


Eu mexo o meu lassi e continuo enjoada e completamente sem apetite, eu olho apenas para o meu copo e ainda há silêncio na sala de refeições, parece que o café da manhã dura uma eternidade, mas enfim termina e nos levantamos quase ao mesmo tempo.

Alguém sugere que passemos um tempo juntos na sala de televisão e aceitamos, escolho uma chaise e fico deitada olhando para a tela e o Imperador fica em uma poltrona ao meu lado.

Nimat vem discretamente e diz que tudo está pronto, mas quer saber se há algo que eu desejo acrescentar.

- Peço licença, preciso resolver algumas coisas. - me levanto e vou para os meus aposentos.

Faço questão de ficar sozinha para preparar as roupas e banho do meu marido, busco consolo tocando em tudo o que lhe pertence, sentindo seu cheiro, enquanto eu ainda tenho essa oportunidade, já que daqui a pouco não o verei mais.


Jagadeesh Manohari (Eros Myron) POV:

O clima entre nós está pesado, Weenny não permite qualquer aproximação e não fala comigo, mas não me trata mal e não usa palavras ofensivas, apenas o silêncio. Eu fico quieto, remoendo meus erros e culpas.

Me levanto e vou para a aérea de descanso, do lado externo da casa, sinto desejo de cantarolar uma música romântica propícia para os sentimentos que me dominam desde a briga, tum hi ho meri Aashiqui de Arijit Singh... penso em tudo o que minha amada esposa tem me proporcionado desde que entrou na minha vida.

"Porque é você e apenas você

Você é a minha vida

Meu alivio e a minha dor

Você é o meu amor

Nós compatilhamos um vínculo estranho

Nós não podemos ficar distantes um do outro, nem por um momento

Eu vivo só por você.

Todo o meu tempo é dedicado a você

Eu não posso viver um momento sem você

Cada sonho é só para você"

- Que linda música triste! - me viro e noto que Michele e outros amigos estão ouvindo.

- Obrigado. Está na hora de partir, alguém viu a Weenny? - digo.

- Ela subiu para os seus aposentos e não a vimos mais depois disso. - Enzo diz.

Algumas lágrimas correm pelo meu rosto e as enxugo discretamente.

- Obrigado. Vou me arrumar para a viagem, com licença. - digo e vou para os meus aposentos.


Talvez por conta do silêncio no forte, ouço uma canção de amor e conheço a voz que a entoa, discretamente saio na varanda e o vejo cantando sozinho e choro, aproveito que estou sozinha neste momento e por isso permito que as lágrimas de dor e tristeza se derramem, saio logo que a canção cessa.

Entro em meus aposentos novamente, enxugo minhas lágrimas e continuo a arrumar suas roupas, quando de repente o vejo diante de mim, nos olhamos por algum tempo.

- Está tudo pronto, veja se gosta desta roupa.

- Notei, vi que estava preparando tudo e sou grato pela esposa que tem sido, tudo o que você faz é perfeito! Obrigado!

- Não faço para receber agradecimento, mas por gosto. Agora vá se arrumar Imperador, não é bom que se atrase. - digo sem firmeza na voz, ele concorda e vai para o banho.

Pemaneço na suíte principal e assim que ele sai do toalete já está vestido com a calça e o ajudo a vestir o camisão da mesma cor e o casaco ricamente bordado com pedrarias e fios de ouro, o ajudo com as jóias e me curvo para calçar seus sapatos, mas ele quer me impedir.

Vou ao quarto de vestir, meu cabelo já está preso numa trança, visto o sari e coloco as jóias de Imperatriz, assim que fico pronta volto para a suíte.

- Não há e nunca houve uma mulher mais linda do que você... - ele diz, eu agradeço, enquanto olho para o chão.

Vamos descendo as escadas até a sala principal onde encontramos nossos amigos que nos elogiaram pela beleza e luxo das roupas, vamos para a sala de refeições, nos acomodamos e almoçamos.

- Obrigado pelos banquetes maravilhosos que você preparou para mim, sei quando o cuidado com tudo foi teu... - o Imperador faz questão de agradecer.

- É o dever de toda mulher casada, fico feliz por ter lhe agradado o Imperador. - o interrompo e respondo sem olhar para ele.

Terminamos a refeição e seguimos para o hall de entrada, para os rituais.

Diante do Imperador, pego a coroa, que está sobre uma almofada nas mãos de Nimat, e a posiciono.

Madhavi me oferece a bandeja com a chama sagrada, flores, tilak, sindur e arroz, pego e faço uma marca com o tilak entre as sobrancelhas do Imperador para protege-lo. Então estendo a bandeja em sua direção, ele passa a mão por cima da chama sagrada, toca no sindur e faz a marca em minha testa, imediatamente eu me curvo tocando seus pés e buscando suas bençãos... Ele toca em minha cabeça visivelmente emocionado e eu vou me levantando.

Então realizo o aarti, as sete voltas em torno da cabeça dele e faço os desejos em voz alta.

- Que sua mente e seu coração sejam limpos de toda a dor e de todo o sofrimento causado nesse forte.

- Que volte ao Império com o coração e mente vazios de todos os sentimentos ruins ou destrutivos.

- Que alcance o sucesso e o coração de cada um de seus súditos.

- Que possas esquecer de cada dia ruim que teve até esse momento.

- Que nada nenhuma inveja e mau olhado te atinja no caminho.

- Que seja sempre feliz.

- Que viva cem anos.

Paro porque sinto que posso chorar, olho para as servas e as dispenso, ele precisa de privacidade para as despedidas.


Jagadeesh Manohari (Eros Myron) POV:

Weenny ainda cumpre os rituais me abençoando e trazendo coisas auspiciosas sobre a minha vida e sucesso no Império, sinto que mais uma vez serei vencido pelo desespero e pelo choro, mas não posso demonstrar fraqueza diante das pessoas, preciso me despedir dos amigos.

Todos são carinhosos, me abraçam e dizem que eu farei falta, peço mais uma vez que cuidem da minha amada e me prometem que sim.

Me viro para Weenny e ela me avisa que está na hora e cobre seu rosto com o pallu, caminhamos até o pátio principal com toda a família e funcionários ao nosso redor.

Os guardas Imperiais estão me esperando para a escolta até o veículo, sinto um nó na garganta e não consigo dizer mais nenhuma palavra, as lágrimas estão prestes a me vencer...


Vamos andando em silêncio até o pátio principal, vemos uma grande quantidade de guardas aguardando para escoltar o Imperador, andamos lado a lado quase sem trocarmos olhares, nos viramos apenas para dar o adeus e não o até breve, mas não sai sequer uma palavra da minha boca sem que as lágrimas ou soluços queiram acompanhar...

Nos olhamos e ele toca de leve em minha mão direita e vai se virando devagar em direção ao portão e a escolta vem e o levam para o veículo e partem... Levando o meu coração junto.

Me viro, volto apressada e em silêncio para dentro do prédio principal, as servas e os amigos vem logo atrás, vou subindo as escadas, tirando o pallu que cobre meu rosto e o deixo cair, quando chego no corredor das suítes entrego quase todas as jóias para as servas.

- Peguem e guardem, não há necessidade de usar se meu marido não está aqui... Levem! - digo e elas fazem conforme eu mando.

Continuo andando sem olhar para trás e vou até a varanda superior acreditando que estou sozinha e fico olhando para o nada, finalmente derramando todas as lágrimas que eu desejo e que estão engasgadas.

Meu marido não está mais aqui comigo, perdemos um ao outro e o amor que eu acreditei ter conquistado com ele, a sensação de vazio é imensa... Me sento e sinto a presença de alguém.

- Por favor Victor, agora não. - digo e volto a inclinar meu rosto em uma vã tentativa de disfarçar as lágrimas.

Ele se aproxima.

- Não suporto vê-la chorar e me odeio por ter sido responsável por muitas delas... - Victor enxuga minhas lágrimas e as observa com amargura.

- É tarde demais para esse assunto e você não deveria estar aqui.

- É exatamente por isso que eu vim, Weenny. Nós nunca merecemos estar aqui, mesmo assim você teve compaixão, nos deu amigos verdadeiros, trabalho e grandes sonhos... Quando eu lhe havia dado sofrimento, mentiras e solidão, você me fez crescer dando tudo aquilo que minha criação e herança jamais podiam me dar, depois que eu perdi o que me era mais precioso, o seu coração. - eu fico surpresa com as palavras dele, mas mantenho meu silêncio.

- Eu te amo mais do que tudo em minha vida e esse amor e admiração só crescem ao ver a mulher maravilhosa que você é, mas eu compreendo que a perdi definitivamente para um homem que é tão digno de admiração e respeito quanto você... Não sei qual decisão você pensa em tomar, mas peço que reconsidere e pense no amor de vocês e que a atitude dele pode ter sido tomada baseada apenas no ciúmes e nada mais, permaneça ao lado dele e nós estamos prontos para ficar ao lado de vocês... Eu darei a minha vida por você... Espero que um dia vocês possam acreditar em mim. - Victor diz e chora, desta vez eu sinto em meu íntimo que é sincero.

- Guh? - eu toco em suas mãos para cativar sua atenção - O que havia naquele e-mail?

-Será que ainda importa? Só tenho Marília por minha testemunha, foi ela que me convenceu a desistir de mandar e eu simplesmente saí do aplicativo sem apagar, veja, está aqui. - ele estende o celular e Weenny estranha porque não há senha e nenhum tipo de bloqueio.

Ela observa que não há nada salvo nos rascunhos, mas há um e-mail enviado de Victor para Weenny e o abre.

"Weenny, meu amor,

Você tem razão, nenhuma mulher seria capaz de me amar como você... Eu te amo e sempre te amarei, hoje compreendo como te magoeei e por isso quase te perdi, confesso que o meu orgulho foi ferido ao ver você se subindo no altar com ele, mas era preciso manter o disfarce, como é bom saber que nosso amor ainda é correspondido em nossas tardes juntos. Só te escrevo para que não esqueça que eu te amo."

Seu Victor Gustavo"

- O que significa isso, Victor? Isso é um ultraje!

- Este não é o texto que eu escrevi! Nunca mandei nada para você, nunca nos encontramos a tarde, por que eu faria um absurdo desses, por favor pense nisso.

- Quem teve acesso ao seu celular?

- Eu não ando com ele o tempo todo, fica jogado no meu quarto ou na sala.

- Desde quando está sem senha?

- Por que deveria ter senha? Estamos em família, não tenho nada a esconder.

- Exceto quem você foi para mim, não é?

- E esse e-mail. Eu me distraí e isso pode ter custado a sua felicidade... - Victor entra em desespero - O que o posso fazer, me diz, pelo amor de Deus, devo ir até a Índia, pedir uma audiência e dizer que foi minha culpa?

- Não há nada para remediar a situação, nosso relacionamento deveria ter sido baseado em confiança. Só me diga o que você queria dizer no texto original.

"Weenny, você tinha razão, nenhuma mulher seria capaz de me amar como você. Eu te amo e sempre te amarei, hoje compreendo como te magoeei e por isso te perdi, confesso que o meu orgulho de moleque foi ferido ao ver você se apaixonando e amando um homem de verdade e subindo no altar com ele, recebendo dele o que eu deveria ter oferecido se fosse minimamente inteligente de te amar como você merecia. Só te escrevo para desejar que sejam felizes e para te pedir perdão. Victor Gustavo."

- Você é uma pessoa importante do meu passado, talvez por isso em um lapso de consciência eu o tenha mantido perto de mim durante todo esse tempo, não consigo odiá-lo por tudo o que você representou para mim, eu esqueci as mágoas e o rancor e deixo as lembranças guardadas em baú de onde espero não remexer... Me agrada ver que esse ambiente que te proporcionamos tenha te mudado e moldado para melhor, só peço que respeite a minha dor e meu afastamento nesse momento, nada acontecerá com você ou com os outros amigos, juramos proteger e cuidar de vocês e cumpriremos.

- Eu sempre saberei respeitar você e seu marido, quero que saiba, independente do que sinto por você, jamais os prejudicarei e minha gratidão será eterna. Darei minha vida por você a qualquer momento. - Guh beija minhas mãos e se retira.

A tristeza parece ser a minha maior companheira agora, passo o resto do dia isolada, pensando e chorando, Shiva vem e senta ao meu lado, enxugo as lágrimas, desejando que ela não as tenha visto.

Espero que tenham gostado do final do livro 3 e nos acompanhem no livro 4.

Foto da mídia: Weenny sozinha na varanda do forte.

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