Capítulo 37: Cautela
Jagadeesh Manohari (Eros Myron) POV:
Antes do nascer do sol saio discretamente do nosso leito tendo a certeza de que deixo a minha esposa dormindo tranquilamente, aproveito que a festa está encerrada e todos os nossos convidados partiram para conversar com o chefe da guarda.
Observo a movimentação dos soldados e a cautela do Shri Kabira Kumar, parece conversar com seus homens.
- Mahaamahim. (Majestade.) - os soldados se surpreendem com a minha presença e me reverenciam.
- Main aapako vistaar se bataana chaahata hoon ki aakraman ka prayaas kaisa tha. (Quero que me expliquem em detalhes como foi a tentativa de invasão.) - digo.
- Aao aur apanee mahima batao jo tumane abhee-abhee mujhase kaha hai. (Venham e digam para vossa majestade o que acabam de me dizer.) - o chefe da guarda diz e faz um sinal para que os soldados se aproximem, faço um sinal permitindo.
- Hamane dekha ki doolhe mein se ek ne gets se sampark kiya aur nireekshan kiya, usane hamaare kaam ke baare mein jaanane kee koshish kar rahe gaard se baat karane kee koshish kee, vah thoda aahat hua aur vah apane sel phon par baat kar raha tha. (Vimos um dos padrinhos se aproximar dos portões e observar, tentou falar com os guardas tentando saber sobre o nosso trabalho, parecia um pouco apressado e falava pelo celular.) - Bunty, um dos guardas diz.
- Kya aap jaanate hain ki usakee pahachaan kaise karen? (Sabem identificá-lo?) - pergunto.
Eles apontam o Filipe na foto, mas não tem provas que o incriminem, então não podemos acusa-lo, já que no momento das tentativas de invasão ele estava ao nosso lado no salão.
- Kuchh hee samay baad hamen phaatak kholane ke prayaason ka alart mila. (Pouco tempo depois recebemos alertas de tentativa de abertura dos portões.) - o chefe da guarda diz.
- Pres ko bulaaya gaya tha aur kaee logon ne pravesh dvaar par ikattha hona shuroo kar diya, jisase ek badee uthal-puthal paida ho gaee, jisase aakramanakaaree ke pravesh ko suvidhaajanak banaaya ja saka. (A imprensa foi chamada e muitas pessoas começaram a se aglomerar no portão de entrada gerando um grande tumulto, podendo facilitar a entrada do invasor.) - Gadin, outro guarda, diz.
- Us kaaran se mainne aapake mahaamahim se sanvaad karana aavashyak samajha aur us kshan se mainne aur adhik sainikon kee bhartee kee hai, mainne aapako adhik hathiyaar die hain aur ve sabhee taavaron, phaatakon aur aangan mein staindabaay par hain. (Por essa razão achei necessário comunicar à vossa Majestade e desde aquele momento recrutei mais soldados, lhes entreguei mais armas e estão de prontidão em todas as torres, portões e nos pátios.) - o chefe da guarda diz.
- Kya aapako kile ke gaard mein kisee aur hathiyaar ya gola-baarood ya sudrdheekaran kee aavashyakata hai? Main chaahata hoon ki sabhee log surakshit rahen. (Precisa de mais algum armamento ou munição ou reforço na guarda do forte? Quero que todos estejam seguros.) - pergunto.
- Hamaare paas pahale se hee paryaapt aapoorti aur purush hain, mahaamahim. sabhee log surakshit hain. (Já temos suprimento e homens suficiente, Majestade. Todos estão seguros.) - Kabira informa.
- Ham ek yaatra ke lie kal ja rahe hain aur mujhe koee apriy aashchary nahin hai, mainne aapako shree Kabira Kumar ko yah pad saumpa hai, mujhe ummeed hai ki aap mujhe niraash nahin karenge. (Partiremos amanhã para uma viagem e não quero surpresas desagradáveis, confiei esse posto à você senhor Kabira Kumar, espero que não me decepcione.) - lembro-o de sua responsabilidade.
- Aapakee mahima mein mera samarpan aur shaashvat nishtha hai. (Vossas majestades tem a minha dedicação e lealdade eterna.) - ele diz e faz o gesto com o punho cerrado em direção ao coração.
- Ve bahaane hain. (Estão dispensados.) - aviso.
Volto para os meus aposentos, tiro a roupa e deito ao lado da minha maharany, não quero que ela perceba a minha fuga e se preocupe com os últimos acontecimentos.
Eu preciso descobrir quem está tentando invadir o forte e quais são suas intenções, talvez eu devesse permanecer aqui, enquanto todos vão ao casamento do Claudio e da Carol, assim a família estará segura e eu posso enfrentar esse inimigo em potencial sem qualquer risco para as pessoas por quem tenho apreço.
Como um balsamo sobre o meu coração pesaroso, sinto seu olhar sobre mim.
- Eu te amo. - ela sussurra perto do meu ouvido e beija de leve os meus lábios.
Deito sobre ela e a beijo.
- Anumati, raajasee. Navavivaahita jald hee nikal jaegee, kya samraat alavida kahana chaahate hain? (Permissão, majestades. Os recém casados partirão em breve, os Imperadores desejam se despedir?) - Salima pergunta a uma distância razoável.
- Haan, main pahale se hee sab kuchh hal kar doonga, vidaee taiyaar karoonga aur juloos jo aapako havaee adde tak le jaega. (Sim, já vou resolver tudo, prepare a despedida e o cortejo que os levará ao aeroporto.) - Weenny responde.
- Jo hukum mere aaka. ( Sim, majestade.) - Salima responde e se retira em seguida.
- Meu amor, precisamos cumprir o vidaai. - Patni diz e levantamos, indo direto para o banho, nos arrumamos com certa pressa e descemos, encontramos nossos amigos ainda na mesa do café da manhã.
Weenny pede licença para concluir os últimos preparativos dessa despedida e suas sudras a acompanham.
Assim que terminamos a refeição seguimos para o hall de entrada, nos despedimos dos recém casados com abraços, beijos e emoção, conforme pede esse momento. Mesmo que seja uma separação temporária, ainda nos causa dor e saudade, nosso desejo é que continuem sendo felizes e abençoados.
Patni oferece uma bandeja de grãos de arroz, Carol deve pegar um punhado e jogar para trás e fazer isso por três vezes, esse ritual é realizado e ambas estão com lágrimas no rosto.
- Não olhe para trás. Siga adiante e viva feliz com o seu marido, vá. - Weenny diz e ouvimos um forte soluço choroso de ambas.
Então Claudio e Carol caminham até o portão principal e os soldados os esperam para escolta-los em segurança até o aeroporto.
Nossos amigos voltam ao prédio principal e já se queixam do vazio em nossa casa e corações, procuro entretê-los lembrando que ainda temos que nos preparar para a viagem que acontecerá daqui dois dias.
Elas querem ir ao shopping e dar um passeio pela cidade e os homens pretendem ir à praia, nos convidam e pedimos desculpas por não poder acompanha-los, mas há muito o que fazer no forte.
Pelo menos assim dizem os olhos do meu marido.
Quando nossos amigos partem, vamos ao escritório.
Ele abre a imponente porta de madeira maciça e em um gesto gentil pede que eu entre, permitindo que ela feche sozinha logo em seguida. Observo seu silêncio e a aparente tensão em seus ombros, enquanto ele contorna a mesa do escritório e senta em sua cadeira revestida de couro, é como se o Eros que conheci tivesse partido quando aquela coroa pesou sobre a cabeça de Jagadeesh, eu sinto que preciso encontrar uma maneira de ajuda-lo.
- Pati, o que te preocupa?
- Não são as preocupações, mas os deveres de Imperador.
- Se refere a algo específico?
- Weenny, quando retornarmos da Grécia, vou precisar dedicar grande parte do meu tempo aos assuntos do Império que devem ser resolvidos de madrugada ou nas primeiras horas da manhã, logo depois seguirei para o escritório para resolver os assuntos das filiais e outros assuntos que forem solicitados.
Não me surpreende a quantidade de compromissos e nem mesmo o horário em que tratará dos negócios, uma vez que os indianos jamais falarão de assuntos que envolvam negócios após o entardecer, e a diferença de fuso horário entre Brasil e Índia são de oito horas e trinta minutos a mais.
- Farei pujas pela sua força, sabedoria e sucesso. Estarei do seu lado sempre.
- Com seu apoio nada dará errado, Maharany.
Suas palavras transmitem serenidade, mas parecem esconder a constante inquietação do seu cérebro, sinto que não devo continuar insistindo nesse assunto, então seguimos com uma conversa mais amena, falando sobre os nossos amigos.
- Precisamos dar mais atenção para a situação da Dani e o Guilherme, me preocupa vê-la tão triste e frustrada com a falta de atitude dele.
- Acha mesmo que devemos interferir na relação deles?
- Ela te pediu socorro quando chorou em seu colo e depois no meu, não consigo ver a nossa irmã sofrendo e ficar de braços cruzados, preciso ter uma conversa de homem para homem com o Guilherme para que ele veja a jóia preciosa que está deixando escapar por um capricho estúpido que faz questão de chamar de liberdade, deve ao menos ser honrado para libertá-la do compromisso e permitir que Dani encontre um amor verdadeiro, alguém que a valorize como ela merece... E se assim for, eu mesmo encontrarei um bom marido para ela.
- Ela o ama, também precisa querer se libertar desse amor. Vou conversar com ela.
Afinal lidar com amores que sugam tudo o que temos de melhor, como sonhos, vida, vitalidade, alegria, amigos e até autoestima conheço bem... Não sei se somos as tolas, crédulas ou vítimas no fim das contas, mas imaginamos que estamos vivenciando o grande amor de nossas vidas e por um tempo eles são nossos príncipes encantados... Até o momento que nos vemos sozinhas, com a face encharcada de lágrimas, abandonada por grande parte dos amigos e os que restam promovem o conhecido e humilhante coro "eu te avisei", "você mereceu", "ninguem mandou ser tão trouxa", aumentando o imenso rasgo e vazio em seu peito... Qual foi a sua culpa em tudo isso, amar?
- Weenny, você está bem? Aconteceu alguma coisa?
- Não, estou bem - digo e disfarço as lágrimas que estão acumuladas, bebo o último gole de lassi - O que estava dizendo?
- Perguntei sobre o Ricardo e a Michele, mas você me pareceu distante.
- Me desculpe, pensava sobre os argumentos que devo usar na conversa com a Dani, não se preocupe. O que quer saber? - prefiro ser parcialmente sincera desta vez.
- Quando será o casamento deles?
- Carol e Claudio estavam com o casamento deles marcado porque esperavam que pudéssemos encontra-los ainda durante a lua de mel, nenhum de nós poderia supor que aconteceria essa grande surpresa do forte. Michele e Ricardo preferiam esperar até que estivéssemos acomodados e mais tranquilos para que o shádi fosse realizado, sempre fizeram questão de nossa ajuda e que fôssemos os padrinhos... E há mais um casal que quer o casamento conforme nossas tradições, Enzo e Samara.
- É muito bom ver que nossos amigos estão se estabelecendo.
- Andarei ocupada com os casamentos porque ambos serão de acordo com as nossas tradições, as noivas me pedem aulas para que saibam se comportar como verdadeiras esposas hindus, na verdade todas querem aproveitar para participar. Cuidaremos dos preparativos, mas todos querem esperar por Claudio e Carol para que as cerimônias sejam realizadas.
Gira vem anunciar a chegada da nossa secretária, meu marido pede que ela venha ao escritório.
Fazemos uma breve reunião, Andrea nos apresenta as muitas propostas e convites que a companhia de dança tem recebido, praticamente triplicaram desde o shádi e isso não é exatamente uma novidade, acredito que essa notícia será muito bem recebida pelos nossos amigos.
Peço licença e os deixo sozinhos, sei que precisam de tempo para discutirem assuntos que envolvem as empresas e minha presença não é mais necessária.
Assim que saio do escritório, Shiva vem ao meu encontro para avisar que a senhora Shankar me espera no templo, me alegro com a notícia e vou ao seu encontro.
Minha mente divaga em busca do discurso perfeito para convencê-la a me ajudar, mesmo que eu não tenha a certeza se encontrarei as respostas e conselhos que agradarão o meu coração, o dever é o meu alicerce agora.
- Senhora Shankar, agradeço que tenha atendido o meu chamado.
- Vida longa à minha Imperatriz, é uma grande honra para esta serva estar em vossa presença. - ela se levanta, faz a reverência e diz.
- Não precisa de tanta cerimônia, afinal a senhora me conheceu quando eu ainda era uma garota comum e me educou para que eu chegasse a essa posição. Olhe para mim, por favor. - peço e sorrio.
- É uma benção ter alguém assim em nosso trono, os deuses são sábios em sua escolha, me chame de Sumitra apenas, majestade.
- Por favor, venha por aqui. Vamos beber um chai. - a convido e levo até uma área aprazível com vista para o jardim.
Nos acomodamos e espero que as sudras nos sirvam para introduzir a conversa.
- Sumitra, eu a chamei aqui porque preciso dos seus conselhos e ensinamentos mais uma vez. Tornei-me de uma jovem comum a uma princesa Maratha por herança que nem mesmo sabia existir, uma rainha por casamento e uma Imperatriz pela renúncia do grande Himanshu ainda na celebração das bodas, mas diante de todas essas surpresas e reviravoltas ainda não me sinto preparada para tamanha responsabilidade que me caem sobre os ombros.
- Sempre estarei à sua disposição, digo também por meu marido, a esperança do nosso povo é este novo governo e somos fiéis devotos aos Imperadores, agora pretendemos retornar para a Índia junto com vossas majestades.
- Os vi próximos dos conselheiros da corte, há alguma relação do Guru Shankar com eles?
- Sim, Maharany. Todos procuravam pelo paradeiro do nosso tão esperado Príncipe sucessor do trono, mas jamais podíamos esperar que fosse o menino Eros Myron que estava perto de nós aqui no Brasil, que frequentava nossa casa e templo.
Sumitra Shankar me aconselha a ler os escritos sagrados e marcamos novos encontros para pequenas aulas, fazemos uma puja juntas, me despeço dela e vou direto para a biblioteca.
Levo algum tempo para encontrar o que estou buscando, por sorte me deparo com duas versões, uma em português e outra em hindi, sorrio ao alcançar o livro e o abraço, enquanto pego uma xícara de chocolate quente e me acomodo em uma das confortáveis poltronas, tentando equilibrar o manuscrito e a xícara.
Abro o código de Manu, um compêndio de doze livros, que é considerado como a primeira organização da sociedade indiana, sob forte motivação religiosa e política. Constituem-se ideias sobre valores como verdade, justiça e respeito, abrangindo todos os aspectos da sociedade, baseando-se no sistema de castas e abordando os mais variados assuntos e preceitos.
Manu é filho do deus que criou tudo, Brahma.
Apesar de ser um código muito antigo, está arraigado nos hábitos e costumes hindus, por isso devo saber, respeitar e me submeter a essa lei.
Me dedico ao estudo do primeiro livro que apresenta as leis compiladas pelos Maharqui e ditadas por Manu, relatando a criação do mundo, hierarquia celeste e humana, a divisão do tempo, o alternar-se da vida e da morte em cada ser criado, dentre outras explicações.
São visões bem diferentes de todas as instruções que vim recebendo por toda a minha vida, mas hei de me acostumar, preciso me esforçar.
- Meree mahaaraanee, har koee aa gaya hai aur aapakee mahima poochh raha hai. (Minha Imperatriz, todos já chegaram e perguntam por vossa majestade.) - Salima se aproxima e diz.
- Are haan, main padhane se vichalit ho gaya tha. Mai ja raha hoon. (Oh sim, estava distraída com a leitura. Estou indo.) - digo.
- Gira, aaj ke raatribhoj ke lie kuchh alag taiyaar karane ke lie rasoiyon se poochhen. krpaya unhen yah menoo den. (Gira, peça para as cozinheiras prepararem algo diferente para o jantar de hoje. Entregue esse cardápio para elas, por favor.) - entrego o envelope nas mãos da governanta, agradeço e vou saindo.
Ao retornar para a sala de estar, observo a movimentação e animação dos meus amigos, ainda conversam sobre a diversão desta tarde, as boas compras e os fãs que ainda os abordam carinhosamente.
- Espero que não tenham jantado no shopping, tenho planos. - digo e sorrio.
- Nunca deixaríamos de jantar com a nossa deusa. - Ricardo diz e todos fazem uma reverência exagerada.
- Enquanto descansam, vou verificar os preparativos e já retorno. - saio e os deixo na companhia do meu marido.
Vou à cozinha e encontro Gira e as funcionárias trabalhando com satisfação, cantando e ensaiando pequenos passos de dança, faço o mesmo e começo a ajuda-las... Todas param, fazem a saudação e esperam que eu diga algo.
- Ve kyon ruke? (Por que pararam?) - pergunto e ninguém responde, nem mesmo a governanta.
- Mujhe uttar do. (Me respondam!) - insisto
- Kshama karen, meree Mahaaraanee. (Perdão, minha imperatriz.) - Gira diz.
- Nahin... (Não...) - respondo e desta vez todas me olham com certa curiosidade.
- Joy bhojan ke lie sabase achchhe masaalon mein se ek hai, krpaya naachate-gaate rahen, main vaastav mein isakee saraahana karata hoon. (A alegria é um dos melhores temperos para os alimentos, por favor continuem dançando e cantando, eu aprecio muito.) - ela sorriem e levam as mãos ao rosto em sinal de alívio.
- Chalô! (Vamos!) - digo e sorrio.
A cantoria recomeça e a alegria volta, preparamos juntas uma refeição especial para o jantar com os pratos que os meus amigos mais apreciam, como a noite está favorável, peço que sirvam na área de lazer, é um lugar muito aprazível.
- Gira, por favor, quero que recrute bons cozinheiros para os funcionários, andei ouvindo queixas sobre a alimentação, se for necessário peço que contrate, não quero que lhes falte nada. Ah, mande fazer algo especial para eles essa noite também, quem sabe uma festa?
- Obrigada por sempre pensar em nós, memsahib. A alimentação é muito boa, se alguma reclamação chegou aos seus ouvidos peço que não leve em consideração porque são as mesmas cozinheiras que atendem aos prédios principais. - Gira responde, seu tom de voz é de inconformismo.
- As mesmas cozinheiras para todos os prédios? - pergunto surpresa.
- Sim, memsahib. - Gira agora responde com naturalidade.
- Quero conversar com elas agora, por favor. - peço.
Em questão de minutos vejo quatro senhoras diante de mim, elas se apresentam como Taani, Panita, Mahima e Gauri.
- Gira mujhe bataaya ki kile kee sabhee imaaraton kee maang ko poora karane ke lie deviyaan khaana bana rahee hain. (Gira me disse que as senhoras estão cozinhando para atender a demanda de todos os prédios do forte.)
- Haan, mahaaraanee. (Sim, Imperatriz.) - elas dizem ao mesmo tempo.
- Aur unhonne kabhee shikaayat kyon nahin kee? (E por que nunca se queixaram?)
- Ham is vishay par aapakee mahima kyon pareshaan karenge? (Por que incomodaríamos a vossa majestade com esse assunto?) - Taani pergunta.
- Khaana banaana hamaara kartavy hai aur hamane apane kaamon ko pooree karane ke lie bhakti ke saath kaam kiya hai, lekin agar aapako koee shikaayat hai to ham sudhaar kar sakate hain aur... (É nosso dever cozinhar e temos feito o nosso trabalho com devoção para agradar vossas majestades, mas se tiverem alguma queixa podemos melhorar e...) - Panita diz, noto que a mulher está trêmula diante de mim.
- Nahin, aisa nahin hai, mahilaen bahut achchhee tarah se khaana banaatee hain aur ham vaastav mein unake dvaara kie gae kaam kee saraahana karate hain, lekin main ovaravark ke baare mein chinta karata hoon, aakhirakaar main unhen sabhee anurodhon mein shaamil hone ke lie dekhata hoon aur aaraam karane ke lie bahut kam samay deta hoon. (Não, não é nada disso, as senhoras cozinham muito bem e apreciamos muito o trabalho que tem feito, mas me preocupo com o excesso de trabalho, afinal as vejo atendendo todas as solicitações e acabam tendo pouco tempo de descanso.) - interrompo e digo, fico feliz ao vê-las sorrindo agora.
- Dhany ho vah kshan jab raajagaddee aapakee raajasee sansthaon ko saump dee gaee! aisee daya ke saath kaam karane ke baare mein kisee ne bhee nahin socha hai, main apanee mahila ke lie pyaar aur krtagyata ke saath kaam karata hoon. (Bendito seja o momento em que o trono foi entregue para vossas majestades! Nunca ninguém pensou no trabalhor com tanta compaixão, trabalho para a minha senhora com amor e gratidão.) - Gauri diz e todas posicionam suas mãos como em uma breve prece.
- Haan mein bhee. (Sim, eu também.) - as outras três falam ao mesmo tempo.
- Aur yahee kaaran hai ki aapakee mahima hamen gaate aur nrty karate hue dekhatee hai, kyonki ham apane kaam ko yahaan ek vaastavik upahaar maanate hain. (E por isso vossa majestade nos vê cantando e dançando, porque consideramos o nosso trabalho aqui uma verdadeira dádiva.) - Mahima diz.
- Krpaya hamen kile kee sabhee imaaraton kee seva jaaree rakhane kee anumati den, ham koee kam kaam nahin chaahate hain, meree mahaaraanee. (Por favor nos permita continuar atendendo a todos os prédios do forte, não queremos menos trabalho, minha Imperatriz.) - Taani pede com suas mãos juntas e as outras duas concordam.
- Apane samraat kee bhakti ko puraskrt kiya jaana chaahie, yahee usakee ichchha hai aur yahee kaaran hai ki main paalan karata hoon. Rasoiya, taanee, paneeta, gauree aur maahina ke roop mein kaam karane ke samarpan ke lie, unake vetan mein ek sau pratishat kee vrddhi kee jaegee, yadi unake bachche adhyayan nahin kar rahe hain, to ve skool aur guruon kee peshakash karate hain jab tak ki ve parivaar ke sammaananeey pramukh nahin ban jaate. (A devoção ao seu Imperador deve ser recompensada, esse é o desejo dele e por isso eu cumpro. Pela dedicação no trabalho como cozinheiras, Taani, Panita, Gauri e Mahina, terão seus salários aumentados em cem por cento, se seus filhos não estiverem estudando, ofertem escola e gurus até que se tornem chefes de família honrados.) - digo e elas me agradecem se curvando de tal maneira que tocam e beijam meus pés, fico constrangida e as levanto rapidamente.
- É assim que o seu povo reage diante da deusa. - Pati diz e eu sinto meu rosto esquentar.
- Desde quando está aí? - digo ainda sem me virar.
- Tempo suficiente para ver que você é uma esposa maravilhosa, que guarda a honra de seu marido e do Imperador.
- Arê Pati, sempre tão gentil. - digo e sorrio.
Novos tempos estão chegando, Jalalluddin e Weenny sentem que devem se preparar para o destino, mas supõe vagamente o que lhe esperam, enquanto os amigos fazem planos para uma vida tranquila e confortável no Brasil...
Ah, não podemos esquecer da breve viagem que os espera no próximo capítulo, a lindíssima Grécia e o casamento dos sonhos de Claudio e Carol, vai ser bom demais e promete ser divertido porque será uma espécie de férias com todos os amigos.
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