Capítulo 04: Questionamentos.

Os Amigos POV:

Todos os cerimoniais do shádi foram maravilhosos e emocionantes, nunca imaginaram que um casamento pudesse ser tão lindo e especial, talvez os indianos soubessem festejar como um brasileiro jamais seria capaz, realmente levavam a sério o compromisso assumido diante da família e da sociedade.

Eros e Weenny estavam radiantes todo o tempo, apesar da distância e da saudade, fizeram os muitos juramentos e promessas com alegria e devoção, como os indianos sempre costumavam dizer a cada cerimônia.

Tudo estava indo bem, exceto pela presença constante dos Imperadores, os amigos não conseguiam compreender por que eles insistiam em participar de todos os cerimoniais. Por que tanta benevolência com estranhos?

Não queriam constranger os noivos com tantos questionamentos, afinal eles nunca mentiram para os amigos, não seria agora que começariam a fazê-lo, não é?

O dia treze de fevereiro estaria marcado para sempre em suas memórias e de diversas maneiras, como dia da consagração de um amor que deveria ter acontecido há muito tempo, mas também como o dia mais emocionante e insano de suas vidas, ou o mais apavorante e desesperador, ainda assim precisavam considerar que podia ser o último dia que veriam seus melhores amigos.

Foi um dia cheio de compromissos, bem agitado para os noivos, pais e padrinhos e até mesmo para convidados e imprensa, que tentava registrar em seus cadernos e blocos de anotações tudo o que pudesse para comentar em seu retorno para o Brasil.

Cada cerimônia contava com a participação dos padrinhos, mas apenas as madrinhas tiveram o privilégio de ver a Weenny ser adornada como uma deusa, linda como uma verdadeira rainha... E mal podiam saber quanta verdade havia nessa afirmação.

Cumpriram os rituais e seguiram no elegante e lotado bharat, estranharam o rígido esquema de segurança e a alegria e a exaltação do povo por todo o caminho, era como se adorassem os noivos, os amigos não sabiam lidar com uma recepção tão calorosa.

Mas nada foi tão assustador e surpreendente quanto notar que o cortejo parou diante do imponente e majestoso Forte Agra, conhecido por ser a morada dos Imperadores. Sentiam um súbito desejo de recuar, afinal a proximidade com Vossas Majestades poderia lhes render castigos severos e até mesmo a morte, por que Eros escolheu esse lugar?

— Qualquer noivo apaixonado ia sonhar com esse lugar. – Ricardo disse, com sua voz trêmula.

— Mas não seria melhor se os Imperadores não estivessem aí ou mo... – Guilherme começou a dizer e todos lhe deram tapas para impedir que continuasse.

— NÃO DIGA ISSO! NÃO CONTINUE! – Amitabh, assustado, implorou.

BAGUAN QUELIÊ... Que os deuses te perdoem e nos perdoem. – Tia disse e fez um gesto como em uma oração em voz alta.

Ok, todos estavam curiosos para ver o luxo e requinte que os esperava, mas jamais estariam preparados para tudo o que veriam e viveriam a partir daquele momento.

O vagdanam e o vivaha emocionaram a todos, os olhos dos noivos brilhavam de alegria e felicidade, mesmo que se mantivessem sérios durante todas as promessas e juramentos tomados diante do fogo sagrado e proferidos com tanto amor e sinceridade, sob os sorrisos e desejos auspiciosos dos padrinhos e bençãos dos pais da Dulhana e dos Imperadores...

E mais uma vez se perguntaram, o que faziam as Majestades no lugar dos pais do Eros? Estariam querendo confirmar se o cerimonial era sério ou se os noivos realmente estavam respeitando a maior religião da Índia? Estariam zelando pela tradição e costumes? Seria apenas curiosidade ou zelo pelos salões de seu forte? Ocuparam os assentos vagos sem nenhuma pretensão?

Esse não era o momento de questionar, o Guru Shankar dizia que todos deveriam ter bons pensamentos e desejos durante o shádi, para que os noivos pudessem ser felizes, e ninguém mais do que os padrinhos desejavam a felicidade do casal preferido.

Alguns rituais lhes renderam boas lembranças, como as lágrimas do sacríficio do Ronaldo em ter deixado que sua filha tão amada partisse e sua exigência de que o genro garantisse a sua felicidade e segurança, já outros trouxeram dúvidas, como o ritual que a mãe da Dulhana e a Imperatriz fizeram juntas com um pote de água e duas facas, os tradutores explicaram que tinha o intuito de proteger os noivos.

Sem dúvida alguma o ritual preferido de todos eles foi o juramento de fidelidade feito pelo Eros, ambos os noivos posicionaram os pés sobre uma pedra de mármore, o Dulhan afirmou que sempre estaria presente na vida de sua esposa e todos sabiam que ele cumpriria seu juramento, afinal jamais abandonaria alguém, em especial o seu grande amor.

Outros rituais se sucederam na conclusão do casamento, como a entrega das alianças, a purificação da noiva, a entrega da chama sagrada, a linda oração da esposa invocando uma vida longa para o marido, as bençãos ao casal e a primeira refeição, tudo com o propósito especial de unir os noivos e suas famílias.

Havia chegado o momento dos cumprimentos e os padrinhos puderam conversar brevemente com os noivos, expondo seus desejos de felicidade aos recém casados.

A celebração teve início, mas ninguém estava à vontade com a presença dos Imperadores no salão, isso era angustiante e incômodo para todos, afinal não sabiam como se portar e não estavam acostumados a estar entre os membros da realeza, se eles se sentiam assim, imaginavam o desconforto dos convidados.

Poderiam andar ou dançar pelo salão sem correr riscos? Poderiam abordar um garçom para pegar uma bebida ou simplesmente parar em qualquer lugar para conversar? A guarda ostensiva estava atenta a qualquer movimento, pareciam procurar motivos para uma punição.

A situação piorou quando foram para a área do banquete no salão de festas, Eros e Weenny os convidaram para ocupar os lugares reservados para os padrinhos na mesa dos noivos, onde as Majestades já estavam assentadas, por que os noivos não estavam tão incomodados quanto os amigos?

A boa música os convidava a dançar e era um bom momento para homenagear os noivos, com a coreografia que a equipe do Guru lhes ensinou e que tanto ensaiaram. Nada como uma pista de dança ou tablado para uní-los e alegrá-los, por um instante regressaram aos velhos tempos.

Elogios podiam ser ouvidos por toda a parte e sob todos os aspectos desse shádi luxuoso e indescritível.

Uma coisa incomodava as madrinhas, Weenny parecia verdadeiramente apaixonada por Eros, mas nunca havia declarado abertamente seus sentimentos, talvez as dores do passado a impediam de verbalizar o que o seu coração sentia, todos a viam elogiar e declarar sua confiança nele, mas a célebre e desejada frase nunca foi dita. Aproveitaram para lhe perguntar e ela não soube responder, pareceu apenas ter ficado meditando a respeito do conselho das amigas por alguns momentos.

Então a deusa deles surpreendeu a todos, em especial ao seu marido, com uma incrível declaração de amor e de confiança.

— Eu diria devoção! – Michele disse e todos concordaram, afinal era uma palavra especial que combinava com eles em todos os momentos.

— Eros está chorando como um menino desamparado, que lindo. – Mayara disse.

— Vamos até eles, faremos um círculo ao redor deles. – Guilherme aconselhou.

— Infelizmente precisamos evitar um beijo, mas eu adoraria ver. – Gislaine disse.

— Vamos logo. – Eduardo os apressou e seguiram em direção a pista de dança onde estavam os noivos.

Eros enxugou as lágrimas e se recompôs, todos podiam ver e sentir a intensidade desse amor, mas essa noite ainda prometia intensas e assustadoras sensações.

De um momento para o outro Weenny foi ameaçada com uma espada e Eros iniciou um duelo que só pôde demonstrar sua força, destemor, fúria e vigor.

Como Eros sabe manejar uma espada? – Igor perguntou.

— E como a usa com tanta destreza? – Guilherme disse.

— E se ele for... – Melissa começou a dizer.

— Atingido? Pelo visto... – Marília continuou, mas foi interrompida.

— Não vai ser! Olhem como ele se esqui... – Enzo garantiu.

— Esquiva como se sempre tivesse duelado assim. – Leonardo disse.

— Mas por que esse duelo? – Dani perguntou.

— Estamos correndo risco? – Melissa quis saber, mesmo se sentindo egoísta em seguida.

— Nós não, ele foi ameaçar a Weenny... – Mayara disse.

— Vamos até ela ago... – Ricardo disse com firmeza.

— Agora não dá, temos que fugir. – Samara disse.

— Fuja! O oponente quase te acertou, está louca? – Iara disse olhando para Maria José.

— Socorro! Eros vai mata... – Michele avisou.

— Tem que matá-lo! Ele o afrontou... – Rafael afirmou.

— Mas por quê? – Gislaine questionou e algumas madrinhas levaram as mãos ao rosto porque não queriam ver o derramamento de sangue.

Eros estava quase decapitando o tal soldado diante de todos, mesmo com tantos gritos de pavor ecoando por todo o salão, mas de repente a voz grave e imponente do Imperador foi ouvida e Eros lançou sua espada no chão, parecia estar obedecendo uma ordem.

— O Imperador deu alguma ordem? – Claudio perguntou.

— Ele obedeceu a Majestade por quê? – Carol estava curiosa — Podem abrir os olhos, suas medrosas, nada aconteceu.

— Tia, Amitabh, digam o que está acontecendo, tenham piedade de nós. – Victor pediu.

— Por favor, esperem. O Imperador está avisando que fará um pronunciamento, exige a presença da Imperatriz, dos noivos e de toda a corte. – o tradutor avisou.

Isso aguçou ainda mais a curiosidade e desconfiança dos amigos e convidados.

Os cerimonialistas se apressaram para organizar os equipamentos de áudio e posicionar os telões no salão de festas, graças a isso todos poderiam ver o ouvir o que seria dito, apesar de depender dos tradutores para compreender.

— Vejam os telões estão sendo ligados. – Vivian disse, chamando a atenção dos amigos.

— Nossa, o que essa gente toda faz aí? – Tatiane

Viram uma multidão aguardando fielmente naquele local especial de audiências, os saudaram ruidosamente e em seguida silenciaram, de certo aguardando o pronunciamento do Imperador, no salão todos pareciam estar confusos em um misto de ansiedade, medo e curiosidade.

— Eles são os súditos, esperam por essa declaração e para ver a nobreza indiana, afinal esse é um momento muito auspicioso. – Tia, a tradutora, disse.

— Momento auspicioso para os súditos por quê? E o que nossos deuses tem a ver com isso? – Gislaine perguntou.

— Explique direito para ela. Nós chamamos Eros e Weenny de deuses porque nós os veneramos e amamos como tal. – Michele esclareceu.

— Muito apropriado. – Tia sussurrou.

— O que? – Carol perguntou, apesar de ter ouvido o que a tradutora disse.

— Ouçam o que Vossa Majestade tem a dizer. – Tia alertou.

O Imperador falou aos seus súditos por algum tempo e os tradutores pareciam agitados, olhavam na direção de Amitabh e Tia como se também não compreendessem o que estava acontecendo, quanto mais tardavam a traduzir, maior era a pressão por parte dos brasileiros... Então viram Eros se aproximar do Soberano e receber a coroa e o cetro, um gesto que dispensava explicações... O amigo deles acabara de ser coroado.

Todos ficaram perplexos e atônitos, sem poder dizer nenhuma palavra, estavam em choque.

Enquanto o povo indiano sorria e comemorava, muitos homens da nobreza erguiam suas mãos direitas e pareciam fazer uma espécie juramento a uma só voz... Os padrinhos, convidados e imprensa estavam tão petrificados que não podiam compreender o que era dito, os tradutores sorriam, suavam e olhavam uns para os outros.

De repente o homem que anunciava a chegada do Imperador gritou e todos os indianos ergueram suas mãos e gritaram por três vezes, inclusive os tradutores, despertando a todos.

Então Weenny se aproximou do Eros, ele a coroou e disse alguma coisa para o povo, mais uma vez os indianos repetiram o gesto e o grito a uma só voz, que mais parecia uma saudação, os tradutores permaneciam em um silêncio que agora parecia irritar a todos os que estavam nos salões

— Pelo amor de Deus, nos diga o que está acontecendo. – Gislaine implorou aos tradutores, com lágrimas nos olhos.

— O que eles disseram? Por que nossos amigos foram coroados? – Dani disse, com a face banhada em lágrimas.

Todos notaram que os tradutores olhavam na direção do Amitabh, líder deles, talvez esperassem suas ordens, seu consentimento veio apenas por um discreto gesto com a cabeça.

— Tia? – Melissa pediu.

— Amitabh, por favor... ­– Filipe insistiu.

— Peço que nos desculpem, mas não podemos revelar nada além do que já viram. Somos humildes servos e devotos fiéis de Vossas Majestades, suplicamos que procurem as respostas para suas perguntas com os novos Imperadores. – Amitabh disse e baixou o olhar, sentindo-se desconfortável.

— Então não foi um engano? – Ricardo perguntou e os tradutores negaram.

— Os Imperadores estão voltando ao salão de festas, todos devem saudá-los, não ousem olhar para eles e cruzem os braços a frente do corpo, não lhes dirijam a palavra, a menos que as Majestades permitam. – Amitabh alertou.

Olharam ao redor e perceberam que todos estavam recebendo as mesmas informações vagas, aquela voz que anunciava os Imperadores foi ouvida, logo em seguida viram aqueles que foram seus melhores amigos e que a partir daquele momento passavam a ser as maiores autoridades da Índia, adentrando o salão.

Os tradutores e convidados indianos estavam exultantes, os saudavam e exibiam largos sorrisos, os familiares, convidados e imprensa repetiam os gestos, sentindo o temor, curiosidade e dúvidas lhes incomodando.

A celebração recomeçou e todos tentavam se divertir, mas seus olhares recaiam sobre as novas Majestades e todas as suas ações, os padrinhos podiam afirmar que eles estavam incomodados e agitados, desejavam se aproximar, mas agora precisariam de autorização e não a teriam.

Eros foi na direção do antigo Imperador e pareciam estar tendo uma discussão, a julgar pelo gesto de ambos os homens e a atitude da Soberana apaziguando a situação.

— Ele está brigando com o Imperador? – Rafael perguntou.

— Eros parece que é o Imperador agora... Então aquele se tornou o que? Rei? – Guilherme disse.

— Vamos tratar como Ex-Imperador, afinal isso não importa nesse momento. – Filipe disse com desdém.

— Por que ele brigaria com a maior autoridade... – Claudio disse.

— Ele não é mais a maior autoridade, parece que Eros é... – Ricardo lembrou.

— Eu não estou entendendo mais nada, mas tenho medo de nunca mais poder chegar perto deles. – Guilherme revelou.

— Olhem para Weenny, as seis não precisam de autorização para se aproximar? – Samara disse, apontando para o trono.

— Para onde estão levando ela? – Iara perguntou.

— Vamos! Somos madrinhas, então nós podemos... – Maria José disse.

— Morrer se nos aproximarmos agora! Não sabemos o que está acontecendo. – Carol afirmou.

— Ok, mas se não nos aproximarmos, não podemos saber a verdade. – Dani ponderou.

— A verdade? Estamos sendo enganados, essa é a verdade. – Samara insistiu.

Uma serva se aproximou de Tia e lhe deu um aviso.

— A Imperatriz fará uma apresentação na área externa do palácio de festas, reservada apenas para as mulheres, todas nós estamos convidadas para ir. Querem? – a tradutora disse e elas concordaram, talvez conseguissem a atenção da Weenny.

— E nós, para onde vamos? – Eduardo perguntou.

— Apenas um homem pode ver a apresentação de dança da Imperatriz, o Imperador! Todos os homens devem permanecer no salão de festas, devemos nos divertir e celebrar normalmente. – Amitabh disse.

— Como se agora fosse fácil para nós... – Igor resmungou e ninguém lhe respondeu, apenas concordaram e saíram em busca de bebidas alcoolicas, afinal apenas elas podiam ajuda-los a digerir os últimos acontecimentos.

As mulheres seguiram com as tradutoras para o local da apresentação, mais um espaço soberbo de lindo e requintado, iluminado por tochas, pequenas luminárias e lustres. Um imenso vão livre onde estavam dezenas de mulheres com saris vermelhos, dourados e beges, carregando tochas nas mãos e recipientes com fogo apoiados na cabeça, logo à frente estava um espaço que deveria ser destinado a pessoas especiais, logo viram algumas mulheres com saris elegantes e muitas jóias sentando, também vinham com servas, que ficavam em pé logo atrás, Tia disse que eram as esposas e concubinas do Soberano.

Continuavam observando todos os detalhes e logo viram uma espécie de cabine acima dos assentos especiais e ao lado da escadaria, talvez fosse o lugar destinado ao Imperador.

Nas laterais daquela construção estavam os lugares reservados para as convidadas, madrinhas e nobres, foram logo se acomodando, enquanto viam as servas sentando no chão ao redor do vão livre.

A melodia começou e todas ficaram em pé, Weenny desceu a escadaria e estava vestida com um novo sari vermelho e um conjunto de jóias diferentes, suas servas a acompanhavam, sua postura era tão natural, como se houvesse nascido para essa nova posição.

A nova Imperatriz cumprimentou a todas com o Namastê e começou a dançar e cantar.

Tia fazia questão de traduzir a canção, deixando as madrinhas encantadas. De repente foi traduzido o anúncio da presença do Imperador, fazendo com que todas parassem a apresentação por alguns segundos.

Weenny parecia declarar seu amor e submissão, justo ela que jamais havia tido essa atitude com ninguém, era verdade que havia acabado de ser casar com um deus, mas por que mudaria tanto?

Uma das seis veio caminhando em sua direção trazendo dois pequenos potes com fogo nas mãos e entregou para ela... Sim, fogo em altas chamas! Weenny pegou com tanta naturalidade e continuou sua coreografia, dançando e fazendo giros com aquele fogo em suas mãos.

— Ela pode se queimar, não quero nem ver. – Mayara disse e cobriu os olhos, fazendo Tia rir.

— Pois acho que devia abrir os olhos, veja que destreza. – Michele disse.

— Haja equilíbrio, força e coragem para girar tantas vezes com fogo nas mãos. – Vivian disse, admirada.

— Tão apavorante quanto lindo, onde ela aprendeu isso? – Tatiane disse o que todas pensavam naquele momento.

— São tantas as perguntas, mas nenhuma resposta. – Marília dizia com certa tristeza.

Assim foi concluída e muito aplaudida e elogiada essa dança típica..

Queriam ver se teriam permissão para se aproximar, mas Weenny foi retirada do ambiente por servas e uma escolta armada.

— Venham comigo, os Imperadores serão homenageados em outro ambiente externo do palácio de festas, vocês são convidadas para estar na tenda da Imperatriz. – Tia disse, fazendo com que elas ficassem mais animadas, caminharam com certa pressa para esse local, esperavam conseguir bons lugares.

Viram um jardim enorme e nele várias tendas, os homens estavam sentados a frente de algumas tendas, sobre tapetes e almofadas. Viram os padrinhos e convidados sentados um pouco mais afastados, Eros, o Soberano, Ronaldo e outros poucos homens em frente a maior tenda e os nobres acomodados à esquerda e príncipes à direita.

Entraram na enorme e única tenda vermelha, destinada às mulheres. E mais uma vez Weenny estava inacessível, rodeada pela nobreza, Soberana, sua mãe e servas, deixando as madrinhas, convidadas e imprensa mais atrás.

Parecia estar havendo alguma conversa lá fora, enquanto o silencio permeava o ambiente no interior da tenda, então logo puderam ver músicos se posicionando à frente do Eros para lhe fazer uma homenagem.

Esses músicos vestiam túnicas bem longas brancas e cintos em um tom de vermelho escuro, usavam chapéus engraçados e avermelhados, tinham poucos instrumentos e estavam sentados sobre um tecido branco, pareciam bem jovens, enquanto o líder deles tinha mais idade e uma longa barba... Sim, de agora em diante estariam atentas aos detalhes.

A melodia da canção lhes dava uma sensação de paz, devia ser alguma canção de exaltação a um dos deuses.

Eros parecia um deus mesmo agora com aquela coroa, vestes reais e jóias, como foram tolas em não perceber.

— Onde está Weenny? – Vivian sussurrou e todas a procuraram, mas não a viram, se envolveram tanto na canção que se distraíram.

— Eros está vindo... – Michele disse e todas as madrinhas e convidadas se agitaram, as indianas perceberam e disseram o mesmo.

Viram todos os homens se levantando, mas nenhum deles saiu do lugar porque foram impedidos por um dos homens que estava ao lado do novo Imperador, só então puderam perceber que Eros só queria dançar ao lado dos músicos e nada mais.

Essa foi apenas a primeira homenagem de muitas que aconteceram, eles pareciam ter esperado por essa coroação, tudo ainda estava confuso em um turbilhão de pensamentos e sensações.

Algum tempo depois puderam retornar ao palácio de festas, as madrinhas ansiavam por estar ao lado dos padrinhos novamente, quem sabe pudessem pedir permissão para conversar com os Imperadores, tudo tinha mudado em tão pouco tempo.

Eros e Weenny caminharam até os pais dela e os Soberanos, receberam as bençãos e partiram em um cavalo branco forte e robusto, lindamente enfeitado para esse momento... Mais uma vez a chance de conversar com eles lhes escapou.

— Estão indo para a noite de núpcias e nós íamos junto para fazer as brincadeiras... – Iara disse.

— Agora não podemos, tudo mudou. – Dani disse e enxugou algumas lágrimas.

— Tentaremos de novo amanhã, quem sabe conseguimos. – Michele tentou animá-los.

Esse é um capítulo especial que retrata apenas o ponto de vista dos amigos e seus sentimentos.



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