10. SAGRADO PROFANO
1 ano depois...
TINHA SIDO UMA MANHÃ repleta de aulas maçantes. Apesar estar em um curso como o de artes cênicas, não é exatamente como o que a maioria das pessoas pensam que é. Algumas aulas são tão cansativas que nos fazem pensar se de fato é um mundo onde queremos entrar. A arte pode ser cansativa as vezes.
Meu único alento é que estamos há poucos dias da formatura. Finalmente estaria acabado, depois de todos esses últimos anos de trabalho duro.
Quando atravessei a porta do dormitório, deixei minhas coisas no chão ao lado da porta e corri para meu computador. Eu estava tão ansiosa e com medo de perder o horário que Pedro e eu havíamos marcado para nossa chamada hoje. Ele está sempre tão ocupado agora que está gravando para o programa de TV, e eu também com as provas finais e o trânsito que consegui como professora em um curso de teatro.
Não nos vemos há meses desde que voltei para a faculdade, mas não foi só por isso. Pedro conseguiu o papel, o papel para o qual havia feito aquele teste meses antes. Sua grande chance para receber o reconhecimento tão merecido por ele. Se tratava de uma série live action de um jogo famoso chamado The last of Us. Ele passou os últimos meses gravando no Canadá, e chegamos a fazer planos para visitas rápidas, porém nenhuma delas realmente deu certo.
— Pedro – Falei suavemente, sorrindo quando vi seu rosto levemente cansado pela câmera. Ele sorriu imediatamente também, as linhas de expressão se suavizando quando me viu.
— Ei, baby – Disse, sua voz rouca enviando ondas arrepiantes por todo o meu corpo. Aínda funciona desse jeito. Ele aínda tem esse mesmo efeito em mim, mesmo sem me tocar. – Estava ansioso por isto, precisava ver seu rosto.
— Só o rosto? – Provoquei, o leve toque de malícia em minha voz. O sexo por telefone acabou se tornando rotina estando tão distantes um do outro, no entanto sua voz baixa e rouca murmurando o quanto ele sentia falta de ver minha boceta pingando voltou a minha mente.
— Você sabe que estou falando de você por completo, querida – Disse com uma inclinação leve de cabeça, seus olhos escurecendo.
Mordi meu lábio inferior e busquei me controlar, abafando o calor que começava a ser espalhar pela parte inferior do meu corpo.
— Como estão as gravações? – Pergunto curiosa e um pouco ansiosa também.
— Á todo vapor – Ele respondeu. Posso ver o quanto ele está empolgado com tudo isso, e ele tenha não fazer parecer que é algo tão grande, mas eu sei que é. – Estamos refilmando algumas cenas e caminhando para o final.
— Sério? – Perguntei esperançosa. – Acha que vamos nos ver antes da próxima lua azul?
Ele riu da brincadeira.
— Conto com isso, querida – Respondeu. – Preciso da minha garota.
Exalei o ar lentamente, aquele calor novamente se fazendo notar.
— Queria que estivesse aqui para a formatura – Falei, continuando o assunto. – Meu pai tentou, mas não vai conseguir se livrar do trabalho, eu entendo totalmente, só meio que queria alguém passando por isso comigo.
— Sua mãe não vai? – Ele franziu as sobrancelhas.
Soltei uma risada zombeteira.
— Claro, o que você acha? – Perguntei com sarcasmo. – Ela não vem. Não nos falámos desde o dia que sai de casa. Se ela vai ser uma narcisista de merda, então não a quero como parte da minha vida.
— Sinto muito que tenha acabado daquela maneira – Ele estava com aqueles olhinhos de filhote que me faz querer amassar suas bochechas.
— Teria acabado eventualmente – Suspirei. – Ela nunca se esforçou para me amar, Pedro. E agora eu posso ver com clareza. Por muitos anos eu acreditei que se fosse melhor e melhor chegaria o ponto em que ela me reconheceria como sua filha, mas esse dia nunca vai chegar. Eu posso viver sem ela, não é como se ela tivesse me dado muito suporte durante a vida então...
Finalizei dando de ombros. Pedro concordou com a cabeça.
— Soube que ela está com outra pessoa – Ele comentou.
— Isso surpreende você?
— Honestamente? Não – Ele riu. – Nem um pouco, eu meio que já esperava por isso.
Alguém chamou pelo nome dele e eu soube que nosso tempo havia acabado. Tentei disfarçar minha decepção, afinal não é culpa dele. Pedro me olhou com seus olhinhos de desculpa e eu sorri para tranquilizá-lo.
— Desculpe, baby, eu preciso ir agora – Disse. – Precisamos finalizar as cenas de hoje antes que a luz natural acabe.
— Ei, tudo bem – Falei. – Você é uma estrela agora.
— Pare com isso – Ele bufou e revirou os olhos.
— Sem problemas, isso só me deixou com ainda mais tesão por você – Mordi levemente meu lábio inferior, mantendo meus olhos fixos nele. Pedro quase engasgou.
— Porra, agora você acabou de me dar uma ereção – Reclamou. – Espero ver você em breve, garota e eu vou fazer você pagar por isso.
— Isso é uma ameaça ou uma promessa?
— Tchau, Kaya – Ele disse já se levantando. Eu ri e me despedi dele também. Isso foi bom para não fazê-lo se sentir culpado por encerrar nossa conversa mais cedo.
ROLEI PELA CAMA ansiosa e com calor. Isso tem acontecido há meses. Toda a porra de tensão reprimida durante o último semestre da faculdade tem me deixado maluca. Se fosse antes eu poderia simplesmente ir até algum bar de merda, encontrar algum cara gostoso o bastante e pronto, o trabalho estaria feito.
Acontece que isso nunca funcionaria agora. Não depois que Pedro Pascal me arruinou para qualquer outro homem. Eu não poderia foder com outra pessoa, não é ele. Não me tocaria como ele ou me provaria como ele. O homem conquistou meu coração e minha boceta, e isso não é para qualquer um.
Chutei as cobertas e respirei fundo, tentando relaxar. O ar dentro do quarto é quente e pegajoso. Me livrei do pijama, tentando me refrescar, mas não foi como se tivesse melhorado em muita coisa.
Eu ainda estava meio molhada. Àquela conversa apesar de rápida fez meu corpo agir. Eu estava tão sensível que qualquer indício dele era suficiente.
Fechei os olhos com força, minhas mãos escorregando como que por vida própria rm direção ao núcleo entre minhas pernas. Foi quando neu celular tocou na cômoda.
Pensei em ignorar, mas quem quer que fosse insistiu. Peguei o aparelho com raiva, pronta para dizer a quem fosse que se fodesse por me ligar àquela hora no entanto toda a minha raiva se dissipou quando li o nome na tela.
— Pedro – Atendi ofegante. Era uma chamada de vídeo. Seu rosto estava corado, os óculos levemente tortos no rosto e os cabelos suados.
— Muito tarde? – Perguntou.
— Um pouco – Falei. – Tudo bem?
— Porra, não – Ele gemeu e esfregou os cachos ansiosamente com uma das mãos. – Não parei de pensar em você desde que desligamos. Estou duro como uma pedra.
Um sorriso malicioso tomou conta do meu rosto.
— Posso imaginar então porque você está tão desgrenhado – Mordi meu lábio e me inclinei para ligar o abajur. – Também não consegui parar de pensar em você. Está tão quente aqui.
Ele apertou os olhos do outro lado.
— Querida, não me diga que você está nua – Ele gemeu.
— Eu não digo, mas você sabe que sim – Ri baixo. – Eu preciso de você.
Ele gemeu novamente, aínda mais rouco que antes.
— Me mostre ela, por favor – Pediu enquanto se ajudava no parecia ser uma cama.
— Tão cavalheiro – Zombei, mas fiz o que ele havia pedido. Afastei minhas pernas lentamente, depois posicionei a câmera oferecendo a melhor visão para ele.
— Você está babando, querida – Ele suspirou. – Merda, não tem ninguém para cuidar dela, deve estar tão carente.
— Quer me ver cuidar dela? – Perguntei, minha voz assumindo um tom profundo de luxúria assim como o de Pedro.
— Você sabe que sim – Sua voz tremeu. Ergui um pouco o celular e pude ver que ele estava ofegando, provavelmente se tocando lentamente.
— Não goze antes que eu termine – Falei. – Quero ver você também.
Ele concordou com a cabeça e fixou seus olhos famintos em mim. Voltei a colocar a câmera na posição entre minhas pernas e com a outra mão alcancei as dobras molhadas. O gemido que saiu dos meus lábios foi carente e sensual.
Eu estava sozinha no dormitório hoje. Minha colega de quarto estava com o namorado. Agradeci mentalmente por isso, afinal eu seu o quanto Pedro ama os sons que faço para ele. Então não me contive.
— Pedro... – Gemi, provocando meu clitóris. Ele suspirou de volta, murmurando elogios e palavras sujas. – Queria que fossem seus dedos.
— Eu sei, baby... porra, o que eu não faria para estar ai.
Afastei os lábios com os dedos, dando uma visão completa. Pedro rosnou, os barulhos de tapas vindo de sua mão provavelmente acariciando seu pau furiosamente aumentaram.
— Só para mim, querida? – Perguntou. – Essa linda boceta pingando é só para mim?
— Sim, só... só sua – Minha voz tremeu pelo prazer. Girei os dedos e engasguei com a onda de eletricidade que percorreu meu corpo.
— Provoque um pouco esse clitóris, cariño.
Eu gemi mais alto com sua instrução e obedeci. Pedro adora me comandar, ele sabe que o melhor lugar para obedecê-lo é na cama.
Meus gemidos aumentaram. A sensação é maravilhosa. Isso só melhoraria se fossem suas mãos, mas sua voz melosa era tudo o que eu precisava naquele momento. Afundei dois dedos em minha entrada e Pedro xingou baixo uma série de palavrões. Eu estava choramingando, implorando por alguns que não faço idéia do quê.
— Isso, baby... continue – Ele murmurou, sua voz abafada.
— Pedro... eu... eu vou...
— Goze, querida – Ele incentivou. – Mas me mostre seu rosto. Não quero perder isso.
Fiz como ele mandou, bombeei mais vezes, provocando o clitóris com o polegar e choramingando por ele. Meu corpo todo estava tenso, como um cordão sendo puxado e puxado. Então aconteceu e meu orgasmo foi arrasador. Nada comparado a como seria se ele estivesse aqui, mas melhor do que qualquer coisa que tive em dias.
Abri os olhos, estava totalmente ofegante, e encarei Pedro. Ele me olhava, os lábios franzidos e a ruga entre a testa acentuada.
— Me mostra – Pedi com voz aveludada.
Ele afastou a câmera, posicionando melhor para que eu pudesse ver tanto seu pau quanto seu rosto. Sua mão estava massageando toda a extensão do pênis dele com força a rapidez. Ele estava gemendo baixinho, murmurando alguma coisa que eu não consegui identificar. Ele chegou ao orgasmo também, gemendo e gaguejando com o pau na mão.
Pedro se recostou na cama, respirando rápido e se recuperando lentamente.
— Sinto tanto a sua falta, cariño – Ele murmurou depois de alguns segundos de silêncio. – Ter você em meus braços.
— Paciência, papi – Provoquei, um sorriso nos lábios. –
É o seu momento, aproveite e quando nos encontrarmos de novo vamos compensar todo o tempo.
Ele sorriu docemente.
— Claro, querida, exatamente assim – Concordou.
O sono começou a tomar conta do meu corpo finalmente. Agora satisfeita, mesmo que não como eu queria, mas pelo menos havia aliviado a tensão, o sono me fez a visita esperada.
— Está com sono? – Perguntou, notando minha mudança de postura.
— Sim – Concordei, me ajeitando na cama. – Podemos ficar na chamada? Até eu dormir, por favor?
— Não precisa pedir duas vezes, baby – Disse. – Adoro ver você dormindo.
— Claro que sim, seu velho bizarro – Provoquei. Ele riu alto.
— Você não pode mais se livrar disso, querida.
— Não estou reclamando, pelo menos você é gostoso – Murmurei ainda mais sonolenta. – Boa noite.
— Boa noite – Ele responde.
MEU ESTÔMAGO se contorcia com a ansiedade. Claro que também um pouco de decepção. Hoje é minha formatura, eu estava empolgada com todos os meus amigos ali e até algumas pessoas da escola de teatro em que trabalho que viram me prestigiar nesse momento importante. Porém, isso não anula o fato de que as pessoas que eu gostaria tanto que estivessem aqui hoje não puderam comparecer.
Deixei uma mensagem de voz para Pedro hoje pela manhã, mas até agora não tive uma resposta. Não temos nos falado muito nos últimos dias, ambos estavam muito ocupados. Nossa última interação realmente foi naquela noite algumas semanas atrás. Ainda assim, hoje eu estava esperando por alguma coisa.
Então agora aqui estava eu, esperando com um misto de emoções que me chamassem para o discurso. Eu havia sido nomeada como oradora da turma e isso me deixou meio maluca nos últimos dias tendo que pensar no que iria dizer na frente de todos.
Quando fui chamada, me levantei e caminhei lentamente em direção ao púlpito. Estava com medo de tropeçar no caminho, mas felizmente deu tudo certo. Me posicionei e envolvi meus dedos no microfone, antes de começar, percebi uma movimentação no final do ginásio.
Era ele, era Pedro entrando e de desculpando por esbarrar em alguém. Ele entrou, caminhou até uma das cadeiras vazias e se sentou. Senti meus olhos arderem quase que imediatamente e meu coração acelerar com a visão dele ali segurando um buquê tão grande que não me deixou surpresa o fato de ele ter entrado esbarrando nos outros. Pedro me olhou, abrindo o sorriso mais brilhante que já vi, meu coração tropeçou algumas batidas e voltou a acelerar.
— Ahn... boa tarde – Comecei, me esforçando para manter minha voz firme com toda aquela emoção. Nunca fui tão emocional, mas... porra, isso me pegou. – Meu nome é Kaya, fui escolhida para dizer algumas palavras e vocês não sabem como foi difícil escolher as certas, então eu pensei... talvez não existam palavras certas e sim necessárias, coisas que precisamos dizer.
Respirei fundo, minhas mãos estavam tremendo levemente. Olhei mais uma vez para Pedro e ele ainda sorria. Era tão doce, de um jeito que ninguém além dele jamais sorriu para mim, ou sequer olhou. Meus nervos pareceram relaxar com aquilo.
— Hoje me deu medo da vida – Recomeço. – E eu poderia estar aqui falando sobre realizações de sonhos, porque sim, é a realização de um sonho, mas é apavorante. A formatura na faculdade para muitos é o último resquício de uma fase na vida onde as coisas ainda parecem fáceis. Todos dizem que sair do colégio nos tornam adultos, mas é agora que realmente estamos deixando nossa infância para trás e é aterrorizante.
Minhas mãos estavam quase estáveis agora. Observei um pouco a reação das pessoas, todos estavam sorrindo e balançando as cabeças positivamente.
— Mas precisamos passar por isso – Sorri. – Sentir medo é importante e enfrentar o medo é ainda mais. Esse diploma que estamos recebendo hoje é mais do que só isso, são as rédeas das nossas vidas. Vamos agarrá-las com força, mesmo com medo. É o que torna a jornada emocionante. Obrigada!
Passei algumas noites rm claro escrevendo isso e me decepcionei um pouco com o quão curto pode ter ficado, mas ao mesmo tempo estava satisfeita por não ter deixado nada de fora da mensagem. Todos aplaudiram, agradeci mais uma vez e desci do púlpito. A cerimônia seguiu por mais uma hora com a entrega dos diplomas e todo o resto. Eu estava quase surtando de tão inquieta, ansiosa para finalmente ir até Pedro. Eu nem acredito que ele está aqui!
Suando finalmente terminou e os capelos foram jogados para o alto, a primeira coisa que fiz foi ir até ele. Pedro já estava de pé, vindo em minha direção com aquele buquê enorme. Envolvi meus braços envolta dele, puxando-o imediatamente para um beijo.
O beijo foi um turbilhão de sentimentos. Eu queria que ele soubesse o quanto senti falta dele apenas através daquele beijo. Afundei meus dedos nos cabelos macios que estavam consideravelmente maiores, os cachos enchendo minhas mãos. Sua barba também estava maior, arranhando meu rosto, provocando uma aquela ardência contra meu rosto. Tudo dele parece estar com o efeito mil vezes potencializado. O beijo que ele retribuiu sem pensar duas vezes, tão ávido por aquilo quanto eu.
O beijo foi quebrado, me afastei apenas o suficiente para olhar seu rosto, quando coloquei os olhos nele, uma nova emoção varreu tudo para longe, restando só a tranquilidade de estar com ele de novo, como alguém que retorna para casa após um longo período longe. Um sentimento cultivado durante todos esses meses, que é tão potente que as vezes me assusta, mas é isto, um amor avassalador. Eu me afastei, porém seus braços não me deixaram, eles permaneceram me envolvendo, puxando-me para seu peito e me prendendo ali, como se temesse que eu sumisse de repente ou fugisse. Ele beijou minha cabeça.
— Você foi incrível, cariño – Disse. – Tão linda, falando tão bem.
— Você não disse que estava vindo – Falei, fungando levemente. Eu aínda estava emocionada.
— Quis fazer uma surpresa - Ele beijou meu cabelo. Eu me afastei e agarrei sua mão. – Eu não poderia deixar de vir, não com a sua formatura. Terminamos as gravações anteontem e tudo o que eu queria era estar aqui com você.
Peguei as flores que ele me ofereceu. Eram tão lindas.
— Você é perfeito – Murmurei me inclinando para beijá-lo. – Obrigada.
— Não me agradeça por fazer o mínimo pela minha garota.
Eu sorri e o abracei mais forte.
— Meus amigos vão adorar conhecer você - Eu o puxei comigo em direção aos meus amigos que estavam comemorando e tirando fotos. Eu comentei sobre o meu "lance com um cara mais velho" tantas vezez que eles já não aguentavam mais me ouvir divagando sobre Pedro. Eles não sabem que ele era meu padrasto, mas nenhum deles é do tipo moralista.
— Você tem cert...
— Absoluta – Confirmei, apertando sua mão e o guiando até o grupo. – Pessoal, este é o Pedro.
Ele foi imediatamente bem recebido. Eu sabia que meus amigos seriam ótimos, mas Pedro ainda parecia inseguro. Aos poucos ele se sentiria mais a vontade.
SENTI AS PONTAS DOS dedos dele brincarem com a tira da calcinha, provocando como de praxe antes de puxá-la lentamente para baixo. Fechei os olhos e gemi baixinho, ansiosa, mas ao mesmo tempo manhosa. Eu sei o quanto ele gosta de me provocar para me levar ao limite antes de me foder de verdade e bagunçar todos os meus sentidos.
— Pedro... - Gemi novamente, me contorcendo para olhar para ele. O homem atrás de mim estava sorrindo, mas a pequena ruga entre suas sobrancelhas denunciava o quanto ele estava tendo que se controlar também para não avançar e pegar o que queria.
— Eu sei, baby, também senti falta disso - Murmurou ao se inclinar para plantar um beijo em minha nuca. Com a outra mão ele acariciou minha bochecha, arrastando seu polegar até meus lábios. - Senti sua falta.
Eu suspirei, empurrando meus quadris em direção a sua mão que agora já havia se livrado de vez da minha calcinha. Ele ergueu meu vestido de formatura, sem se dar ao trabalho de tirá-lo do meu corpo quando chegamos ao quarto de hotel dele. Estávamos um pouco bêbados por todo o champanhe e vinho da festa e isso só aumentou aínda mais a excitação de estarmos juntos.
— Eu também - Consegui murmurar entre os gemidos.
Normalmente consigo falar mais do que duas palavras por vez, mas todo esse tempo longe do toque dele, tendo apenas aquele pouco contato está mostrando suas consequências. Assim que ele começou a me tocar, simplesmente me transformei em massa de vidraceiro em suas mãos. Totalmente entregue e maleável.
Pedro pressionou mais seu corpo contra o meu, permitindo que eu sentisse seu pênis endurecido por trás do tecido das calças. Ele afundou seu rosto na curva do meu pescoço e permaneceu alí, sussurrando coisas em espanhol enquanto seus dedos experientes adentraram entre minhas dobras. Dobrei meu braço para trás, para conseguir envolver seus cabelos e puxei quando ele deu uma mordida um pouco mais forte em meu pescoço. Seus cabelos estão mais cumpridos, e a barba também, até um pouco mais grisalha, resquícios de seu Joel Miller. Eu aprovei o visual, apesar de os cachos castanhos serem seu ápice, não vou negar que seu novo visual fez com que eu ficasse molhada imediatamente.
Ele esfregou os dedos entre os lábios inchados e encharcados, seu próprio gemido reverberou por todo o meu corpo. Pedro me virou, ficando com o rosto bem encima do meu. Aquela doce tortura que ele estava fazendo comigo já estava se estendendo por tanto tempo que sinto que vou enlouquecer se não gozar logo. O homem se inclinou, seu sábios cobriram os meus e ele começou a me beijar, a língua brincando com a minha ao mesmo tempo que seus dedos hábeis provocavam meu clitóris. Senti que explodiria com toda aquela estimulação. Ele bebia meus gemidos e choramingos, e parecia gostar disso. Não duvido que realmente goste, ele ama me ver uma bagunça.
Finalmente ele afundou dois dedos, aínda me beijando, ele começou a bombear seus dedos dentro de mim e não me permitiu afastar quando tentei desesperada pelo ar que foi roubado dos meus pulmões pela invasão súbita. Minhas mãos se agarraram nele, uma nos cabelos, enveredando através dos fios macios e a outra cravou em seu braço, minhas unhas deixando pequenas marcas em formato de meia lua na pele bronzeada.
— Nem consigo esperar para trocar esses dedos pelo meu pau, querida - Ele gemeu enquanto me esticava lentamente com seus dedos grossos, me preparando para receber seu pênis que é aínda mais grosso.
— Nem eu, Pedro, por favor... preciso de você - Chorei, apertando os músculos envolta dos dedos dele. São tantos meses desde a última vez naquele teatro, mas ainda assim não foi tempo suficiente para me fazer esquecer o quão bem ele faz com que eu me sinta com ele dentro de mim. É uma sensação que nunca tive com ninguém antes dele, e muito menos depois, pois não tive mais ninguém depois dele. – Pare de me provocar.
Felizmente ele me ouviu, o segredo com ele sempre foi implorar, afinal Pedro não consegue resistir. Ouvi o som do zíper dele sendo aberto atrás de mim.
— Como eu poderia negar quando você pede assim?
Gemi de satisfação, a sensação de estar sendo preenchida por ele é potente o suficiente para me tirar daquela névoa. É forte o bastante para me arrastar de volta à realidade. Pedro gemeu, acariciando meus quadris com delicadeza enquanto empurrava cada vez mais fundo. Ele sabe que é grande, e ele sabe que pode provocar dor se for rápido demais, e mesmo que eu não de a mínima para dor - e até goste um pouco - seu instinto de cavalheiro é forte demais para que ele consiga evitar.
Ele seguiu sendo doce, um pouco apressado pela necessidade, mas não menos gentil. Pedro embalou seus braços envolta de mim no momento em que se afundou completamente. Ele parou, respirando fundo, arrastando os lábios pela minha pele. Eu sabia exatamente o que ele estava fazendo. Pedro não precisa nem dizer a razão dessa pausa:
— Eu amo estar dentro de você – Ele murmurou sem ar. – Amo você
— Também amo você - Respondi igualmente sem fôlego.
É difícil medir o quanto senti falta dele. Da paz que ele trás. Me inclinei em sua direção, beijando-o suavemente. Ele começou a se mexer, lentamente, retribuído meu beijo e murmurando em meus lábios as palavras "eu te amo" a cada pequena estocada.
Conforme o calor aumentava dentro de mim, voltei a cravar minhas unhas nele e puxá-lo para mim. Seus impulsos se tornaram mais fortes e profundos. Pedro estava mesmo se controlando ao máximo para não atingir seu orgasmo antes de me levar ao limite novamente. E ele conseguiu, me fazendo gozar com tanta força que minha mente embranqueceu por alguns instantes. Em meus ouvidos tudo o que tinha eram zumbidos. Ele invertia nossas posições com muita facilidade, parecendo mais forte do que a última vez em que estivemos juntos. Eu ficaria envergonhada com a minha resistência tão patética, mas eu já estava tão estimulada e sensível que não conseguiria esperar mais. Pedro estava me provocando desde a festa com toques sutis e beijos sensuais em meu pescoço. No carro enquanto íamos para o hotel ele fez questão de mr dedilhar até que eu fosse uma poça chorosa contra ele.
Em algum momento, ele acabou chegando ao limite também. Ele saiu e se derramou dentro de mim, com o rosto afundado em meu pescoço emitindo gemidos roucos e palavras inaudíveis. Passei meus braços envolta dele, abraçando-o.
— Eu nunca vou me cansar disso - Ofeguei, minha cabeça havia tombado nos travesseiros e eu encarava o teto.
— Eu também não - Ele respondeu, erguendo a cabeça para me encarar, logo depois saindo de dentro de mim e se deitando ao meu lado na cama. - Eu nunca me cansaria de você.
Meu corpo ainda está meio dormente. Eu queria me levantar e ir tomar um banho, mas não confio totalmente que minhas pernas possam ser capazes de me levar até lá nesse momento.
— Algum problema? - Pedro perguntou com ar preocupado, provavelmente percebendo minhas sobrancelhas franzidas. Eu ri baixo e balancei a cabeça, meio sem-graça.
— Não, é só que... - Murmurei. - Não sinto minhas pernas direito.
— Eu machuquei você? - Agora ele estava alarmado de verdade, eu me apressei em negar.
— Não, Pedro, está tudo bem - Me encostei no peito dele e beijei sua bochecha para tranquilizá-lo, mas ele ainda me observava incerto. - Você só... me fodeu muito bem.
Agora foi a vez dele rir sem-graça. Pedro é um homem monstruosamente sexy e charmoso, mas ele não faz idéia disso e nem se quer tenta ser essas coisas, muito pelo contrário.
— Vêm, vou limpar você - Ele diz, disfarçando o rubor em seu rosto. Ele ficou em pé antes mesmo de obter qualquer resposta minha a me pegou no colo.
— Alguém está muito inspirado hoje - Eu o provoquei. Comecei a brincar com seus fios grisalhos na nuca. Chegando no banheiro do quarto, Pedro me colocou sentada na pia.
— Não vejo essa boceta há meses, eu mal vejo a hora de estar dentro dela outra vez - Respondeu.
— O sentimento é recíproco.
Pedro riu e pegou uma toalha, molhando-a com água morna e depois trazendo até entre minhas pernas para limpar. Me inclinei em sua direção e descansei minha cabeça em seu ombro enquanto ele limpava delicadamente minha boceta dolorida. Ele beijou minha cabeça, sem parar o processo.
— Estou ansiosa para assistir você na TV - Falei, minha voz abafada contra ele. Ele riu baixo.
— Então somos dois ansiosos.
— Vai ser incrível.
— É o que eu espero.
Ergui a cabeça e o olhei profundamente no par de olhos castanhos.
— Vai ser incrível - Repeti com veemência. - Você é talentoso, Pedro. O mundo vai ver você exatamente como eu vejo.
Ele se inclinou para me beijar, eu retribui, ansiosa para sentir seus lábios nos meus.
— Aínda não posso acreditar que consegui você de volta - Murmurou. – Que você aceitou ser minha.
— Eu sempre fui - Falei. - Sempre fui sua.
Pedro ergueu uma mão até meu rosto, tocando minha bochecha suavemente. Ele escorregou o polegar até meus lábios e brincou com ele, isso é algo que ele sempre fez.
— Fui um idiota por quase perder isso.
— Não vamos mais falar sobre isso - Encerrei o assunto com um suspiro. - Já se passou um ano, Pedro. Não faz mais diferença.
Ele balançou a cabeça, ainda carregava culpa em seus olhos quando se afastou para ligar as torneiras da banheira. Ele voltou até mim e apoiou suas mãos em meus quadris. Pedro encostou sua testa na minha e manteve seus olhos em mim.
— Eu entendo se você estiver confusa sobre isso... sobre nós – Ele começou meio inseguro. – Se você sentir que precisa de mais tempo e...
— Que amor não é confuso? – Perguntei com um sorriso. – Ou inseguro? Pelo menos no início? Não importa mais, essa fase já foi. O começo pode ter sido turbulento, mas nos lidamos com isso, não foi?
Ele concordou com a cabeça. Beijei seu nariz curvado.
— Agora vamos tomar um banho, eu estou toda grudenta.
Pedro sorriu e concordou com a cabeça, me ajudando a tirar de vez o vestido.
— Sim, senhora!
PEDRO QUERIA APROVEITAR nosso tempo juntos antes que precisar partir novamente.
Ele tinha alguns testes agendados. A série estava em pós produção e futuramente ele estaria na turnê de lançamento. Pedro não falava muito sobre, ele parecia tão feliz e anestesiado com tudo o que estava acontecendo, mas ao mesmo tempo era como se não quisesse trazer essas coisas para ficar entre nós. Ele falava sobre nós, sobre onde queria me levar, as coisas que queria fazer e sobre o quanto ele nunca se cansava de me foder. Eu não estou reclamando dessa última parte.
Estávamos deitados na cama de casal, a TV ligada em algum programa pouco interessante, afinal a última coisa que estávamos nos concentrando era na programação. Acariciei seu pescoço com a ponta do nariz e beijei a faixa de pele sensível exposta. Ele cantarolou baixo, soando satisfeito com a carícia.
— Sabe, Kaya, eu queria propor oficialmente algo que já deveria ter feito há meses – Ele começou.
Ergui a cabeça para olhar para ele. Pedro estava me olhando com a expressão de cachorrinho, a barba e os cabelos desalinhados pós-sexo que o deixa tão atraente que me distraiu por alguns segundos.
— Você quer, uhm? - Perguntei, arrasando a ponta dos dedos pelo peito bronzeado, a pele macia me dando vontade de arranhá-lo. Eu estava quase fazendo algum tipo de piada ousada sobre sexo, mas ele segurou minha mão, impedindo o avanço.
— Assim você vai me distrair - Ele riu. - Ouça, eu... quero que isso que temos de torne oficial. E eu sei que não é a melhor maneira de estar propondo isso, você merecia algo melhor.
Ele parecia quase com vergonha enquanto gaguejava.
— Melhor do que você me surpreendendo na minha formatura com aquele lindo buquê e depois me fodendo em um quarto de hotel caro? Eu acho que não – Falei, brincando com meus dedos em seu peito. A verdade é que não dou a mínima para o buquê ou o quarto caro, eu só quero que ele se sinta melhor.
— Cariño – Ele murmurou acariciando minhas costas nuas. – Eu sei o que você está fazendo e eu mantenho minha posição. Eu deveria ter preparado algo para fazer a proposta.
Eu me sentei e o olhei com atenção.
— Qual proposta?
Ele também se sentou.
— Vamos colocar um rótulo nisso - Disse indicando nós dois. - Quer namorar comigo? Oficialmente, quero dizer... não estou vendo mais ninguém, tem sido só você, só penso em você...
Avancei em sua direção, ocupando seus lábios com os seus, interrompendo-o enquanto ele tropeçava nas palavras. Quando me afastei, ele ainda estava me olhando com os mesmos olhinhos redondos e brilhantes de cachorrinho. Eu segurei seu rosto, acariciando sua covinha na bochecha com meu polegar.
— Você não tem que se explicar, eu confio em você - Falei. - Pedro, eu já te namorava muito antes de ser sua. É claro que eu quero.
Ele riu, eu também, minha tentativa de aliviar sua tensão funcionou. Ele pareciar mais tranquilo, como se um peso saísse dos ombros.
— Têm outra coisa – Ele começou, sua voz oscilando um pouco.
— Vai me propor algum tipo de posição nova e indecente? – Perguntei erguendo uma sobrancelha em tom de brincadeira. Ele riu.
— Não, ainda não – Zombou de volta. Pedro respirou fundo e mordeu o lábio inferior. – Eu queria... não, espera... eu quero propor que você venha comigo.
Franzi as sobrancelhas e o encarei meio confusa.
— O quê?
— Vou ficar fora por um tempo, sem lugar fixo. Com a turnê de divulgação e testes, mas não consigo pensar em passar mais tempo longe de você. Agora que você se formou pode tirar algumas semanas para descansar e eu sei que viajar de um lado para o outro não é a melhor idéia de descanso, mas eu adoraria tê-la comigo.
Eu demorei alguns instantes para absorver tudo o que ele estava me falando. Ele queria que eu fosse com ele? Pedro realmente acredita em nós e nesse relacionamento. Mesmo que eu não duvide dele desde que começamos com isso à distância, o fato de me querer com ele... isso me faz acreditar ainda mais no amor dele por mim.
— Não posso ficar longe por muito tempo – Falei. – Tenho o trabalho no teatro, mas é claro que eu aceito, Pedro.
Ele me puxou para si, apertando meu corpo contra o dele e beijou minha cabeça.
— É o suficiente por enquanto – Ele acariciou minhas costas novamente, beijando minha têmpora. – O que acha de sairmos agora para comemorar, uhm?
— Não vou recusar um encontro romântico com o meu namorado - Falei empolgada, piscando para ele enquanto me afastava para beijar seus lábios. - Eu vou me arrumar, não vou demorar.
— Você sempre demora.
Mostrei a língua para ele de maneira provocativa e entrei no banheiro. Ouvi ele rir do quarto:
— Vai continuar sendo uma pirralha, hein?
Coloquei apenas minha cabeça para fora do banheiro, olhando-o na cama.
— Achei que isso não era um problema, você ama quando sou uma pirralha com você.
— Você está certa – Concordou. – Amo colocar você no seu lugar
— Então isto é um sinal para que eu nunca pare – Falei, soprando um beijo para ele e voltando para dentro do banheiro.
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