Capítulo 34 - Por que o céu parece vermelho? (Parte 5)
~ Alexander
– Eu a aconselho desligar essa câmera, querida. – tento falar com uma paciência que não possuo com essa reporterzinha.
– Não entendo, senhor. O público merece ver a queda destes criminosos, eles merecem ser castigados pelos atos, como por exemplo, o que fizeram com o senhor Vergolino, um homem tão bom, ele até tentava achar novas vidas para o tipo deles, esses revolucionários. – ela diz com desprezo e enfatizando o último nome.
– Minha querida – ameno minha voz e me aproximo, com calma, dela – nós iremos ensinar a eles uma lição. Assim como você, meu coração chora pelos atos deles, mas talvez nossos telespectadores não tenham preparo para ver o que esses revolucionários podem infligir contra nós, por isso, quero evitar problemas.
– Ah... Mas a nossa vitória é garantida, certo? – ao mesmo tempo que ela me questiona, ela recua assustada para trás.
– Mas é claro! Apenas não quero que toda essa violência seja demonstrada ao público. – sorrio gentilmente, torcendo para que ela simplesmente possa calar a boca de vez
– Certo. Retiraremos-nos agora.
Pego o rádio e contato Skar, tive uma ideia divertida do que fazer com todos aqui. A imprensa provavelmente estará fora daqui em alguns minutos...
– General Alexandre... – a voz receosa daquela jornalista surge em meus ouvidos.
– Diga, minha querida, não está indo com todos?
– Decidi que ficarei, acho que a população precisa ver isso. – acho que uma das minhas veias quase salta da minha testa, não posso fazer o que quero do jeito que as coisas estão, assim não posso aniquilá-los de uma vez só... Mas e se...
– Claro, ainda bem que temos mulheres como você no nosso grupo de reportagem, como é seu nome mesmo?
– Annie.
O céu está com um cheiro tão pútrido, por que será? Bom, de qualquer forma, acho que vou falar uma brincadeira para Skar.
*
~ Alice
Ainda tenho várias perguntas para Ben sobre por qual motivo não pegamos esse arco antes, mas agora estou me dirigindo até Tony e Mia, parece que eles estão com alguns problemas, precisei deixar Elen com Ben. A quantidade de guardas aparecendo é impressionante, parece que são centenas, já perdi a conta de quantos se foram. Wendler salvou Flora de Skar, mas em compensação ele está tendo problemas com aqueles cinco caras novos, bom acho que não preciso me preocupar tanto com ele. Um medo agora são as crianças que estão com Mia. Aliás, como eles descobriram nossa passagem secreta?
Passo velozmente por outro corredor, estando mais perto do túnel de fuga. Para minha surpresa, vejo ao longe uma pessoa com cabelos brancos. Skar, droga, ele está almejando o túnel?
Vejo que ele está fazendo vários movimentos espalhafatosos com as mãos e as câmeras estão todas indo para o meio da base. Há um espaço no centro, onde Wendler está agora, mas por que mover as câmeras de lugar? E se ele quiser matar a todos e nos fazer de vilões.
Aponto o arco na direção de Skar, puxo a corda até meu peito, nisso, uma flecha de luz se forma e está pronta para ser atirada. Disparo-a, mas um paredão de ferro se ergue do chão, a flecha quase consegue atravessar por completo. O paredão começa a se mover na minha direção, disparo uma flecha contra a parede, abrindo um enorme buraco, passo por ele, ficando na parte central da base. Miro e atiro três flechas seguidas no local onde me lembro de ter visto Skar, a parede é derrubada com a primeira flecha, as outras duas são destruídas com lanças metálicas, que são disparadas contra mim, desvio rapidamente e começo a me mover em zigue-zague, atirando diversas flechas, enquanto preciso desviar de mais e mais flechas.
Uma das flechas acerta a bochecha de Skar, já que atirei bem no seu ponto cego, mas não consegui mirar direito. Aproveito a pequena brecha que é criada e me aproximo o quanto posso, até que entro novamente nos corredores, porém, acima de mim, há uma chapa metálica descendo em alta velocidade contra mim, consigo agachar e colocar o arco que é maior que eu no chão, ele segura momentaneamente a chapa, me dando tempo de abrir minhas asas e avançar com um soco poderoso no rosto de Skar; o rosto de surpresa de Skar é impagável, junto com um olhar furioso dirigido a mim, uma armadura metálica cobre seu corpo antes que eu acerte o segundo soco, ele faz amigos pontudos emergirem de sua armadura, fazendo com que eu recue e continue a ser arremessado até o fim do refeitório.
Recupero um pouco de fôlego, olho para trás querendo ver a condição do arco. Para minha surpresa, ele continua inteiro. Achei que ele havia se quebrado naquela hora, mas estava apenas se dobrando por causa do peso das chapas.
Ouço o som de algo pesado correndo, olho pra frente e vejo uma bola de ferro vir em minha direção, tento escapar pelo buraco de por aonde eu vim, mas vejo que há metal na frente, me interrompendo. Uso meus braços e asas como escudos para o impacto que está por vir, sinto o grande impacto com toda sua força, me jogando para trás, fazendo com que eu faça diversas cambotas e tropeços ao tentar me levantar. Caio no chão, sinto meus olhos pesados e sinto vontade de apagar.
– Você é realmente um porre. Não poderia ter simplesmente me deixado fazer o que eu queria? Até conseguiu me acertar, tem noção do quão ferrada está? – ele pergunta em um tom sombrio.
Sinto-o agarrar meu cabelo e começar a me erguer, ele m e faz ter que encarar o rosto horroroso dele, seu olhar transmite desprezo. Aproveito o momento e cuspo no rosto dele, ao mesmo tempo chuto-o nos países baixos, fazendo com que ele me solte por um momento, uma lança se ergue do chão que vai de encontro com meu punho esquerdo, desvio por pouco, mas fico com um arranhão. Skar cobre sua mão com ferro e acerta meu estômago, fazendo com que eu perca quase todo meu ar, o sinto se preparando para o próximo ataque e chuto seu calcanhar, fazendo-o cair, quando tento enchê-lo de socos, sinto algo duro me acertar pela lateral e me fazendo atravessar a porta. Caio na grama sem muita reação, já que não tenho muita força para levantar. Vejo uma enorme sombra me cobrir e sinto lanças perfurando meus braços e pernas.
*
~ Mia
Eu e Toni até que estamos conseguindo conter os soldados, o problema maior está sendo em manter os outros seguros. Uma movimentação estranha que eu percebi no ar, foi que as câmeras que aqui estavam se retiraram há algum tempo.
E agora mesmo, fora possível ouvir sons de escombros e de algo pesado sendo lançado. Quem poderia estar vindo por trás, contatei Alice pelo rádio, mas nada dela até agora... E se todos esses barulhos, terem sido ela... Espero que ela esteja bem.
– Tia Alice – Jorge, com sua inconfundível voz estridente ressoa atrás de nós, ao menos não é nada de mal. Quando me viro para cumprimentar Alice, percebo que seus pés não estão no chão. As lâmpadas que aqui estavam, foram destruídas depois de tantos gritos. Então, tudo que tenho para enxergar, são as chamas de Toni, o problema é que ele está distraído demais com os soldados.
Percebo que os olhos de Alice estão fechados e enquanto ela se aproxima de nós, ouço um quase inexistente som de algo pingando. Até que uma das chamas de Toni iluminam bem todo o lugar e percebo centenas de agulhas metálicas que perfuraram a pele de Alice e que a trouxeram até aqui.
Viro-me para chamar a atenção de Toni, mas quando me viro, apenas vejo-o socando-me na boca do estômago com toda a força e tirando minha lucidez, ouço os gritos de pavor de Jorge.
ResponderEncaminhar
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top