Capítulo 31 - Por que o céu parece vermelho? (Parte 2)
~ Alexander
De acordo com as imagens das últimas semanas, e seguindo algumas rotas de fuga, há três possibilidades para aonde Wendler está: no território das montanhas; deserto ou o campo de morte. Bem e Toni estavam no campo da morte; logo, só restam duas opções; imagens viram um grupo de pessoas sendo levados para as montanhas, por causa da grande variedade de cumes, picos e as poucas árvores que por lá existem, não foi possível vê-los saindo de lá, apenas que eles passaram, ou ainda permanecem, lá.
Está decidido, iremos para lá.
– Preparem-se, estamos de saída! – um batalhão de, aproximadamente, três mil homens responde em uníssono, Skar e alguns amigos estão comigo. Os portões da redoma se abram vagarosamente, todos os guardas entram respectivamente em seus carros, estes são blindados, feito de ferro puro, claro, por conta disso perderam grande parte de sua velocidade, porém isso foi compensado pelo motor.
Partimos a toda velocidade, o resto das forças estão dentro da base. Avançamos com a formação de uma cruz. Já pedi por reforços dos heróis, já que os soldados são apenas mais fortes que seres humanos comuns; nada além disso. À ordem dos generais, eles pediram para que eu levasse a comitiva de imprensa, para gravarmos e registrarmos o fim dos revolucionários e marcarmos na história a vitória da Liga e fazer com que a ordem natural das coisas ocorra: o bem sempre vencerá o mal.
*
~ Ben
– Há alguns séculos, depois de muita insistência da parte dos cientistas do mundo inteiro, as organizações do mundo, tais como ONU, permitiram que os cientistas pudessem implementar modificações genéticas nos seres humanos. Inicialmente, foi milagroso. Pessoas que podiam respirar por baixo da água, alguns voarem, outros podiam levantar carros com um dedo, o mundo estava maravilhado por essas novas pessoas, como assim foram chamadas. Os poderosos enxergaram uma possibilidade no meio dessas maravilhas: criar armas. Algo parecido com aqueles heróis, que sempre foram vistos como ficção científica. Os cientistas perceberam o erro deles, então decidiram tentar apagá-lo, mas não conseguiram, já que o mundo iniciou uma onda de protestos para proteger esses novos humanos. Foi então que no meio desse caos, surge Melchior Vortz. Um cientista que dizia que os novos humanos eram a salvação do mundo, nisso ele começou a buscar uma espécie de ser perfeito. Ele quis criar algo como um ser vindo das lendas. Sua busca frenética por eles, chegou a um bebê: Om. Foi assim seu nome, ele podia ser considerado uma miniatura de Áquiles, a força não era a mesma daquele ser, mas se aproximava. A criação era perfeita. Nisso, ele começou a construir um império deles, chegando aos milhares. Entretanto, aquelas pessoas, que antes defendiam os novos humanos, assim como o resto da humanidade temeu um pensamento: ''O que aconteceria se eles decidissem que não somos perfeitos e decidissem nos eliminar, ou nos fazer de escravos?''. Desse dia em diante, começou uma guerra pelo domínio da Terra. A humanidade estava ganhando, de certa forma. Mais de um terço do mundo fora dizimado nessa luta, tornando o lugar em que passavam inóspito. A guerra durou por três décadas, até que Melchior encontrou alguém a sua altura: Marck. Ele criou Alph. Agora seria uma luta entre esses novos seres humanos, tornando os conflitos mais desastrosos e destrutivos. Até então só existiam esses dois lados da guerra, até que há exatos oitenta anos, surgiram três seres: Alexander, Skar e T@#&*%. – antes de continuar, percebo que eles entendem o nome do último líder. – Alexander está ao lado da humanidade, sendo criação de Marck, Skar foi uma das criações de Melchior, estes dois se uniram. T@#&*% foi criado por um grupo de pessoas que desejavam a paz e o fim da guerra, sendo o projeto H.O.P.E; a guerra acabou com a vitória do grupo H.O.P.E... Eles desejavam a paz, inicialmente. Depois, eles começaram a mudar. Alexander e Skar foram pegos como prisioneiros deles, sendo reféns, depois, generais. O projeto H.O.P.E decidiu transformar aqueles super humanos em escravos, já que decidiram culpar todos aqueles anos de tragédia a algo e os governos do mundo queriam estar livres dessa responsabilidade. Por isso, nós levamos o nome de Erros. – Wendler e Alice me encaram um tanto incrédulos e enquanto o silêncio toma conta, eles processam toda a informação aos poucos, e começam a mudar suas feições vagarosamente. Antes que eles perguntem. – T@#&*% se opôs e fundou os revolucionários; essa foice pertenceu a ele e o arco pertenceu a sua companheira mais fiel. Vou deixar isso com vocês. – eles simplesmente seguram as armas e continua a me encarar, Wendler chacoalha a cabeça e parece controlar a confusão na cabeça dele.
– Por que está dando isso para nós?
– Simples. Vocês são um dos dois mais fortes aqui dentro. Além disso, confio mais em vocês dois.
Eles agradecem em um sussurro e seguem andando até algum lugar, sem um alvo real. Ainda bem que o choque da informação fez a Alice se esquecer do que eu disse.
*
~ Alexander
Mando metade das forças procurarem por qualquer sinal de Erro. Enquanto isso, deixei a metade dos que estão comigo esperando cercarem o território, caso eles escapem. Hoje será o fim deles. Uma van branca estaciona ao lado do meu carro, umas equipes de cameraman saem com algumas esferas azuis do tamanho da cabeça de um homem adulto em mãos, eles mexem um pouco nelas, fazendo com que elas comecem a flutuar.
– General Alexander! – ouço a voz da gerente dos cameraman – Você diria que as chances de a Liga vencer de vez os revolucionários serão alcançadas hoje? – ela quase coloca o microfone na minha goela de tão próximo. Acho que ela tem metade da minha idade e sempre fez a mesma pergunta, já pensei em prendê-la, mas infelizmente essa mulher é quase a voz do povo.
– Acho melhor você se preparar para o show, Ashley. Será algo impagável. –Que surpresas Wendler mostrará hoje?
Sou contatado pelo rádio. Os soldados acharam alguns homens usando uniformes camuflados com uma nuvem no peito. Que comece o espetáculo. Começo a mobilizar as tropas. Ouço ao longe Ashley falar estupefata pela minha agitação repentina.
Abandonamos os carros, já que não podemos nos movem bem por entre os trechos íngremes. Uma das esferas dos repórteres passa por cima da minha cabeça, aceno e sorrio para os telespectadores.
*
~ Joana
Que não seja tarde demais. Que não seja tarde demais. Que não seja tarde demais. Que não seja tarde demais. Que não seja tarde demais. Esteja bem Gui, Wendler... Alguns guardas me entregaram a mensagem que iríamos atacar a base dos revolucionários, consegui me comunicar com Flora, mas tarde demais. Parece que eles só conseguiram começar a se mobilizar agora. Preciso ajudá-los. E se algo ocorrer com o Gui.
– Jô, desacelera aí, sua égua! Vai atropelar alguém assim!! – ouço minha suposta melhor amiga falar, e retomo controle de mim mesma.
– Desculpa... Acho que estou nervosa para meu primeiro combate, entende?
– Claro, vamos acabar com esses revolucionários de vez. – mordo discretamente o canto inferior dos lábios, não posso parar de ser essa Joana. Estamos em alguns aviões de transporte; eles são entregues a nós depois de virarmos heróis, tem capacidade para duas pessoas e é bem rápido. A viagem deve durar uns cinco minutos. Espero que eu consiga chegar lá a tempo.
*
~ Flora
– As passagens estão abertas, podem ir. Vamos, vamos!! – grita Mia, enquanto guiamos as crianças e os Erros mais machucados pelos túneis. Joana disse há alguns segundos que seríamos atacados. Já mobilizei Alice para o topo da base, com o arco dela... Alice estará hábil para abater vários deles ainda mais porque o topo é interligado com todas as outras montanhas.
Ben está liderando, junto ao Toni, todos que ainda podem lutar por entre as passagens, enquanto explica para Wendler como usar a foice dele...
– Mia, preciso que vá com eles, vou continuar a operar daqui.
– Entendido. – ela se vira para seguir caminho, mas se vira rapidamente e me encara preocupada.
– Não precisa se preocupar. Sou forte, lembra? – brinco enquanto falo. Consigo arrancar algumas risadas do rosto dela.
O comunicador está louco de tantas pessoas falando ao mesmo tempo. Nossa única vantagem é que Alexander só trouxe os soldados normais, ainda temos algum tempo até que os heróis cheguem. A base tem antenas que interceptam o uso de aparelhos infravermelhos, então eles não podem ver como está aqui dentro.
Estou correndo até o escritório, quando chego até as escadas, vejo uma grande chapa de metal cair perto das escadas. Como que derrubaram a porta? Descendo as escadas, vejo Skar descendo. Não é um simples ataque, até o Skar está aqui.
Faço raízes saírem do chão, elas estão preenchidas com espinhos, agarram o pé de Skar, não que faça muita diferença, mas como estão envenenados, deixará com que ele fique lento.
Falo agitada no rádio que Skar invadiu a entrada principal, consigo chegar ao escritório e pego uma chave uma caixa que está dentro das gavetas, vou para baixo da minha mesa e abro um compartimento, coloco a caixa dentro e levanto, vejo uma estaca de ferro vindo na direção do meu rosto, faço a madeira da mesa se levantar e bloqueio o ataque.
Faço a madeira expandir e sinto que acerto algo do outro lado, crio espinhos e tento perfurar Skar, mas apenas ouço o som de madeira quebrando; saio às pressas do escritório e corro em disparada para uma das passagens secretas. Felizmente, a montanha tem uma enorme quantidade de raízes e terra, posso usar ao meu favor.
Crio atrás de mim uma barreira contínua, como uma parede de madeira super resistente. Chego ao fim do corredor, coloco minha mão na parede e a parede se abre, rasgo parte da minha manga e quebro uma janela que tem por perto, faço uma raiz crescer e deixo minha manga presa a ela, entro pela passagem e desço à toda velocidade.
Chego ao fim e estou do lado de fora da base, felizmente, estou com o manto. Não posso perder tempo, ou pior, ser derrotada pelo Skar agora, preciso fugir e me encontrar com Ben, nisso poderei me reorganizar e sairemos daqui.
Estou correndo pela floresta, até que ouço um tiro. A bala passa de raspão pela minha bochecha. Congelo por um momento, mas retomo os sentidos rapidamente e crio uma armadura densa de madeira ao meu redor, faço que as árvores cresçam tentando ao máximo obstruir a visão dos meus inimigos.
Avisto alguns soldados inimigos, ergo as raízes e faço com que fiquem firmes, elas, agora, como uma cobra estão em pé, faço com que elas avancem e acertem os soldados, eliminando-os rapidamente.
Continuo a adentrar a floresta, usando dos atalhos que os mapas da base, que bom que fiz com que todos memorizassem cada parte desse território. Subitamente, sinto um brilho vindo de cima, percebo uma bola de fogo enorme vindo na minha direção, corro desesperada, tentando me esquivar do ataque. Crio um domo de terra para tentar me proteger o máximo possível.
O calor é sufocante, mal consigo respirar.
– Comandante Flora, criminosa mundial, dita como uma das mais fortes guerreiras dentre os revolucionários. Renda-se agora, e prometo aprisioná-los de forma pacífica e talvez sua pena seja reduzida. – Uma voz feminina vem do lado de fora, pela altura, ela deve estar próxima.
Enquanto ela continua tagarelando qualquer asneira, consigo dizer mais ou menos onde ela está. Faço espinhos se ergueram pelo lado de fora, a garota para de falar, ouço algum líquido cair no chão. Retiro o domo e sigo em frente tentando chegar o mais rápido possível até onde Wendler está.
Atravesso pelas árvores e enxergo a montanha por onde Ben e Wendler estão. Não consigo andar e sinto algo quente escorrer pela minha perna esquerda. Tento levantar, mas eu simplesmente tropeço e caio. Vejo o que há na minha perna e fico horrorizada: uma lança de metal a atravessou. Seguro o máximo que consigo um grito excruciante de dor para que minha posição seja revelada. Skar... Desgraçado.
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