Jack & Margot

Escondido atrás de uma estátua de um rei antigo no castelo, eu tento não entrar em pânico. Seco as mãos no terno e respiro fundo enquanto me balanço para frente e para trás, tentando me acalmar. Já perdi a conta de quantas vezes ajustei a gravata.

Tudo certo. Já fiz isso antes. A única diferença é que agora vai ser oficial, mas não faz diferença nenhuma. Ou faz? Talvez faça. Vou ficar sem celular pelos próximos dias. Vou passar longe das bancas de tabloides.

Espio o corredor. Serviçais passam correndo de um lado para o outro, os braços ocupados com arranjos de flores, bandejas de comida e taças reluzentes. Tudo está sendo preparado há mais de uma semana, e agora que o grande dia finalmente chegou, o palácio inteiro fervilha com atividades. Até mesmo os guardas, sempre congelados em seus postos, mostram algum nervosismo.

Bem, não é todo dia que se tem um casamento real. Também não é todo dia que a princesa de Arthenia faz uma aparição oficial com o novo namorado.

Que no caso sou eu. Jack Payne, crescido em fazendas de Fieldston, antigo guarda pessoal da princesa e que esteve saindo na surdina com ela pelo último ano.

Por isso estou escondido. Por isso estive agindo como um covarde. Embora eu não me importe mais tanto com o que as pessoas tenham a dizer e pensar sobre mim, ainda sou alguém que viveu longe dos holofotes a maior parte da vida. Margot e eu nunca tentamos esconder nosso namoro no último ano, mas fomos reservados, e não existem mais do que alguns rumores e flashes roubados de paparazzo por aí quando fizemos algumas viagens juntos.

Agora é para valer. Vou aparecer de braços dados com ela na igreja de Santo Expedito, onde o rei Carl vai se casar com Mirian Colussi. O país inteiro estava vendo. O mundo inteiro.

E eu estou escondido atrás de uma maldita estátua tentando me acostumar com essa ideia.

"Estudando algum dos ancestrais do meu marido, soldado Payne?"

Me viro abruptamente para trás, batendo o ombro com força na estátua no corredor. Ela balança e eu a agarro antes que tombe no carpete vermelho.

Santo Deus, não costumo ser desastrado assim. Não costumo ser pego de surpresa.

"Layla!", digo, endireitando a estátua no lugar e ficando ereto. "Eu não te ouvi chegar."

"Ah, eu me esforcei para ser silenciosa", a duquesa fala, um sorriso tranquilo no rosto. "Estava me divertindo com o seu nervosismo. Você parecia a ponto de cavar um buraco no chão."

Tento sorrir de volta e puxar o nó da gravada. Tenho certeza que estou prestes a sufocar com essa coisa.

"Pois é. Tem sido um longo dia. Semana, mês, ano..."

Layla ri, mas então tenta abafar o som com a mão. Ela olha para o embrulho no seu colo, para o pequeno Daniel de alguns poucos meses de idade.

"Ele dormiu de novo", ela diz quando eu me aproximo para observar o bebê de cabelos castanhos. "Disso eu não posso reclamar. No que Eloise foi chorona, esse garotinho aqui tem a paz de espírito do pai." Ela ergue a cabeça para mim. "Quer pegar?"

"Oi?"

"Pegar o bebê."

"Tem certeza de que é uma boa ideia?"

"Vai ajudar a aliviar o estresse."

Layla coloca Daniel nos meus braços. Apesar de ter segurado Cody no colo quando ele era pequeno, isso já faz tempo demais, e eu esqueci a sensação. A sensação de ter algo tão pequeno e frágil protegido com você, dependendo de você mesmo que por alguns segundos.

"Ele se parece com o Steven", digo baixinho, balançando Daniel de leve.

"É o que todos dizem." Layla Bennett revira os olhos e se recosta na parede com os braços cruzados. "Suponho que é isso que eu ganho depois de nove meses de enjoo e dificuldade em ver os meus pés."

Eu rio baixinho, passando um dedo de leve pela bochecha de Daniel. Já posso considerá-lo um sobrinho? Eloise me chama de "tio Jack" já faz alguns meses, e nunca consigo disfarçar o quanto isso me desarma.

"Então, vai me contar o motivo do seu nervosismo, ou vou precisar adivinhar?", Layla diz para mim, com aqueles inteligentes olhos castanhos. Às vezes é fácil esquecer que ela é quase uma década mais velha do que eu. Parece tão jovem quanto Margot. Mas algo em seu rosto, nas suaves linhas de expressão e no sorriso gentil, me faz perceber que já viveu um pouco a mais e sabe de coisas que eu ainda não compreendo por completo.

"É a minha primeira aparição oficial com Margot, você sabe", digo. Deixei de tratá-la com formalidade há muito tempo agora. Quando a família está toda reunida, não existem reis, príncipes e princesas, apenas nós mesmos. "Acho que isso está fritando o meu cérebro."

"Não está preparado para toda a atenção que vai receber, não é?"

"Acho que não. Quer dizer, a maioria das pessoas sabe que a princesa de Arthenia está em um relacionamento, mas tudo tem sido tão discreto desde então, que sei que aparecer com ela hoje vai ser um grande acontecimento."

"Não tão grande quanto o casamento de Carl e Mirian, posso te garantir. Talvez vocês chamem menos atenção que o vestido dela, acredite. Não conte para ninguém, mas Mirian vai se casar com um vestido rosê. Até onde sei, ela será a primeira princesa consorte de Steinorth a não se casar de branco!"

Aprecio a tentativa de Layla de me acalmar, mas não está funcionando. Ainda estou pensando demais, na minha família que vai chegar em um dos carros do palácio, na procissão que vai se seguir depois do casamento até o palácio, onde eu vou estar em um carro de teto aberto junto com Margot, Sebastian e Penélope. A cidade inteira está fervilhando, tem repórteres de todos os cantos do globo aqui hoje, prontos para fazer uma cobertura histórica do evento.

Talvez eu e Margot devêssemos ter aparecido oficialmente antes, mas ficamos postergando o momento, querendo evitar complicações. Agora vou fazer isso logo em um casamento real. Zero pressão.

Suspiro e olho para Daniel. Precisaria de mais dez bebês para embalar se isso de fato me ajudar a ficar calmo.

"Jack, olhe para mim", Layla pede calmamente, e eu ergo os olhos para a mulher pequena diante de mim. "Eu passei por tudo isso que você está passando, sabia? Uma década atrás. E eu estava aterrorizada, e duvidei de mim em cada passo do caminho. As pessoas conseguem ser bem más quando querem, mas é nosso dever não deixar que a maldade de outras pessoas acabem com algo bom. E o que eu tinha, o que eu tenho, com Steven é tão, tão, tão bom, que precisei focar nessa felicidade e não com as coisas ruins que vinham com isso. Porque não era culpa dele nem minha as posições em que ocupávamos no mundo, e o quão diferentes elas pareciam ser para as outras pessoas."

Olho para os meus pés, tendo dificuldade em encará-la. Só pelo tom das palavras de Layla, sei que ela já se sentiu como eu me sinto agora, com todo esse medo e angústia acumulados.

"Eu só..." Suspiro, agora olhando para o teto, para as janelas, para qualquer coisa que não seja os olhos da minha cunhada. "Não quero nunca me sentir como se estivesse envergonhando, Margot, sabe? Porque eu não nasci na realeza, nunca tive muito dinheiro e até pouco tempo era um guarda do palácio. Eu vejo esses nobres que frequentam o castelo, essa gente que governa um país inteiro e parecem tão confortáveis em suas mansões e carros luxuosos, pessoas que nem se importam mais com as câmeras, e percebo que nunca vou ser como eles. Nunca vou deixar de me deslumbrar com tudo isso, ou navegar por esse mundo como se ele sempre tivesse sido meu. Não consigo. Não sou assim."

Layla se aproxima e coloca uma mão no meu braço. Eu finalmente sou obrigado a olhar para ela.

"Já parou para pensar que, se você não fosse você, Margot nunca teria se apaixonado?" Layla carrega um sorriso tranquilo, como se soubesse de todos os segredos do mundo e estivesse compartilhando um deles comigo. "Jack, Margot não quer que você seja ninguém além de você mesmo. E está tudo bem se sentir desconfortável com o mundo em que esses três irmãos Arthenia foram criados. É tudo muito diferente de onde eu e você viemos. São regras, costumes e exposição pelas quais nós nunca pensamos que estaríamos sujeitos. Mas quando essas coisas passam pela minha cabeça, tento lembrar ao que me trouxe aqui primeiro."

"E o que foi?", pergunto, mas no fundo já sei a resposta.

"Amor." Ela sorri para mim e acaricia o cabelo macio e fininho de Daniel. "Amor pelo homem que me deu esse menininho perfeito, que me fez sorrir quando eu acreditava que não era capaz e esteve comigo em todas as tempestades desde então. Tudo isso: as expectativas, os comentários maldosos, o medo de falhar, é muito pequeno comparado ao que eu sinto. E vale a pena. Além disso, a realeza não é de todo ruim. O mundo ainda é muito injusto, e eu vejo de perto como Carl e Steven trabalham para tornar Steinorth um lugar onde as pessoas tenham oportunidades iguais. Eu comecei a fazer parte disso, e em todas essas viagens diplomáticas e filantrópicas, tenho a chance de conhecer a realidade de pessoas diferentes de mim, de amá-las e tentar ajudá-las. Você vai ver. Existem partes ruins em todas as situações da vida, mas acho que cabe a nós nos esforçar para ver as partes boas também."

As palavras dela se assentam no meu coração. Layla e eu já tivemos conversas parecidas, mas essa foi a mais importante desde então. Sei que minhas inseguranças não vão desaparecer do dia para noite, mas é bom saber que tenho alguém como ela para quem correr caso as coisas fiquem difíceis, alguém que já passou por tudo isso e pode ajudar.

"Obrigado, Layla. De verdade." Eu limpo a garganta e, sem jeito, a abraço com meu braço livre. Contato físico me deixa desconfortável, mas ela sorri e dá tapinhas carinhosos no meu peito. "Você é incrível."

"Você também é, Jack. Você também é."

Ouço um pigarreio atrás de mim. Me viro a tempo de ver o príncipe herdeiro parado na esquina do corredor, os olhos azuis esverdeados parecidos com os de Margot nos encarando com divertimento.

"Então você rouba a minha esposa e o meu filho e pensa que vai ficar por isso mesmo", ele diz. Nesse instante, Eloise aparece correndo, seu vestido de daminha esvoaçando quando corre até mim.

"Tio Jack, olha só como eu estou bonita! Tia Alexia disse que eu pareço uma fada. Eu disse que para ser fada mesmo eu precisa de asas, mas o papai não me deixou vestir aquela fantasia que eu usei no Halloween da escola. O que você acha?"

Eloise se agarra a minha perna e me olha com grandes olhos suplicantes.

"E roubou a minha filha também." Steven revira os olhos, mas está sorrindo. Ele vem na nossa direção, dá um beijo na bochecha de Layla e pega Daniel gentilmente dos meus braços. "Eloise, pare de puxar Jack. E eu também. Já disse que da próxima vez você usa as asas. Hoje não."

"Mas papai...", ela choraminga, pegando na mão dele. "Por que eu não posso usar as asas?"

"Porque as pessoas vão achar que sua mãe e eu não batemos bem da cabeça."

"A gente não bate, mesmo", falou Layla, segurando Eloise pela outra mão. "Vamos fazer assim: você não usa as asas na igreja, mas quando voltarmos para a festa no palácio, deixo você ficar com elas. Combinado?"

"Combinado!"

E Eloise começa a saltitar feliz pelo corredor.

"A propósito, Margot está te procurando", Steven diz para mim, parecendo tão rei em seu terno impecável e postura perfeita que tenho que resistir a vontade de me curvar, quando fazia quando ainda era um guarda do palácio. "Ela disse que vocês já podem ir para o carro, que está esperando lá fora. Está nervoso?"

Troco um olhar confidente com Layla.

"Estava."

Steven percebe nosso olhar e sorri para a esposa.

"Você e seus truques", ele diz a ela. Layla fica na ponta dos pés para poder igualar suas alturas.

"O que foi? Eu gosto de fazer as pessoas se sentirem bem." Ela o beija com delicadeza. Fico um pouco constrangido. Como pode eles ainda parecerem tão apaixonados como no dia em que vi seu casamento pela televisão anos atrás, quando ainda era uma criança? "Especialmente você."

Steven a olha com uma admiração que eu reconheço. O que vejo em seu rosto é o mesmo que sinto em mim mesmo quando estou perto de Margot.

O que me faz lembrar que minha garota está me esperando, que ela odeia atrasos contanto que não seja ela a atrasada e que não a beijo desde ontem à noite, quando saiu para uma despedida de solteiro com Mirian e as meninas para um restaurante reservado da cidade.

Preciso ir. Acho que está na hora de mostrar ao mundo que Margot Arthenia tem um namorado, e que esse namorado sou eu, e que eu não poderia estar mais feliz por isso.

Margot

"Se esse dia sair menos que perfeito, vou surtar."

Penélope, que está sentada de frente para mim na limusine preta do palácio, tira o celular do ouvido para dizer:

"Mirian está pronta. Quer falar com ela?"

Quase arranco o celular da sua mão.

"Oi! Como você está?"

"Chorando", Mirian diz do outro lado da linha, seguido por um fungo. "Não consigo parar."

"Ai meu Deus, você não pode chorar, Mirian. A sua maquiagem!"

"Não ligo para a maquiagem."

"Vai querer aparecer feia nas fotos do seu casamento?"

"Eu sou linda e não preciso de maquiagem para isso."

Sorrio para mim mesma. Minha professora de italiano e futura madrasta sempre perde um pouco da modéstia quando está radiante de felicidade.

"Seus avós estão aí, não estão? Peça para que eles façam algo que te faça rir", digo.

"Mas eles estão chorando mais do que eu!"

"Ah, Senhor, eu sabia que devia ter ido me aprontar com você. Isso é um casamento, não um velório, se recomponha."

Penélope dá um tapinha na minha perna.

"Deixa de ser insensível, Margot. Me dá esse telefone aqui." Minha cunhada pega o celular da minha mão. "Oi, Mirian. Está tudo bem. Sim, eu sei que você está emocionada. E está tudo bem. Você está casando com o amor da sua vida! É mesmo emocionante. Tenta beber uma água. Dar uns pulinhos." Pulinhos? "Isso. Não, fique longe dos seus avós. Você só vai chorar mais. Respire fundo. Pronto, se sente melhor? Eu sabia. Já estamos a caminho da igreja. Nos vemos daqui a pouco."

Nesse momento a porta da limusine abre e o motorista coloca uma rampa portátil diante do carro. Meu irmão aparece vestindo seu terno azul marinho, os cachos de cabelo castanho muito bem comportados e os olhos brilhando.

"Todos estão vindo. Eu tive que ajudar papai a se acalmar. Ele está uma pilha de nervos."

"Esse é o terceiro casamento. Não era para ele ter se acostumado a essa altura?", solto.

"Margot, por que você é tão insensível?"

Não sou insensível. Só estou nervosa. Planejei esse dia com tanto cuidado para que saísse perfeito que agora estou a ponto de entrar em ebulição.

Além da tensão natural causada por um casamento real – um casamento do rei, ainda por cima! – hoje será o dia em que Jack vai ser visto em um evento oficial comigo pela primeira vez.

Eu estou tranquila com isso, estamos há mais de um ano juntos e já me acostumei com a ideia do público nos ver, mas há dois dias, na cama, ele sussurrou para mim que estava inseguro.

"Só não quero fazer nada errado", ele tinha dito, uma mão acariciando minhas costas, a outra a curva do meu pescoço.

"Errado? Como alguém pode fazer algo errado enquanto sorri e acena para um bando de câmeras e depois assiste um padre celebrar uma missa de casamento? Nem você, meu querido rabugento, conseguiria fazer algo assim se tornar complicado."

Eu tinha beijado seu rosto então, as pálpebras, a ponta do nariz. Jack sempre pensou demais. Sobre tudo. Se ele se visse como eu o vejo, perceberia que não tem nada a temer.

Como que invocado pelos meus pensamentos, Jack aparece logo atrás de Sebastian. Ele se aconchega ao meu lado e me dá um beijo demorado.

Quando se afasta, estou quente.

"O que foi isso?", pergunto, mas estou sorrindo como uma idiota.

"Estava com saudade."

"Mas eu te vi ontem à noite."

"Mesmo assim. Tempo demais sem você."

Ele me beija de novo e eu me deixo levar. Com Jack, me deixo levar mais do que o normal.

"Eu e Penélope deveríamos sair?", ouço meu irmão gêmeo dizer, e quando abro os olhos o vejo sentado ao lado da namorada. Penélope nos encara com divertimento, mas Sebastian parece prestes a vomitar. "Payne, tire a mão da coxa da minha irmã. Eu estou aqui, caso não tenha notado."

Jack se afasta, mas, discreto, desliza a mão devagar pela extensão da minha perna. Eu engulo em seco, de repente achando esse meu vestido verde de verão quente demais.

"Desculpe", Jack diz com um sorrisinho sem graça. "Mas suponho que isso seja uma revanche. Margot e eu precisamos encarar vocês dois um fim de semana inteiro quando fomos para o litoral."

"Foi uma tortura", concordo, estremecendo só de pensar. "Vocês sempre parecem mais safados quando vamos para a casa da praia."

"Lá é... especial", Penélope diz timidamente, encarando Sebastian por uma cortina de cabelos ruivos. "Por muitos motivos."

"Eca. Consigo imaginar."

O carro começa a se mover e nós quatro nos olhamos ansiosos.

"É isso. Lá vamos nós."

Sebastian e eu nos encaramos, e é como se toda uma história se passasse entre nós.

Nós vimos papai quebrar e se curar aos poucos, mas nunca completamente. Nós vimos a mudança quando Mirian apareceu, toda aquela luz nos olhos dele, que Steven um dia confessou só ter visto quando nossa mãe ainda era viva, tinha voltado aos poucos.

E agora eles iriam se casar. Eu teria uma boa madrasta, uma que era minha amiga, uma mulher forte e maravilhosa que eu já amava.

Era felicidade demais. Em todo lugar. E eu sabia que depois de tudo que passamos, nós todos a merecíamos.

As pessoas começam a se acumular cerca de três quilômetros antes da igreja. A multidão é contida por grades e guardas do palácio, deixando livre o caminho onde a procissão de carros vindos do castelo, apinhado de nobres que ficaram hospedados conosco nos últimos dias, se encontram. Quando chegamos ao pátio da igreja, vejo uma comoção ainda maior. Há repórteres de todas as nacionalidades, pessoas segurando celulares, flores e bandeiras de Steinorth.

Só me lembro de ver tanta gente assim reunida uma vez: durante o casamento de Steven e Layla.

Na época o casamento foi transmitido pelo mundo todo, sendo acompanhado ao vivo por quase quinhentos milhões de pessoas.

Não sei se os números de hoje vão bater os do último casamento real, mas sei que os olhos estão em nós. Cada um de nós.

Papai é o primeiro a descer da limusine da ponta, seguido por Layla, Steven e meus sobrinhos. Ele, que sempre foi tão sério, está radiante. Nunca pensei que ele gostaria de uma cerimônia tão pública para o seu terceiro casamento, mas quando perguntei, ele disse que queria que aquele dia ficasse marcado na história, um dia maravilhoso para todos nós.

E, até agora, está sendo.

Penélope e Sebastian saem do carro, sendo ovacionados do lado de fora. Flashes disparam em todas as direções, câmeras focando cada rosto que deixa os carros.

Olho para Jack. Cada músculo do seu corpo está tenso.

"Não sei se posso fazer isso", ele diz, a boca seca. "Achei que podia, mas agora..."

"Agora está com medo de algumas câmeras?", faço graça, mas então me aproximo e começo a ajeitar seu terno, o cabelo. "Você não devia ter vindo desse jeito, Jack."

"Por quê? O que tem de errado comigo?", ele pergunta depressa, os olhos arregalados para mim.

"Bonito desse jeito, vai tirar toda a atenção do noivo."

Seus ombros caem e ele me olha com uma mistura de divertimento e repreensão.

"Você é impossível."

"Você diz isso com frequência, sabia?"

Eu coloco uma mão no rosto dele, forçando-o a olhar para mim.

"Eu quero que o mundo inteiro me veja ao seu lado", confesso. "Quero que todos saibam disso. Quero que as pessoas vejam o modo como eu te olho e desejem algo parecido." Ele sorri timidamente. Encosto minha testa na dele. "Quero te exibir por aí como uma madame rica exibe um poodle."

E lá está. Aquela gargalhada que pode chacoalhar paredes e o meu coração.

"Quer colocar uma coleira dourada no meu pescoço também?", ele entra na brincadeira, os olhos castanhos brilhando.

Mordo o lábio inferior.

"Talvez mais tarde. Agora, temos um casamento para fazer parte."

Jack me beija. Não suave, não com cuidado, mas forte e poderoso, com a mesma urgência que eu tenho dele em cada minuto do meu dia.

Quando se afasta, eu me endireito, retoco meu batom e jogo um cacho de cabelo castanho por sobre o ombro.

"Pronto para fazer uma entrada triunfal?", pergunto, segurando sua mão enorme na minha.

"Com você, estou sempre pronto."

E nós deixamos o carro, nos jogando no mundo lá fora.

____________________❤️__________________

oii gente! como vocês estão?

essa semana me peguei com muita saudade de Steinorth e desses personagens queridos, o que acabou fazendo com que eu sentasse para escrever e não parasse mais.

sei que alguns de vocês leram uma outra versão de um spin-off da Margot e do Jack, mas eu sinceramente estava incomodada com ela e queria uma coisa mais redondinha com início, meio e fim para entregar para vocês. o resultado foi essas páginas, que mostram um dia muito especial para todos os nossos personagens e que eu pretendo explorar por diferentes pontos de vista!

me contem o que acharam, estou muito ansiosa para saber! os personagens continuam os mesmos que vocês se lembram?

nos vemos em breve!

Ceci.

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