31- Até que os papéis se acabem, ainda vamos nos amar!
Não se esqueça do votinho!
Tenha uma ótima leitura e aproveite... O último capítulo!💌💛
Muito obrigada por ter feito parte desse lindo romance! 💛
🍃💛
[27 de Junho de 2026]
Nosso primeiro encontro foi aqui, nesse campo onde repentinamente fomos pegos pela chuva, onde fizemos um piquenique, onde a Escarlate nos serviu de esconderijo para o nosso primeiro beijo e agora onde nos reencontramos depois de alguns anos.
Os anos realmente se passaram, e com eles inúmeras mudanças que fizeram Hákila e eu aceitarmos e nos adaptarmos a ela, mas nenhuma ruim, apenas importantes para o nosso crescimento.
Minha namorada genuína, linda e sorridente estava igual, radiante. Uma agenda na frente do corpo, o vestido verde claro com bolinhas brancas, mangas bufantes e batendo acima dos joelhos, botinhas brancas nos pés e uma tiara na mesma cor levando os cabelos para trás, Hákila ainda passava a mesma aura de quando estávamos aqui, há mais de 1800 dias atrás.
- Eu senti sua falta! - ela disse, sem olhar para mim, mas na pele bronzeada podia ver a lágrima escorrer entre as bochechas levantadas, até seu rosto virar-se para mim e por fim, eu esboçar a primeira reação, um sorriso.
- Eu também, senti sua falta querida Hákila! - ela riu, e corremos um para o outro, nos encontrando em um abraço, finalmente amando-a de perto após tanto tempo.
[Três anos atrás]
A faculdade era muito mais do que pensávamos, eu imaginava que seria diferente, não sei como seria o meu "diferente", mas de tudo não era o que eu planejava. Hákila também não pensava diferente, a verdade é que ela pensou muito antes de escolher o que fazer, até por fim encontrar aquilo que realmente se encontrava. Minha namorada escolheu cinema, ela estava a caminho de ser uma cineasta, de acordo com ela, se sentiria livre se estivesse escrevendo, então ela escolheu algo que poderia colocar sua ação em prática, escrevendo roteiros.
Nós passamos pouco tempo livre juntos, infelizmente estudávamos em horários opostos da faculdade e o momento que tínhamos para passar juntos era escasso quando não estávamos estudando. E estava sendo assim desde que começamos, mesmo que eu estivesse um pouco na frente, ficava mais difícil a cada período.
Contudo, naquele dia, havíamos marcado um encontro, resolvemos que tiraríamos o dia para nós dois e foi como fizemos. A Escarlate ainda estava comigo, brilhando cada dia mais e às 9h eu segui até a casa de Hákila para buscá-la, conversei um pouco com seus pais enquanto a esperava, eles estavam felizes, as coisas pareciam estar bem entre eles e isso me aliviava muito.
Quando Hákila desceu ela usava um vestido laranja, de alças finas, ele era soltinho e com uma fita que amarrava na cintura, aos pés, sandálias brancas que passavam uma fita até metade de sua panturrilha. Os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo, onde mechas na frente estavam soltas. Hákila desceu as escadas apressada, me abraçando assim que me viu.
- Vamos? - ela assentiu, despedindo dos pais antes de ir comigo até a caminhonete.
Eu dirigi primeiro até uma cafeteria para tomarmos café, um ambiente meio retrô que vi um dia voltando de uma livraria. O ambiente era acolhedor, tocava uma música instrumental e o interior cheirava a capuccino, as mesas eram redondas e de vidro, enquanto as cadeiras eram vermelhas com assentos de almofada bege.
- O que você quer? - ela não parava de sorrir, olhando cardápio único e retangular.
- Um macchiato de caramelo e um croissant de chocolate! - assenti, olhando para ver o que eu gostaria de comer.
- Já vão pedir? - concordamos juntos a aparição repentina da garçonete.
- Um macchiato de caramelo, um mocha e dois croissant de chocolate! - ela anotou tudo, saindo em seguida.
- Eu estava com saudade disso! - disse ela.
- Eu também, parece que tem séculos.
- Sim... Acho que deveríamos mudar algumas coisas, talvez estejamos desesperados demais.
- Desesperados? - assentiu.
- Desesperados, quero dizer que talvez possamos arrumar um jeito das coisas ficarem mais tranquilas.
- Como?
- Não sei... - ri, segurando sua mão sobre a mesa - Vamos pensar nisso depois!
- Vamos, sim!
Nossos pedidos chegaram, e comemos devagar, aproveitando o que aquele bom espaço nos oferecia, conversando um pouco sobre tudo, até terminarmos e sairmos.
- Onde vamos agora? - ela andava de costas, segurando minhas duas mãos.
- Hákila...
- Jeongguk? - sorria, me deixando ainda mais apaixonado.
- Quero desenhar você! - disse, e ela pareceu surpresa, mas seu sorriso dobrou de tamanho e ela rapidamente balançou a cabeça concordando.
- Quando?
- Vou levar você até um lugar! - agora eu quem a puxava até a caminhonete, abrindo a porta para ela. Hákila entrou e eu logo me pus a dirigir.
O lugar que iríamos era um pouco longe, ficava dentro de uma floresta, mas era muito bonito e valia a pena a distância. Quando chegamos, Hákila ficou perplexa, quando as árvores acabavam, havia uma parede de rochas e um gramado verde escuro repleto de flores.
- Que lugar... Lindo! - ela rodava no mesmo lugar, tentando analisar tudo que pudesse.
- Uma obra Divina! - assentiu, abaixando-se para olhar as flores.
- Como encontrou esse lugar?
- Vim aqui quando era pequeno! - ela sorria - Eu fiz meu último desenho aqui! - olhou para mim - Desenhei esse lugar, mas no dia seguinte tudo aconteceu, a história que me atormentou por muitos anos.
- Você superou esses medos, Jun! - segurou meu rosto, e eu segurei sua cintura.
- Graças a você - negou - Claro que foi, você me encorajou...
- Muitas pessoas são encorajadas, mas nem todas tem coragem de aproveitar os incentivos de alguém que a ama.
- Você pode estar certa, mas tive coragem porque você me apoiava, me incentivava e fazia o possível para que eu abrisse meu coração para aquilo que tanto amava.
Ela sorriu fino, entre as bochechas vermelhas e logo nossos lábios estavam unidos em um beijo lento. Nos sentamos juntos sobre a grama, voltando a sentir os lábios macios um do outro, aproveitando a brisa fria e o som da natureza a nossa volta.
- Você me deu coragem também! - sussurrou contra meus lábios, beijando minha bochecha.
- Em que? - beijei a sua agora, causando uma risada.
- Me encorajou a amar. Acredite, eu tive tanto medo de me apaixonar por você... Medo de que o amor não passasse de uma ilusão.
- Se sentir alguma dúvida, me avise que eu te lembro - selei seus lábios, afastando para pegar meu caderno de desenho e meu estojo.
- Que pose quer que eu faça? - perguntou, enquanto ajeitava um pano no chão com algumas almofadas.
- Só me olhe! - pedi, entre um sorriso, enquanto ela se ajeitava entre as flores - Fique confortável, eu tenho boa memória. Pode deitar se quiser.
Ela fez, apoiando a cabeça nas almofadas, deixando alguns fios caídos sobre os olhos, enquanto sua mão ficava em baixo da almofada e me olhava com um sorrisinho.
- Okay! - pisquei para ela, apoiando minhas costas em um rocha atrás de mim, abrindo o caderno e em seguida apontando o lápis para por fim começar.
Levei algumas horas para o esboço e alguns detalhes, decidido que terminaria em casa. Fechei o caderno, olhando para Hákila, que agora já dormia, ou cochilava porque até uns 10 minutos atrás ela estava acordada. Deixei passos suaves até onde ela estava, deitando ao seu lado com a cabeça apoiada na mão, fazendo um carinho suave no seu rosto e como imaginei, ela acordou com meu primeiro toque.
- Já acabou?
- Vou terminar os detalhes em casa! - sorriu, mexendo nos meus cabelos - Vamos para casa? - assentiu.
Até chegarmos perto de casa, já estava próximo ao horário de almoço, por isso almoçamos em um restaurante ali perto antes de irmos embora, eu fui para sua casa e nós passamos a tarde juntos, assistindo filmes e jogando, até escurecer e precisarmos nos despedir.
- O dia de hoje foi incrível, Jung Kook! - beijei sua testa, descendo para seu nariz e por último seus lábios - Obrigada!
- Não precisa agradecer! - nos abraçamos, Hákila colou a cabeça em meu peito, enquanto a minha apoiou em sua cabeça e ficamos assim, eu aproveitei para fechar os olhos e sentir o clima bom que estava a nossa volta.
- Vamos ficar juntos só mais alguns minutinhos! - pediu ela, e sem nem pensar duas vezes concordei, sentando ao seu lado na escada de entrada.
O silêncio estava a nossa volta, mas era confortável. Durante a noite podia-se ouvir o som das cigarras, e ver as estrelas, não eram muitas, mas ainda sim, suficientes para deixar a noite ainda mais linda. Estava frio, mas o calor do abraço de Hákila caia bem, e a pouca movimentação da rua parecia que tínhamos o mundo todo apenas para nós.
- Hákila, está na hora de entrar! - a voz do meu sogro foi ouvida, através da sacada acima de nós.
- Já estou indo! - ela disse, olhando em meus olhos antes de prensar os lábios em um fino sorriso.
Antes que ela levantasse, Hákila segurou minhas bochechas e selou nossos lábios em um selar breve, seguido de um beijinho na bochecha, por fim levantando. Esperei que ela entrasse e apagasse a luz da sala, como costume de todas as vezes, entrei na Escarlate e não esperei ela aparecer na janela do quarto, pelo contrário, eu subiria pelas trepadeiras como Romeu e Julieta e namoraria um pouco mais com ela.
Por isso, dei partida e segui para casa. Quando cheguei fui pego de surpresa por um abraço apertado e um sorriso no rosto de meus pais, minha pequena e um pouquinho maior irmã estava abraçando meu quadril com um envelope nas mãos.
- Estavam me esperando? - deixei minha mochila na escada, indo até eles.
- Sim... - meu pai disse, abraçando meus ombros me puxando para o sofá, eu sentei no meio, ao lado deles enquanto Heun entregava o envelope, o que imaginei ser o motivo da ansiedade deles.
- O que é? - perguntei, olhando o remetente e gelando ao ler "New York, School of Arts and Dreams". Quase rasguei a abertura, puxando as três folhas ali dentro, quase sentindo meu peito sair pela boca quando a li a seguinte frase: "Caro Jeon, você foi contemplado com a nossa bolsa de estágio com o período de 2 anos e 8 meses" - Filho...
- Eu consegui...
- Conseguiu? - eles pularam, animados.
E eu estava feliz, muito feliz...
Ou nem tanto...
- Por que está com essa cara? - Heun perguntou - Não precisa ir se não quiser, grande Ggukie.
- Não, não... Eu só estava pensando.
- O que foi filhote? - minha mãe pareceu preocupada naquele momento, quando minha expressão entregava que por tudo eu não estava feliz - Está pensando em Hákila? - olhei para ela, balançando a cabeça.
- Tenho certeza que ela vai entender, você vai voltar depois.
- Sim, vou! - sorri forçado, levantando ainda olhando a carta de aceitação - Eu vou em três semanas... - segurei as lágrimas, queria tanto ir, mas não queria deixá-la.
- Liga para ela... Conversem.
- Ela não vai terminar comigo por isso. né?
- Claro que não, bocó! - quase saltei, mas a dor por ter batido o cotovelo na parede me manteve no lugar.
- Jin hyung, desde quando está ai?
- Eu trouxe a carta, ela chegou no restaurante! -curvei a sobrancelha, eu havia me esquecido que coloquei o endereço dos Kim's como ponto de entrega, Jin era mais corajoso para pegar bombas como aquela.
- Vou ligar amanhã de manhã, não quero quebrar o clima bom do dia de hoje! - eles balançaram a cabeça juntos.
Jin foi embora, após me parabenizar e dar várias voltas entre pulinhos, e após despedir dos meus pais e avisar que ia subir, tomei um banho e deitei na cama. Aproveitei para pegar o caderno e finalizar um pouco do desenho, dando detalhes aos olhos lindos de Hákila, detalhando seus cabelos.
Eu tentei dormir, mas foi em vão, eu varei a noite e quando deram 8h eu liguei para ela. Era domingo e eu sabia que ela acordava mais cedo porque as 9h ela ia até a igreja ajudar com algumas organizações para a missa das 11h.
- Jeon, ainda é cedo, está tudo bem? - sua voz saiu meia sonolenta, eu pensaria que ela teria acabado de acordar, mas o som de algumas panelas revelou que ela faria o café.
- Sim, está... Dormiu bem? - ela concordou em um único som.
- Por que me ligou tão cedo? Você sempre dorme um pouco mais no domingo.
- Saudade... - sussurrei.
- Mas já? Nos vimos não tem 12h! - ouvi sua risada do outro lado e sorri também.
- É, mas mais de 10 minutos parece tortura! - ela riu novamente, mas o som de alguma coisa caindo fez com que eu relembrasse o porque liguei - Hákila... Eu te liguei porque queria falar uma coisa também.
- E o que seria?
- Hákila... Se eu ficasse longe por um tempo, esperaria por mim? - silêncio... - Hákila?
- Esperaria por no máximo 1 milhão de anos! - disse ela, um pouco baixo - E você, esperaria por mim?
- Até se pedisse que não esperasse!
Ela foi quem me encorajou a seguir meus estudos na área das artes, foi ela quem me deu forças para desenhar novamente e foi ela meu primeiro amor... Agora eu estava ali, fazendo o que no fundo tinha medo até ela me mostrar que eu era capaz e eu me encontrar verdadeiramente no curso de "Artes Plásticas".
E assim, nos separamos pela distancia por alguns anos,. Por dois anos, eu vim para Seoul, mas no momento em que ela ganhou uma bolsa de estágio no Japão, eu parei de conseguir vê-la, mandávamos cartas, mensagens e virávamos horas no telefone desafiando os desafios do fuso horário, mandávamos fotos de tudo que fazíamos e comprávamos presentes para entregar quando nos víssemos e foi assim por muitos meses...
Até hoje...
27 de Junho de 2026
- Se eu pudesse congelar o tempo, congelaria agora! - disse, abraçada ao seu corpo.
Nosso abraço era profundo, parecia que queríamos unir um ao outro para que a distância nunca mais fosse um problema.
- Meu coração não para de bater, você é real? - ela afastou para olhar meu rosto, segurando minhas bochechas e sorrindo enquanto seus olhos vagavam pelo meu rosto, parecendo capturar cada detalhe.
- Eu espero que sim - ela gargalhou e aproveitei para beijá-la, matando a saudade que estava dos seus lábios, daquele gostinho de morango que sua boca tinha e da maciez deles.
- Eu também! Por favor, não vamos nos separar assim nunca mais!
- Não, não vamos mesmo! - ela beijou-me.
- Jung Kook! - ela chamou - Vamos nos casar! - arregalei os olhos, as alianças estavam no meu bolso, calma Hákila, eu quem iria pedir.
- Hákila, eu... Eu... - ela me olhava com as bochechas vermelhas - Quer casar comigo? - um silêncio instaurou entre nós, ainda abraçados.
- Não vale copiar...
- Eu comprei as alianças e tinha balões vermelhos dentro da Escarlate, eu perdi uns 10 no processo, mas...
- Certo, seu trabalho foi bastante elaborado, então eu me aceito casar com você! - puxei suas mãos, até estarmos na carroceria da caminhonete debaixo da árvore.
Hákila sentou-se na beirada, sobre os colchonetes e eu fiquei a sua frente, puxando a caixinha de veludo preta com duas alianças de ouro, eram médias e a de minha futura noiva em alguns segundos a seguir acompanhava uma meia aliança. Coloquei em seu dedos e percebi suas pernas balançando de animação ao olhar seu dedo.
- Ah, eu tinha preparado isso para você! - puxou um envelope de dentro da mochila branca, junto de um chocolate de embalagem vermelha.
- O que é? Uma carta?
- 100 motivos do porquê você deveria se casar comigo! - eu ri desacreditado, abrindo o envelope e desdobrando a folha.
- "Motivo número 1: Ela é a Hákila, a garota que tem meu coração e o terá para sempre!" - ouvi sua risada.
- Eu não escrevi isso! - cruzou os braços, esboçando um sorriso.
- Sério? Acho que minha cabeça pensa tanto em você que ela criou os próprios motivos! - sorri ladino, aproximando novamente dela.
Abracei seu corpo, sorrindo extremamente feliz por finalmente tê-la encontrado após tanto tempo, meu coração parecia que iria explodir e eu mal tinha condições de não suspirar, quando eu tinha a garota que tanto amava em meus braços.
- Hákila...
- Hum?
- Eu te amo até que não haja mais folhas para pintar meu amor.
- E eu te amo até que não tenha mais folhas para escrever o nosso amor!
Querido diário da Hákila,
essa é sua última página, mas saiba
que o nosso amor não acaba aqui!
E muito menos os nossos clichês... A minha parte favorita do nosso amor, depois da garota que amo mais que a própria arte presente na minha vida.
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